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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 14/08/2014

Embraer pondera desafio de jatos grandes de longo alcance ...




Segundo CEO, novos modelos posicionariam a companhia para enfrentar rivais em todos os segmentos do setor ...




A Embraer, fabricante de jatos executivos de pequeno e médio porte, está considerando a possibilidade de entrar em um novo mercado com a construção de modelos maiores e de longo alcance. Pouco depois de obter a autorização regulatória do Legacy 500, de médio porte, a fabricante brasileira está analisando os aviões com cabine grande, que posicionariam a Embraer para enfrentar rivais em todos os segmentos do setor, disse ontem o CEO da unidade de jatos executivos ...







Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




PORTAL G-1


Eduardo Campos morre em Santos após queda do avião em que viajava


Jato caiu sobre casas em um bairro residencial da cidade, no litoral paulista. Presidenciável do PSB tinha viajado para cumprir agenda de campanha.

O candidato a presidente do PSB, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos morreu na manhã desta quarta-feira (13) após a queda do jato particular em que viajava em um bairro residencial em Santos, no litoral paulista. Ele tinha completado 49 anos no último domingo.
 Chovia no momento do acidente. Campos tinha uma programação de campanha em Santos nesta quarta. De acordo com a assessoria do candidato, ele participaria às 8h, às 9h30 e às 14h30 de entrevistas a emissoras de televisão locais. Às 10h30, concederia uma entrevista coletiva às 12h30 participaria de um seminário sobre o Porto de Santos.
A bordo da aeronave, estavam sete pessoas, das quais cinco passageiros e dois tripulantes. Veja a lista dos mortos:

- Eduardo Campos, candidado à Presidência
- Alexandre da Silva, fotógrafo
- Carlos Augusto Leal Filho (Percol), assessor
- Geraldo da Cunha, piloto
- Marcos Martins, piloto
- Pedro Valadares Neto
- Marcelo Lira

Seis vítimas do acidente que moravam na área onde caiu o avião foram para a Santa Casa de Santos, entre elas duas crianças, duas mulheres e uma idosa. Segundo o hospital, todos passam bem.
A Polícia Federal enviou seis peritos para Santos a fim de trabalhar na apuração da causa do acidente. Aeronáutica e Polícia Civil também vão investigar.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) se deslocou para a cidade depois de tomar conhecimento da morte de Campos. "Estamos diante de uma tragédia que entristece todo o país. Quero em nome do povo de São Paulo trazer nossos sentimentos a todos os familiares das pessoas que perderam a vida nesse acidente", afirmou Alckmin.
A presidente Dilma Rousseff decretou luto oficial de três dias. "Estivemos juntos, pela última vez, no enterro do nosso querido Ariano Suassuna. Conversamos como amigos. Sempre tivemos claro que nossas eventuais divergências políticas sempre seriam menores que o respeito mútuo característico de nossa convivência", afirmou a presidente em nota oficial.
Os principais adversários de Campos na campanha eleitoral, Dilma e Aécio Neves (PSDB), cancelaram os compromissos de campanha.
Todos os comitês de Dilma suspenderam as atividades após a confirmação da morte. "Estou absolutamente perplexo", afirmou Aécio Neves no Rio Grande do Norte.
Nove anos antes, em 2005, no mesmo dia (13 de agosto), morreu o avô do presidenciável, Miguel Arrais, de quem Campos era herdeiro político.
Campos deixou o governo de Pernambuco em abril deste ano para concorrer à Presidência da República.
Segundo a mais recente pesquisa de intenção de voto do Ibope, divulgada no último dia 7, ele tinha 9% das intenções de voto, atrás de Dilma, com 38%, e Aécio, com 23%.
De acordo com a legislação eleitoral, o PSB poderá registrar em até dez dias outro candidato para substituir Eduardo Campos na disputa pela Presidência da República.
A morte de Eduardo Campos repercutiu de imediato no mundo políítico.
"Estamos muito chocados com tudo", afirmou o deputado federal Marcio França (PSB), presidente do diretório estadual do partido em São Paulo.
França afirmou que Campos estava acompanhado de integrantes da equipe da campanha, como jornalistas e fotógrafo. Ele relatou que a mulher de Campos e o filho não estavam no jato – eles voltaram para Pernambuco em um avião de carreira.
No perfil da Rede Sustentabilidade no Twitter, foi publicada a seguinte nota: "Todos estamos chocados com a morte de Eduardo Campos, em queda de avião hoje de manhã. Marina Silva segue agora para Santos (SP)".
A ex-senadora Marina Silva é a candidata a vice na chapa de Campos. Como o partido dela, a Rede Sustentabilidade, não conseguiu registro a tempo para concorrer na eleição deste ano, ela se filiou ao PSB. Ela poderá substituir Eduardo Campos como candidata ou permanecer como vice.
No Congresso, parlamentares falaram sobre o episódio. O deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) disse que foi informado da queda da aeronave pelo deputado Márcio França (PSB). "Estou atordoado. Parece que perdemos o Eduardo, uma liderança da nossa geração", declarou Delgado antes de saber da confirmação da morte.
A Aeronáutica divulgou nota informando sobre a queda do avião, que saiu do aeroporto Santos Dumont, do Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto do Guarujá, cidade vizinha de Santos.
Leia a íntegra da nota:
O Comando da Aeronáutica informa que nesta quarta-feira (13/08), por volta das 10h, uma aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu na cidade de Santos, no litoral de São Paulo.
A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave.
A Aeronáutica já iniciou as investigações para apurar os fatores que possam ter contribuído para o acidente.
Brasília, 13 de agosto de 2014.
Brigadeiro do Ar Pedro Luís Farcic
Chefe do Centro de Comunicação Social da Aeronáutica

Aeronáutica recolhe objeto achado em floresta no interior do Acre


Pela primeira vez a equipe é acionada para recolher um lixo espacial no AC. Aeronáutica suspeita que objeto seja tanque de satélite

Aeronáutica resgata (Foto: Rayssa Natani/ G1)
Homens da Aeronáutica resgataram na terça-feira (12) o objeto não identificado encontrado há um mês por moradores do Seringal Porto Rico, localizado a 12 km de Xapuri (AC), no interior do Acre. A suspeita é de que o material esférico, feito de titânio, que pesa 14kg, seja o tanque de propulsão de um satélite. 
"A gente acredita que seja um tanque de combustível que propulsiona o satélite para fora da órbita. Quando ele alcança a órbita, se desprende e fica girando em torno da Terra até entrar novamente na atmosfera", afirma o subcomandante da Aeronáutica, Carlos Eduardo.
Foi preciso caminhar por mais de 40 minutos na mata fechada para localizar o objeto. A Aeronáutica contou com a ajuda de José Ferreira de Souza, um dos membros da comunidade que encontrou o suposto tanque por acaso em meio à floresta. "Vínhamos em quatro quando topamos com o objeto. Nós achávamos que era de avião, de qualquer coisa, porque por terra não tinha vindo. Sabíamos que vinha de cima mesmo", comenta José.
O objeto foi levado para a sede da Força Aérea no Acre, de onde será encaminhado para o comando geral e, em seguida, para o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (INPE), em São José dos Campos (SP). "Somente no centro de pesquisas eles vão ter uma precisão maior do que seria esse objeto", ressalta o subcomandante.
 Lixo espacial

Ainda segundo Eduardo, é a primeira vez que a equipe é acionada para recolher um lixo espacial encontrado no Acre. Mas especialistas das Nações Unidas (ONU) e da agência espacial americana, Nasa, já alertaram sobre os risco que trazem o lixo espacial, tanto para Terra, quanto para a vida dos astronautas.
São carcaças de foguetes, satélites abandonados e, inclusive, lixo procedente de mísseis orbitando ao redor da Terra em grande velocidade de cerca de sete quilômetros por segundo. A agência espacial americana e a Agência Espacial Europeia (ESA) registraram mais de 23.000 dejetos de mais de 10 cm, em sua maioria, em órbitas baixas (abaixo de 2.000 km). Os restos de lixo entre 1 e 10 cm chegam a centenas de milhares.
Entenda o caso
No dia 14 de julho, um morador estava em meio à floresta e se deparou com um objeto não identificado em formato esférico no Seringal Porto Rico, comunidade localizada a 12 km de Xapuri (AC), no interior do estado. Assustado, o dono da propriedade onde o objeto foi encontrado pediu ajuda à prefeitura da cidade. Membros da comunidade afirmaram que há aproximadamente três meses ouviram uma explosão muito forte. 

FAB realiza treinamento com militares da Base Aérea em Campo Grande


Cerca de 600 militares de todo o país participam de treinamento. Práticas podem ser usadas em conflitos ou ações humanitárias.

A Base Aérea de Campo Grande está recebendo militares de várias regiões do país para um treinamento que envolve voo em baixa altura, lançamento de carga e até reabastecimento das aeronaves em pleno voo.
Cerca de 600 militares participam do treinamento. O tamanho das aeronaves é proporcional ao desafio. Conforme reportagem do Bom Dia MS desta quarta-feira (13), essas máquinas devem deixar o céu de Campo Grande mais movimentado. O exercício é da 5ª Força Aérea Brasileira (FAB), que é responsável pela aviação de transporte e logística. Esta é a 3ª edição do evento. Foram cinco meses de preparação até o início dos testes. O exercício operacional segue até dia 26 de agosto. 
São 20 aviões de três modelos, cada um com uma missão específica, conforme o tamanho e equipamentos. O maior deles é o C130, que é usado para levar tropas e mantimentos para o Haiti e para transporte de feridos.
Uma das aeronaves comporta mais de 90 pessoas entre passageiros e tripulação. Os equipamentos são preparados de acordo com a missão, como lançamento de carga, pessoal ou até mesmo os dois. As técnicas são avaliadas durante os voos e o objetivo é melhorar as ações da FAB.
A capital sul-mato-grossense foi escolhida pelo clima, trânsito aéreo tranquilo e pelo relevo. Fatores favoráveis aos tipos de manobras que serão feitas. Para os pilotos é a chance de aprimorar o trabalho que por meio das instruções deve dicar mais uniforme. “Nos estamos tendo a oportunidade, com vários pilotos de outras unidades a padronizar os procedimentos e treinar voos de navegação em baixa altura, lançamento de carga e de paraquedista e estamos sempre prontos para uma necessidade”, disse o piloto Capitão Diego.
Essas praticas podem ser usadas em conflitos ou em ações humanitárias. Os aviões têm uma estrutura que permite a manutenção até mesmo quando estão em operação. O reabastecimento de combustível durante os voos também é testado. “Isso para a Força Aérea Brasileira representa um ganho operacional na medida em que com as tripulações treinadas a operar em qualquer tipo de cenários, seja ele de paz ou de guerra conflituoso, as tripulações estarão livres de qualquer tipo de avaria nos aviões e problemas e prejuízos pessoais” relatou o comandante da 5ª FAB.

AGÊNCIA BRASIL


PORTAL EBC - Saiba como funciona lei do sigilo em investigações de acidentes aéreos



Elaborada pelo próprio Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), a lei 12.970, de 2007, surgiu durante as investigações da CPI do Apagão Aéreo. Depois de sete anos tramitando no legislativo, o projeto foi sancionado e se transformou em lei em 9 maio deste ano.
A lei atende um pedido de sigilo de investigação de acidentes aéreos por parte do Cenipa (subordinado à Aeronáutica). O argumento para a aprovação da lei é de que as investigações da Aeronáutica têm como único objetivo a prevenção para que outros acidentes não aconteçam novamente (ao contrário das investigações policiais) e que informações coletadas pelo órgão, como de fontes voluntárias, não têm utilização em inquéritos.
Na época da formulação da lei, a principal reclamação de membros do Cenipa era de que a polícia tinha acesso a todos esses dados e que isso atrapalhava as investigações. “Queremos proteger e não apontar culpados. Com o sigilo de informações, temos a garantia para pessoas que, por exemplo, deem depoimentos voluntários sem que as informações vazem”, aponta o coronel da Reserva da Aeronáutica Fernando Silva Alves de Camargo.
A lei também garante ao Cenipa o poder sobre as informações contidas na caixa-preta do avião, gravações de comunicações entre órgãos de controle de tráfego aéreo, entre outros dados coletados manual e automaticamente.
Caso alguma autoridade policial queira ter acesso às informações contidas pelo Cenipa, um especialista auxiliará para prestar as informações. Caso o órgão não disponibilize essas informações, apenas uma decisão judicial garante o acesso as fontes. A lei também prevê que o juiz tem 72 horas para se pronunciar.
Camargo também aponta que antes mesmo da lei ser sancionada, era preciso uma decisão judicial para a polícia ter acesso à caixa-preta de aviões: “A Convenção de Avião Civil Internacional aponta que qualquer dados coletado em voos só podem ser entregues após decisões judiciais. Já a cumpríamos desde antes da lei”.
Caso seja constatado algum “ilícito doloso relacionado à causalidade do sinistro” durante as investigações, o Cenipa pode repassar as informações à polícia. Também é opcional que o Cenipa continue as investigações mesmo com inquérito policial aberto. Isso está no artigo 88-D da lei: “Art. 88-D. Se, no curso de investigação Sipaer, forem encontrados indícios de crime, relacionados ou não à cadeia de eventos do acidente, far-se-á a comunicação à autoridade policial competente.”
O representante da Aeronáutica complementa que a lei tem mais caráter de proteção as investigações internas do órgão do que atrapalhar as da Polícia. “As investigações da Polícia e da Aeronáutica podem seguir muito bem independentemente. E no possível, nós investigamos em conjunto”, explica.

JORNAL ZERO HORA


Aeronáutica abre investigação para apurar causas do acidente


Jato que levava o candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) caiu na manhã desta quarta-feira em Santos

ImagemO Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) deslocou equipes para Santos, no litoral de São Paulo, para apurar as causas do acidente que matou o candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) na manhã desta quarta-feira. Até o momento, o Cenipa ainda não divulgou as causas da queda.
O que se sabe apenas é que chovia fraco e o tempo estava nublado quando a aeronave caiu em uma região comercial da cidade. A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou uma nota e afirmou que o jato saiu do Rio de Janeiro e se deslocava para Guarujá (SP).
"O Comando da Aeronáutica informa que nesta quarta-feira (13/08), por volta das 10h, uma aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu na cidade de Santos, no litoral de São Paulo. A aeronave decolou do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto de Guarujá (SP). Quando se preparava para pouso, o avião arremeteu devido ao mau tempo. Em seguida, o controle de tráfego aéreo perdeu contato com a aeronave. A Aeronáutica já iniciou as investigações para apurar os fatores que possam ter contribuído para o acidente". 
– Estamos fazendo ações iniciais para coletar informações precisas e verificar o que houve – explica o tenente-coronel Edson Amorim, do Cenipa.
JORNAL TRIBUNA DO NORTE (RN)


Aeronáutica informa que não há prazo para encerrar as investigações



A aeronave (aparelho Cessna, prefixo PRAFA) que caiu com o candidato à Presidência da República, Eduardo Campos (PSB), nesta manhã, pertencia à empresa AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda. Segundo relatório da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a manutenção anual do avião estava em dia, com validade até 14 de fevereiro de 2015. O avião foi inspecionado em fevereiro deste ano. O Comando da Aeronáutica informou que uma equipe do 4º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos, de São Paulo, irá investigar as causas do ocorrido.
O Certificado de Aeronavegabilidade (CA), que atesta as condições da aeronave, tinha data de validade em 22 de fevereiro de 2017. Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da Anac, a documentação do piloto também estava em dia. O avião tinha capacidade para transportar 12 passageiros. A Aeronáutica explicou que são duas investigações nesses casos: uma da Polícia Civil, que abrirá um inquérito, e outra da própria Aeronáutica, que irá apurar os fatores que contribuintes para o acidente.
A investigação da Aeronáutica vai gerar um relatório com detalhamento do que ocorreu e também irá fazer recomendações, como para o fabricante, por exemplo. Não há prazo para conclusão dessa investigação. O relatório final será divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes (Cenipa), que fica em Brasília. O avião, modelo Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, caiu às 10h.

REVISTA EXAME


Embraer pondera desafio de jatos grandes de longo alcance


Segundo CEO, novos modelos posicionariam a companhia para enfrentar rivais em todos os segmentos do setor

A Embraer, fabricante de jatos executivos de pequeno e médio porte, está considerando a possibilidade de entrar em um novo mercado com a construção de modelos maiores e de longo alcance.
Pouco depois de obter a autorização regulatória do Legacy 500, de médio porte, a fabricante brasileira está analisando os aviões com cabine grande, que posicionariam a Embraer para enfrentar rivais em todos os segmentos do setor, disse ontem o CEO da unidade de jatos executivos.
“Para atuar na aviação executiva é necessário que o projeto parta do zero”, disse Marco Túlio Pellegrini, da Embraer, em entrevista na Conferência e Exibição Latino-Americana de Aviação Executiva (Labace) em São Paulo.
“Para competir em outros segmentos você precisa oferecer o que há de melhor. Não basta dar só um retoque”.
Oferecer um jato com alcance intercontinental impulsionaria a Embraer, com sede em São José dos Campos, a um nicho que inclui a Gulfstream, da General Dynamics, e a Bombardier.
A linha de produtos da Embraer inclui o modelo pequeno Phenom e uma aeronave executiva derivada dos seus jatos regionais característicos.
O Legacy 500 e o 450, que é menor, expandem a oferta da Embraer na categoria de médio porte depois que a fabricante de aviões apresentou o Phenom na década passada. O Legacy 500 obteve ontem a aprovação da Anac para começar a operar.
Os jatos maiores são aqueles que pesam mais de 22.700 quilogramas, de acordo com o grupo do setor Associação dos Fabricantes da Aviação Geral (Gama).
A categoria de médio porte inclui aeronaves de 5.670 quilogramas a 22.680 quilogramas.
Enquanto o Legacy 500 pode acomodar até 12 pessoas e voar 5.600 quilômetros, um modelo grande de alta gama, como o G650 da Gulfstream, pode transportar 18 passageiros e tem um alcance de 12.964 quilômetros, o suficiente para um voo sem escalas de Nova York a Pequim.
Essa capacidade de viajar pelo mundo fez do G650 um preferido entre os CEOs.
A Embraer teve uma participação de 18 por cento no mercado mundial de jatos executivos no ano passado, em comparação com cerca de 3 por cento em 2008, de acordo com a empresa e com dados do grupo do setor Associação dos Fabricantes da Aviação Geral.

JORNAL CORREIO BRAZILIENSE


Caixa-preta será analisada em busca de respostas


O equipamento encontrado no meio dos destroços pode conter os motivos do acidente que tirou a vida de Eduardo Campos e de mais seis pessoas. Moradores do local da queda não sabem quando voltarão para casa

As gravações da caixa-preta da aeronave em que estavam o presidenciável Eduardo Campos (PSB) e seis pessoas vão ajudar a esclarecer as dúvidas relacionadas ao trágico acidente no litoral de Santos, em São Paulo. O aparelho encontrado no início da noite de ontem e as turbinas do jato serão periciados por especialistas da Aeronáutica. A Polícia Federal já instaurou inquérito e se dispôs a colaborar para agilizar na elucidação do acidente. Em respeito às vítimas, a expectativa é de que os corpos sejam liberados até sexta-feira para o sepultamento. Até a noite de ontem, 90% dos restos mortais haviam sido localizados. Já para os cerca de 50 moradores que tiveram de deixar suas casas, não há previsão de retorno.
A Aeronáutica encontrou a caixa-preta entre os destroços do próprio avião e de algumas casas que ficaram seriamente comprometidas ao serem atingidas. Os dados do equipamento serão acessados para apoiar futuras investigações. Apesar de o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) ter enviado ao local uma equipe de investigadores para apurar as circunstâncias da queda, a perícia da caixa-preta será feita em Brasília. O trabalho não tem prazo definido para ser concluído, uma vez que o término da apuração varia de acordo com a complexidade de cada acidente.
Nas investigações, a Polícia Federal e a Aeronáutica vão trabalhar em cima de todas as hipóteses. Apesar de as gravações das torres de controle demonstrarem tranquilidade do piloto no comando da aeronave, uma mensagem postada por ele nas redes sociais na sexta-feira da semana passada dizendo estar cansado pode entrar na coleta de informações para possíveis apurações. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) confirma que, de acordo com o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), o jato estava regular. Ele era operado pela AF Andrade Empreendimentos e Participações Ltda., empresa de Ribeirão Preto (SP). O Correio procurou a AF Andrade, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.
Processo
Um processo administrativo será aberto para descobrir se o piloto possuía habilitação e Certificado Médico Aeronáutico (CMA) válidos. A Inspeção Anual de Manutenção (IAM) estava em dia e venceria na data de 14 de fevereiro de 2015. O Certificado de Aeronavegabilidade (CA) também estava dentro das exigências até 22 de fevereiro de 2017. O procedimento também avaliará os certificados do operador da aeronave, responsável pelo jato. Se houver indícios de irregularidades, as informações serão adicionadas ao processo administrativo para que sejam verificados os possíveis descumprimentos às normas da aviação civil pelos pilotos ou pelo operador.
O ex-presidente da Infraero e professor do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes da Universidade de Brasília (UnB) Adyr da Silva explica que uma soma de fatores podem ter levado ao acidente. Para ele, a Base Aérea de Santos tem uma pista de aproximadamente 1,2 mil metros, menor do que a de Santos Dumont. "Além disso, há um morro a 20 quilômetros da cabeceira, na subida da Serra do Mar, e existem poucos auxílios para o pouso e decolagem. A pista curta, um morro na cabeceira e procedimentos sem precisão devem ter atrapalhado o pouso do piloto", afirma.
Especialista em direito aeronáutico, Sérgio Alonso esclarece que, por causa dos danos em residências, o Código Brasileiro de Aeronáutica prevê o pagamento de indenização. Em casos de equipamentos que excedem mil quilos, os proprietários precisam indenizar os danos materiais e físicos. O valor se aproxima a R$ 46 mil. "Se a investigação final provar dolo ou culpa grave, a indenização é ilimitada. O operador, neste caso, precisa pagar todos os prejuízos que a aeronave causou no solo", destaca.

JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Áudio mostra piloto tranquilo antes da queda


Cinco dias antes do acidente, comandante do avião disse em rede social estar "cansadaço" por excesso de trabalho

Gravação de conversa entre a cabine do avião que levava Eduardo Campos e a Base Aérea de Santos, pouco antes da tragédia, mostra um dos pilotos da aeronave informando tranquilamente que faria nova tentativa de aterrissagem, após o pouso ter sido abortado.
Na gravação, divulgada pelo site Radar Box Brasil, que monitora conversas entre aeronaves e controladores de voo, o piloto não se queixa de problemas no avião. Mas não está claro se esse foi o último contato com a base.
De acordo com a Aeronáutica, a aeronave arremeteu em razão do mau tempo. Havia chuva, vento e visibilidade baixa no momento da queda. Porém, o avião estava dentro dos parâmetros exigidos para pousar ali.
A arremetida é um procedimento de segurança quando o piloto vê diante de si alguma condição que ponha em risco a aterrissagem --o mau tempo, velocidade ou altitudes acima das preconizadas, por exemplo.
A FAB iniciou a investigação do acidente tão logo ele foi confirmado. Dez peritos foram ao local coletar dados, depoimentos e destroços.
Os técnicos irão apurar se houve falha mecânica, erro dos pilotos ou ambos --em geral, acidentes são causados por um somatório de fatores.
A caixa-preta, que registra as conversas na cabine, foi achada e remetida para Brasília para análise, que não tem prazo para ser concluída.
Será possível descobrir, por exemplo, se o piloto fez algum aviso de problema técnico após o áudio já divulgado.
"CANSADAÇO"
Cinco dias antes do acidente, o comandante Marcos Martins, 42, se queixou em uma rede social da excessiva carga de trabalho."Cansadaço voar voar e voar. E amanhã tem mais. Recife", escreveu ele, dia 8, no Facebook.
Três dias antes, ele publicou que estava "trabalhando pesado": "Tempinho bom para dormir, afinal isto não me pertence mais. Working hard [trabalhando duro]."
O avião, com a capacidade para transportar dez passageiros, estava em dia com o certificado que lhe permite voar e com a inspeção anual de manutenção, diz a Anac.
Em 16 de junho, em Londrina, uma falha havia impedido o avião de decolar.
Piloto e copiloto tinham licenças válidas.
Especialistas em aviação dizem que o mau tempo pode ter levado o piloto a se desorientar entre as nuvens e perder altitude, embora os equipamentos a bordo lhe permitissem ter esse dado.
Pedestres viram o avião pegar fogo antes de cair; as duas turbinas também foram recolhidas, de modo a apurar se elas falharam.
A identificação das vítimas será por DNA, pela Polícia Científica de São Paulo e pela Polícia Federal. Isso porque, em razão do forte impacto, os corpos foram mutilados e não é possível reconhecê-los.

Aviação privada é a líder em acidentes no país




Quatro em cada dez acidentes aéreos no país acontece na aviação geral, formada por aeronaves particulares como a usada pelo presidenciável Eduardo Campos.
É a categoria da aviação em que mais há acidentes no Brasil, segundo dados da Aeronáutica entre 2003 e 2012.
Isso ocorre, entre outros, por erros de julgamento dos pilotos e condições meteorológicas adversas, de acordo com a Aeronáutica.
Contribui a fiscalização insuficiente da Anac para essa aviação "invisível", distante de grandes aeroportos.
Essa categoria é menos visada, por exemplo, que a aviação regular (os aviões de carreira da TAM, Gol etc), cujos índices de acidentes são baixos--embora matem mais, pois os aviões são maiores.
A Anac diz ter mil inspetores habilitados para fiscalizações e que operações feitas regularmente resultaram em queda de 4,6% nos acidentes na aviação geral em 2013, na comparação com 2012.

JORNAL O GLOBO


Avião era novo e tinha licença em dia


Grupo usineiro arrendou aeronave para campanha

Modelo novo
O avião Cessna Citation 560XL prefixo PR-AFA, em que voava Eduardo Campos, era novo, com apenas 350 horas de voo. Estava com a manutenção em dia (venceria em fevereiro de 2015) e com o prazo de aeronavegabilidade válida. O avião foi fabricado em 2010 e começou a voar no Brasil em 2011.
Pertencia ao grupo AF Andrade Empreendimentos e Participações, dono de usinas de açúcar no interior de São Paulo e Minas. A empresa, em dificuldades financeiras, pôs o avião à venda no começo do ano, e ele foi alugado, possivelmente pelo sistema de leasing, pela campanha de Eduardo Campos há três meses, quando passou a voar só para o candidato do PSB.
As informações são do copiloto Fabiano Peixoto, que diz ter feito, ao lado do comandante André, um voo de demonstração do aparelho com Campos a bordo.
- Ele gostou do jato. Imediatamente, o pessoal da campanha contratou os novos pilotos, que assumiram a aeronave - disse Fabiano.
O Grupo Andrade, com sede em Ribeirão Preto, está em recuperação judicial e teve seu pedido de proteção contra credores aprovado pela Comarca de Santa Vitória (MG) em 15 de julho. Procurado, o grupo não retornou as ligações do GLOBO.

Peritos usarão exames de DNA e arcada dentária para identificar corpos


Trabalho no local do acidente também terá cães farejadores

Bombeiros, peritos e investigadores devem continuar vasculhando hoje o terreno onde caiu o avião que transportava o candidato a presidente Eduardo Campos, à procura dos corpos das vítimas, de destroços do avião e de pistas que possam ajudar a descobrir as causas do acidente.
O reconhecimento das vítimas deve ser feito por meio de exames de arcada dentária e de DNA, segundo o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo. Cães farejadores devem ajudar nas buscas.
Oficiais que tiveram acesso à cena do acidente dizem que é impossível encontrar o avião em meio aos escombros e reconhecer as vítimas, uma vez que os corpos ficaram dilacerados e carbonizados. Os exames devem ser feitos no Instituto Médico-Legal (IML) de São Paulo, já que o de Santos, no litoral paulista, não tem equipamentos suficientes, segundo informação de bombeiros.
- Trabalhei no acidente da TAM em 2007. Aquela cena da cauda do avião na Avenida Washington Luís era chocante. Mas, aqui, nem consigo identificar o avião. O que pudemos ver até agora foi que uma turbina foi parar numa casa e outra estava num outro ponto. Aparentemente, o avião está soterrado por alguns escombros. E ainda não chegamos ao ponto onde está a maior parte da aeronave e, possivelmente, dos corpos - disse o capitão Marcos Palumbo, do Corpo de Bombeiros.
Ao todo, 45 bombeiros participaram ontem da operação de buscas no local do acidente. Só para controlar as chamas, os bombeiros demoraram cerca de duas horas. Em vez de água, utilizaram espuma química para acabar com o fogo.
Sob uma chuva constante, eles vasculharam quatro das 13 casas atingidas por destroços até o início da noite. A corporação enviaria refletores e cães farejadores para Santos para ajudar nos trabalhos. A previsão inicial dos bombeiros era trabalhar durante toda a madrugada e só parar quando tivessem certeza de que nenhum corpo foi deixado para trás.
Embora considere remota a possibilidade de encontrar outras vítimas além das sete pessoas que estavam na aeronave, Palumbo prefere ter cautela ao falar sobre mortos:
- Todos os indícios mostram que não há mais nenhuma vítima fatal, além daqueles que estavam no avião. Não tivemos nenhum parente reclamando a falta de um primo ou coisa do tipo. Mesmo assim, só podemos afirmar com certeza que não houve outros quando os trabalhos de busca terminarem. E eles têm que ser feitos com cautela.
Palumbo disse que a corporação não iria se ocupar de investigar as causas do acidente. Por outro lado, afirmou que o local onde o avião caiu evitou que a tragédia fosse maior:
- Minha impressão é que, se tivesse que escolher lugar para cair, aquele seria o único possível. Não dá para especular se ele teve tempo para pensar nisso. Mas, olhando agora, foi o lugar em que ele faria potencialmente menor quantidade de vítimas.
Acompanhados de funcionários de outros órgãos, os bombeiros recolheram peças que parecem ser das turbinas e do motor. A maior parte das peças encontradas até agora estava dentro de um dos imóveis atingidos pelo avião.

Avião caiu sobre casas pouco após arremeter na base aérea


Além dos sete mortos no avião, seis moradores ficaram feridos

Após arremeter quando tentava pousar na Base Aérea de Santos, num dia de tempo fechado, o avião que transportava o candidato à Presidência da República Eduardo Campos e quatro integrantes de sua equipe, além de piloto e co-piloto, caiu num terreno vazio no meio de um quarteirão no Boqueirão, área nobre de Santos, ontem de manhã.
Os sete ocupantes do jato Cessna 560XL morreram na hora. Peças da aeronave ficaram espalhadas por 13 imóveis vizinhos, e o impacto da queda do avião quebrou janelas e destelhou casas num raio de 200 metros. Seis moradores ficaram feridos, entre eles uma menina de 1 ano e 9 meses.
Campos havia saído do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, às 9h23m, a bordo do jato executivo que costumava usar em seus deslocamentos. Além do candidato do PSB, estavam no voo o ex-deputado federal e assessor de campanha Pedro Valadares; o assessor de imprensa Carlos Percol; o fotógrafo Alexandre Severo; o cinegrafista Alexandre Lyra; e os pilotos Geraldo Magela Barbosa da Cunha e Marcos Martins. A equipe de Campos se dirigia ao Guarujá, onde participaria de um evento de campanha e de um seminário no Hotel Jequitimar.
Altura abaixo da permitida
Depois da tentativa frustrada de pouso, o avião utilizado por Campos foi visto voando a uma altura abaixo da permitida na região da Praça Mauá, no centro de Santos. Pouco depois das 10h, o controle aéreo de Santos já havia perdido contato com os pilotos.
Vizinhos notaram que saía fogo e fumaça de uma das turbinas segundos antes da queda. O avião teria desviado de um prédio de oito andares, segundo o relato de testemunhas, e passado perto de outro edifício residencial antes de cair sobre um bambuzal nos fundos de uma academia e de um conjunto de casas na esquinas das ruas Vahia de Abreu e Alexandre Herculano.
Após o impacto da aeronave no solo, moradores ouviram som semelhante a uma explosão e viram um clarão. O fogo se espalhou rapidamente pelos cômodos das casas que dão fundos para o terreno. Em pânico, quem estava nas residências saiu para a rua.
- Foi como um terremoto. Quem estava aqui por perto ouviu o barulho e sentiu tudo tremendo - disse o estivador Donizete Maguila Júnior, de 37 anos. - As pessoas começaram a sair correndo de suas casas, e a gente tentava ajudar. Tinha muita fumaça. A gente pegava as pessoas que estavam passando mal e já colocava nos carros.
Os bombeiros chegaram alguns minutos depois. Foram necessárias duas horas para conter as chamas. O deslocamento de ar provocado pela queda do avião arrancou portas e janelas de casas vizinhas. Estilhaços de uma janela atingiram a cabeça da aposentada Miriam Rodrigues Martinez, de 58 anos:
- Quando olhei pela janela, vi um clarão tão grande que não dava para enxergar mais nada. Até então, não sabia que era um avião. Achava que tinha caído um meteorito. Minha irmã gritou que a janela tinha quebrado e ela estava machucada, com pedaços de vidro no cabelo. Quando olhamos para o quintal, havia pedaços de avião para tudo quanto era lado.
Cinco das seis pessoas feridas foram liberadas após serem atendidas na Santa Casa de Santos. Até o início da noite, apenas Gabriela Correa Andrade, de 1 ano e nove meses, seguia internada em observação.

Piloto se queixou de cansaço em rede social


Deputado diz que, em junho, avião sofreu pane elétrica em Londrina, e Campos teve de seguir de carro

Cinco dias antes de morrer, Marcos Martins, um dos pilotos que transportavam Eduardo Campos, queixou-se de cansaço num desabafo pelo Facebook: "Cansadaço, voar, voar e voar. E amanhã tem mais. Recife", escreveu ele. Ele e o piloto Geraldo da Cunha eram os responsáveis pelas viagens de campanha de Campos.
O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, o comandante Marcelo Cerriotti, disse ontem que a sobrecarga de trabalho dos pilotos está pondo em risco a segurança dos voos. Segundo ele, a entidade está tentando, desde 2011, alterar a Lei 7.183/84, que estabelece uma carga horária de 11 horas diárias de trabalho por 12 horas de descanso, a que os pilotos estão submetidos.
- Qualquer coisa que se diga agora na tentativa de esclarecer o acidente será especulação. Mas é preciso que se fale que, já há algum tempo, estamos alertando para o risco a que a categoria está exposta. Especialmente em épocas de campanha eleitoral - afirmou Cerriotti. - A quantidade de voos aumenta muito. A equipe toda precisa se locomover a todo instante. Às vezes, faz viagens longas num mesmo dia. Precisamos modernizar a lei, tratar da gestão da fadiga nas escalas de trabalho dos pilotos.
Embora fosse novo, o jatinho que caiu com Eduardo Campos e outras seis pessoas apresentou pane elétrica durante uma decolagem em Londrina, em junho. A informação foi confirmada pelo deputado estadual Wilson Quinteiro (PSB), amigo de Campos, que soube do problema apresentado pela aeronave no dia 16 daquele mês, ocasião em que aguardava o candidato no aeroporto Silvio Name, em Maringá.
- Liguei para ele, que estava com Marina (Silva) cumprindo agenda no norte do meu estado, e pedi que viesse a Maringá. Ele aceitou de pronto. Fui ao aeroporto esperar por eles. Como demorou, liguei e fui informado de que tinha havido um problema elétrico no avião.
Quinteiro acrescentou que Campos e Marina seguiram de carro até Maringá. Ao chegarem, o deputado estadual viu o assessor Pedro Valadares ligar para a empresa AF Andrade, dona do avião, para informar que houvera pane elétrica e pedir outra aeronave.
- Naquele dia chovia no norte do Paraná. E hoje (ontem), em Santos, também chovia. O avião era o mesmo. Acredito que isso deve ser investigado pela autoridade que está à frente do caso.
Mensagem para a torre
O site Radarboxbrasil, dedicado ao setor da aviação, teve acesso a uma mensagem enviada por um dos tripulantes do Cessna para a torre de controle de São Paulo, quando se preparava para pousar em Santos. O piloto Ricardo Assad, que ouviu a gravação a pedido do GLOBO, estimou que o diálogo foi captado quando faltavam cerca de cinco minutos para a aeronave aterrissar e o controle estava prestes a ser repassado para a torre de Santos.
Segundo Assad, a conversa também mostra que a aeronave estava sendo orientada para fazer um pouso com auxílio de instrumentos devido ao mau tempo na região.
- O termo "Eco uno" citado na mensagem é a referência ao pouso por instrumento. "Bloqueio" indica obstáculos (como casas, por exemplo) que existem no itinerário até o pouso. "Desbloqueio" é uma referência às manobras finais de descida da aeronave - explicou Assad.
Segundo o piloto, é prematuro apontar a causa do acidente. Mas, para ele, pode ter havido um erro no procedimento de pouso pelo piloto:
- O tempo estava ruim na região. Se o piloto avaliou mal a altitude em que estava ao pousar, pode ter sido obrigado a arremeter quando era tarde demais - explica. - Mas, para confirmar isso, há uma série de elementos que desconhecemos ainda. Por exemplo, a velocidade a que o Cessna estava e se já havia ou não tocado no solo ao arremeter.
Segundo relato do controlador do aeroporto, o piloto teria informado, em sua última comunicação, que não tinha visibilidade suficiente para pousar e que iria iniciar o procedimento de "aproximação perdida", como é tecnicamente chamada a decisão de arremeter a aeronave (quando o avião volta a subir). A partir daí, segundo nota da Aeronáutica, o controlador de tráfego aéreo perdeu contato com o avião.
A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Federal abriram investigação para apurar as causas do acidente aéreo, e acreditam em duas hipóteses para o acidente: pane mecânica ou falha humana. O Comando da Aeronáutica informou que uma equipe do 4º Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aéreos, de São Paulo, irá averiguar o caso. A caixa-preta do avião foi recuperada ontem mesmo e entregue aos investigadores.
Perito em bomba chamado
O diretor-geral da Polícia Federal, Leandro Daiello, determinou abertura de inquérito para investigar a queda do avião que matou o candidato do PSB. O superintendente da PF em São Paulo, Roberto Troncon, que estava em Brasília, embarcou para Santos, onde ocorreu o acidente, com 11 peritos que atuarão nas investigações. Pelo menos um desses peritos é especialista em bombas, e lotado no Instituto de Criminalística da PF. Há também especialistas em identificação por DNA e um expert em identificação de vítimas de acidentes aéreos.
Analistas apontam algumas hipóteses para o acidente. O coronel da reserva Gustavo Adolfo Franco Ferreira, especialista em segurança de voo, explica que naquele aeroporto o procedimento usual quando o piloto faz uma arremetida é subir para 4 mil pés e retomar o procedimento de aproximação, o que não aconteceu.
- O que temos que saber é o motivo. Existem duas hipóteses. O aeroporto fica muito próximo do Porto de Santos, por onde escoa grande quantidade de grãos que costumam atrair aves. Um pássaro pode ter sido sugado pelas turbinas, e o piloto pode não ter conseguido subir até a altura determinada. Outra hipótese é que o piloto pode ter ficado abaixo da distância determinada para tentar ter melhores condições de visibilidade. Se foi isso que ocorreu, e a aeronave se chocou com casas, foi erro humano - disse o coronel.
O escritor Ivan Sant"anna, estudioso de temas aeronáuticos, acredita em falha humana. Para ele, o Cessna, ao arremeter, poderia estar muito próximo da velocidade de estol - ou seja, da velocidade mínima exigida para a aeronave se manter no ar sem perder a sustentação e cair.
- A decisão de arremeter ou não tem que ser tomada em poucos segundos. Se demorar muito, uma arremetida pode não ser bem-sucedida - disse.
 (Colaboraram Antônio Werneck, Geralda Doca e Evandro Éboli) 
REVISTA CARTA CAPITAL


Eduardo Campos morre em acidente de avião em Santos


Candidato seguia do Rio de Janeiro para Santos para cumprir agenda eleitoral, mas avião arremeteu por conta do mau tempo no litoral paulista

O candidato à Presidência pelo PSB, Eduardo Campos, de 49 anos, morreu por volta das 10 horas da manhã desta quarta-feira 13, quando a aeronave em que viajava caiu na cidade de Santos, litoral de São Paulo. Fontes do partido confirmaram a morte a CartaCapital. Segundo o PSB, as outras seis pessoas que estavam no avião também morreram. São elas: Carlos Augusto Percol, assessor de imprensa; Marcelo Lira, diretor de fotografia; Alexandre Severo, fotógrafo; Pedro Valadares Neto, assessor; e os pilotos, Geraldo da Cunha e Marcos Martins.
Diferentemente do que foi informado inicialmente, a mulher e os filhos do candidato não morreram no acidente. Eles estavam na casa da família no Recife, e não o acompanhavam.
A Força Aérea Brasileira confirmou a queda da aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AFA, que arremeteu quando se preparava para pousar por causa do mau tempo. O núcleo da Base Aérea de Santos confirmou que a equipe de Eduardo Campos aguardava justamente a mesma aeronave. Ainda não há detalhes sobre os acidentes, mas testemunhas disseram ter visto a aeronave de Campos pegando fogo antes da queda.
Após dar uma entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, na noite de terça-feira 12, Eduardo Campos deveria cumprir agenda eleitoral em Santos, onde, às 10h30, concederia entrevista coletiva na Praia do Mercado e faria curta volta de catraia, um centenário meio de transporte na região portuária. Contudo, o presidenciável não compareceu aos compromissos e não era possível fazer contato com ele, preocupando os membros de sua campanha.
A vice de Eduardo Campos, Marina Silva, não estava no avião, pois passaria o dia gravando em São Paulo. Ela estaria seguindo para a cidade, assim como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
O jornal O Globo informou que a mãe de Eduardo Campos, Ana Arraes, ficou sabendo da morte do filho em seu gabinete no Tribunal de Contas da União, em Brasília. Em 2005, Miguel Arraes, pai de Ana Arraes, morreu também em um 13 de agosto. Líder histórico da esquerda brasileira, Miguel Arraes foi, como o neto, governador de Pernambuco.
Dilma, Aécio e PSB
Em nota oficial, assinada pelo primeiro-vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, o partido afirmou que "Eduardo Campos vivia o auge de sua brilhante carreira política" e "oferecia sua experiência e juventude ao serviço do País". "Candidato à Presidência da República, apresentou-se ao debate de nossas questões fundamentais, coerente com os princípios que sempre nortearem sua vida, e o primeiro deles era a busca por justiça social, razão de existência do Partido Socialista Brasileiro", escreveu o partido. "Perdemos Eduardo Campos quando mais o Brasil precisava de seu patriotismo, seu desprendimento, seu destemor e sua competência. Não é só Pernambuco e sua gente que perdem seu líder; não é só o PSB que perde seu líder. É o Brasil que perde um jovem e promissor estadista", afirmou o partido.
As campanhas do senador Aécio Neves (PSDB) e da presidenta Dilma Rousseff (PT), as duas principais candidaturas na disputa com Eduardo Campos, confirmaram a suspensão temporária de suas campanhas eleitorais após a notícia da morte de Campos.
"É com imensa tristeza que recebi a notícia do acidente que vitimou o ex-governador e meu amigo Eduardo Campos. O Brasil perde um dos seus mais talentosos políticos, que sempre lutou com idealismo por aquilo em que acreditava", afirmou Aécio Neves em sua página oficial no Facebook. "A perda é irreparável e incompreensível. Nesse momento, minha família e eu nos unimos em oração à família de Eduardo, seus amigos e a milhões de brasileiros que, com certeza, partilham a mesma perplexidade e pesar", escreveu.
Por meio do blog do Planalto, a presidenta Dilma se manifestou. "Perdemos hoje um grande brasileiro, Eduardo Campos. Perdemos um grande companheiro", escreveu. "Neto de Miguel Arraes, exemplo de democrata para a minha geração, Eduardo foi uma grande liderança política".

OUTRAS MÍDIAS


BAND.COM.BR



FAB: sem indícios de choque de avião e helicóptero

A queda do jato particular da campanha do político, que morreu no acidente, aconteceu na manhã desta quarta-feira
A Força Aérea Brasileira afirma que não há indícios de que a aeronave onde viajava Eduardo Campos, candidato à Presidência pelo PSB, tenha colidido com um helicóptero em Santos, no litoral de São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa da FAB, não há nenhuma informação sobre esta hipótese, que chegou a ser cogitada por um amigo da família do político mais cedo. 
A queda do jato particular da campanha de Campos aconteceu na manhã desta quarta-feira (13). No acidente, morreram o candidato e as outras seis pessoas que estavam a bordo da aeronave, que partiu do Rio de Janeiro e tinha como destino a cidade paulista.
Até agora, sabe-se que o avião teve que arremeter por causa do mau tempo, mas ainda não há informações sobre o que teria causado a queda, que aconteceu sobre uma área residencial de Santos. Segundo o Corpo de Bombeiros, todas as ninguém em terra foi atingido, mesmo que várias casas tenham sido destruídas no acidente.



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