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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 05/05/2014

Área de defesa salva trimestre da Embraer ...



O resultado da Embraer no primeiro trimestre superou as expectativas do mercado, tendo em vista o fraco desempenho da aviação comercial, tradicional carro chefe das vendas da companhia. Parte desta boa performance, conforme balanço divulgado pela companhia na semana passada, está associada aos projetos que a empresa desenvolve para a área de defesa e segurança. O segmento registrou crescimento de 87% no primeiro trimestre deste ano em comparação a igual período de 2013. A receita atingiu R$ 931,4 milhões ...







Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




PORTAL G-1


Avião do Governo do Pará faz pouso forçado em Marabá, diz Infraero


Governo informou que aeronave fazia um voo teste para verificar falha. Aeronave não levava passageiros e tripulação não sofreu ferimentos.

Do G1 PA
Um avião de modelo Caravan, da frota do Governo do Estado do Pará, fez um pouso forçado no Aeroporto de Marabá, no sudeste do estado, na manhã deste sábado (3), de acordo com a Infraero no município. O Governo do Estado informou que o avião fazia um voo teste para verificar uma possível falha no sistema de aceleração, detectada durante a visita do governador Simão Jatene ao município de Marabá desde sexta (2). Na ocasião, a aeronave foi usada pela comitiva do Governo do Estado.
Durante o voo de experiência deste sábado a aeronave não levava nenhum passageiro, e a tripulação não sofreu ferimentos. Uma perícia técnica é realizada neste domingo (3) para avaliar os danos causados ao avião durante o pouso e, posteriormente, serão realizados os devidos reparos. A Infraero informou que só vai se pronunciar oficialmente nesta segunda (5).

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Área de defesa salva trimestre da Embraer



O resultado da Embraer no primeiro trimestre superou as expectativas do mercado, tendo em vista o fraco desempenho da aviação comercial, tradicional carro chefe das vendas da companhia. Parte desta boa performance, conforme balanço divulgado pela companhia na semana passada, está associada aos projetos que a empresa desenvolve para a área de defesa e segurança. O segmento registrou crescimento de 87% no primeiro trimestre deste ano em comparação a igual período de 2013. A receita atingiu R$ 931,4 milhões.
Programas como o do novo cargueiro KC-390, em fase final de desenvolvimento e montagem do primeiro protótipo, deve receber este ano recursos da ordem de R$ 950 milhões. Os contratos de modernização das aeronaves F-5, E-99 e AMX estão avaliados em cerca de R$ 2,5 bilhões.
"Conforme a empresa avança no desenvolvimento dos programas, seus custos são reconhecidos como receita, porque existe uma previsão orçamentária para os projetos", explica Karina Freitas, analista da Concórdia.
Embora importante, o crescimento robusto da participação da área de defesa e segurança na receita trimestral da Embraer é considerado pela analista como uma situação atípica, que pode não ser recorrente ao longo do ano. "O fato de estar em dia com o cronograma de desenvolvimento dos programas também traz benefícios de receita para a companhia, como no caso do KC-390", comenta.
Segundo Karina, a Embraer já vem se preparando para esse cenário de baixa na aviação comercial há cerca de dois anos e por isso acredita que a diversificação dará o fôlego necessário para a companhia passar de forma tranquila pelo período de transição até a entrada em serviço dos jatos da nova geração, a partir de 2018.
O programa AMX, por exemplo, inclui a modernização de 43 aeronaves, das quais três foram entregues à FAB. O cronograma, segundo a Embraer, prevê entregas até 2017. No caso do F-5 a Embraer concluiu a modernização de 46 aeronaves. Um segundo lote, de onze aeronaves, começou a ser modernizado recentemente e a primeira entrega está programada para este ano. As demais se estendem até 2015.
A Embraer informou que duas aeronaves de alerta aéreo e controle E-99, de um total de cinco que estão sendo modernizadas para a FAB, já estarão disponíveis para operar durante a Copa do Mundo.
"Estamos trabalhando junto com a Embraer para conseguir a suplementação orçamentária para o KC-390, para propiciar a fase final de desenvolvimento e o primeiro voo do protótipo em outubro deste ano", informou o brigadeiro José Augusto Crepaldi, presidente da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (Copac), órgão responsável pelos programas de aquisição e modernização de aeronaves da FAB.
O contrato de produção de 28 aeronaves KC-390 para a FAB, segundo o Brigadeiro, também está sendo negociado com a Embraer. A expectativa da empresa, segundo informou ao Valor, é ter o contrato assinado ainda este ano.
O presidente da Copac conta que o projeto já consumiu R$ 2 bilhões, mas o investimento total previsto no seu desenvolvimento é de R$ 4,5 bilhões. Os recursos cobrem a parte de desenvolvimento e produção de dois protótipos, além de toda a documentação e ferramental associado. O valor não inclui o investimento feito pelos parceiros de risco no projeto (fornecedor de sistemas críticos, como motor, aviônicos, trem de pouso, entre outros).
O Brigadeiro disse que a Embraer já iniciou a fase de montagem do protótipo e o projeto está dentro do cronograma. "O KC-390 é um sucesso. Não esperamos maiores riscos no projeto, que está muito sólido no que se refere a soluções de engenharia." Crepaldi ressaltou ainda que o potencial de exportação do KC-390. A Embraer estima um potencial de exportações de US$ 18,7 bilhões para a aeronave nos próximos 20 anos.
A Embraer também mantém a previsão de entrega da primeira aeronave Super Tucano para a Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) para meados deste ano. A montagem do avião foi iniciada no primeiro trimestre em Jacksonville, onde a Embraer construiu uma fábrica para atender ao programa de Apoio Aéreo Leve (da sigla em inglês LAS).
Outro programa de peso na área de defesa e segurança da Embraer é o Sisfron (Sistema de Integrado de Monitoramento de Fronteiras). A empresa informou que a Savis Tecnologia e Sistemas, líder do consórcio Tepro, contratado pelo Exército brasileiro para a integração e implantação do Sisfron, acaba de concluir a entrega do primeiro centro de comando e controle do programa.

JORNAL DA CÂMARA


Aprovado acordo com o Quênia sobre serviços aéreos



A Câmara aprovou o acordo firmado com a República do Quênia envolvendo serviços aéreos. O acordo está previsto no Projeto de Decreto Legislativo 918/13. O texto segue para o Senado.

O projeto aprovado estabelece condições operacionais para a prestação de serviços aéreos internacionais entre os territórios dos dois países. O acordo permite, entre outras coisas, o sobrevoo do território do outro país, sem pousar, e o pouso para escalas com fins não comerciais.

Também foi aprovado requerimento para a criação de comissão externa para acompanhar a 82ª Sessão Geral da Assembleia Mundial dos Delegados da Organização Mundial de Saúde Animal, a ser realizada em Paris, de 25 a 30 de maio.

A comissão será formada pelos deputados Lira Maia (DEM-PA) e Wellington Roberto (PR-PB), e servirá para o Brasil requerer o reconhecimento de Zona Livre de Febre Aftosa com Vacinação contemplando estados do Nordeste e parte do Pará


Anac vê fluxo de passageiros menor na Copa




O diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Pacheco dos Guaranys, disse na semana passada na Comissão de Viação e Transporte que o movimento de passageiros durante a Copa do Mundo deverá ser menor que o normal para os meses de junho e julho.

Segundo ele, isso deve ocorrer por causa da mudança no perfil dos passageiros. “No geral, a gente vai ter um movimento menor do que tem num período normal de junho, por exemplo, quando há muitas reuniões de trabalho, muitos profissionais se deslocando pelo País. Então vai ter uma diminuição desse tráfego executivo e uma movimentação maior de passageiros torcedores”, ressaltou o presidente da Anac.

Guaranys acrescentou que isso vai gerar uma diminuição do número de passageiros geral, mas um aumento do número de passageiros entre determinadas cidades. “Então, Cuiabá, que tem um tráfego menor do que Guarulhos e Brasília, terá um tráfego maior naquele instante.”

O presidente da comissão, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), questionou o presidente da Anac sobre a capacidade de atendimento dos aeroportos mais procurados durante a Copa. Guaranys disse que a agência está organizando slots – as autorizações para pouso e decolagem – de maneira específica para atender as necessidades de 20 aeroportos mais relacionados à Copa: os 12 das cidades-sede e outros oito próximos.


Perspectivas



O presidente da Anac foi convidado por requerimento do deputado Washington Reis (PMDB-RJ), para falar sobre as perspectivas para as atividades da agência no futuro. Marcelo dos Guaranys disse que, em 2012, o País transportou 107 milhões de passageiros, um total 189% maior que o verificado em 2003. A estimativa é chegar a 211 milhões de passageiros em 2020.

No Brasil, a popularização do transporte aéreo teve uma virada em 2010, quando o total de viagens interestaduais passou a ser de 52% para a aviação contra 47% para os ônibus. Desde então, o transporte aéreo vem aumentando em relação ao rodoviário. Em relação às tarifas, Guaranys afirmou que, em 2002, apenas 20% das passagens eram vendidas por menos de R$ 300. Em 2013, o percentual subiu para 59%.


REVISTA ÉPOCA


Às armas



O governo sabe que são abaixo de remotas suas chances de evitar que o Supremo Tribunal Federal (STF) estenda a todos os militares o reajuste de 28,86% concedido aos oficiais superiores em 2013. A Advocacia-Geral da União tem poucas esperanças de vitória no recurso contra uma decisão do STF nesse sentido. Avisada da situação, a ministra do Planejamento Miriam Belchior, pensa agora em pagar os soldos atrasados com precatórios, desvalorizados e de difícil resgate.

REVISTA ISTO É DINHEIRO


Embraer voa alto



A Embraer registrou um lucro de R$ 258,7 milhões no primeiro trimestre, um aumento de mais de quatro vezes sobre o mesmo período de 2012. A receita atingiu R$ 2,9 bilhões puxada pelos resultados da área de Defesa e Segurança.

Míssil Brasileiro



A Avibras, fabricante de equipamentos de defesa de São José dos Campos, assinou na terça-feira 29 contratos com a Marinha para desenvolver o novo motor do míssil AM39 B2. O negócio pode chegar a R$ 60 milhões. O presidente da companhia, Sami Hassuani, afirmou que o mnotor será 100% nacional e que entrará em testes em meados de 2016. O míssil vai equipar os 50 helicópteros EC725 que a Armada nacional comprou da Helibras, do grupo franco-alemão EADS por 1,9 bilhões de euros.

REVISTA VEJA


Governo do Acre expõe haitianos a riscos no Brasil


Falta de uma política direcionada a receber fluxos imigratórios, como o do país caribenho, coloca centenas de haitianos em situação de risco no Brasil

Há três semanas, uma igreja no bairro do Glicério, no Centro de São Paulo, abriga cerca de 700 haitianos que deixaram a cidade de Brasileia (AC), na fronteira brasileira com o Peru, e foram despachados para a capital paulista em ônibus fretados pelo governo acriano. A chegada dos haitianos pegou de surpresa os governos estadual e municipal. E agora há sinais perigosos. Nesta semana, o Ministério do Trabalho recebeu a primeira denúncia de que um grupo de haitianos recém-chegados à capital paulista foi aliciado para trabalho escravo. Além disso, a secretaria estadual de Justiça aumentou o policiamento na região do abrigo após alerta de que imigrantes poderiam ser cooptados para o tráfico de drogas.
Não bastasse a imprudência de embarcar haitianos rumo a outros Estados do país – foram 42 ônibus em abril para diferentes regiões –, os representantes do governo Tião Viana (PT) chegaram a acusar o governo paulista e a prefeitura de São Paulo de preconceito por se tratar de grupos de negros pobres. Uma grosseria de um governo incapaz de lidar com um problema que bate à sua porta. Mas a inépcia política acriana também não anula o fato de que caberia ao governo federal, antes de qualquer outra instância do poder público, assumir sua responsabilidade e prestar ajuda um dos estados mais carentes da federação e porta natural para esses imigrantes.
Até agora, o governo federal só rompe o silêncio sobre o caso para informar que, nos últimos três anos, repassou 4,2 milhões de reais para o abrigo improvisado na Brasileia – 161 reais para cada um dos 26.000 haitianos que cruzou a fronteira após o terremoto que devastou o país caribenho em 2010.
Em São Paulo, sem dinheiro, documentos nem domínio da língua portuguesa, os haitianos passam o dia no pátio em frente à igreja à espera de empresários com propostas de emprego. Um grupo de voluntários se esforça para tentar ajudar os imigrantes do país caribenho, que falam francês e a crioulo – uma minoria que trabalhou na República Dominicana arranha o espanhol. Nos primeiros dias, a alimentação foi oferecida apenas uma vez ao dia por meio de doações. Depois, o governo de São Paulo disponibilizou almoço nas unidades do Bom Prato. Além da paróquia do Glicério, uma igreja de Tucuruvi, na Zona Norte, também ofereceu abrigo a 45 pessoas. O objetivo de todos os haitianos é o mesmo: tirar a carteira de trabalho no Brasil.
Com o documento em mãos, é possível a saída do abrigo para alojamentos oferecidos por empresas da construção civil. Na última semana, um mutirão do Ministério do Trabalho emitiu mais de 300 carteiras de trabalho, quase o equivalente ao total de carteiras emitidas em todo o úlitmo ano aos haitianos no Estado de São Paulo. Segundo o Ministério da Justiça, em 2013, foram emitidos 2.072 vistos humanitários a haitianos, número que cresceu neste ano ao ritmo de 40 emissões por dia.
A improvisação, porém, evidencia o despreparo da administração pública para lidar com o intenso fluxo migratório que atravessa a fronteira para o Brasil; e a situação tende a piorar com a presença cada vez maior de estrangeiros no Brasil. Estima-se que pelo menos 50 pessoas, vindas principalmente do Haiti, Senegal e da República Dominicana, chegam ao norte do país diariamente. Trâmites básicos da imigração, como a emissão do protocolo de entrada no país pela Polícia Federal, levam meses para ser concluídos. No alojamento da Missão Paz, no Glicério, 40 haitianos não têm o documento e cabe ao padre Paolo Parise, que coordena a missão, pressionar a PF para que eles não sejam relegados ao limbo burocrático. “É preciso uma estrutura permanente. A resposta que temos do governo é muito lenta”, diz.
Abrigo – Além da burocracia, os imigrantes sofrem com a ausência de um abrigo público. Oferecer alojamento a imigrantes recém-chegados a São Paulo é obrigação da prefeitura. Em 2001, foi publicado um decreto à lei municipal que determina a política de atendimento a moradores de rua, no qual as vagas em alojamentos também devem ser destinadas a imigrantes recém-chegados, mulheres vítima de violência e pessoas despejadas. Em todas as situações, a administração municipal é obrigada a disponibilizar alojamento com capacidade máxima para cem pessoas, equipado com condições de pernoite, higiene pessoal, lavanderia e depósito.
Alguns haitianos chegaram a ser encaminhados para centros de acolhida para moradores de rua, mas voltaram rapidamente à igreja Nossa Senhora da Paz após terem sido roubados. A Missão Paz chegou a sugerir que a prefeitura cedesse 300 vagas disponíveis em um alojamento localizado no bairro do Bom Retiro, o Complexo Prates. O local, entretanto, não funciona à noite e, por isso, não pode receber os imigrantes.
Diante desse cenário, os imigrantes haitianos se tornam vítimas de toda sorte de perigos. “O Estado não está preparado para uma crise imigratória como essa. O risco de serem aliciados para o trabalho escravo é grande e, infelizmente, apenas um dos muitos que correm”, diz Luiz Antônio de Medeiros Neto, superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego em São Paulo.
A ameaça se materializou na última segunda-feira, quando um ônibus parou em frente à igreja Nossa Senhora da Paz e embarcou um grupo de vinte haitianos com a promessa de trabalho em uma fazenda na cidade de Lajes (SC) – em condições irregulares. O caso é investigado pelo Ministério do Trabalho.
O episódio não foi o primeiro envolvendo imigrantes haitianos em condições análogas à escravidão no Brasil. Em novembro do ano passado, a Polícia Federal flagrou 160 trabalhadores em condições degradantes – 100 deles haitianos – em uma obra da construtora Diedro, em Conceição do Mato Dentro (MG). Também no ano passado, 21 haitianos foram encontrados por fiscais do trabalho em Cuiabá (MT) acomodados em condição análoga à escravidão numa obra do programa federal Minha Casa, Minha Vida.
Ajuda – No Brasil, os imigrantes haitianos recorrem aos conterrâneos como a única ajuda real quando chegam ao Brasil. Pierre Benoit, de 28 anos, vai diariamente à igreja no Glicério para procurar conhecidos oriundos de sua cidade, Gonaives. Há um ano no Brasil – sete meses em São Paulo –, ele já alojou cinco conterrâneos em sua casa no bairro do Campo Limpo, onde vive com a mulher. O filho do casal, de nove anos, ficou no país natal com sua sogra. “Ninguém explica como as coisas funcionam, quero retribuir a ajuda que tive quando cheguei.”
Na última quarta-feira, Benoit foi escalado pelo Ministério do Trabalho para ajudar na tradução durante a emissão das carteiras de trabalho. Ele está desempregado depois de deixar o trabalho como auxiliar de pedreiro em uma obra que, segundo ele, não lhe pagava corretamente. Antes disso, ele e a mulher passaram três meses em Santa Catarina, onde ganhava 1.150 reais por mês, como auxiliar de produção. “Lá faz muito frio, por isso vim para São Paulo.”
Benoit carrega uma pasta azul com três certificados de cursos profissionalizantes feitos em São Paulo: auxiliar de pedreiro, azulejista e segurança. “Desses todos, eu prefiro ser segurança. É um trabalho menos pesado.”
A mesma pasta colorida não sai das mãos de Ronald Balame, de 26 anos, recém-chegado do Acre. Ele carrega a carteira de trabalho e pede emprego a qualquer pessoa que se aproxime. “No Haiti, disseram que eu tinha direito de vir para o Brasil para trabalhar, mas ao chegar aqui, me sinto perdido e maltratado”, afirmou. Ele diz ter passado fome na viagem até São Paulo – passou mais de48 horas a bordo de um ônibus à base de água. A mesma reclamação é repetida por muitos haitianos abrigados na igreja.
Balame quer trabalhar e sonha se formar engenheiro – ou, num projeto mais a curto prazo, completar cinco reais em moedas para telefonar para a família no Haiti. “Faz mais de duas semanas que não dou notícias, eles devem estar preocupados”, disse, com pouco mais de cinquenta centavos nas mãos.
Porta de entrada – De acordo com a secretaria de Desenvolvimento Social do Acre, o envio de haitianos às regiões Sul e Sudeste do país visa diminuir o número de imigrantes no Estado para agilizar a documentação dos que chegam diariamente. Segundo o secretário de Justiça do Acre, Nilson Mourão, a decisão do governo de assumir apenas o papel de receber e registrar a entrada dos haitianos no Brasil será mantida. “A maioria não quer ficar no Acre, então vamos ajudá-los a seguir até o seu destino final”, disse. "Assim que conseguimos documentar 45 haitianos, lotamos um ônibus e eles seguem viagem.”
Sem saneamento básico adequado e com capacidade para receber 400 pessoas – a lotação constantemente chega a 2.500 –, o abrigo da Brasileia foi fechado no mês passado por causa da cheia do rio Madeira. Com a rodovia BR-364 bloqueada, os imigrantes não conseguiam deixar o local em busca de emprego. Diante disso, o governo estadual usou os aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportaram mantimentos a Brasileia para levar os imigrantes até Porto Velho (RO), de onde foram despachados em ônibus até São Paulo.
De acordo com Mourão, os imigrantes preenchem um cadastro quando chegam ao Brasil. Como a maioria demonstra interesse em seguir para Santa Catarina e Paraná, o governo acriano os envia para a rodoviária da Barra Funda, em São Paulo. Detalhe: para o governo do Acre, os haitianos devem seguir da rodoviária paulista para os outros Estados com recursos próprios. "Eles chegam aqui com o endereço escrito em um pedaço de papel", diz o padre Paolo Parise.
A crise provocada pela cheia do rio Madeira foi uma forma oportunista usada pelo governo do Acre para transferir os haitianos da pequena Brasileia, com cerca de 20.000 habitantes. Ao mesmo tempo em que declarou situação de calamidade pública no Estado, o governo Tião Viana (PT) procurou o padre Paolo Parise da Missão Paz. "Dias depois, já havia dezenas de pessoas batendo em nossa porta", diz Parise.
Atualmente, o Acre abriga cerca de 273 haitianos em um novo alojamento aberto no Parque de Exposições de Rio Branco. O local, porém, deverá ser desocupado até o fim de maio, quando começam os preparativos para a feira Expoacre. Não é difícil imaginar qual será o destino desses 273 imigrantes nos próximos dias.

JORNAL ESTADO DE MINAS


Hospital de Campanha montado no Barreiro deve atender a mais de 3 mil pessoas


O atendimento será na Av. Afonso Vaz de Melo. Serão recebidos pacientes que tiveram as consultas pré-agendadas pelos centros de saúde da Regional Barreiro

  
ImagemA Força Aérea Brasileira (FAB), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte (SMSA) instala o Hospital de Campanha (HCAMP), no período de 5 a 9 de maio, no Barreiro de Baixo. A expectativa é atender cerca de 3 mil pessoas em diversas especialidades médicas e odontológicas.
Os atendimentos contarão com a participação de 94 profissionais de saúde da FAB, sendo 53 médicos, 24 dentistas e 17 farmacêuticos. Serão atendidos pacientes que tiveram as consultas pré-agendadas pelos centros de saúde da Regional Barreiro. Após o atendimento no HCAMP, aqueles pacientes que precisarem continuar o tratamento, serão encaminhados para rede municipal de saúde da capital. Entre 05 e 08 de maio, acontecerá também no HCAMP coleta de sangue em parceria com o Hemominas.
O HCAMP é instalado anualmente em Belo Horizonte, desde 2008, para o treinamento operacional de médicos, dentistas e farmacêuticos que realizam a adaptação militar no Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica (CIAAR), após terem sido aprovados em concurso público para ingresso na FAB. Ao iniciarem a carreira na FAB, os profissionais de saúde poderão atuar em situações de calamidade real, prestando atendimento a vítimas de catástrofes. No ano passado, o Hospital de Campanha funcionou no Bairro Padre Eustáquio, onde foram realizados 2,5 mil atendimentos, entre consultas e procedimentos médicos.
Especialidades atendidas:
Anestesiologia, anatomia patológica, cardiologia, cirurgia cardíaca, cirurgia cabeça e pescoço, cirurgia geral, clínica médica, cirurgia vascular periférica, dermatologia, geriatria, ginecologia obstetrícia, mastologia, medicina do trabalho, neurocirurgia, otorrinolaringologia, ortopedia, psiquiatria, urologia e radiologia. Serão realizados também atendimentos odontológicos para adultos e crianças, procedimentos de extração dentária e avaliações preventivas.
Serviço:
Local: Av. Afonso Vaz de Melo, s/nº, Barreiro de Baixo (em frente ao Restaurante Popular)
Horário: Segunda a Quinta-feira (8h às 17h). Sexta-feira (8h às 12h)
REVISTA CARTA CAPITAL


Brasil, o elo partido


Salvo exceções, o País está distante das cadeias de fornecimento globais, eixos do dinamismo econômico mundial

O ANO de 2014 está perdido para a indústria, anunciou a Fiesp em abril, oito meses antes do fim do período, aparentemente sem surpreender ninguém. O índice de confiança dos empresários do setor medido pela FGV caiu para menos de 100 pontos, o mesmo nível atingido na grande depressão mundial de 2009.
Dificuldades (e avanços) acumularam--se nos últimos anos, mas as principais agruras do setor vêm de décadas atrás. Estudos recentes apontam uma das consequências da crise crônica da indústria: o Brasil distanciou-se dos padrões internacionais e hoje, exceto no caso de algumas empresas, é um elo partido das grandes cadeias de fornecimento globais, também chamadas de cadeias produtivas ou de valor. A situação é preocupante, mas o País tem condições de resolvê-la, asseguram as análises.
Uma cadeia de fornecimento global é o conjunto de empresas de diferentes países envolvidos nas diversas etapas de produção de um bem ou serviço, da produção ao marketing e à distribuição. O Ford Escort produzido em 1981 na Europa com peças de várias procedências é considerado o primeiro carro mundial fabricado nesse sistema. O iPhone e o iPad são exemplos recentes de utilização da mesma lógica de suprimento.
Ficar fora dessas redes mundiais de suprimento equivale a apartar-se do mundo industrial e econômico contemporâneo, porque elas "baratearam enormemente os custos e aumentaram a eficiência dos sistemas da produção manufatureira", explica o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial. Mas "participar das cadeias globais é para quem pode, não para quem quer", diz Mario Bernardini, diretor de competitividade da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, a entidade responsável pela mobilização, há um mês, de 21 associações empresariais para pressionar o governo federal por medidas de apoio à indústria de transformação. As reivindicações abrangem câmbio, juros, carga tributária, concorrência de produtos importados, desoneração de investimentos, indexação de preços, custo de energia e infraestrutura.
O conjunto de problemas considerados sistêmicos expressos na pauta encaminhada pela Abimaq explica em parte a inserção reduzida da indústria local nas cadeias globais e o baixo valor agregado nas transações do País com o mundo. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e a Organização Mundial do Comércio consideram o Brasil uma das economias com menor valor adicionado de itens importados nas suas exportações, da ordem de 10%. Mas a sua contribuição em valor acrescentado às exportações de outros países é a segunda maior entre as economias em desenvolvimento, principalmente por conta das vendas externas de insumos e de matérias-primas. O seu lugar é mais o de um fornecedor de insumos para empresas de outras origens adicionarem valor às suas cadeias produtivas do que um exportador de produtos com maior valor adicionado. Empresas multinacionais buscam o País atraídas pelo mercado interno ou pela exploração de recursos naturais, mas não o veem como um local para agregar valor às cadeias globais às quais estão conectadas, concluem OCDE e OMC.
A elevada concentração no topo das cadeias de valor globais restringe o espaço de inserção dos países em desenvolvimento, mostra um levantamento feito por Peter Nolan, da Universidade de Cambridge, um dos principais estudiosos de cadeias produtivas e consultor oficial do governo da China (leia a tabela). Três empresas, em média, controlam quase 70% dos mercados mundiais em 31 setores e subsetores. São as integradoras das respectivas cadeias de valor global, quase todas com sedes nos Estados Unidos, na Europa e no Japão.
Há apenas uma integradora brasileira, a Embraer, que reparte com a canadense Bombardier 75% do mercado mundial de aeronaves comerciais de 20 a 90 assentos.
O problema da baixa inserção da indústria brasileira ficou mais nítido com o impulso dado pela globalização às grandes cadeias produtivas mundiais. O setor foi menos ator e mais plateia desse movimento ocorrido entre 1980 e 2008. "A globalização é um fenômeno das economias asiáticas, europeias e americanas. Não chegou por aqui. Nós não fomos incluídos", diz Júlio Gomes de Almeida, professor da Unicamp e ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda.
A participação reduzida do Brasil tem a ver com a política econômica dos anos 1970 e a crise da dívida externa nos anos 1980, responsável por um choque de 15 anos na economia. "Antes do Plano Real, a situação grave do balanço de pagamentos e a ameaça da hiperinflação afastaram o País das estratégias de migração e reorganização da grande empresa transnacional", diz Luiz Gonzaga Belluzzo, diretor daFacamp Faculdades de Campinas e consultor de Carta Capital. Apartir do plano, controlou-se a inflação, mas "a valorização do real, além de reanimar a vulnerabilidade externa, desfavoreceu a participação brasileira nas cadeias produtivas globais, sobretudo nos setores em que as transformações estruturais e tecnológicas ocorriam com mais intensidade".
O movimento de globalização e a estruturação das cadeias de valor globais abalaram também concepções enraizadas a respeito da evolução provável das economias nacionais e das empresas. "Ao contrário da crença dos economistas da corrente de pensamento dominante, o chamado mainstream, de que abrir as economias em desenvolvimento proporcionaria às empresas locais oportunidades para seguir o caminho daquelas dos países de alta renda, as três décadas de globalização testemunharam um grau sem precedentes de consolidação internacional e concentração industrial", dizem Peter Nolan e Jin Zhang, pesquisadora de Cambridge, no estudo Competição Global pós Crise Financeira.
A trajetória da Embraer contrasta com a da maior parte do setor industrial. A empresa iniciou a articulação de educação, manufatura e pesquisa há 45 anos, com apoio do governo, através do Instituto Tecnológico de Aeronáutica. Um desenvolvimento anterior, portanto, às políticas liberalizantes dos anos 1980.
Com as transformações financeiras e organizacionais e as novas formas de concorrência surgidas a partir dessa década, as grandes empresas dos países desenvolvidos reconfiguraram o ambiente internacional. O crescente comércio entre as indústrias e principalmente o suprimento mundial, ou global sourcing, tiveram um papel decisivo nas estratégias de internacionalização das cadeias de fornecedores beneficiadoras, a partir da década de 1990, das economias asiáticas, em especial da chinesa.
A maior parte do suprimento da Boeing, uma das integradoras da cadeia global de produção de aeronaves de grande porte, provêm de empresas do Japão, Coréia do Sul, Taiwan e China. A situação da Airbus, concorrente da Boeing, da Bombardier e da Embraer é semelhante.
"A realidade do setor aeronáutico, em âmbito mundial, exige produtos no estado da arte da tecnologia para manter as empresas competitivas e geradoras de empregos. Poucos fornecedores em todo o mundo estão aptos a prover muitos dos componentes e peças com as especificações necessárias para tais produtos, o que faz com que as cadeias sejam globalizadas", diz Nelson Salgado, vice-presidente-de-relações institucionais e sustentabilidade da Embraer. A empresa auxilia o desenvolvimento dos seus fornecedores nacionais para atendimento dos padrões de excelência e competitividade exigidos para inserção na cadeia global e aumento do índice de nacionalização dos seus produtos.



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