NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 06/08/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Integração debate redução de quadros de polícias na Amazônia
A Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia debate nesta terça-feira (6), às 14 horas, a redução dos quadros das polícias Federal e Rodoviária Federal na Amazônia. O deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), afirma que requereu a audiência pública após a imprensa ter denunciado que, com a saída de policiais, as duas corporações tiveram suas atuações limitadas “em uma região tão vasta e necessitada de vigilância como a Amazônica”.
Jordy ressalta o fato de que em Altamira (PA), por exemplo, “por causa da construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, ao invés de o efetivo ter sido reforçado, houve uma diminuição dos quadros da polícia federal”, que recebeu cerca de 40 mil pessoas em um curto período de tempo, o que teria aumentado a violência na região.
“O tráfico de drogas, a exploração ilegal de madeiras e minérios, o tráfico humano e a vigilância das imensas fronteiras amazônicas são apenas alguns dos problemas enfrentados na região, o que requer não só a manutenção dos efetivos, mas o constante reforço, não só em pessoal, mas em material e logística”, argumenta ainda o deputado.
Foram convidados para o debate representantes do Ministério da Justiça; do Ministério Público Federal; e dos policiais rodoviários federais nos estados do Pará e do Amapá.
A audiência pública será no plenário 15.
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Forças Armadas apresentam sugestões à Lei de Licitações
As contribuições das Forças Armadas à reforma da Lei de Licitações e Contratos abriram a audiência desta segunda-feira (5) da comissão temporária do Senado destinada a modernizar a norma (Lei 8.666/1993). Presidindo a audiência, o senador Waldemir Moka (PMDB-MS) cobrou agilidade nas licitações, criticando a burocracia em torno das compras do setor público, mas exigiu rigor contra a corrupção.
O contra-almirante Hugo Cavalcante Nogueira apresentou, entre outras proposta da Marinha, a atualização dos valores para dispensa de licitação, e a possibilidade de dispensa de licitação em transação que envolva segurança nacional mediante portaria do ministro da Defesa - atualmente a possibilidade só é permitida por decreto presidencial depois de consulta ao Conselho de Defesa Nacional:
– Não é que estejamos fugindo das licitações, mas tentando fazer com que a máquina ande - explicou. O general-de-divisão José Carlos Nader Motta chamou a atenção para obras que são feitas antes da aprovação do projeto executivo, um aspecto que, em sua avaliação, exige mudança na lei. Para ele, também deve ser admitido o pregão internacional.
Por sua vez, o brigadeiro-intendente Gilberto Barros Santos opinou que a publicação de editais na internet é suficiente para informar sobre a abertura de processos de compras. Ele também defendeu a cotação eletrônica para compras até R$ 80 mil, que seriam abarcadas como modalidade simplificada de licitação.
Ao comentar as palavras de Walisson Alan Correia de Almeida, representante do Tribunal de Contas da União (TCU), Waldemir Moka elogiou os quadros técnicos do TCU que - frisou o senador - chegam a ser disputados por outros órgãos, mas criticou investigações que deixam obras paradas por muito tempo:
- O TCU tem que nos ajudar a ter uma legislação mais ágil, com menos burocracia - afirmou, sublinhando o elevado custo das obras paralisadas para os cofres públicos. Em sua intervenção, Walisson opinou que o regime diferenciado de contratações (RDC) é uma revolução que complementa a revolução anterior da modalidade de pregão.
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Integração com TAV
Confins: mudança no edital
A versão final dos editais de concessão dos aeroportos de Confins, na Grande BH, e do Galeão, no Rio, deve ser publicada até setembro e poderá apresentar novas alterações e incluir cláusulas sobre a integração com o Trem de Alta Velocidade (TAV). A informação foi dada ontem pela diretora de Regulação e Concorrência da Secretaria de aviação Civil (SAC) da Presidência da República, Martha Seillier. Segundo Martha, a SAC pode incluir nos editais cláusulas referentes à integração intermodal com o projeto do TAV entre Campinas (SP), São Paulo e Rio. O projeto, ainda em fase de estudos pela Empresa Pública de Logística (EPL), passará pelos terminais de aeroportos.
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Mercosul quer sanções aos EUA
ESPIONAGEM Ministros de Relações Exteriores do bloco encontraram o secretário-geral da ONU e conversaram sobre as graves implicações do caso para a comunidade internacional
NOVA IORQUE - Os chanceleres do Mercosul alertaram ontem o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, sobre as graves implicações que representam para a comunidade internacional o sistema de espionagem dos Estados Unidos, durante uma reunião realizada em Nova Iorque. Uma das possibilidades é que o documento seja levado ao conselho, para pedidos de sanção aos Estados Unidos. "Expressamos nossa preocupação e nosso alerta sobre as graves implicações que esses procedimentos ilegais desenvolvidos pelo governo dos Estados Unidos têm sobre a estabilidade política dos países e a mútua confiança necessária na comunidade internacional", afirmou o chanceler venezuelano Elías Jaua.
Além de Jaua - cujo país exerce a presidência pró-tempore do Mercosul-, participaram da reunião seus colegas Antonio Patriota (Brasil), Héctor Timerman (Argentina), Luis Almagro (Uruguai) e David Choquehuanca (Bolívia). O Mercosul é composto por Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai e Paraguai, que está atualmente suspenso. A Bolívia está em processo de adesão.
Com sua visita a Nova Iorque, os ministros seguiram a orientação de seus presidentes na última cúpula do Mercosul em Montevidéu, em meados de julho, quando foi emitida uma declaração denunciando o sistema de espionagem mundial dos Estados Unidos revelado pelo ex-consultor de inteligência americano foragido Edward Snowden. "Essa prática é absolutamente violatória do direito internacional em matéria de salvaguarda da soberania e da independência dos países e, muito mais do que isso, é violatória dos direitos humanos fundamentais dos cidadãos e cidadãs de nossos países", ressaltou Jaua.
Durante o encontro, os chanceleres também manifestaram a "grande preocupação" do Mercosul com "o atropelo e o agravo à imunidade presidencial" do mandatário boliviano Evo Morales, "quando seu livre trânsito pelo espaço aéreo de um grupo de países europeus foi impedido devido à suspeita de que o senhor Snowden estivesse no avião", no momento em que este tentava obter asilo na região.
A decisão adotada por Espanha, França, Itália e Portugal no dia 2 de julho "colocou em grave risco não só a dignidade do presidente, como também sua própria segurança física ao obrigá-lo a sobrevoar com pouco combustível e a fazer um pouso de emergência na cidade de Viena", explicou Jaua.
Snowden, requerido por Washington pela acusação de espionagem depois de ter revelado a existência de um programa secreto de escala local e internacional dos Estados Unidos para espionar comunicações telefônicas e pela internet, conseguiu obter asilo temporário na Rússia, diante da dificuldade de viajar para a América Latina.
Asilo
A questão do asilo foi exatamente outro tema abordado com o secretário-geral da ONU, após pressões dos Estados Unidos sobre os países latino-americanos (Bolívia, Nicarágua, Venezuela) que ofereceram essa alternativa a Snowden.
"Para nós, latino-americanos, o direito ao asilo, o direito dos cidadãos a solicitá-lo e o direito dos Estados de serem respeitados quando o concedem é um princípio que não estamos dispostos a negociar", afirmou Jaua, lembrando como essa prática permitiu salvar vidas durante as ditaduras na região.
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Senado quer explicações sobre os caças
Roberto Godoy
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado vai realizar uma audiência pública no dia 13 deste mês a fim de debater a crise dos novos caças de tecnologia avançada da Força Aérea.
A Aeronáutica decidiu desativar em dezembro os 12 Mirage 2000 do 1º Grupo de Defesa Aérea, sem que o governo tenha decidido o processo F-X2, a escolha das aeronaves supersônicas de alta tecnologia, sucessoras da frota que entrou na fase de fadiga de célula e não poderá mais sair do chão.
Antes da audiência com o brigadeiro Juniti Saito, comandante da Aeronáutica, haverá outra sessão, pela manhã, para discutir os satélites geoestacionários de defesa e comunicações estratégicas, com o presidente da Telebrás, Caio Bonilha.
O presidente da comissão, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), ouviu exposições em separado das três empresas candidatas ao fornecimento das aeronaves - a americana Boeing Defence, a francesa Dassault Aviation e a sueca Saab. O contrato envolve 36 caças, suprimentos e transferência de tecnologia. A avaliação é de que o valor fique entre US$ 4,5 bilhões e US"$ 6,5 bilhões financiados e com grande prazo de carência.
Novela. O governo está prorrogando a compra dos jatos de combate desde 1996, ano em que, pela primeira vez, o então presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu um estudo detalhando a necessidade de renovação do equipamento, iniciando o procedimento F-X que viraria o atual F-X2 com uma só novidade, a exigência de transferência ampla de tecnologia. O governo, todavia, não fez a opção.
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Polícia abre inquérito para apurar queda de avião em Paragominas
O inquérito tem prazo de até 30 dias para ser concluído. No acidente, ocorrido no domingo, 4, o piloto Francisco Feliciano morreu.
A Polícia Civil instaurou nesta segunda-feira (5) inquérito para investigar a causa do acidente aéreo ocorrido em Paragominas, nordeste paraense, em que um avião monomotor caiu a cerca de quatro quilômetros da cabeceira da pista do aeroporto local, no último domingo (4). Na queda, morreu o único ocupante da aeronave, o piloto e dono do aparelho, Francisco Soares Feliciano, de 53 anos.
O delegado Alberone Lobato, da Seccional Urbana de Paragominas, informou que os depoimentos devem ser iniciados nesta terça-feira (6), quando serão ouvidos relatos de testemunhas da decolagem e do acidente. Profissionais do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), do Ministério da Aeronáutica, já estiveram no local do acidente e iniciaram as investigações para apurar a queda do monomotor.
Peritos criminais do Centro de Perícias Científicas do Pará fizeram levantamento do local do acidente também para apurar as causas. O corpo do empresário foi enterrado nesta segunda, e por isso ainda não foi possível coletar depoimentos em Paragominas.
O inquérito tem prazo de até 30 dias para ser concluído. O delegado vai coletar relatos de testemunhas e receber os laudos das perícias feitas na área da queda do avião.
A queda ocorreu pouco antes de 20 horas, em uma localidade conhecida como Aragão. Os bombeiros encontraram o corpo carbonizado. A área em que caiu o avião é de difícil acesso e não há cobertura para telefone celular na região.
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Vizinhos do aeroporto de Jundiaí, SP, temem novos acidentes aéreos
Somente nos últimos três anos foram registrados seis acidentes. O último foi no sábado (3) e quatro pessoas morreram.
Foram cremados no fim da manhã desta segunda-feira (5) os corpos das quatro pessoas da mesma família que morreram na queda de um avião no fim de semana em Jundiaí (SP). Os técnicos da Aeronáutica recolheram os destroços para serem feitas novas análises. As causas do acidente só serão divulgadas no fim das investigações, mas uma das hipóteses é falha no motor. Este foi o sexto acidente com aviões de pequeno porte na região do aeroporto de Jundiaí. Situação que preocupa os moradores dos bairros vizinhos.
O avião bimotor Beech Baron, um dos modelos mais vendidos no mundo, decolou do Aeroporto Estadual Comandante Rolim Adolfo Amaro, que fica no bairro Casa Branca, por volta do meio-dia e seguia para Batayporã (MS), mas acabou caindo minutos depois, perto da Rodovia Anhanguera. Segundo testemunhas, havia fumaça em um dos motores durante a decolagem. O piloto tentou retornar, perdeu altitude e caiu no barranco, ao lado de uma alça de acesso da rodovia.
Imagens feitas minutos depois com um telefone celular mostram a aeronave em chamas. Era possível ver a fumaça a mais de quatro quilômetros de distância. Quatro pessoas da mesma família estavam a bordo: Arnaldo Soares dos Santos Neto (50), a mulher dele Kênia Maria Tubertini dos Santos (49) e os filhos Ana Luísa Tubertini dos Santos (19) e Arnaldo Soares dos Santos Júnior (13). Todos morreram carbonizados.
Este foi o sexto acidente com aviões pequenos só nos últimos três anos em Jundiaí, De acordo com o Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), durante este período o aeroporto da cidade vem registrando aumento no número de pousos e decolagens. Nos seis primeiros meses deste ano foram 48 mil. E esses acidentes têm preocupado alguns moradores dos bairros próximos ao aeroporto. "A gente fica abismado com medo de cair perto de casa. É um desastre pra gente", fala o aposentado Hilário Zacari.
Vasti Brinatti é funcionária de um posto de combustíveis, bem perto do local onde o avião caiu no sábado, conta que ficou assustada. "Eu moro do lado e, às vezes, de noite eu acordo com aquele barulho de avião. Dá medo".
Técnicos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) e da Força Aérea estiveram no local e fizeram uma perícia nos destroços para tentar descobrir o que provocou a queda. Depois de concluídas as análises do Seripa, um relatório deve ficar pronto em um prazo de, no mínimo, 30 dias.
Na queda, o avião atingiu o muro da empresa Japi. Em nota, a assessoria de imprensa da fábrica disse que não houve dano estrutural no local.
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Publicado decreto que regulamenta uso de helicópteros oficiais no RJ
Viagens só podem ser feitas em missões oficiais ou questões de segurança. Em julho, MP abriu investigação sobre suposto uso indevido por Cabral.
Foi publicado nesta segunda-feira (5) no Diário Oficial um decreto que regulamenta o uso dos helicópteros oficiais do governo do estado do Rio, como mostrou o RJTV. De acordo com a publicação, as aeronaves podem ser utilizadas pelo governador, vice-governador, chefes de poderes, secretários e presidentes de autarquias.
No início de julho, o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu investigação para apurar denúncia de que o governador Sérgio Cabral estaria usando o helicóptero oficial para fins particulares. A denúncia foi publicada pela Revista “Veja”. No dia 29 do mesmo mês, Cabral pediu desculpas por ter declarado que isso sempre foi uma "prática comum", disse que sua família não utilizava mais o transporte e que iria criar "um protocolo de uso desse recurso".
De acordo com o decreto, as viagens só podem ser feitas para missões oficiais ou questões de segurança. A Subsecretaria Militar da Casa Civil vai definir as recomendações de segurança.
A autoridade que pedir o helicóptero deverá informar a data e o horário do voo, o tempo de permanência no destino, o motivo do deslocamento e a relação das pessoas que viajarão no helicóptero. Todas as aeronaves públicas deverão estar identificadas com logotipo do governo do estado. E o descumprimento dessas regras vai gerar abertura de sindicância.
Segundo a reportagem de "Veja", o governador e a família usavam a aeronave para ir, em fins de semana, a Mangaratiba, na Região Metropolitana do Rio, onde o governador tem uma casa de praia. Um piloto declarou à revista já ter levado para Mangaratiba cabeleireira, médico, prancha de surfe, amigos dos filhos.
Ainda de acordo com a revista, o helicóptero é utilizado por Sérgio Cabral, diariamente, para ir do Leblon, onde mora, até o Palácio Guanabara, sede do governo, em Laranjeiras, ambos na Zona Sul da cidade. As viagens custariam, por ano, R$ 3,8 milhões aos cofres público, segundo a "Veja".
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FAB desativará caças Mirage no final de dezembro
Grupo estuda qual será o destino das aeronaves desativadas
A Força Aérea Brasileira (FAB) vai desativar sua frota de caças Mirage-2000 C/B, usados em interceptação, à 0h do dia 31 de dezembro, por conta do esgotamento da capacidade de operação das aeronaves.
Segundo a FAB, as aeronaves já tiveram seu tempo de uso prolongado em dois anos. De 12 caças desse modelo, que compõem o lote do 1º Grupo de Defesa Aérea, em Anápolis (GO), apenas seis são usados atualmente, já que os demais foram utilizados como suprimento para o prolongamento do uso dos aviões.
O esgotamento dos caças é total e não há condições de um novo prolongamento do tempo de uso. Por conta disso, um grupo de trabalho foi montado para definir o que será feito com as aeronaves.
Baseados em Anápolis, os caças são responsáveis, principalmente, pela defesa da capital federal do País, Brasília. Com o atraso na compra de novos caças previstos no programa F-X2, que se arrasta desde o governo Fernando Henrique Cardoso, os oficiais da FAB analisam de que forma será feita a defesa da região.
Expectativa
Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, a expectativa do governo é de que os 36 caças previstos no programa F-X2 sejam adquiridos ainda este ano.
O programa militar se arrasta há anos, e tem três países como principais competidores: França, com os Rafale, Estados Unidos, com o F-18 Super Hornet, e a Suécia, com o Gripen NG. Ainda na época do governo Lula, por questões de proximidade política com o então presidente Nicolas Sakozy, o Brasil ficou perto de anunciar a compra dos caças Rafale, os mais caros da concorrência, a um custo de R$ 16 bilhões, mas com maior transferência de tecnologia.
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Cabral muda comando da PM e restringe uso de helicópteros
Guilherme Serodio e Rafael Rosas
O secretário de Segurança do Estado do Rio, José Mariano Beltrame, exonerou na tarde de ontem o comandante-geral da Polícia Militar do Estado, coronel Erir Ribeiro Costa Filho.
A exoneração acontece após Beltrame criticar publicamente Erir Ribeiro pelo decreto publicado na sexta-feira que anistia punições administrativas dadas a policiais militares responsáveis por pequenos delitos e desvios de conduta.
Desde a semana passada, quando o governador Sérgio Cabral (PMDB) mudou de postura na resposta às manifestações que ocupam as ruas da cidade há quase dois meses, fontes da polícia afirmavam que Erir Ribeiro poderia cair devido às críticas à conduta da PM.
A cúpula da segurança vinha recebendo críticas pela resposta violenta da PM às manifestações de rua no Rio. Outra crítica foi quanto ao desaparecimento do pedreiro Amarildo de Souza, que sumiu em 14 de julho depois de ser levado por policiais para a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rocinha. A gota d"água, no entanto, foi a anistia publicada em documento interno da PM que limpa anotações nas fichas dos policiais, favorecendo promoções.
Em nota, Beltrame afirmou apenas que as "mudanças fazem parte do processo de gestão e devem ser vistas com naturalidade". Beltrame ainda avalia o nome do próximo comandante.
Buscando reduzir a temperatura nos protestos que têm como principal tema as críticas ao governo, também ontem Cabral publicou decreto restringindo o uso de helicópteros a missões oficiais ou casos que envolvam a segurança de autoridades.
Para acalmar os ânimos dos que criticam a administração privada e os altos custos das obras do estádio do Maracanã, o governador afirmou, pelo twitter, que a escola municipal Friedenreich, no complexo do estádio, não será mais demolida, o que estava previsto no edital de licitação.
Em julho, Cabral foi criticado por utilizar helicópteros no trajeto diário entre a Lagoa - próximo à sua casa, no Leblon - e o Palácio Guanabara, sede do executivo estadual. O trajeto tem menos de dez quilômetros. Os helicópteros também transportavam família e empregados do governador à casa de praia dele em Mangaratiba.
Foi estabelecido que a partir de hoje, o uso fica restrito ao governador, vice-governador, chefe do legislativo e judiciário estadual, secretários de estado e presidentes de autarquias e empresas públicas. O documento orienta, ainda, que as aeronaves sejam compartilhadas pelas autoridades "sempre que possível" e define que sua utilização deve ser solicitada à Secretaria da Casa Civil. Motivo da viagem, trajeto e nomes dos ocupantes também precisarão ser informados. A punição para a utilização de aeronaves em desacordo com a nova regra prevê sindicâncias e processos disciplinares.
Em entrevista ao Valor, na última quinta-feira, Cabral negou que a utilização de helicópteros para fins particulares já estivesse prevista no código de conduta aprovado por ele em julho de 2011, durante outra crise de popularidade quando a queda de um helicóptero no sul da Bahia desencadeou uma série de acusações sobre sua relação com empresários como Fernando Cavendish, dono da construtora Delta. O código buscava evitar a ocorrência de situações que pudessem "suscitar conflitos entre o interesse privado e as atribuições públicas" das autoridades estaduais.
As medidas do governo parecem não ser suficientes para cessar os protestos. No fim da tarde de ontem, manifestantes ocuparam o antigo Museu do Índio, no complexo do Maracanã. Eles devem discutir hoje o futuro do prédio com a secretaria estadual de cultura.
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