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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 29/11/2015 / Obra diz que alemão levou Brasil à guerra ao contrariar Hitler




Obra diz que alemão levou Brasil à guerra ao contrariar Hitler ...


Ricardo Bonalume Neto ...

Um episódio que parece pontual, mas que levou a um evento importante na história brasileira do século 20. Assim podemos tratar o afundamento de navios mercantes brasileiros no mar do Nordeste, em 1942, pelo submarino alemão U-507. Foi o que fez o país entrar na Segunda Guerra (1939-1945).

O afundamento de navios por submarinos era considerado pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965) um dos aspectos mais preocupantes da guerra, pois, sem os suprimentos do Novo Mundo, seria impossível retomar a parte do Velho Mundo conquistada pelos nazistas.

O Brasil tinha ótima posição estratégica. A costa do Nordeste é o ponto do continente americano mais próximo da África. Forças baseadas na região poderiam patrulhar com facilidade essa "cintura fina" do Atlântico.

Considerado um trampolim aéreo para a África, o Nordeste viria a ser um dos pontos vitais da rede mundial de transporte aéreo de carga e de pessoal dos aliados.

É praticamente impossível permanecer neutro quando acontece uma guerra mundial. Os EUA avançavam na direção do estratégico Nordeste. Tinham planos de invadir a região se o Brasil não permitisse que aviões e navios americanos fossem ali instalados.

O autor resume bem o xadrez diplomático entre o país e os beligerantes aliados.
O Brasil foi cedendo aos poucos, mas sem comprometer a soberania e a honra. Os alemães não gostaram muito da coisa e planejaram uma grande "Operação Brasil" para criar uma catástrofe no litoral do país, com ataques por dez submarinos.

De maneira inédita, Durval Pereira narra como esse ataque foi abortado –até Hitler agiu sensatamente, mas ninguém contava com a iniciativa de Harro Schacht, o capitão do U-507 que excedeu suas ordens e atacou os navios brasileiros. É a grande revelação do livro.

O autor –um oficial do Exército– comete poucos erros técnicos. Por exemplo, o bombardeiro bimotor americano B-25 não era a "fortaleza voadora": este era o apelido do quadrimotor B-17. Além disso, o couraçado britânico HMS Royal Oak não foi afundado em 1941, mas em 1939.

O evento na costa nordestina não chega a ser algo "que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial", como diz o título, mas foi bem influente, como o autor mostra ao relatar os importantes comboios de navios que passaram pelo país e a "ponte aérea" com a África, que muito ajudaram a estratégia aliada. (RBN)

Operação Brasil – O ataque alemão que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial
AUTOR Durval Lourenço Pereira
EDITORA Contexto
QUANTO R$ 59,90 (336 págs.)


Ucraniano narra batalhas aéreas e ocupa lacuna da 2ª Guerra


Ricardo Bonalume Neto

Em aviões inimigos abatidos, Ivan Kozhedub foi o mais bem sucedido piloto de caça da Segunda Guerra. Lutando pela força aérea soviética, o ucraniano derrubou 62 aeronaves alemãs em cerca de dois anos de combate. Setenta anos depois do fim da guerra (completos em 2 de setembro), seu principal livro de memórias, "Tudo Pela Pátria - Em Busca do Combate!", sai no Brasil, em tradução direta do russo.

Kozhedub era, sem dúvida, um aviador competente. É óbvio que isso o fez sobreviver aos encarniçados embates na frente leste. Mas essa competência fez com que ele saísse vivo por um motivo mais prosaico: ele demorou a entrar em combate. Sua capacidade como instrutor fez com que seu desejo de lutar fosse negado repetidamente: os comandantes achavam que ele seria mais útil na formação de pilotos.

Foi sorte, pois durante os dois primeiros anos da invasão nazista da União Soviética (em 22 de junho de 1941), a supremacia aérea pendia para o lado dos inimigos.

A URSS perdeu milhares de pilotos e aviões. O principal caça soviético naquela época, o Polikarpov I-16, era claramente inferior aos seus rivais alemães, como o Messerschmitt Bf 109.

Em 1943, quando Kozhedub entrou em combate, a maré da guerra estava mudando. Ele pilotava aviões bem melhores, como o Lavochkin La-5 e o La-7. Depois das derrotas em Stalingrado e em Kursk, os alemães passaram à defensiva. Mesmo assim, haveria mais dois anos de luta brutal até a rendição nazista, em maio de 1945.

Ele também pôde desenvolver seu potencial ao entrar paulatinamente em situações de risco. Foi apenas na sua missão número 40 que ele abateu o primeiro avião inimigo, durante a batalha de Kursk.

O livro foi escrito em 1969 e o autor foi o piloto mais condecorado da história da URSS. É de se esperar um alto nível de patriotismo, slogans e palavras de ordem –isso contrasta vividamente com livros publicados após o fim do comunismo. Kozhedub não tinha como criticar algo que certamente viu e que acontece em qualquer exército em guerra, como covardia, corrupção e autoritarismo.

Na primeira parte do livro, o piloto fala da sua infância difícil em uma pequena aldeia e do impacto do comunismo ali (na época, a Ucrânia era parte da URSS). Ele também descreve bem o horror da invasão alemã: sua aldeia foi ocupada pelos alemães e dois irmãos morreram no conflito.

Para os aficionados de aviação, a ação demora a acontecer. O primeiro avião abatido aparece apenas na página 277, pouco antes da metade.

Ele não descreve todos os combates de que participou, mas apenas os que considera interessantes. Assim, a ação ocorre entre as páginas 301, quando relata o oitavo abate, e 536, quando trata do último avião alemão derrubado, de número 62, sobre Berlim.

O livro tem copiosas e informativas notas do editor, algo fundamental para o leitor brasileiro. São poucos os equívocos, como localizar a cidade canadense de Vancouver nos EUA, ou dizer que a estreia em ação do tanque alemão Tigre foi em Stalingrado, quando foi em Leningrado.

Ao longo dos anos foram editados no Brasil bons livros de memória de pilotos da Segunda Guerra, notadamente de brasileiros, americanos, britânicos, franceses e alemães. O livro do ucraniano Kozhedub preenche uma lacuna importante na bibliografia.

Tudo Pela Pátria – Em Busca do Combate!
AUTOR Ivan Kozhedub
TRADUÇÃO Ekaterina Pastokhova e Claudio Lucchesi
EDITORA C&R Editorial
QUANTO R$ 89,90 (568 págs.)


Biblioteca especializada reúne memórias de pilotos de caça


Ricardo Bonalume Neto

Com o "Tudo Pela Pátria – Em Busca do Combate!", de Ivan Kozhedub, a editora paulista C&R Editorial lançou o quarto livro consecutivo de uma pequena biblioteca especializada: livros de memórias dos pilotos de caça do conflito.

Já na década de 1960, muitas memórias da guerra foram publicadas, em especial pela editora Flamboyant. Alguns dos livros lançados recentemente já tinham ganhado edições no país. Mas com um problema sério: as traduções muitas vezes eram incompletas, e nem sempre traduzidas do original.

A C&R Editorial optou por fazer edições mais cuidadas. Os livros contém o texto completo da edição considerada definitiva pelo autor, a tradução foi feita do original e os editores providenciaram bom número de notas explicativas para informar o leitor atual e brasileiro.

Esse tipo de livro tem como público alvo os aficionados do tema, incluindo uma minoria de leitores que fazem aeromodelismo e plastimodelismo. Por isso um bônus são ilustrações detalhadas e fidedignas dos aviões pilotados pelos autores (exemplo no alto da página).

Além do livro de Kozhedub foram lançados livros de um piloto japonês, um alemão, e outro francês. A ideia seria contrabalançar o que a editora acredita ser uma ênfase de outras editoras em livros de autores americanos e britânicos.
Os livros são "Samurai!", de Saburo Sakai; "O Primeiro e o Último "" Memórias de um Ás Alemão da 2ª Guerra Mundial", de Adolf Galland; e "O Grande Circo", do aviador nascido em Curitiba e filho de franceses, Pierre Clostermann.

O livro de Sakai é um clássico, publicado em inglês pela primeira vez em 1957. Colaboraram na escrita o historiador da aviação americano Martin Caidin e o jornalista japonês Fred Saito.

Foi fundamental ao passar a visão de um inimigo ao público americano. A propaganda de guerra tendia a desumanizar o inimigo. O honesto relato de Sakai mostra um piloto igual aos outros, recrutado por seu país, e com muito em comum com os aviadores aliados.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.



TV GLOBO - JORNAL NACIONAL


Homem vestido de Papai Noel rouba helicóptero no interior de São Paulo

Homem contratou o voo dizendo que ia para uma festa de confraternização. Ao pousar em Mairinque, o piloto foi rendido e amarrado.

A polícia de São Paulo e a Aeronáutica procuram pistas de um helicóptero que foi roubado por um homem vestido de Papai Noel. Ele contratou o piloto dizendo que ia para uma festa de confraternização no interior do estado, mas era uma emboscada.
Todos os dias dezenas de helicópteros chegam e saem do Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo. Nesta sexta (27) havia um desses voos cotidianos. Um homem reservou um táxi aéreo.
Na hora marcada, chegou pra embarcar no helicóptero e fazer a viagem programada. A única diferença é que o passageiro estava vestido de Papai Noel.
Ele disse que ia participar de uma festa. Por causa da época do ano, ninguém estranhou. E funcionários do hangar ainda tiraram foto do Papai Noel ao lado da árvore de Natal.
O voo durou 30 minutos, até um sítio em Mairinque, interior do estado. Quando pousaram o piloto foi rendido.
"O próprio Papai Noel, armado, rendeu ele, momento em que chegou o outro indivíduo, que estava aguardando a chegada do helicóptero", relatou o tenente da Polícia Militar Rafael Alvarenga
O sítio tinha sido alugado e dois homens esperavam o helicóptero. O piloto foi amarrado e deixado num banheiro.
Os bandidos reabasteceram a aeronave e decolaram. Só cinco horas depois o piloto conseguiu se libertar.
O helicóptero é do modelo Robinson 44. Ele tem autonomia para, com tanque cheio, voar aproximadamente três horas e meia, e percorrer 500 quilômetros.
De acordo com a Aeronáutica, foi desligado o transponder, um aparelho que permitiria saber onde a aeronave está. E, se voar baixo, dificilmente um helicóptero é captado por radares.
Entre 2001 e 2003, em pelo menos três ocasiões, bandidos sequestraram helicópteros pra tentar resgatar criminosos de presídios de São Paulo. Em dois casos a polícia impediu as ações. Em um, dois presos foram resgatados.
A polícia disse que ainda não tem pistas de onde está o helicóptero nem para que ele foi roubado.

PORTAL G-1


Estudantes são premiados com foguete movido a vinagre e água

Projeto de alunos de Sorocaba usa material reciclável e voa 250 metros. "Fui atraído pelo foguete, mas não gosto de física", diz jovem.

ImagemAs aulas de física não costumam ser as que mais atraem a atenção dos alunos do ensino médio. Porém, se aliar a elas a fabricação de foguetes, muitos estudantes – a maioria meninos – podem se dedicar aos estudos da disciplina a ponto de passarem a participar de campeonatos da área. Este foi o caso de um trio de alunos da Escola Municipal Leonor Pinto Thomaz, em Sorocaba (SP), que recentemente conquistou o segundo lugar em uma mostra nacional de foguetes.
Orientados pelo professor de física, Edvaldo Gonçalves Barbosa, que há 23 anos trabalha na escola de Sorocaba, o trio montou um foguete movido a vinagre, água e bicarbonato de sódio, e o inscreveu na Mostra Brasileira de Foguetes, realizada em outubro. O projeto acabou sendo um dos 57 selecionados para participar do campeonato, que foi realizado na Barra de Piraí (RJ) para onde estudantes e professores viajaram em busca do trófeu. Um vídeo mostra o lançamento do foguete que rendeu o segundo lugar aos estudantes.
A mostra, que reuniu estudantes do 1º ao 3º anos do ensino médio de escolas públicas e privadas, juntou projetos de foguete produzidos somente com material reciclável e que obtiveram alcances maiores ou iguais a 140 metros. "Nós fizemos um lançamento aqui em Sorocaba, gravamos um vídeo e enviamos na organização e assim fomos selecionados", explica Edvaldo.
O membro do grupo Luiz Augusto Gonçalves Queiroga, de 17 anos, confessa que nunca foi muito fã da disciplina, tanto que pretende prestar o vestibular para Direito neste ano. No entanto, ele conta que passou a se dedicar mais às aulas de física depois que teve a oportunidade de aprender e fabricar foguetes em sala de aula. "Eu nunca gostei de física. Só fiquei atraído mesmo pelo foguete", diz. 
Já Leonardo Matheus, de 17 anos, e João Victor de Almeira Prado, de 16 anos, que compõem trio, afirmam que sempre gostaram de física e até pretendem seguir carreira na área. "Eu sempre gostei e quero entrar na Aeronáutica", garante João. "Eu ainda estou em dúvida para qual curso vou prestar, mas com certeza vai ser algo na área de exatas", comenta Leonardo.
O professor explica que a distância de voo de foguetes é medida perpendicularmente entre a linha de lançamento e a linha imaginária que passa pelo foguete e é paralela a linha de lançamento. Ainda segundo o professor, não foi medida a distância entre o ponto de lançamento e ponto de parada do foguete.
No dia do torneio, o trio conseguiu apresentar um foguete com um voo de alcance de 250 metros e, assim, conquistou o segundo lugar da competição. "Foi muito legal participar e ainda mais ganhar o prêmio. Ficamos entusiasmados e na expectativa de conseguir fabricar foguetes com alcances de voos maiores", conta Leonardo.
Produção do foguete
Os estudantes contam que a preparação para a competição teve início logo no primeiro semestre de aula, mas que para produzir, de fato, o foguete - que é feito somente com material reciclável -, eles não demoraram nem dois dias. “Usamos garrafas pet, aletas de papelão e pés de carteiras velhas para fazer o foguete. Só tivemos o gasto mesmo pra comprar parafusos, travas e molas", ressalta Leonardo.
O combustível utilizado foi vinagre, bicarbonato e água. “A água nós colocamos em uma bexiga para que não ocorresse o contato direto com o bicarbonato e o vinagre”, explica João Victor. Uma rolha com uma agulha foi colocada para furar a bexiga. “Dessa maneira tivemos uma reação melhor e liberando o CO2”, conclui o estudante.
A reação química que ocorre entre o vinagre (ácido acético) e o bicarbonato de sódio libera gás carbônico (CO2) com um progressivo aumento da pressão no interior da garrafa. A pressão aumenta a ponto de a rolha escapar e quando isso acontece, e a água e o ar são violentamente expulsos (ação) empurrando (reação) a garrafa na mesma direção e sentido oposto.
Durante os lançamentos testes, realizado no estacionamento do campus de uma universidade de Sorocaba, fora de horário de aula, os alunos foram a todo momento acompanhados pelo professor Edvaldo e, também, fizeram uso de equipamentos de proteção. "Eles usaram óculos, capa de chuva e até luvas para evitar qualquer tipo de acidente".
Além do alcance do foguete, a mostra também premiou os projetos que tiveram melhor acabamento; originalidade; aerodinâmica; tamanho das aletas; base (segurança, originalidade, robustez, manômetro, estabilidade, gatilho, válvula de aborto, etc) e apresentação da equipe. Porém, o trio de Sorocaba só foi premiado na categoria de maior alcance do foguete.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Obra diz que alemão levou Brasil à guerra ao contrariar Hitler


Ricardo Bonalume Neto

Um episódio que parece pontual, mas que levou a um evento importante na história brasileira do século 20. Assim podemos tratar o afundamento de navios mercantes brasileiros no mar do Nordeste, em 1942, pelo submarino alemão U-507. Foi o que fez o país entrar na Segunda Guerra (1939-1945).
O afundamento de navios por submarinos era considerado pelo primeiro-ministro britânico Winston Churchill (1874-1965) um dos aspectos mais preocupantes da guerra, pois, sem os suprimentos do Novo Mundo, seria impossível retomar a parte do Velho Mundo conquistada pelos nazistas.
O Brasil tinha ótima posição estratégica. A costa do Nordeste é o ponto do continente americano mais próximo da África. Forças baseadas na região poderiam patrulhar com facilidade essa "cintura fina" do Atlântico.
Considerado um trampolim aéreo para a África, o Nordeste viria a ser um dos pontos vitais da rede mundial de transporte aéreo de carga e de pessoal dos aliados.
É praticamente impossível permanecer neutro quando acontece uma guerra mundial. Os EUA avançavam na direção do estratégico Nordeste. Tinham planos de invadir a região se o Brasil não permitisse que aviões e navios americanos fossem ali instalados.
O autor resume bem o xadrez diplomático entre o país e os beligerantes aliados.
O Brasil foi cedendo aos poucos, mas sem comprometer a soberania e a honra. Os alemães não gostaram muito da coisa e planejaram uma grande "Operação Brasil" para criar uma catástrofe no litoral do país, com ataques por dez submarinos.
De maneira inédita, Durval Pereira narra como esse ataque foi abortado –até Hitler agiu sensatamente, mas ninguém contava com a iniciativa de Harro Schacht, o capitão do U-507 que excedeu suas ordens e atacou os navios brasileiros. É a grande revelação do livro.
O autor –um oficial do Exército– comete poucos erros técnicos. Por exemplo, o bombardeiro bimotor americano B-25 não era a "fortaleza voadora": este era o apelido do quadrimotor B-17. Além disso, o couraçado britânico HMS Royal Oak não foi afundado em 1941, mas em 1939.
O evento na costa nordestina não chega a ser algo "que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial", como diz o título, mas foi bem influente, como o autor mostra ao relatar os importantes comboios de navios que passaram pelo país e a "ponte aérea" com a África, que muito ajudaram a estratégia aliada. (RBN)
Operação Brasil – O ataque alemão que mudou o curso da Segunda Guerra Mundial
AUTOR Durval Lourenço Pereira
EDITORA Contexto
QUANTO R$ 59,90 (336 págs.)

Ucraniano narra batalhas aéreas e ocupa lacuna da 2ª Guerra


Ricardo Bonalume Neto

Em aviões inimigos abatidos, Ivan Kozhedub foi o mais bem sucedido piloto de caça da Segunda Guerra. Lutando pela força aérea soviética, o ucraniano derrubou 62 aeronaves alemãs em cerca de dois anos de combate. Setenta anos depois do fim da guerra (completos em 2 de setembro), seu principal livro de memórias, "Tudo Pela Pátria - Em Busca do Combate!", sai no Brasil, em tradução direta do russo.
Kozhedub era, sem dúvida, um aviador competente. É óbvio que isso o fez sobreviver aos encarniçados embates na frente leste. Mas essa competência fez com que ele saísse vivo por um motivo mais prosaico: ele demorou a entrar em combate. Sua capacidade como instrutor fez com que seu desejo de lutar fosse negado repetidamente: os comandantes achavam que ele seria mais útil na formação de pilotos.
Foi sorte, pois durante os dois primeiros anos da invasão nazista da União Soviética (em 22 de junho de 1941), a supremacia aérea pendia para o lado dos inimigos.
A URSS perdeu milhares de pilotos e aviões. O principal caça soviético naquela época, o Polikarpov I-16, era claramente inferior aos seus rivais alemães, como o Messerschmitt Bf 109.
Em 1943, quando Kozhedub entrou em combate, a maré da guerra estava mudando. Ele pilotava aviões bem melhores, como o Lavochkin La-5 e o La-7. Depois das derrotas em Stalingrado e em Kursk, os alemães passaram à defensiva. Mesmo assim, haveria mais dois anos de luta brutal até a rendição nazista, em maio de 1945.
Ele também pôde desenvolver seu potencial ao entrar paulatinamente em situações de risco. Foi apenas na sua missão número 40 que ele abateu o primeiro avião inimigo, durante a batalha de Kursk.
O livro foi escrito em 1969 e o autor foi o piloto mais condecorado da história da URSS. É de se esperar um alto nível de patriotismo, slogans e palavras de ordem –isso contrasta vividamente com livros publicados após o fim do comunismo. Kozhedub não tinha como criticar algo que certamente viu e que acontece em qualquer exército em guerra, como covardia, corrupção e autoritarismo.
Na primeira parte do livro, o piloto fala da sua infância difícil em uma pequena aldeia e do impacto do comunismo ali (na época, a Ucrânia era parte da URSS). Ele também descreve bem o horror da invasão alemã: sua aldeia foi ocupada pelos alemães e dois irmãos morreram no conflito.
Para os aficionados de aviação, a ação demora a acontecer. O primeiro avião abatido aparece apenas na página 277, pouco antes da metade.
Ele não descreve todos os combates de que participou, mas apenas os que considera interessantes. Assim, a ação ocorre entre as páginas 301, quando relata o oitavo abate, e 536, quando trata do último avião alemão derrubado, de número 62, sobre Berlim.
O livro tem copiosas e informativas notas do editor, algo fundamental para o leitor brasileiro. São poucos os equívocos, como localizar a cidade canadense de Vancouver nos EUA, ou dizer que a estreia em ação do tanque alemão Tigre foi em Stalingrado, quando foi em Leningrado.
Ao longo dos anos foram editados no Brasil bons livros de memória de pilotos da Segunda Guerra, notadamente de brasileiros, americanos, britânicos, franceses e alemães. O livro do ucraniano Kozhedub preenche uma lacuna importante na bibliografia.
Tudo Pela Pátria – Em Busca do Combate!
AUTOR Ivan Kozhedub
TRADUÇÃO Ekaterina Pastokhova e Claudio Lucchesi
EDITORA C&R Editorial
QUANTO R$ 89,90 (568 págs.)

Biblioteca especializada reúne memórias de pilotos de caça


Ricardo Bonalume Neto

Com o "Tudo Pela Pátria – Em Busca do Combate!", de Ivan Kozhedub, a editora paulista C&R Editorial lançou o quarto livro consecutivo de uma pequena biblioteca especializada: livros de memórias dos pilotos de caça do conflito.
Já na década de 1960, muitas memórias da guerra foram publicadas, em especial pela editora Flamboyant. Alguns dos livros lançados recentemente já tinham ganhado edições no país. Mas com um problema sério: as traduções muitas vezes eram incompletas, e nem sempre traduzidas do original.
A C&R Editorial optou por fazer edições mais cuidadas. Os livros contém o texto completo da edição considerada definitiva pelo autor, a tradução foi feita do original e os editores providenciaram bom número de notas explicativas para informar o leitor atual e brasileiro.
Esse tipo de livro tem como público alvo os aficionados do tema, incluindo uma minoria de leitores que fazem aeromodelismo e plastimodelismo. Por isso um bônus são ilustrações detalhadas e fidedignas dos aviões pilotados pelos autores (exemplo no alto da página).
Além do livro de Kozhedub foram lançados livros de um piloto japonês, um alemão, e outro francês. A ideia seria contrabalançar o que a editora acredita ser uma ênfase de outras editoras em livros de autores americanos e britânicos.
Os livros são "Samurai!", de Saburo Sakai; "O Primeiro e o Último "" Memórias de um Ás Alemão da 2ª Guerra Mundial", de Adolf Galland; e "O Grande Circo", do aviador nascido em Curitiba e filho de franceses, Pierre Clostermann.
O livro de Sakai é um clássico, publicado em inglês pela primeira vez em 1957. Colaboraram na escrita o historiador da aviação americano Martin Caidin e o jornalista japonês Fred Saito.
Foi fundamental ao passar a visão de um inimigo ao público americano. A propaganda de guerra tendia a desumanizar o inimigo. O honesto relato de Sakai mostra um piloto igual aos outros, recrutado por seu país, e com muito em comum com os aviadores aliados.

PORTAL BBC


Chapada Diamantina só se recuperará de incêndios em 15 anos


Adriano Brito

Enquanto Minas Gerais e Espírito Santo lidam com os impactos do rompimento da barragem de Mariana, a vizinha Bahia enfrenta outra tragédia ambiental: as consequências de uma das piores séries de incêndios já registradas na Chapada Diamantina, um dos símbolos do Estado e onde nascem alguns dos principais rios que abastecem a população baiana.
Depois de um mês de chamas, as chuvas que começaram a cair na última quarta-feira finalmente acabaram com o fogo, de acordo com a Secretaria do Meio Ambiente da Bahia. Nesta sexta, não eram mais verificados focos de incêndio, afirmou à BBC Brasil o secretário Eugênio Spengler.
Não se trata, porém, de um desastre que chega ao fim com o apagar da última chama. Seus efeitos devem se prolongar por mais de uma década em um local onde caatinga, cerrado e mata atlântica se encontram.
"Se não passar fogo por ali (de novo), em 15 anos é que algumas áreas começarão a se recuperar", diz o geógrafo Rogério Mucugê, coordenador de projetos da ONG Conservação Internacional na região, onde vive desde a década de 1990.
Segundo ele, esse é o prazo para que a mata ciliar, a área de floresta que protege os rios, esboce uma reação – os campos de cerrado se recuperam mais rápido. Em razão da diversidade, algumas espécies da fauna e da flora só existem ali.
Uma equipe da ONG, que estava na chapada para gravar um vídeo sobre um projeto ambiental que realiza na bacia do rio Paraguaçu, registrou o combate e o impacto dos incêndios, inclusive nos arredores de um dos símbolos da região, o Morro do Pai Inácio.
Equipes estaduais estão fazendo um levantamento dos efeitos do fogo na fauna e da flora, trabalho que irá determinar o montante a ser investido na restauração florestal, afirma o secretário Spengler. Segundo ele, a área será prioridade na alocação de recursos da pasta.
Além das consequências imediatas nas espécies locais, um incêndio dessa proporção afeta também a quantidade e qualidade da água que chega a boa parte dos baianos, e logo em tempos de seca mais severa por causa do fenômeno climático El Niño, explica o geógrafo Mucugê – homônimo, aliás, da cidade baiana onde vive.
O rio Paraguaçu, cuja nascente fica ali, abastece 85 municípios, incluindo 60% da região metropolitana de Salvador.
A chuva que caiu nesses últimos dias está longe de ser a esperada para o mês de novembro na área da chapada, tida como a "caixa dágua da Bahia", conta.
Segundo o coordenador de projetos da ONG, a tendência é que o quadro de seca – e, consequentemente, de incêndios – piore. Ele critica a falta de um planejamento territorial integrado para a chapada.
"A cada ano que passa a região está mais seca e, caso não haja planejamento, a tendência é a de que esses efeitos sejam piores", conta Mucugê.
"Existe a diferença entre apagar fogo e combater incêndio. Eu digo que, localmente, a gente apaga fogo. A gente elimina um foco, mas outros surgem. Territorialmente, falando-se de Chapada Diamantina, a gente ainda apaga fogo, é como enxugar gelo", diz ele.
O secretário estadual do Meio Ambiente afirma concordar que ainda há muito a ser feito e que, se não fosse a ajuda da comunidade, o cenário poderia ter sido ainda pior, como ocorreu em 2008, quando 40% dos 152 mil hectares do Parque Nacional da Chapada Diamantina foram atingidos pelo fogo.
Cerca de 210 pessoas, incluindo bombeiros do Estado, Defesa Civil Nacional, integrantes das Forças Armadas e brigadistas voluntários atuavam até esta sexta no local, segundo o governo. Spengler diz que o monitoramento continuará. "Não desmobilizaremos a equipe até o fim de dezembro."
Embora lembre o número de pessoas envolvidas – "essa foi a maior operação (do tipo) já registrada pelo governo da Bahia" –, e aponte uma evolução no trabalho, citando o aumento no numero de brigadas voluntárias na região – de 1 ou 2 existentes no incêndio de 2008 para as cerca de 24 atuais –, o secretário reconhece que ainda não é o suficiente.
O ideal, diz, é ter uma brigada para cada um dos 42 municípios da chapada. E investir em estrutura, equipamentos, treinamento, educação ambiental, estrutura de comunicação com rádio e outros.
"Os incêndios são o maior problema ambiental que se tem na Bahia. E não só na chapada. Se queima muito em outras áreas no semiárido e do cerrado", diz.
Além de todo o desastre ambiental, combater um incêndio dessas proporções sai caro. O governo da Bahia fala em um total de R$ 9 milhões gastos.
A Polícia Civil baiana investiga a possibilidade de que alguns incêndios tenham sido criminosos. Segundo o secretário do Meio Ambiente, há algumas "coincidências" sendo apuradas, como a ocorrência de vários focos em uma mesma área, às margens da BR-242, e quase sempre no mesmo horário, no fim de tarde.
"Será que as peças quentes dos carros só caem nesse trecho?", questiona Spengler.

PORTAL AMAZONIA.COM


Amazônia: tecnologia a serviço da segurança

Existem projetos como o Amazônia SAR e o Amazônia Conectada que estão relacionados ao monitoramento de desmatamentos

O uso da tecnologia a favor da segurança. É desta forma que as Forças Armadas, por meio do Ministério da Defesa (MD), atuam no país. Inovação tecnológica e científica andam lado a lado com as instituições militares compostas por Marinha, Aeronáutica e Exército. No contexto regional, a Amazônia está entre os focos de interesse para o órgão federal e atualmente conta com vários projetos voltados à região como por exemplo, o Amazônia SAR e o Amazônia Conectada, trabalhos inaugurados no último mês e que estão relacionados ao monitoramento de desmatamentos e à expansão das comunicações na Amazônia Ocidental.
De acordo com a assessoria de imprensa do Ministério da Defesa, os investimentos do órgão são destinados à capacitação militar de forma que as corporações tenham possibilidades de reagir não apenas a ameaças externas convencionais, mas também contra riscos contemporâneos como o terrorismo, o crime organizado transnacional, a pirataria e os ataques cibernéticos.
O MD é responsável por orientar, supervisionar e coordenar as atividades das Forças Armadas. Dentre os projetos aplicados pelo MD estão o Amazônia SAR e o Amazônia Conectada, que foram implantados recentemente na região. O sistema Amazônia SAR, lançado no último mês, consiste em um radar orbital que vai monitorar o desmatamento na Amazônia no período de outubro a abril, gerando alertas, dando suporte às ações de fiscalização, além de enviar as informações ao Inpe para compor os dados do sistema Detecção de Desmatamento em Tempo Real(Deter). O projeto conta com investimentos de R$80,5 milhões, recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) e da União.
O sistema vai monitorar cerca de 950 mil quilômetros quadrados (17% da Região Amazônica ou o equivalente aos estados de São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul e um pouco mais do que Santa Catarina) mensalmente. Será a primeira vez que a Amazônia será monitorada sistematicamente por radar orbital.
O projeto Amazônia Conectada também foi lançado oficialmente em julho, com a inauguração do primeiro trecho do cabo subfluvial. O programa é coordenado pelo MD e consiste na construção de uma rede de cabos subfluviais ópticos utilizando os leitos dos principais rios da bacia amazônica. O intuito do programa é viabilizar o acesso à internet de alta velocidade, telemedicina, telesaúde, ensino à distância, entre outros serviços, às comunidades ribeirinhas e indígenas, às escolas, organizações militares e aos órgãos públicos.
A inauguração do primeiro trecho compreende cerca de 10 quilômetros de fibra óptica subfluvial lançada no leito do rio Negro e serve como demonstrador de tecnologia interligando o 4º Centro de Telemática de Área(CTA) com a 4ª Divisão de Levantamento (DL), organizações militares do exército brasileiro.
Compõem o quadro de projetos nacionais o Programa de Submarinos(Prosub), o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras(Sisfron) e o programa FX-2 caças Gripen Desenvolvimento e Pesquisa Conforme a assessoria do MD, é impossível falar sobre as Forças Armadas sem associá-lasao desenvolvimento científico e tecnológico. Para que as instituições militares atuem com capacidade de mobilização é necessário haver formação profissional. 
Os centros de desenvolvimento tecnológico das Forças Armadas estão concentrados na região sudeste do país e no Amazonas existem centros de desenvolvimento e pesquisa. Um exemplo é o Centro de Instrução de Guerra na Selva(Cigs), localizado em Manaus, que tem missão de especializar oficiais, subtenentes e sargentos para o combate na selva.
O centro é estruturado com divisão de ensino, divisão de doutrina pesquisa e avaliação, divisão de alunos, divisão de veterinária, divisão administrativa e uma base administrativa. São ministrados cursos de Operações na Selva(COS) em sete categorias diferentes, além de estágios destinados a militares e também para instituições civis.
A nível nacional, os militares contam com centros de excelência como o ITA Instituto Tecnológico da Aeronáutica(ITA), em São José dos Campos (SP), ou o Instituto Militar de Engenharia(IME), no Rio de Janeiro. As intervenções militares Quanto à intervenção no processo eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral(TSE) é o responsável por avaliar a necessidade da cooperação das tropas federais. É o órgão que solicita a guarnição ao poder Executivo.
De acordo com o setor de comunicação do MD, as tropas são empregadas no processo eleitoral mediante ordem da Presidência da República com base na lei nº 4.737. A atuação das tropas pode ocorrer na segurança dos locais de votação, no transporte das urnas e dos servidores da Justiça Eleitoral. O quantitativo de pessoal a serempregado é definido de acordo com a atividade a ser exercida.
Outra atuação que conta com a tropa militar é a missão paz. O Brasil participa das missões de paz da ONU desde 1947, quando observadores militares brasileiros foram enviados à região dos Bálcãs, na porção meridional da Europa. Porém, o Brasil assumiu as tarefas de coordenação e comando militar de importantes operações em um período mais recente, como no Haiti (2004) e no Líbano (2011), o que trouxe prestígio à política externa do país, aumentando a projeção brasileira no cenário mundial.
Ao todo, o Brasil já participou de mais de 30 missões das Nações Unidas, tendo enviado cerca de 30 mil militares ao exterior. Em duas delas, o Brasil ocupa posições de destaque, liderando o componente militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) e o braço marítimo do comando da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (Unifil).



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