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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 23/11/2015 / França disponibilizará serviços de inteligência para Brasil garantir segurança na Olimpíada


França disponibilizará serviços de inteligência para Brasil garantir segurança na Olimpíada ...

Em visita a Brasília, o ministro francês Laurent Fabius se reuniu com Dilma e alertou sobre a necessidade de que todos os países se preocupem de forma séria com medidas de combate ao terrorismo

BRASÍLIA - O ministro dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius, afirmou que seu país vai colocar à disposição do Brasil serviços de inteligência para troca de informações para reduzir ao máximo riscos à segurança do Brasil, no período da Olimpíada.

"Compartilhamos da análise de que o que aconteceu em Paris poderia ter ocorrido em outros países, porque o terrorismo está organizado internacionalmente", disse, durante entrevista coletiva concedida neste domingo, 22, em Brasília. Para ele, é evidente a necessidade de que medidas de segurança sejam adotadas durante todo o período.

Fabius chegou ao Brasil neste fim de semana, como parte de um roteiro preparatório para a COP 21, que começa dia 30, na França. Na manhã deste domingo, ele se encontrou com a presidente Dilma Rousseff durante quase uma hora. O Brasil foi o último trecho do roteiro: nos últimos dias, Fabius esteve também na Índia e na África do Sul.

Durante o encontro, Dilma prestou solidariedade sobre os ataques ocorridos há duas semanas. "Fiquei sensibilizado", relatou Fabius, que também prestou solidariedade sobre a tragédia ambiental ocorrida em Mariana.

O ministro alertou sobre a necessidade de que todos os países se preocupem "de forma séria" com medidas para o combate ao terrorismo. "Estou convencido de que tudo será feito", avaliou. O ministro de Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que a troca de informações será bem-vinda. "Durante o encontro, falamos sobre tristes acontecimentos, comentamos sobre as medidas que estão sendo adotadas", disse.

Vieira observou que a França tem experiência em organizar eventos esportivos, citou como exemplo a Copa do Mundo e as Olimpíadas de Inverno. "Vamos ouvir e discutir os comentários e ver o que tem a oferecer."

O ministro francês comentou ainda sobre as medidas de segurança em torno da conferência de clima, que deverá se estender até o dia 11 de dezembro. Ele considerou essencial a manutenção do evento. "Não podíamos  ceder. A partir de agora temos de manter a segurança em um nível de 100%", disse. A tarefa, em sua avaliação, é possível nos locais onde a reunião do clima deverá ocorrer.

O mesmo, no entanto, não acontece nas ruas. "Estamos assegurando um número considerável de forças. Todas as delegações vão estar num sítio protegido. Mas não temos como assegurar a segurança nas ruas", disse, motivo pelo qual foram proibidas as manifestações. "Não temos como controlar a parte externa."

Questionado sobre a possibilidade de a Grã Bretanha participar das operações em campo, dentro da ofensiva contra o terrorismo desencadeada depois dos ataques em Paris, no último dia 13, Fabius procurou não ser taxativo. Informou que o primeiro-ministro David Cameron será recebido na França nesta segunda-feira, 23. "Não sei o que o primeiro-ministro deseja. Mas tenho observado que os amigos estão solidários para o combate ao terrorismo nas nossas análises e estão se voluntariando na luta."

De acordo com o ministro, além de Cameron, serão realizados encontros com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na terça, 24, com a premiê alemã Angela Merckel na quarta, 25 e com o presidente russo Wladimir Putin na quinta, 26.

Diante da escalada do terrorismo, Fabius afirmou ser necessário atuar de forma “implacável”.  “Ações de segurança necessitam ser  exercidas de forma dura”, completou.




Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




PORTAL G-1


Corumbá sedia treinamento de ações especiais para militares da marinha

Aulas práticas de salto livre vão até o dia 3 de dezembro. Município foi escolhido por conta das condições climáticas.

Do G1 Ms Com Informações Da Tv Morena

O município de Corumbá, a 419 quilômetros de Campo Grande, está sediando neste final de semana a terceira etapa do curso especial de salto livre, para militares da marinha. Ao todo, 30 alunos do Rio de Janeiro estão na cidade para o treinamento de "operações especiais de infiltração em território inimigo".
As primeiras etapas do curso foram teóricas e a primeira aula prática foi em Corumbá. Os alunos checam os equipamentos e começam os embarques. Metade dos alunos nunca tinham saltado antes e a expectativa é grande. "Não foi como eu havia planejado, mas vou tentar saltar das próximas vezes", afirmou o tenente Almeida Silva. As equipes permanecem na "cidade branca" até o dia três de dezembro. "A cada salto nós vamos pegando o jeito", complementou o sargento Reinaldo Monteiro.
O curso é anual e o município foi escolhido por conta das condições climáticas. Antes desta etapa, os alunos vieram do Rio de Janeiro e São Paulo. Para as aulas, foi montada uma base de apoio na pista do aeroporto, em que 25 militares são responsáveis pela dobragem do paraquedas.

Homens da Defesa Nacional iniciam combate ao incêndio na Chapada

Atividades começaram por volta das 8h deste domingo, diz Secretário. Entre bombeiros e brigadistas, mais de 120 pessoas atuam contra o fogo.

Do G1 Ba

A equipe de bombeiros formada por 40 homens da Defesa Nacional, que chegou na tarde do último sábado (21) à Chapada Diamantina, no centro da Bahia, iniciou por volta das 8h deste domingo (22) o combate às chamas que atigem a região. Até a manhã deste domingo, a estimativa era de que o fogo tenha atingido mais de 30 mil hectares.
Em contato com o G1, o Secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler, afirmou que homens da Defesa Nacional atuarão principalmente na região de Morro Branco, na cidade de Lençóis. "Atualmente é o ponto mais preocupante porque é de difícil acesso. É preciso entrar com estratégia para combater o fogo", contou.
Com a chegada da Defesa Nacional, são mais de 120 homens atuando contra o incêndio da Chapada. Entre eles estão também bombeiros militares da Bahia e brigadistas voluntários.
MPF investiga
O Ministério Público Federal (MPF) em Irecê, centro-norte da Bahia, abriu uma investigação para apurar as providências adotadas pelo governo do estado e órgãos ambientais em combate ao incêndio que atinge a Chapada Diamantina. A procuradoria cobra das entidades explicações sobre as medidas adotadas no controle do fogo, além de informações sobre os focos das chamas e os danos causados.

Avião é desviado para o Missouri, nos EUA, por "comportamento suspeito"

Porta-voz do FBI diz que vários passageiros estavam "indisciplinados". Após desembarque e interrogatórios, eles seguiram viagem em outro voo.

Da Reuters

Um voo da Southwest Airlines de Indianapolis para Los Angeles, nos Estados Unidos, foi desviado para Kansas City e revistado neste domingo (22) porque vários passageiros estavam agindo de maneira suspeita, disse o FBI. 
"A tripulação desviou o voo para Kansas City por causa de uma abundância de precaução baseada em comportamentos suspeitos de vários passageiros", disse a porta-voz do FBI Bridget Patton em Kansas City, em comunicado.
Todos os passageiros foram retirados do avião e os em questão foram questionados pelos policiais, disse Patton. Eles foram, mais tarde, deslocados para continuar a viagem em outro voo, ela disse.
Questionada sobre no que consistia o comportamento suspeito, Patton respondeu em um e-mail que os passageiros estavam "indisciplinados".
Após os passageiros deixarem o avião, autoridades revistaram a nave com cachorros, disse Patton.
Não ficou claro quantos passageiros estavam nesse voo, e representantes da companhia aérea não responderam imediatamente a perguntas.

JORNAL O ESTADO DE SÃO PAULO


França disponibilizará serviços de inteligência para Brasil garantir segurança na Olimpíada

Em visita a Brasília, o ministro francês Laurent Fabius se reuniu com Dilma e alertou sobre a necessidade de que todos os países se preocupem de forma séria com medidas de combate ao terrorismo

Lígia Formenti

BRASÍLIA - O ministro dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius, afirmou que seu país vai colocar à disposição do Brasil serviços de inteligência para troca de informações para reduzir ao máximo riscos à segurança do Brasil, no período da Olimpíada. "Compartilhamos da análise de que o que aconteceu em Paris poderia ter ocorrido em outros países, porque o terrorismo está organizado internacionalmente", disse, durante entrevista coletiva concedida neste domingo, 22, em Brasília. Para ele, é evidente a necessidade de que medidas de segurança sejam adotadas durante todo o período.
Fabius chegou ao Brasil neste fim de semana, como parte de um roteiro preparatório para a COP 21, que começa dia 30, na França. Na manhã deste domingo, ele se encontrou com a presidente Dilma Rousseff durante quase uma hora. O Brasil foi o último trecho do roteiro: nos últimos dias, Fabius esteve também na Índia e na África do Sul. Durante o encontro, Dilma prestou solidariedade sobre os ataques ocorridos há duas semanas. "Fiquei sensibilizado", relatou Fabius, que também prestou solidariedade sobre a tragédia ambiental ocorrida em Mariana.
O ministro alertou sobre a necessidade de que todos os países se preocupem "de forma séria" com medidas para o combate ao terrorismo. "Estou convencido de que tudo será feito", avaliou. O ministro de Relações Exteriores brasileiro, Mauro Vieira, afirmou que a troca de informações será bem-vinda. "Durante o encontro, falamos sobre tristes acontecimentos, comentamos sobre as medidas que estão sendo adotadas", disse. Vieira observou que a França tem experiência em organizar eventos esportivos, citou como exemplo a Copa do Mundo e as Olimpíadas de Inverno. "Vamos ouvir e discutir os comentários e ver o que tem a oferecer."
O ministro francês comentou ainda sobre as medidas de segurança em torno da conferência de clima, que deverá se estender até o dia 11 de dezembro. Ele considerou essencial a manutenção do evento. "Não podíamos  ceder. A partir de agora temos de manter a segurança em um nível de 100%", disse. A tarefa, em sua avaliação, é possível nos locais onde a reunião do clima deverá ocorrer. O mesmo, no entanto, não acontece nas ruas. "Estamos assegurando um número considerável de forças. Todas as delegações vão estar num sítio protegido. Mas não temos como assegurar a segurança nas ruas", disse, motivo pelo qual foram proibidas as manifestações. "Não temos como controlar a parte externa."
Questionado sobre a possibilidade de a Grã Bretanha participar das operações em campo, dentro da ofensiva contra o terrorismo desencadeada depois dos ataques em Paris, no último dia 13, Fabius procurou não ser taxativo. Informou que o primeiro-ministro David Cameron será recebido na França nesta segunda-feira, 23. "Não sei o que o primeiro-ministro deseja. Mas tenho observado que os amigos estão solidários para o combate ao terrorismo nas nossas análises e estão se voluntariando na luta." De acordo com o ministro, além de Cameron, serão realizados encontros com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na terça, 24, com a premiê alemã Angela Merckel na quarta, 25 e com o presidente russo Wladimir Putin na quinta, 26.
Diante da escalada do terrorismo, Fabius afirmou ser necessário atuar de forma “implacável”.  “Ações de segurança necessitam ser  exercidas de forma dura”, completou.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


A lei e o terror


Editorial

Um dos efeitos colaterais adversos do massacre da sexta-feira 13, em Paris, pode ser a aprovação, na Câmara dos Deputados do Brasil, do projeto de lei que tipifica o crime de terrorismo. O ataque deu força aos congressistas que querem votar rapidamente a proposta que acaba de retornar do Senado.
Verdade que o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), relator do substitutivo, despiu o projeto original de alguns absurdos – em uma interpretação mais rigorosa, um dos dispositivos poderia equiparar o gesto de pichar paredes a terrorismo.
O resultado, mesmo assim, está bastante aquém de uma peça equilibrada, que melhorasse a legislação penal em vez de piorá-la.
O texto ainda abusa, na definição do tipo penal, de termos vagos como "ato que atentar gravemente contra as instituições democráticas". Nas passagens em que procura ser mais específico, peca por incluir elementos demais.
Num exemplo atual, o ato de invadir e permanecer em escolas públicas, demonstrando extremismo político, não estaria a salvo dessa lei. Um promotor severo poderia tentar enquadrar como terroristas os jovens que protestam contra a reorganização predial do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), sujeitando-os a pena de 16 a 24 anos de reclusão.
Os excessos não terminam aí. Também são despropositados e flertam com a inconstitucionalidade os mecanismos que pretendem punir crimes relacionados. A apologia ao terrorismo, por exemplo –no fundo um delito de opinião –, renderia de três a oito anos de reclusão; o financiamento ao terrorismo, definido em termos vagos, tem pena estipulada de 12 a 20 anos.
Vale lembrar que não há consenso internacional sobre o que seja organização terrorista. Na maioria dos países ocidentais, quem dá dinheiro ao Greenpeace é visto como alguém preocupado com o ambiente. Pelos padrões russos, essa pessoa estaria financiando o terror. De quais critérios nossos promotores e juízes se valerão?
As imperícias legislativas do projeto ficam ainda mais graves quando se considera sua inoportunidade. Qualquer ato terrorista imaginável já está coberto pela atual legislação penal brasileira.
Não se ignora a existência de pressão externa para o Brasil enrijecer as normas de combate ao terrorismo. São compromissos que o país assumiu em pelo menos 15 tratados e protocolos internacionais.
Nada obriga, porém, os parlamentares a aprovar, no calor das emoções despertadas pelos atentados em Paris, um projeto ruim e desequilibrado, que generaliza a suspeita sobre quase todo ato político sem concentrar-se numa efetiva prevenção ao terrorismo.

França oferece cooperar com Brasil para reduzir risco em Olimpíada


Gustavo Uribe - De Brasília

O governo francês ofereceu neste domingo (22) à presidente Dilma Rousseff os serviços de inteligência e informação do país europeu para reduzir os riscos de eventuais episódios de terrorismo nas Olimpíada e Paralímpiada de 2016 no Rio de Janeiro.
Em audiência com a petista, no Palácio da Alvorada, o ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, lembrou que as grandes facções terroristas, como a Al Qaeda e o Estado Islâmico, estão organizadas em nações do mundo inteiro e que os ataques em Paris, que deixaram 130 mortos no dia 13, poderiam ter acontecido em outros países.
Segundo ele, a França está à disposição do governo brasileiro para compartilhar com o Brasil as medidas de segurança tomadas diante dos atentados em Paris e abrirá seus serviços de inteligência para troca de informações com o governo federal sobre a movimentação de terroristas com o objetivo de "mitigar os riscos ao máximo".
"A resposta [aos ataques terroristas] deve ser dada em nível internacional. É evidente que, para o Brasil, é importante também a questão de segurança, e a França está à disposição", disse. "Nós temos de nos preocupar com essa questão da segurança de forma séria e estou convencido de que o necessário será feito", disse.
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, lamentou os ataques terroristas em Paris e disse que a troca de experiências entre os dois países para os jogos esportivos é "muito bem-vinda", uma vez que a França já realizou Copa do Mundo e Olimpíadas de Inverno.
Na semana passada, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que os órgãos de inteligência brasileiro estão atentos para organizações terroristas e para os chamados "lobos solitários", pessoas que agem individualmente inspirados em grupos radicais, mas sem necessariamente estar a serviço deles.
Em entrevista à imprensa, após almoço no Palácio do Itamaraty, o ministro francês defendeu ainda que a luta contra o Estado Islâmico seja "implacável" e pregou que, para isso, é necessário haver um esforço mundial para a aumentar a participação efetiva na coalizão internacional na Síria liderada pelos Estados Unidos.
"É necessário que as ações de segurança sejam adotadas de maneira dura e que trabalhemos para uma melhor solução política", disse o chanceler, que ressaltou que o governo francês discutirá nesta semana a coalizão com países como Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e Rússia.
A respeito da possibilidade de o Reino Unido se juntar ainda em dezembro à ofensiva aérea na Síria, o ministro francês realizou um aceno positivo em relação à eventual cooperação e lembrou que os "amigos britânicos estão totalmente solidários e se voluntariando na luta contra o terrorismo".
O premiê David Cameron deve propor a participação da Força Aérea Real nos bombardeios contra o Estado Islâmico no território sírio ao Parlamento do Reino Unido na próxima quinta-feira (26). Nesta segunda-feira (23), Cameron discutirá em Paris as estratégias de combate ao Estado Islâmico com o presidente francês, François Hollande.
COP 21
O chanceler ressaltou ainda que o governo francês reforçará a segurança na Conferência das Mudanças Climáticas, a COP21, que será realizada a partir do final deste mês em Paris.
Segundo ele, além da proibição de manifestações populares durante o encontro internacional, a França reforçará os efetivos de segurança tanto civis como militares para garantir a segurança de chefes de Estado de 140 países, entre eles o Brasil.
"A partir do momento que decidimos manter a COP21, nós temos de assegurá-la", disse. "Todas as delegações que pretendem ir a Paris estarão em um local protegido. Não estamos autorizando manifestações, que poderiam ocorrer. Tudo o que está dentro das salas está assegurado 100%, porque temos como controlar. A parte externa, no entanto, não temos como garantir integralmente a segurança", acrescentou.
O chanceler elogiou os esforços do Brasil para evitar mudanças climáticas e estipular metas internacionais de emissão de gás carbônico. Segundo ele, o país é um "ator histórico" e tem "papel importante" para que se chegue a um consenso na reunião internacional.
Ele elogiou o que chamou de "ambiciosa" e "exemplar" a proposta apresentada pelo Brasil na Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) de redução de gases estufa.
"É necessário que tenha sucesso em Paris. Como o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, mencionou, não existe Plano B, porque não existe Planeta B. Se não agirmos de forma rápida e eficaz, vamos ultrapassar o limite de gás carbônico e não há como correr atrás. Nem tudo será resolvido, precisaremos de mais conferências sobre isso, mas a França está em um momento de mudanças", disse.

Teste de droga terá de enviar fio de cabelo de motorista aos EUA


Rodrigo Russo

Para cumprir uma exigência legal, a partir de janeiro do ano que vem fios de cabelo de motoristas profissionais do país precisarão ser enviados para análise nos Estados Unidos –um negócio bilionário nos próximos anos.
A estimativa é que 2,4 milhões de procedimentos do tipo terão de ser feitos anualmente devido à controversa Lei dos Caminhoneiros -aprovada pelo Congresso e que, embora sancionada pela presidente Dilma Rousseff em março, tem sido criticada no próprio governo federal.
A lei vai obrigar todos os condutores das categorias C, D e E –incluindo caminhoneiros e condutores de ônibus– a passar por um exame toxicológico de larga janela de detecção. Enquadra-se nessa situação um contingente de mais de 13 milhões de motoristas profissionais no país (um terço deles autônomos).
O teste do fio de cabelo será obrigatório no momento de obter ou renovar a carteira de habilitação e, a partir de março, em toda admissão ou demissão desses motoristas.
O Contran (Conselho Nacional de Trânsito) estima um custo aproximado de R$ 400 por exame -correspondente a R$ 960 milhões por ano.
Esse procedimento permite verificar se houve consumo de drogas como maconha, cocaína e anfetaminas nos 90 dias anteriores à análise. Exames de urina, sangue ou saliva só detectam a utilização dessas substâncias em um período de no máximo cinco dias antes da coleta.
A lei e os regulamentos que detalham como esse teste deve ser feito ignoraram a realidade nacional: não existe laboratório brasileiro que tenha capacidade de fazer a análise dos fios de cabelo nessa escala e com a certificação exigida, emitida pelo Colégio Americano de Patologia.  
Assim, as empresas que hoje oferecem esse serviço na realidade apenas coletam material no país para encaminhá-lo a laboratórios nos EUA. O laudo com resultados é enviado de lá via internet.
"Não há dúvida de que houve um lobby por solicitação americana", diz Dirceu Rodrigues Alves Junior, da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).
A instituição é contrária ao exame toxicológico por considerar que ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo. "Além disso, não é crime ser usuário de drogas. O que não pode ocorrer é seu consumo no momento da condução veicular", afirma.
DINHEIRO PARA FORA
Na avaliação do próprio Ministério da Saúde, a adoção dessa medida não trará redução de acidentes ao país.
Indicado pelo governo Dilma como diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) e presidente do Contran (conselho que regulamenta os exames para obter ou renovar a CNH), Alberto Angerami também faz críticas ao texto aprovado.
"Não estamos em situação tão boa no país para mandar dinheiro aos Estados Unidos", afirmou à Folha.
"Tento não mexer no bolso do trabalhador. Foi com intenção de minimizar seus custos e de incentivar a concorrência que adiei a obrigatoriedade do exame para janeiro de 2016 [inicialmente era previsto para junho de 2015]. Gostaria que houvesse muitos laboratórios brasileiros oferecendo esse procedimento", afirma Angerami.
O mercado atualmente é dominado por três laboratórios associados a grupos americanos, que juntos respondem por 90% dos exames feitos no Brasil -polícias e Forças Armadas, além de empresas de aviação, já exigem que seus funcionários passem por esse procedimento.
O Ministério do Trabalho e Emprego publicou na semana passada portaria disciplinando como será feita a análise dos fios de cabelo nos casos de admissão e demissão de motoristas. Nessa esfera, os empregadores é que deverão custear os exames -diferentemente do que ocorre para renovar ou obter a carteira.
Um porta-voz da pasta declarou à Folha que é necessário desenvolver políticas públicas para esse setor de motoristas profissionais, pois 15% dos acidentes fatais de trabalho no país ocorrem em acidentes de caminhão.
ADAPTAÇÃO
Representante das três empresas que hoje dominam o setor, a Associação Brasileira de Laboratórios Toxicológicos prevê resolver após um ano duas das principais reclamações quanto ao exame de drogas em motoristas: seu custo e o fato de a análise ser feita nos Estados Unidos.
"Esse é um procedimento extremamente complexo, custoso, e só é possível mantê-lo quando feito em grande escala", disse Marcello Santos, presidente da Abratox.
De acordo com ele, hoje são feitos cerca de 40 mil exames toxicológicos por ano no país, número insuficiente para atrair investimentos.
Além disso, os laboratórios brasileiros ainda não têm acreditação forense, certificação que impede que os resultados da análise sejam questionados judicialmente. Por isso, os clientes preferem os diagnósticos dos EUA.
O presidente da Abratox diz que as empresas terão unidades laboratoriais no Brasil um ano após os procedimentos previstos pela Lei dos Caminhoneiros se tornarem obrigatórios -em 2017. Com mais de 200 mil exames por mês, avalia que o custo cairá de R$ 400 para perto de R$ 250.
"O mercado se ajusta. Aconteceu a mesma coisa com o teste do DNA nos anos 1990, quando eram feitos no exterior. Atualmente as análises já acontecem dentro do país", compara Santos.
Para o presidente da Abratox, o mais importante é debater o mérito da questão. "A pergunta fundamental é: isso trará mais segurança? A resposta é sim. Atualmente, há altíssimo uso de estimulantes ilegais entre os motoristas brasileiros, e o teste os impedirá de circular."

Ataques em Paris geram discórdia sobre comunicação criptografada


Bruno Scatena De São Paulo

Os ataques de Paris, que deixaram 130 mortos, reacenderam o debate sobre o uso da criptografia nas comunicações digitais.
Defendidas por quem deseja evitar o monitoramento governamental, as mensagens cifradas podem ajudar grupos radicais a planejar ataques, vêm repetindo oficiais de órgãos de segurança.
Na semana passada, começaram a surgir notícias de que integrantes da milícia radical Estado Islâmico teriam usado a tecnologia para coordenar o massacre na França.
O diretor da CIA, John Brennan, veio a público criticar o fortalecimento da criptografia entre as empresas de tecnologia do Vale do Silício. E a informação, não confirmada, de que a polícia da Bélgica encontrou um PlayStation 4 em um dos locais onde a ação teria sido planejada levantou suspeitas até sobre o videogame –o aparelho tem uma rede de comunicação interna entre os jogadores.
O problema, que irritou defensores das ferramentas criptográficas, é que não havia evidências suficientes de que isso fosse verdade, embora o uso da criptografia para esse fim seja possível.
"Hoje, muitas fórmulas de criptografia são públicas e seguras", diz o pesquisador da Unicamp Roberto Gallo, cientista-chefe da empresa de segurança Kryptus.
"Só é preciso um desenvolvedor para pegar essas informações e construir uma ferramenta desse tipo."
O Telegram, aplicativo rival do WhatsApp criado pelo russo Pavel Durov, alardeia ser uma ferramenta mais segura por dois motivos principais: ter um sistema de codificação mais difícil de ser quebrado e disponibilizá-lo para verificação pública.
A principal diferença da ferramenta, usada por 60 milhões de pessoas, é oferecer os chats secretos, opção que aumenta o nível de segurança e que faz a verificação da identidade dos usuários.
Criador do app apontado como "predileto" do Estado Islâmico, Durov chegou a reconhecer que sua ferramenta poderia ser usada para o terror. Para ele, esse seria o preço a se pagar pela privacidade de usuários legítimos.
A relativa facilidade para usar essas ferramentas não significa que a comunicação cifrada ajudou terroristas a atingir a capital francesa.  
O jornalista Glenn Greenwald, primeiro a revelar os dados coletados pelo ex-analista da NSA Edward Snowden, em 2013, e crítico de órgãos de segurança, recomenda cuidado com rumores desse tipo. "Os Estados Unidos já falam há 20 anos que terroristas estariam usando meios criptográficos sofisticados", disse à Folha. "Mas não há nenhuma evidência de que as pessoas que atacaram Paris usaram a internet, ou a criptografia."
Greenwald diz que esse tipo de tecnologia vira um alvo mais visado por agências de inteligência na medida em que empresas como Apple, com o Facetime, e o Google, com uma extensão para o navegador Chrome, adotam sistemas "end-to-end". Neles, nem mesmo as companhias podem acessar a comunicação.
A mensagem sai codificada e chega à outra ponta ainda cifrada, o que dificulta o monitoramento –até mesmo se instituições de vigilância pressionarem empresas a entregarem dados de usuários.
"Agências como a CIA, NSA [americanas], MI6 [britânica] estão recebendo muito dinheiro e poder para antecipar ataques terroristas. Elas fracassaram. Então, claro, estão tentando culpar qualquer outra coisa", disse Greenwald.
Para Gallo, é preciso usar modelos diferentes de criptografia, já existentes, para equilibrar segurança e privacidade. Em um deles, chaves criptográficas são entregues a vários "fiadores", que podem ser juízes e parlamentares, por exemplo. O código só poderá ser aberto se houver um quórum mínimo.
"É um consenso matemático. Isso tira a possibilidade de a decisão de monitorar alguém possa ser tomada unilateralmente", afirma.
A CRIPTOGRAFIA DE CADA APP
WHATSAPP
O aplicativo só criptografa completamente as mensagens enquanto elas estão em trânsito, ou seja, sendo enviadas. Em 2014, foram anunciadas medidas de codificação mais rigorosas, mas elas só estão disponíveis para Android e não atingem mensagens em grupos, por exemplo
MESSENGER
Assim como o WhatsApp, o app do Facebook apenas criptografa mensagens em trânsito. Outra ponto comum é que, se a conta for invadida, as informações trocadas com contatos podem ser acessadas
FACETIME
Tem uma criptografia "end-to-end", que protege mensagens e impede inclusive o servidor (no caso, a Apple) de acessar as informações. Além disso, as conversas anteriores não podem ser vistas
TELEGRAM
O app, conhecido popularmente como o WhatsApp russo, tem uma opção chamada "secret chats", na qual há a criptografia de todas as mensagens e a verificação da identidade dos usuários. O código do app ainda é aberto para ser checado por organizações independentes
SNAPCHAT
O app é tido como seguro para a privacidade, pois apaga as mensagens trocadas. Contudo, sua tecnologia de segurança só criptografa o conteúdo em trânsito, que pode ser acessado pelo provedor
SKYPE
A ferramenta de chamadas de vídeo da Microsoft tem a mesma tecnologia que os rivais. Mas não passou por auditoria independente, nos últimos 12 meses, para que seu código e sua codificação fossem checados

JORNAL DIÁRIO DE PERNAMBUCO


Editorial: surto de casos de microcefalia exige ação urgente

A suspeita é que a microcefalia seja provocada pelo Zika Virus, transmitido pelo Aedes aegypti, o vetor da dengue

O avanço da microcefalia no Nordeste tem deixado as autoridades de saúde do Brasil em estado de alerta máximo. Já são 399 casos diagnosticados em sete estados da região e os números do Ministério da Saúde mostram que o surto da doença é muito pior do que se imaginava. Até então, acreditava-se que o problema era concentrado em Pernambuco. Há aqui a maior quantidade (268), mas é praticamente consenso entre especialistas do ministério que o número se deve ao fato de o estado ter agido rápido na identificação e notificação dos casos. Existe um temor entre os técnicos de que a subnotificação pode ser grande em estados como Paraíba, Piauí e Alagoas, onde os indicadores sociais são menos favoráveis e há enorme escassez de médicos do interior que fazem pré-natal. Daí a convicção do próprio ministério de que a doença vai se expandir. O que se configuraria um quadro de epidemia.
A microcefalia é uma anomalia no desenvolvimento do cérebro do bebê. Até pouco tempo desconhecida por boa parte das mulheres gestantes ou com interesse em engravidar, a doença consiste em uma malformação congênita em que crianças nascem com a circunferência craniana igual ou menor que 33 centímetros. Em 90% dos casos, o desenvolvimento mental é comprometido. A suspeita é que a microcefalia seja provocada pelo Zika Virus, transmitido pelo Aedes aegypti, o vetor da dengue. No ano passado, o Brasil registrou 147 casos da doença.
O temor se espalhou na região depois que o Ministério da Saúde decretou estado de emergência sanitária no Brasil. Uma busca desenfreada por informações sobre a rara condição neurológica tem lotado ambulatórios, consultórios particulares e postos de saúde. Na última sexta-feira, houve reunião em Salvador com todos os secretários de Saúde do Nordeste. Todos defenderam a necessidade do apoio das instituições científicas para o desenvolvimento de novos métodos de controle do vetor da dengue, além da necessidade de se criar um fundo nacional emergencial para aplicação exclusiva no combate às doenças transmitidas por mosquitos (arboviroses).
O sinal de alerta também se estendeu ao Congresso Nacional. Uma comissão coordenada pelos deputados Osmar Terra (PMDB-RS), coordenador da Frente Nacional da Saúde da 1ª Infância, e Zeca Cavalcanti (PMDB-PE), da Comissão de Seguridade Social, se reuniu com representantes do ministério. A comissão ouviu relatos e viu de perto a preocupação dos técnicos diante do quadro atual. E decidiu percorrer os estados. Os parlamentares acreditam que deve haver uma mobilização maior para enfrentar o problema. Defendem que seja criada uma força-tarefa com a participação das Forças Armadas, Polícia Militar e Civil, para combater o mosquito vetor.
A comissão começa o trabalho de acompanhamento por Pernambuco. Nesta segunda-feira, o governador do estado, Paulo Câmara, e o secretário estadual de Saúde, Iran Costa Júnior, vão se reunir com Osmar Terra e Zeca Cavalcanti para conversar sobre as investigações aqui. A secretaria estadual de Saúde já lançou um protocolo de atendimento para esses casos. O estado já se comprometeu em cuidar do problema de forma efetiva. Trata-se de um momento grave. E que exige ação decisiva do governo federal, a quem cabe a gestão das políticas públicas do país.

JORNAL FOLHA DE PERNAMBUCO


Rebelo: Brasil já monitora riscos


Por Marcelo Montanini

Apesar das dúvidas que os recentes atentados terroristas provocaram a respeito da segurança nas Olimpíadas Rio 2016, o ministro da Defesa Aldo Rebelo (PCdoB) afastou o risco de atentado durante o megaevento. Em entrevista à Folha de Pernambuco, Rebelo destacou a experiência brasileira em sediar eventos de grande porte. E assegurou que o País adotará no megaevento todos os procedimentos e protocolos necessários à redução dos riscos, para a proteção dos atletas, comissões técnicas, turistas, jornalistas e chefes de Estado.
O senhor acredita que o Brasil, durante as Olimpíadas Rio 2016, corre risco de sofrer atentado terrorista?
Tradicionalmente, o Brasil não faz parte do cenário de conflitos. Mas, ressalto que o esquema de segurança do País já considera e monitora os riscos e ameaças.
Após os recentes atentados e apesar de não sofrer ameaças diretas, o Brasil tomará alguma medida prática para evitar atentados?
O Brasil adotará para as Olimpíadas todos os procedimentos e protocolos necessários para a redução dos riscos e para a proteção dos atletas, comissões técnicas, turistas, jornalistas e chefes de Estado durante os Jogos Rio 2016.
Haverá algum esquema diferenciado – por causa dos últimos atentados – para vigiar as fronteiras e aeroportos brasileiros? Ou será o mesmo esquema praticado em megaeventos?
O Ministério da Defesa vem adquirindo importante experiência em ações de enfrentamento ao terrorismo para grandes eventos, em integração com o Ministério da Justiça e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Já cuidamos da segurança dos Jogos Pan-Americanos, em 2007; Jogos Mundiais Militares, em 2011; Rio+20, em 2012; Copa das Confederações, em 2013 Jornada Mundial da Juventude, com a visita do Papa em 2013; e a Copa do Mundo, em 2014. O conhecimento adquirido está em constante processo de aperfeiçoamento, inclusive com intercâmbio com outros países, para ampliar e melhorar as ações, processos e protocolos necessários para garantir a plena segurança para a realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.
A atual Lei Antiterrorismo que tramita no Congresso Nacional é eficaz no combate ao terrorismo transnacional?
O esforço do governo e dos legisladores é na busca de uma norma que coíbe ameaças e práticas terroristas, preservando as liberdades e direitos fundamentais.

PORTAL CAMPO GRANDE NEWS


Internautas mobilizam redes sociais e arrecadam donativos para cidades mineiras


Flávia Lima

A tragédia que se abateu sobre as cidades de Mariana e Governador Valadares, depois que uma barreira da mineradora Samarco se rompeu, destruindo o Rio Doce e inviabilizando o consumo de água potável em várias regiões mineiras, tem mobilizado internautas de Campo Grande, que através das redes sociais vem procurando despertar o espírito de união, especialmente entre os jovens.
Uma das páginas mais recentes, é a “Solidariedade Mariana e Governador Valadares”, criada pela estudante de Pedagogia, Luana Alves, que em menos de uma semana já conseguiu arrecadar 150 litros de água.
A estudante conta que teve a ideia a partir do atentado terrorista que matou mais de 100 pessoas em Paris, há uma semana. “Não adianta colocar foto colorida se aqui a gente não fizer nada”, disse. Ela acredita que antes do atentado a população não estava tão atenta a tragédia das cidades mineiras, atingidas pela lama com rejeitos de minério, que já está chegando ao Espírito Santo. O incidente aconteceu dia 5 de novembro.
Em sua página, ela pede as doações de galões ou garrafas de água de qualquer tamanho. Luana entrou em contato com coordenadores de campanhas em Minas, para saber para onde e qual o melhor meio para enviar as doações.
Como o envio é o mais complicado do processo, ela se uniu a outras três pessoas que também mantém campanhas virtuais. “Vamos arrecadar primeiro, depois pensamos em uma maneira. Nem que seja para dividirmos os gastos de uma transportadora”, diz
Enquanto recebe os galões e garrafas, que podem ser doados até dia 30, ela já providenciou a remessa da primeira semana da campanha. Em contato com integrantes do movimento MS Drum, formado por bateristas, ela conseguiu que seus donativos sejam enviados junto com as doações arrecadadas pelos músicos, que também estão trabalhando em prol das famílias mineiras que moram nas cidades atingidas.
O grupo fará um ensaio geral na Praça do Papa, nesta segunda-feira (23), a partir das 17 horas e a praça servirá como ponto de arrecadação para as famílias desabrigadas. O evento, que acontece anualmente, reúne bateristas que fazem ensaios a céu aberto na cidade.
Segundo Luana, o transporte dos donativos será pago por dois vereadores da Capital. “Nós também mandamos um ofício para a Base Aérea, mas precisaríamos ter uma grande quantidade de donativos para que eles enviassem”, ressalta.
Ainda de acordo com a estudante, os internautas que criaram campanhas virtuais estudam montar um ponto de arrecadação de água mineral em alguma praça ou parque da Capital, nos próximos dias, para receber doações da população.
Além de Luana, o movimento é coordenado também pela Analista de Suportes, Laís Gasparetto Triches. “Estamos em contato com várias pessoas que também criaram campanhas a parte para nos juntarmos e enviar todo o material doado de uma vez, toda ajuda será bem-vinda”, diz Luana.

REVISTA ISTO É


Desafio olímpico

Embora o Brasil não seja visado pelos agentes do terror, o fato de sediar o maior evento esportivo do mundo o coloca como potencial cenário para as covardias jihadistas

Mário Simas Filho

Os atentados ocorridos na França colocam ao Brasil um desafio enorme. Depois da trágica sexta-feira 13 de novembro, em Paris, o evento capaz de atrair a atenção de todo o planeta tem nome, data e local definidos: Jogos Olímpicos de 2016, em agosto, no Rio de Janeiro.
É certo que antes disso teremos a COP 21 na França, no mês que vem, com a presença de mais de 100 chefes de Estado, mas trata-se de um encontro que não chega aos pés de uma Olimpíada quando se tem na alça de mira o apelo popular e a visibilidade planetária. Nos jogos do Rio de Janeiro estarão presentes 10,5 mil atletas representando 205 países, 500 mil turistas estrangeiros e audiência global estimada em quatro bilhões de pessoas.
O cenário perfeito para quem quer ser visto ou produzir ações que disseminem o pânico. A Olimpíada por si só já fornece números superlativos, e acrescente-se a eles o fato de o Brasil não ter em sua agenda diária a preocupação com atos de terrorismo, muito menos a convivência com homens-bomba, embora tenhamos na violência uma de nossas principais mazelas.
Embora o Brasil não seja visado pelos agentes do terror, o fato de sediar o maior evento esportivo do mundo o coloca como potencial cenário para as covardias jihadistas. Não vamos nos esquecer que os Jogos de Munique, em 1972, e de Atlanta, em 1996, foram usados por terroristas. Portanto, depois do 13 de novembro, o desafio que se impõem a nossos agentes de segurança ganhou uma nova dimensão. Como garantir a integridade de tantos atletas e torcedores? Será possível terminar o evento com a imagem de um País pacifico e capaz de ser tolerante, de conviver com a diversidade e de ser implacável na defesa dos valores ditos civilizatórios?
Para fazer do limão uma limonada, precisamos mais que o treinamento específico aos nossos policiais. Com rapidez, as autoridades brasileiras precisam se mostrar capazes de ter acesso e unificar informações em poder dos mais eficientes serviços de inteligência do mundo. Afinal, a informação prévia é a única arma que em tese pode conter alguém capaz de se explodir em nome de uma causa. Sem abrir mão de sua autonomia, os brasileiros precisam demonstrar capacidade de articulação para promover políticas de prevenção que reúnam em um só esforço interesses difusos e contraditórios e colocar sob seu comando os agentes de diversas culturas e nacionalidades.
Até aqui, no que se refere aos Jogos Olímpicos, o Brasil, e particularmente o Rio de Janeiro, vêm surpreendendo por ações absolutamente positivas. Não há informação sobre desvios de recursos e boa parte das obras encontra-se absolutamente dentro do calendário estabelecido. Nada além da obrigação, mas muito se considerarmos o que ocorreu com a preparação para a Copa no ano passado. Agora, é torcer por medalhas nas arenas esportivas e por eficiência e competência extra jogo.

JORNAL TRIBUNA DO NORTE (RN)


Portões Abertos atrai famílias e turistas a Base Aérea neste domingo


Sara Vasconcelos

Até às 16h deste domingo (22), a população terá a oportunidade de conhecer de perto as aeronaves e equipamentos usados em operações militares pela Força Aérea Brasileira de Natal, assistir a sobrevoos e apresentação de paraquedismo e rapel. O evento "Portões Abertos" na Base Aérea de Natal, iniciado às 9h, atrai muitas famílias, turistas e amantes da aviação.
Como a assistente social Caroline Milão, de 25 anos que veio com o marido e a filha, Lara, de 4 anos para conhecer as novidades. A família vem todos os anos ao evento. "Adoro aviação e acho uma oportunidade bacana de conhecer os modelos [de aeronave], ter uma programação diferente em família. Trago minha filha para ela também já ir aprendendo a gostar", conta.
As amigas Hellen e Mirley Pinheiro  vieram de Santa Cruz, cidade distante 100 km de Natal só para participar do Portões Abertos. O show de paraquedismo é o mais aguardado por elas, diz Hellen, que planeja começar a praticar. "É a primeira vez que venho e estou curiosa. Trouxe meu filho de 5 anos para ver um avião bem de pertinho e ele tá animado", completa Mirley Pinheiro.
A programação do evento conta ainda com apresentações artísticas e culturais, apresentação infantil da peça do Frozen, encerrando com show do cantor Waldonys. O espaço dispõe de praça de alimentação e parquinho inflável, além de stands vendendo artigos militares e infantis.

A entrada do “Portões Abertos” é franca, mas a equipe organizadora do evento estará coletando 1 quilo de alimento não perecível para quem desejar doar para instituições de caridade.

Serviço:

Abertura dos portões: 9 h
Show do Waldonys: 16 h
Fechamento dos portões: 16 h
Término do evento: 17 h

Atrações aéreas:
Exposição estática de aeronaves da FAB;
Grupo Falcões de Paraquedismo (CDA/FAB), lançados por aeronaves C-95 Bandeirante do Esquadrão Rumba;
Demonstração de rapel com helicópteros H-50 Esquilo do Esquadrão Gavião;
Apresentação de aeromodelismo da União Norte-Riograndense de Aeromodelismo e Helimodelismo (UNAH);
Salto de paraquedas do cantor e compositor Waldonys, direto no palco do Portões Abertos.




REVISTA VEJA


“O combate está errado”

O especialista da Força Aérea dos EUA diz que os drones representam a maior inovação bélica desde a I Guerra, mas, sozinhos, são insuficientes para neutralizar os assassinos do Estado Islâmico

Há doze anos, o oficial da Força Aérea americana Mark McCurley tirou o traje de piloto para se apresentar como voluntario de uma divisão nova e malvista, a Predator, a principal equipe de veículos aéreos não tripulados (os vants) dos Estados Unidos – o termo “drone” é, para ele, apenas a designação das versões comerciais desses aparelhos. Em seu livro Hunter Killer (Caçador de Assassino), lançado em outubro nos EUA e, agora, McCurley, hoje tenente-coronel reformado da Predator, narra como o programa passou a ser valorizado e se tornou uma eficiente arma contra o terrorismo. Na entrevista a seguir, ele também analisa quais seriam as melhores estratégias pêra enfrentar o Estado Islâmico (EI), grupo Poe trás dos ataques a Paris no ultimo dia 13.

Os vants foram responsáveis pela maior parte das mortes de líderes terroristas nos últimos anos. Uma dessas aeronaves matou o notório Jihadi John. Elas significam o fim do terrorismo?
Nossos inimigos apelidaram os vants de Diabos Brancos. Só é possível saber que eles estão voando lá em cima na hora em que se vê o míssil chegando ao alvo. Alimentamos um medo crescente nos terroristas, principalmente quando começamos a eliminar seus líderes. Foi o tiro de um vant comandado por mim que matou Anwar al Awlaki, em 2011, líder da Al Qaeda e então o terrorista mais procurado do mundo. Hoje, nossos inimigos, como os do EI, felizmente têm de tomar o maior cuidado ao planejar suas ações. Afinal, eles não sabem quando estão sendo observados do céu. Passamos meses rastreando o dia a dia de um alvo, coletando informações. Se fica claro que o alvo decidiu executar um ataque a civis ou aos nossos militares, atiramos.

Mesmo assim, ocorrem tragédias como a de Paris. Não é hora do mudar a estratégia? Sozinhos, os vants são tem a solução. Eles ajudam a isolar o inimigo, geograficamente, ao máximo. Entretanto, é indiscutível que o EI, por exemplo, não para de espalhar tentáculos peIo planeta. Isso prova que o plano de combate está errado. Neste momento, ataques aéreos de grande magnitude, como os executados pelo Estados Unidos e pela Europa, servem quase que somente para aparecer na mídia, mostrar que alguma ação é realizada. Estão longe do suficiente.

O presidente americano Barack Obama, porém, anunciou na semana passada que não cogita enviar, neste momento, mais tropas terrestres para conter o EI na síria. Não seria esse o melhor plano para exterminar a ameaça? Colocar nosso exercito lá se provaria uma solução temporária. Sim, conseguiríamos conter o inimigo. Mais que isso, temos de mostrar a ele que haverá consequências. A falta de uma resposta dura de Obama pode ser interpretada pelos terroristas como sinal de que não haverá retaliação, o que os incentiva a planejar outros ataques em massa como o de Paris. Infelizmente, prevejo um futuro tenebroso para a Europa se não tomarmos, agora, uma atitude real contra o EI. Por outro lado, o Terror continuaria a se espalhar de outras formas. Essa é uma das características do terrorismo.

O que fazer para contê-los? No momento, a atitude urgente que falta é monitorar adequadamente as fronteiras de nações ocidentais. Nos EUA, temos cuidado. Não é simples atravessar o limite entre a América Latina e nosso país, o que facilita também a contenção do Terror. Mesmo assim, o FBI calcula que haja 600 membros do EI escondidos aqui. Na Europa, é bem pior. Lá, as fronteiras são abertas. Eu, americano, atravesso países como Alemanha e França sem ser parado nem sequer uma vez. Terroristas se aproveitam da fragilidade para invadir países europeus. Algumas vezes, trajados como refugiados. A longo prazo, é a diplomacia, não nosso poderio militar, que pode acabar de vez com o extremismo mulçumano. É necessário convencer nações árabes, centros da doutrina islâmica, principalmente a Arábia Saudita, a se posicionar com empenho contra os terroristas. Elas precisam entrar de fato nessa batalha, dando fim não só a um ou outro grupo, mas às bases ideológicas usadas por esses bárbaros radicais.

Foi por patriotismo que o senhor decidiu ser militar? De forma alguma. Diferentemente do que leva a crer o senso comum, a maioria dos militares americanos não é de patriotas, no sentido literal da palavra. Somos muito críticos ao governo. Decidi dedicar minha vida a Força Aérea para colaborar no combate ao Terror. Mais que ameaçarem um ou outro país, terroristas agridem a democracia. Não aceitam que tenhamos liberdade, seja no Ocidente ou no Oriente. Entrei na briga em defesa de minha liberdade, de minha família e de meus iguais.

Em seu livro o senhor ressalta que a Força Aérea e o Exercito viam o programa de vant com desprezo quando se apresentou como voluntário para ele, em 2003. Como mudou a percepção negativa? Os pilotos se enxergavam como os bacanas do filme Top Gun, batalhando nos ares contra outros caças. Esse tipo de confronto só foi decisivo para o domínio estratégico dos ares na I Guerra Mundial. De lá pra cá, o combate ar-ar entre dois caças foi aos poucos se tornando raro. A idéia de ser piloto de um vant operando a milhares de quilômetros da batalha, era arrasadora para quem sonhava em ser um ás da aviação de guerra. Por essa razão muitos rejeitaram o Predator.

Por que optou por trocar os caças pelos drones? Em 2003 a Força Aérea não tinha idéia de como usaria os vants. Entretanto, para mim era evidente que estava ali o futuro da guerra. Mas para provar nosso valor era essencial fazer algo espetacular.

Fizeram esse “algo espetacular”? em 2005, um dos nossos pilotos cujo o apelido é Droopy, entrou na briga para salvar um batalhão emboscado por terrorista no Iraque. Droopy era piloto de F-16 antes de ingressar na Predator. Ele não queria ficar oito horas por dia olhando para uma tela só assistindo ao combate. Naquele tempo, ativavam-se os vants quase que exclusivamente para espionar e determinar a localização de inimigos. Droopy viu que uma patrulha nossa havia caído em uma armadilha e estava completamente cercada. Ele disparou os dois mísseis Hellfire do vant que operava e acabou com a emboscada. Essa ação mostrou nosso potencial para poupar a vida de nossos soldados e caçar terrorista. Foi assim que entramos para valer no campo de batalha.

Como os drones transformaram os combates? Os veículos aéreos não tripulados são a maior revolução no campo de batalha desde a introdução das primeiras aeronaves militares, nos anos 1910, verdadeiramente atuantes a partir da I Guerra Mundial. Ao lado da artilharia os caças tornaram-se a principal escolha de armas quando se precisa atingir alvos a longa distância. Um século depois, os vants apareceram como a alternativa mais certeira, difícil de ser detectada, e que pode eliminar alvos com menor possibilidade de danos colaterais, aumentamos a eficácia das missões e diminuímos as perdas.

O senhor vê futuro no uso pacifico desses aparelhos? Fazer a guerra é só uma das funções dos vants, há organizações utilizando-os para fins humanitários. Drones foram aplicados para localizar pessoas em meio às inundações provocadas pelo furacão Katrina, em 2005, em Nova Orleans. Na indústria são diversos usos. A Amazon e outros já testam drones para a entrega de encomendas.

O drone recreativo que caiu por imperícia do piloto nos jardins da Casa Branca, em janeiro, em Washington, poderia facilmente ter sido adaptado para transportar uma bomba. Os terroristas podem uma dia usar drones? O que devemos fazer é regular e controlar o uso desses aparelhos tendo sempre a segurança em mente. Esse é o maior desafio contemporâneo da FAA (orgão responsável pela aviação americana). Primeiro, é preciso diferenciar os drones de um vant, como o Predator das operações da Força Aérea, que tem o tamanho de um monomotor Cessna Skylane. Essa distinção, embora seja evidente, ainda não existe na letra da lei. Segundo, o governo tem de regular o uso dos drones, algo que não será feito por associações independente, muito menos pelas empresas que os vendem. Eles representam perigo. É claro que podem ser usados para executar ataques terroristas. Temos de organizar o comércio dessas novas tecnologias. Não proibi-las.

Alguns críticos dos vants dizem que eles tornam matar o inimigo uma ação fria e distante e, assim, podem “desumanizar” o combatente. O senhor concorda? Essa visão é completamente incorreta. Primeiro, a distancia não torna mais fácil matar. Acredito que a grande maioria dos seres humanos, como eu, tenha repulsa à idéia de tirar a vida de alguém. Infelizmente, no Exército há essa necessidade. Agora, apenas porque não corremos risco fizico ao pilotar um vant, supõem que se torna menos emocional a obrigação de assassinar. Digo o contrário. Em uma caça, nem sabemos que é o alvo. Um soldado em campo também cria menor laço emocional com a vítima. Afinal, chega para o combate, faz o que tem de fazer e vai embora. Em ambos os casos, os combatentes são treinados para executar seu trabalho com profissionalismo, sem muito lugar na mente para sensações de culpa ou de pena. Quando voltam para casa, passam por um período de descompressão em que as questões psicológicas, como os choques estressantes são devidamente tratadas. Os pilotos da Predator, por seu turno são obrigados a se envolver com o alvo de uma maneira muito mais próxima. Para começar, eles o seguem durante meses pelas lentes do vant. Passam a saber tudo sobre o sujeito que eventualmente vão matar. Sabem a que horas ele acorda, como se relaciona com a família, que lugares frequenta. É uma relação próxima demais. Eu já me vi na situação de ter de eliminar um alvo no momento em que ele falava com a mulher pelo celular. Depois disso, não tive tempo para refletir, fui para casa. Minutos depois de executar o terrorista, eu estava brincando com meus filhos. Tive de digerir aquela morte no caminho entre a base e a minha casa.

Já existe uma tecnologia digital que decide no lugar dos pilotos se o vant deve matar, analisando o dano colateral aceitável conforme o valor estratégico do alvo? Sim, esta em estudo. Só que utilizar algoritmos para resolver esse tipo de questão seria um erro enorme. Se começássemos a implementar isso, aí, sim, desumanizaríamos nosso trabalho, com consequências terríveis. Deixaríamos de ser humanos em conflito para virarmos exterminadores frios, como os do filme com essa palavra no titulo. Hoje, antes de apertar o gatilho é preciso ter aprovação de superiores militares e das autoridades de segurança. Em algumas situações é necessário obter a aprovação até do presidente dos Estados Unidos. O envolvimento de mais pessoas na tomada de decisões diminui a possibilidade de erros. Nenhuma máquina pode ter o poder de vida e morte sobre os seres humanos.

O senhor conta no livro que em 2004, no Afeganistão, teve no alvo o terrorista Osama bin Laden (morto por tropas especiais em 2011, no Paquistão), mas a autorização para atirar não veio. O que houve? Tenho convicção de que se tratava mesmo de Bin Laden. Estava com os trajes típicos. A altura, o comportamento e a escolta o denunciavam. Meus superiores políticos não se convenceram e abortaram a missão. Senti-me frustrado ao ver Bin Laden indo embora. Penso que foi mais uma decisão política do tipo que atrapalha o andamento da guerra.

Uma sombra sobre a Europa


“Se esse deus por quem vocês matam cegamente nos criou à sua imagem, cada bala no corpo de minha mulher deve ter sido uma ferida no coração dele. Por isso eu não vou lhes dar o presente de odiá-los. Vocês bem que se esforçaram, mas responder ao ódio com cólera seria ceder à mesma ignorância que fez de vocês o que são.” Essa mensagem foi divulgada nas redes sociais pelo jornalista francês Antoine Leiris, cuja mulher, Hélène, foi assassinada pelos terroristas do Estado Islâmico (EI) na casa de shows Bataclan, em Paris, em 13 de novembro. A comovente postura de Leiris expõe a dimensão do abismo que separa a civilização francesa do barbarismo dos terroristas do EI. Se Paris sempre foi a celebração da vida, Raqqa, a capital do EI, sedia a adoração da morte. Como provam os atentados, contudo, esses dois mundos não podem existir separadamente, uma vez que o EI quer destruir completamente o primeiro. O desafio que espera os franceses e todos os demais povos do mundo é enfrentar esse mal sem igualar-se a ele. Será inevitável que o governo da França e o da Bélgica, de onde saíram os terroristas, aumentem a vigilância sobre seus cidadãos para flagrar criminosos antes que estes cometam novos atos de covardia. Em uma pesquisa do jornal Le Figaro, 84% dos franceses afirmam que aceitariam uma redução das suas liberdades em nome de mais segurança. Também será imperativo uma mão mais pesada contra o EI na Síria e no Iraque. Na última semana, o número de pedidos de alistamento recebido pelo site das Forças Armadas francesas triplicou. Foi uma surpresa, pois geralmente há dificuldade para preencher as fileiras. Quando se trata de defender seus valores e estilo de vida, os franceses nada temem.

Na noite do dia 13, três grupos de terroristas armados com rifles, granadas e bombas presas ao corpo assassinaram 129 pessoas, de dezenove nacionalidades, nos arredores do estádio Stade de France, no Bataclan – onde morreu a esposa de Leiris -, em um restaurante e em cafés na cidade. Cerca de 6% das vítimas eram muçulmanas, algo próximo da porcentagem da população que professa a religião islâmica no país. Foi o mais letal atentado terrorista na história da França. Na madrugada da quarta-feira 18, um quarto grupo de assassinos, que preparava um novo atentado no bairro La Défense, foi desmantelado por 100 policiais na região de Saint-Denis. No enfrentamento com a polícia, morreu o belga Abdelhamid Abaaoud, o mentor dos atentados. Uma mulher-bomba se explodiu para não ser presa. Ela e os outros terroristas carregavam no corpo artefatos feitos com TATP, sigla para triperóxido de tríacetona, produto químico que pode ser obtido a partir de artigos para clarear o cabelo. Uma bomba dessas, apelidada de “mãe de satã”, é muito instável e pode ser detonada injetando-se diretamente no colete um simples creme de beleza - várias seringas foram encontradas em um dos quartos alugados pelos terroristas antes dos ataques.

Na semana passada, o presidente François Hollande anunciou medidas para dificultar o retorno de cidadãos franceses que foram lutar com o El na Síria. A polícia tem poder para prender um membro do EI, mas é difícil provar em um tribunal que um suspeito realmente integrou o grupo. Em fevereiro, o governo iniciou uma campanha na internet para combater a ideologia do EI. Os vídeos mostram jovens sendo recrutados nas redes sociais. Em seguida, aparecem mensagens de alerta: “Você descobrirá o inferno na terra” e “Você morrerá sozinho longe de casa”. Os imãs das grandes mesquitas também vêm se pronunciando contra o Ele os ataques. “Eles têm obrigação de liderar uma campanha contra os terroristas”, diz o cientista político libanês Robert Rabil, da Florida Atlantic University.

O fantasma do terror também ronda a Alemanha. Na terça-feira 17, uma partida de futebol entre Holanda e a seleção da casa na cidade de Hannover foi cancelada e o estádio, evacuado. Informações da Inteligência indicavam que havia planos de plantar bombas no local. Uma decisão difícil, talvez a mais difícil, escolher entre liberdade e segurança”, afirmou a chanceler alemã Angela Merkel. Também na semana passada,-membros do EI divulgaram vídeos ameaçando as cidades de Washington e Nova York, com imagens de um terrorista preparando uma bomba. “A infraestrutura de apoio do EI na Europa, nos Estados Unidos e possivelmente na América do Sul já foi consolidada. Quanto mais acuados eles se sentirem no Oriente Médio, mais ataques ocorrerão em outros locais, e, quanto mais o Ocidente esperar para destruí-los, maior será o preço a pagar”, diz Mordechai Kedar, um ex-oficial da Inteligência israelense.

Os bombardeios contra o EI no Iraque começaram em agosto de 2014 e, no mês seguinte, na Síria. Foram realizados mais de 8000. Um ano depois, a Rússia iniciou sua ofensiva. Faltava, contudo, um objetivo comum. A Rússia entrou para proteger o ditador sírio Bashar Assad. Os Estados Unidos desejam eliminar o EI. A Turquia quer destruir as milícias curdas porque teme as aspirações separatistas dessa etnia, cuja população se espalha pelo território turco, iraquiano, sírio e iraniano. Os países da Península Arábica temem a influência crescente do Irã, o país que mais tem mandado soldados para a Síria. No Ocidente, contudo, o envio de tropas é um assunto tabu. “Não há consenso sobre quem se envolveria em uma ofensiva por terra ou quem a comandaria”, diz o historiador americano-paquistanês Saeed Ahmed Khan, da Universidade Wayne, em Detroit.

Os atentados em Paris e a postura mais firme do presidente Hollande, que tem pregado a formação de uma grande e ampla coalizão para uma guerra contra os radicais, mudaram levemente o cenário. No domingo 15, o presidente americano Barack Obama e o russo Vladimir Putin conversaram nos bastidores da reunião do G2O na Turquia sobre uma possível aliança para coordenar os ataques. Pela primeira vez, Moscou informou Washington sobre os locais na Síria onde soltaria bombas, demonstrando uma inédita boa vontade. O bom comportamento de Putin também é uma reação à comprovação de que o EI está por trás do atentado contra um avião comercial da empresa Metrojet, em que morreram 224 pessoas, principalmente turistas russos. Na semana passada, o EI divulgou uma foto dos utensílios usados para produzir a bomba que explodiu na aeronave. O artefato teria sido feito em uma lata de água tônica. Os assassinos querem amedrontar o mundo. Mas o maior efeito de seus crimes, até agora, foi aproximar as nações em torno de uma causa comum.


OUTRAS MÍDIAS


SENADORA ANA AMÉLIA


Parlamentares visitam Instituto de Aeronáutica e Espaço e Embraer Defesa

Senadora Ana Amélia participou da programação em São José dos Campos e Gavião Peixoto
Senadores e deputados conheceram as atividades do Instituto de Aeronáutica e Espaço e da Embraer Defesa. A senadora Ana Amélia (PP-RS) participou das visitas institucionais nesta sexta-feira (20).
O Instituto de Aeronáutica e Espaço, que desenvolve os projetos brasileiros, está sediado em São José dos Campos (SP), onde ficam todas as unidades do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial. Os centros de lançamento estão em Alcântara (MA) e Barreira do Inferno (RN).
Conforme destacou Ana Amélia, o Brasil integra o seleto grupo de países que domina a tecnologia de satélites e propulsão espacial. Durante a visita, foi destacada a preocupação com as limitações orçamentárias, que podem comprometer projetos de grande impacto no desenvolvimento tecnológico do país.
Na visita à Embraer Defesa, a comitiva parlamentar conheceu o mais moderno avião de carga militar do mundo, o KC-390, na fábrica, em Gavião Peixoto, próximo a Araraquara (SP). O presidente da Embraer Defesa, Jackson Schneider, informou que o Super Tucano, também desenvolvido pela Embraer, é, hoje, o avião de reconhecimento e ataque mais vendido, e o maior comprador é os Estados Unidos.
O KC-390 está em fase de testes e é uma compra da FAB para modernizar a frota. O KC-390 sucede o concorrente Hercules, de fabricação norte-americana, e que é dos anos 50.



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