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Primeiro paraquedista militar do Brasil morre aos 100 anos






Oficial fez cursos de especialização em educação física na Alemanha Nazista, mas foi treinado em Fort Benning, nos Estados Unidos

General Roberto de Pessôa 1910 - 2010

O primeiro paraquedista militar do Brasil, general Roberto de Pessôa, morreu na madrugada de ontem no Rio, onde morava. Tinha 100 anos e um orgulho: o de ter inspirado a criação da mais poderosa força especial do Exército Brasileiro, a Brigada de Infantaria Paraquedista.

A ligação do general Pessôa com a tropa aerotransportada teve início na Alemanha, em 1936, sob o regime nazista. O oficial brasileiro, então com 26 anos, era tenente especializado em educação física e fora enviado a Berlim para aprender, e depois adaptar às condições do Brasil, as avançadas técnicas de treinamento militar praticadas pela Wermach, o conjunto das forças terrestres alemãs.

Visitando um centro de instrução nos Alpes, o tenente Roberto de Pessôa acompanhou "com fascínio e entusiasmo", como escreveu no regresso ao Rio, o adestramento dos batalhões de elite do Exército alemão. "A possibilidade de levar a tropa pelo ar e lançá-la diretamente sobre o teatro de operações representa um notável fator multiplicador da capacidade", disse em seu relatório.

Estavam em andamento os Jogos Olímpicos de Berlim. Pessôa tentou inscrever-se no curso de paraquedistas do III Reich. Embora tenha sido aprovado na série de testes de aptidão física, foi vetado - a administração nazista já concentrava recursos na formação dos seus próprios combatentes. Conseguiu, entretanto, o registro na Escola de Planadorismo. Pela proximidade, acompanhou boa parte do ciclo dos paraquedistas. Prolongando sua estada na Alemanha, passou pela rigorosa Academia de Esportes do III Reich. As disciplinas aprendidas e trazidas por ele para o Brasil ainda são empregadas no Exército.

Todavia, a meta de criar a infantaria paraquedista no País ainda estava por ser atingida. Em 1944, em plena 2.ª Guerra Mundial, Pessôa negociou uma vaga em Fort Benning, onde o governo dos Estados Unidos treinava o contingente aerotransportado. Em outubro ele recebia a insígnia da tropa - o primeiro militar brasileiro preparado nessa modalidade de operação. Durante a invasão da Normandia, Pessôa estava lá, agregado à seleta 101.ª Divisão Aerotransportada. No Brasil, depois de arregimentar e selecionar voluntários para Fort Benning, encerrou a carreira em 1966, como comandante do Batalhão de Infantaria Santos Dumont, no Rio.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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