NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 20/07/2013
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Ministra boliviana acusa oposição de usar vistoria a avião da FAB para gerar mal-estar com Brasil
Renata Giraldi
A ministra da Comunicação da Bolívia, Amanda Dávila, disse que a oposição no país quer usar politicamente o fato de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), usado pelo ministro da Defesa do Brasil, Celso Amorim, ter sido vistoriado por forças policiais bolivianas em 2011. Ela destacou que os oposicionistas querem “provocar um problema para gerar um escândalo” entre os governos do Brasil e da Bolívia.
Amanda Dávila disse que respondeu às questões encaminhadas por deputados da Convergência Nacional (CN), que faz oposição ao governo de Evo Morales. Os parlamentares divulgaram que o avião de Amorim foi vistoriado, no segundo semestre de 2011, em Al Alto.
No último dia 16, em Brasília, em nota, o Ministério da Defesa confirmou a informação. Segundo a Defesa, por intermédio da Embaixada do Brasil na Bolívia, o Ministério das Relações Exteriores reagiu, exigindo desculpas e o fim de procedimentos semelhantes. Segundo o ministério, a vistoria ocorreu quando Amorim e seus assessores estavam fora da aeronave.
Para a ministra boliviana, o incidente foi sem “nenhuma gravidade”. “Há uma má intenção [da oposição]”, ressaltou Amanda Dávila. Anteriormente, o Ministério das Relações Exteriores da Bolívia informou que militares fizeram buscas na aeronave brasileira porque houve denúncias de que havia drogas escondidas no avião. As autoridades bolivianas negam que o objetivo da ação tenha sido verificar se o senador de oposição Roger Pinto Molina estava na aeronave.
Pinto Molina está abrigado na Embaixada do Brasil na Bolívia há 13 meses e aguarda salvo-contudo para deixar a representação diplomática e asilar-se em território brasileiro. Mas as autoridades bolivianas recusam-se a emitir o documento, alegando que o parlamentar responde a processos judiciais no país.
*Com informações da ABI, agência pública de notícias da Bolívia
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Evo pede desculpas ao Brasil
O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu ontem desculpas públicas ao governo e ao povo brasileiro pela revista, em outubro de 2011, do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportou o ministro da Defesa, Celso Amorim, a La Paz. Morales falou sobre o assunto em coletiva de imprensa, na sede do governo boliviano. Ele afirmou que o procedimento não ocorreu por ordem dele, do vice-presidente, Álvaro García, ou do gabinete oficial, e acredita que "alguns oficiais exageraram, sob o pretexto de estarem combatendo o narcotráfico".
O ministro de Governo boliviano, Carlos Romero, acrescentou que foram tomadas medidas disciplinares contra três policiais que participaram da vistoria "não autorizada". Na última quarta-feira, o chanceler boliviano David Choquehuanca havia classificado o incidente como um episódio "infame". Em 2011, três aeronaves da FAB foram vistoriadas por autoridades da Bolívia, configurando, segundo o governo brasileiro, violação da imunidade de aeronaves da Força Aérea.
Nem o Ministério da Defesa nem o Itamaraty quiseram comentar o pedido de desculpas de Evo Morales. Em nota divulgada esta semana, a pasta comandada por Amorim informou que uma reclamação tinha sido encaminhada pela Embaixada do Brasil em La Paz à chancelaria boliviana e que, no documento, havia a informação de que a repetição desse tipo de procedimento "abusivo" levaria à aplicação do princípio da reciprocidade. Desde então, a FAB não registrou novos episódios.
Na entrevista de ontem, o presidente boliviano fez questão de ressaltar que o incidente foi superado no âmbito diplomático. Ao afirmar que uma investigação interna foi aberta, Morales disse que serão tomadas medidas drásticas contra os responsáveis.
O jornal boliviano La Razón publicou ontem, na internet, declaração da ministra de Comunicação do país vizinho, Amanda Dávila, assegurando que a ordem de promover a revista não partiu de nenhuma autoridade de alto escalão. Dávila disse que a aeronave da FAB não tinha identificação de avião diplomático, mas afirmou que o fato não pode servir de desculpa. O incidente está sendo usado pela oposição como arma para atacar o governo Morales. No início de julho, o avião em que Morales viajava teve que fazer uma escala de 13 horas em Viena, depois que Portugal, França, Itália e Espanha não autorizaram o sobrevoo em seus territórios, ante o rumor de que o ex-técnico da CIA Edward Snowden estaria na aeronave.
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Papa muda a agenda e preocupa a segurança
Novas mudanças na agenda do papa Francisco no Rio de Janeiro, que já era considerada de risco, aumentaram ainda mais a preocupação das autoridades brasileiras em relação à segurança do líder da Igreja Católica. Na tarde de ontem, o Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) comunicou que o pontífice decidiu andar no papamóvel, na segunda-feira, nas ruas do Centro após desembarcar no Aeroporto Internacional do Galeão. A vinda do papa ao Brasil já estressava o staff de segurança do país antes dos protestos de quarta-feira na Zona Sul do Rio de Janeiro, onde ocorreram depredações de patrimônio público e privado. Depois dos registros de violência nas ruas de Ipanema e do Leblon, a tensão aumentou. Agora, com a mudança no roteiro do pontífice, as equipes brasileiras que darão proteção ao papa trabalham para readequar o esquema montado.
Pelo plano original, Francisco desfilaria em carro aberto junto de fiéis, sem vidros blindados, apenas na orla de Copacabana, na sexta-feira, e em Guaratiba (Zona Oeste), no domingo. A escolha do veículo sem proteção é uma das maiores dores de cabeça para a segurança, pois o líder da Igreja Católica ficará mais exposto diante da multidão. Dois milhões de turistas são esperados no Rio, incluindo os 350 mil peregrinos de 175 países inscritos na jornada. Pelo menos quatro manifestações estão marcadas para a próxima semana na capital fluminense. Ontem, integrantes da Marinha brasileira participaram de uma exposição mostrando a capacidade operacional de combate a eventuais ataques e motins.
Assim que pisar em solo brasileiro, o papa seguirá de carro fechado até a Catedral Metropolitana. De lá, ele embarca no papamóvel para circular por ruas da região. O trajeto previsto inclui as avenidas República do Chile, Rio Branco, Graça Aranha e Nilo Peçanha e a Rua Araújo Porto Alegre. O pontífice vai parar no Theatro Municipal para pegar um veículo fechado rumo ao 3º Comando Aéreo Regional, ao lado do Aeroporto Santos-Dumont, onde embarca de helicóptero até o Palácio Guanabara, em que participa de cerimônia de boas-vindas no jardim e se encontra com a presidente Dilma Rousseff. A prefeitura informou que a Rua Pinheiro Machado, onde está situada a residência oficial do governo estadual, será interditada nos dois sentidos, inclusive para o público.
De acordo com nota divulgada ontem pelo comitê organizador da JMJ, a decisão de passear em carro aberto pelo centro do Rio "corresponde à vontade do Santo Padre de aproximar-se, desde sua chegada, da população e atende, ainda, a questões logísticas ligadas ao deslocamento pela cidade". Segundo a nota, assim que chegar ao Rio, todo séquito papal vai se deslocar ao Palácio Guanabara de helicóptero. Assim, não acompanha o papa no centro.
Ontem, o papa publicou em sua conta oficial no Twitter uma mensagem aos católicos que participarão da JMJ no Brasil. "Jovens amigos, tantos de vocês já chegaram ao Rio e muitos outros estão chegando nestas horas. Faltam apenas três dias para nos vermos", diz a tuitada em português. A conta do papa é escrita em nove idiomas e tem, no geral, 2,7 milhões de seguidores. A versão em português tem mais de 463 mil seguidores.
Recusa
Ontem, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), falou sobre a visita do papa e as manifestações contra o seu governo. Em coletiva, ele recusou ajuda da presidente Dilma Rousseff oferecida na quinta-feira à noite — colocou à disposição homens do Exército para manter a ordem na Zona Sul carioca. Mesmo diante da evidente falta de controle e desgaste público, o governador afirmou que "as forças de segurança do Rio de Janeiro estão preparadas para lidar com a situação na cidade". Ele fez questão de salientar que não vai se mudar de sua residência, no Leblon, devido aos constantes protestos em frente ao seu prédio. Vizinhos chegaram a pressionar o governador para que ele utilizasse a residência oficial, no Palácio das Laranjeiras. "Em relação à minha residência, fizemos uma opção pela que já morávamos. Neste momento, o Palácio Laranjeiras passa por reformas. Permaneço onde moro", disse.
Cabral contou que a presidente Dilma ligou para ele na quinta-feira por volta das 19h, manifestando solidariedade, apoio, "seu estarrecimento e, como sempre, colocando-se à disposição". "Eu disse que não era necessário. Teremos o Exército presente no evento do papa", afirmou. Ontem, o Rio registrou novos protestos. Moradores da Rocinha interditaram os dois sentidos do Túnel Zuzu Angel, que liga a Barra da Tijuca à Zona Sul do Rio. A manifestação era pacífica até o fechamento desta edição.
Primeiro dia
O papa chega ao Brasil na próxima segunda-feira, às 16h. A acolhida oficial será no Aeroporto Internacional do Galeão.
De lá, Francisco segue de carro fechado até a Catedral Metropolitana, no Centro. Em seguida, embarca no papamóvel para circular por ruas da cidade. O trajeto previsto é: Avenida República do Chile, Avenida Rio Branco, Rua Araújo Porto Alegre, Avenida Graça Aranha, Avenida Nilo Peçanha e novamente na Avenida Rio Branco em direção ao Theatro Municipal.
Do Municipal, Francisco seguirá em carro fechado até o 3º Comando Aéreo Regional (ao lado do Aeroporto Santos-Dumont), onde embarca no helicóptero que o levará até o Palácio Guanabara.
No palácio, o papa participa de cerimônia de boas-vindas no jardim. Ainda no local, está prevista uma visita de cortesia à presidente Dilma Rousseff.
O papa ficará hospedado na residência do Sumaré, na Zona Norte do Rio, onde se hospedou o pontífice João Paulo II quando visitou o Brasil, em 1980 e 1997.
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Morales pede desculpas por vistoria em avião da FAB
A vistoria foi feita no segundo semestre de 2011 na localidade de Al Alto
Renata Giraldi
O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu desculpas hoje (19) ao governo do Brasil pela vistoria feita há dois anos, no país, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) usado pelo ministro da Defesa, Celso Amorim. A vistoria foi feita no segundo semestre de 2011 na localidade de Al Alto. Morales disse que foi surpreendido com a informação, divulgada pela imprensa brasileira, e que determinou uma “profunda investigação” sobre o que chamou de “incidente”.
Ele ressaltou que que o incidente foi “superado” e ratificou a confiança no governo do Brasil. ”Há uma confiança mútua desde [o governo] Lula [Luiz Inácio Lula da Silva] e agora, com Dilma [Rousseff], e essa confiança vai continuar. Eu tenho muito respeito pelos países vizinhos, especialmente a Argentina e o Brasil. Os problemas estão superados, e isso é confiança mútua”, reforçou.
Morales informou que serão adotadas “drásticas sanções” aos responsáveis pela ordem de vistoriar a aeronave de Amorim. “Estou muito surpreso”, disse o presidente boliviano. “Pedimos desculpas ao povo brasileiro e ao governo, somos sinceros.”
Oficialmente, a informação é que o avião usado por Amorim em viagem à Bolívia foi vistoriado para investigar se havia drogas no local. “[Lamento que] alguns oficiais, a pretexto da luta contra o narcotráfico, não tenham respeitado os aviões oficiais”, ressaltou o presidente. Afirmando que não há justificativa para violar “convênios internacionais”, Morales enfatizou que as relações diplomáticas com o Brasil “são boas” .
No último dia 16, o Ministério da Defesa do Brasil confirmou a informação sobre a vistoria ao avião de Amorim. Em nota, a Defesa disse que houve reação do Ministério das Relações Exteriores, por intermédio da Embaixada do Brasil na Bolívia, exigindo desculpas e o fim de procedimentos semelhantes. Segundo a Defesa, a vistoria ocorreu quando Amorim e seus assessores estavam fora da aeronave.
As autoridades bolivianas negam que o objetivo da ação tenha sido verificar se o senador de oposição Roger Pinto Molina, abrigado na Embaixada do Brasil na Bolívia há 13 meses e que aguarda salvo-contudo para deixar a representação diplomática, estava na aeronave de Amorim. As autoridades bolivianas se recusam a emitir autorização para o parlamentar deixar o país sob o argumento que ele responde a processos judiciais na Bolívia.
Procurados, os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores disseram que não vão se pronunciar.
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Sem crise para as melhores
Em um ano considerado perdido por muitos setores, as melhores empresas do país cresceram, em média, dez vezes a taxa de expansão do PIB
Ernesto Yoshida
Na noite de 1º de julho cerca de1200 empresários e executivos estiveram na Sala São Paulo — o espaço de eventos que funciona no majestoso edifício da Estação Júlio Prestes, no centro da capital paulista — para participar da cerimônia de premiação das melhores empresas do ano e do lançamento da 40 edição de melhores e maiores, de EXAME. O clima era festivo. Afinal, muitas pessoas estavam ali porque suas empresas haviam sido escolhidas entre as que mais se destacaram em 2012. Mas havia também um certo desconforto com relação aos rumos do país. Não era para menos. Um mês antes, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgara que o produto interno bruto do país crescera mísero 0,6% no primeiro trimestre deste ano em relação aos três últimos meses de 2012, um índice abaixo do esperado pelo mercado — a previsão, já magra, era de um crescimento em torno de 0,9%. O desempenho frustrante levou a maioria dos economistas a rever para baixo suas previsões de crescimento para 2013 — muitos já temem uma expansão da economia abaixo de 2% neste ano. Além do PIB fraco, outro motivo de preocupação entre os convidados era a inflação. No dia 5, o IBGE divulgaria que o IPCA, índice usado pelo governo para medir a inflação, acumulou nos últimos 12 meses uma alta de 6,7%, a maior taxa desde outubro de 2011 e acima do teto da meta do governo, que é de 6,5%. Configura-se, em suma, um quadro nada alentador para o Brasil neste ano: baixo crescimento econômico e inflação em alta.
O desânimo dos empresários e executivos aumenta quando se constata que eles já viram esse filme no ano passado. No início de 2012, o governo projetava um crescimento de 4,5%. Mas as medidas adotadas para estimular a economia, como a redução da taxa de juro e a desoneração fiscal em alguns setores, não surtiram efeito. O consumo interno fraquejou, a produção industrial caiu, os investimentos encolheram. O resultado — crescimento de apenas 0,9% do PIB em 2012 — se refletiu no mundo dos negócios. De acordo com o levantamento de MELHORES E MAIORES, as 500 maiores empresas do país tiveram no ano passado uma receita líquida de 1,047 trilhão de dólares, modesto crescimento de 1,8% em relação a 2011. Juntas, essas companhias lucraram 34,4 bilhões de dólares em 2012, queda de 48% em relação ao ano anterior.
Felizmente, houve exceções. Muitas empresas conseguiram se destacar com um desempenho excepcional em meio à pasmaceira econômica de 2012. Entre elas estão as 19 companhias escolhidas como as melhores em seus setores. Em média, a receita líquida dessas companhias cresceu 9% no ano — o equivalente a dez vezes a taxa de expansão do PIB. E o melhor: seus esforços foram recompensados com um lucro 29% maior que o obtido no ano anterior. Campeãs em eficiência, essas empresas foram homenageadas na cerimônia realizada na Sala São Paulo. Durante o evento, coube uma menção especial à cervejaria Ambev, eleita a melhor empresa dos últimos 40 anos no Brasil, de acordo com os votos dos presidentes das maiores empresas do país — nessa eleição, concorreram todas as companhias que ganharam o prêmio de Empresa do Ano ao longo de quatro décadas de história de MELHORES E MAIORES.
O grande destaque da noite, porém, foi a Embraer, escolhida como a Empresa do Ano. Sua receita líquida cresceu 15% em 2012, atingindo os 5,2 bilhões de dólares. A ex-estatal recebe o prêmio pela segunda vez. Na primeira, em 1999, a empresa foi escolhida pelo salto de gestão dado nos anos que se seguiram à privatização, em 1995, e à transformação da empresa numa estrela mundial da aviação comercial. O prêmio dado em julho se deve ao sucesso da segunda etapa dessa transformação. Nos últimos anos, a Embraer colocou em prática um ousado programa de diversificação de receitas — que aumentou a importância, por exemplo, da divisão de defesa. Os ganhos de produtividade da Embraer têm sido notáveis. O tempo que a empresa leva para montar um avião caiu de 22 dias, em 2007, para sete dias, atualmente. Em seu discurso ao receber o prêmio de Empresa do Ano, o presidente da Embraer, Frederico Curado, destacou os produtos lançados nos últimos anos com sucesso, como a nova linha de jatos comerciais Embraer 170/190 e o avião militar Super Tucano. As aeronaves da Embraer estão presentes em mais de 60 países. “E sempre marcante ver que o Brasil pode competir em escala global com produtos de alta tecnologia”, disse Curado.
Como transformar as exceções que tanto brilharam em 2012 em regra? O atual pessimismo em torno da economia ajuda a lembrar que, para criar um ambiente de negócios favorável a todos, o governo precisa fazer a sua parte: não baixar a guarda na luta contra a inflação, reduzir a carga tributária de forma ampla — e não apenas para alguns setores —, controlar as contas públicas, ser mais transparente. Só assim o Brasil terá mais empresas fortes, como as que se destacaram num ano difícil como 2012. “A motivação inicial de MELHORES E MAIORES, lançada em 1974, virou um norte para EXAME desde então: acreditamos que não há país forte sem empresas fortes”, disse Fábio Barbosa, presidente da Abril S.A., durante a cerimônia de premiação. Em seu discurso, ele afirmou que, ao longo dos últimos 40 anos, o Brasil mostrou uma invejável capacidade de se reinventar. “Deixamos para trás uma estrutura de país fechado, estatal e inflacionário para abraçar um modelo muito mais aberto, estável e calcado na iniciativa privada. E nosso dever não apenas proteger e consolidar esses avanços mas também preparar o próximo salto”, disse Barbosa. “Já contamos com o mais importante — um conjunto de empresas de padrão internacional, capaz de gerar e distribuir a riqueza do Brasil.”
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Famílias vão à luta para pedir punição da Anac
A Associação de Familiares e Amigos das Vítimas do Voo 4896 da Noar (Afav-Noar) vai entrar com uma ação no Ministério Público Federal pedindo que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) seja responsabilizada pelo acidente. O objetivo é pressionar a Polícia Federal (PF), cujo inquérito sobre o caso ainda não foi concluído, a apurar o peso do que classificou como "negligência" da Anac."É preciso que o papel fiscalizador da Anac seja observado. Queremos saber porque a inspeção da Anac na Noar dias antes do acidente não encontrou nada de errado e três dias depois a mesma Anac emitiu 148 laudos de infração contra a empresa. Se a Anac trabalha por amostragem e não tem gente suficiente para inspecionar as companhias aéreas, como vamos estar protegidos?", indagou a professora Rosiane Oliveira, 45 anos, que no desastre perdeu a irmã, a engenheira civil Maria da Conceição Oliveira, 46.
O relatório final do Cenipa, que será publicado na segunda-feira no site do órgão, poderá ser reaberto. Os familiares vão elaborar um documento com questionamentos e enviar à Aeronáutica. Caso haja necessidade, as investigações serão retomadas.
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Evo Morales pede desculpas ao Brasil
POLÊMICA Presidente boliviano se desculpou por revista em avião brasileiro feita em 2011 e afastou qualquer semelhança com o problema enfrentado por ele na Europa
O presidente boliviano Evo Morales pediu desculpas ontem ao Brasil pela revista em um avião militar brasileiro no final de 2011, assegurando não ter sido informado do assunto, e prometeu punir quem violou a imunidade do país vizinho. "Peço desculpas ao povo brasileiro, a seu governo. Não foi instrução do presidente, do vice-presidente, nem do gabinete", afirmou. "Sinto que alguns oficiais exageraram. Sob o pretexto da luta contra o narcotráfico, não respeitam os aviões oficiais", afirmou Morales em uma coletiva de imprensa na Casa do Governo.No entanto, Morales considerou que o assunto está resolvido, apesar de admitir que isso ainda não é suficiente. Segundo o presidente, o caso será averiguado e os responsáveis serão punidos. O Brasil apresentou uma queixa oficial ao governo boliviano pelo fato de o avião em que se encontrava o ministro da Defesa ter sido revistado em uma viagem a La Paz, em 2011, e assinalou que, se uma ação similar voltar a ocorrer, será aplicado o "princípio da reciprocidade".
Este incidente com o Brasil foi revelado depois que quatro países europeus proibiram, no início de julho, o avião de Morales, que regressava de Moscou e ia para La Paz, o uso de seu espaço aéreo ante rumores de que transportava o ex-agente de inteligência americano Edward Snowden, requerido por Washington por espionagem.
"Eu não tinha nenhuma informação. Apenas nos últimos dias fomos informado pelos meios de comunicação", defendeu-se Morales referindo-se ao avião do governo brasileiro. O governo boliviano admitiu na quarta-feira que agentes da polícia antinarcóticos revistaram na Bolívia um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), mas garantiu que a medida não teve relação com o senador Roger Pinto, asilado na embaixada do Brasil em La Paz. "Às vezes os agentes da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico cometem algumas infâmias porque não sabem se é um avião "VIP" ou não. Houve uma reclamação (do Brasil) e esclarecemos isto", assinalou o chefe da diplomacia boliviana, David Choquehuanca.
O chanceler boliviano destacou ainda que a revista no avião da FAB "não teve o objetivo de encontrar o senhor (senador Róger) Pinto", asilado há mais de um ano na embaixada brasileira em La Paz, mas sem salvo-conduto para sair da Bolívia.
Pinto, alvo de uma série de ações judiciais do governo Morales, pediu asilo ao Brasil alegando perseguição política. Morales ainda afirmou que não se pode comparar os casos do Snowden e do senador. "Não sou jurista nem advogado, mas aqueles que estão sendo processados não podem ter asilo".
A oposição tem criticado o governo boliviano por oferecer asilo a Snowden, enquanto se nega a conceder o salvo-conduto a Pinto. O ex-agente "não pode ser comparado com algumas pessoas que estão nas mãos da Justiça boliviana e com muitos processos", argumentou Morales.
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Relatório final desqualificado pela empresa
O comandante Ricardo Miguel, piloto, investigador e gestor de segurança da Noar Linhas Aéreas, desqualificou o relatório produzido pelo Cenipa. Ele afirmou que o documento foi baseado unicamente nas informações prestadas pela fabricante da aeronave, a tcheca Let Aircraft. A Noar afirma que o principal causador do acidente foi a abertura da superfície de sustentação, chamada Auto Bank Control (ABC)."Passei a duvidar do relatório porque todo o processo desenhado pelo Cenipa foi segundo o fabricante do avião. O Auto Bank Control é comum no Leste Europeu. A gente costuma chamar isso de bacalhau, que é quando a aeronave tem um problema de projeto e faz um equipamento para corrigir essa falha. Houve a abertura da superfície em uma das asas e o instrumento mostrou o equilíbrio de maneira errada. Deram pouca causa à abertura inadvertida do ABC. Foi uma falha de projeto e certificada no Brasil pela Anac", observou.
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FAB cancela avião para comitiva e imprensa
Visita ao Brasil inclui uma das maiores delegações já levadas pelo Vaticano, que não esconde sua insatisfação com governo
Jamil Chade
CIDADE DO VATICANO
Após as discussões sobre o roteiro de Francisco no Brasil, a Força Aérea Brasileira cancelou um avião que havia prometido para o Vaticano para que pudesse, na quarta-feira, levar parte da delegação e jornalistas internacionais do Rio até Aparecida. Para realizar o trajeto, o Vaticano foi obrigado a contratar quatro ônibus e os organizadores da viagem não escondiam ontem sua insatisfação.
Durante a visita de Bento XVI ao Brasil, em 2007, o governo forneceu um Hércules da FAB para fazer o trajeto entre Aparecida e São Paulo. Desta vez, faltando menos de uma semana para o evento, a Santa Sé foi informada que o avião prometido havia sido cancelado, ainda que o jato do papa esteja garantido. O Vaticano não detalhou as explicações do governo.
Francisco chega ao Brasil na segunda-feira com uma das maiores delegações já levadas pelo Vaticano em uma viagem de um pontífice. Serão 29 integrantes, além de 69 jornalistas de todo o mundo.
O recorde de presença da imprensa no avião papal foi de 74 jornalistas, no pontificado de João Paulo II. Uma viagem tradicional do papa tem cerca de 50 jornalistas. Mas, diante da procura, as vagas foram ampliadas desta vez. Cada interessado foi obrigado a pagar 5,5 mil para estar no voo, o que garantiu à Alitalia mais de R$ 1 milhão apenas dos jornalistas.
No total, 105 pessoas estarão a bordo de um avião 330 da Alitalia. E a simplicidade se limita ao papa: o Vaticano continuará exigindo de jornalistas e da delegação um rigor absoluto nos trajes dentro do avião. Para os homens, terno escuro e gravata.
E isso seguirá durante as 12 horas de voo, mas também em todas as agendas no Brasil. Para as mulheres, ainda há uma recomendação clara: não entrem no avião com “roupa que se usaria em Copacabana”.
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ColunaTutty Vasques
A regra é clara
O deputado Henrique Alves, que já havia tomado cartão amarelo por levar a família ao Maracanã em avião da FAB, pagou jantar pra bancada do PMDB com R$ 28,4 mil da Presidência da Câmara. Está pedindo pra ir pro chuveiro mais cedo, né não?
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FAB define se Papa desembarca em São José antes de seguir a Aparecida
Reunião na segunda-feira (22) deve definir mudança no roteiro do pontífice. Expediente no DCTA foi suspenso na quarta-feira (24), dia da visita.
O Departamento de Ciência e Tecnologia (DCTA) vai anunciar na segunda-feira (22) se o Papa Francisco irá desembarcar em São José dos Campos antes de seguir para Aparecida, onde irá celebrar uma missa no Santuário Nacional na quarta-feira (24).
A definição - que deve ser divulgada às 10h30 - representa uma mudança no roteiro do pontífice no país. Inicialmente, quando foi definida sua vinda ao Brasil, a programação previa que o Papa sairia por volta das 8h15 do Rio de Janeiro em vôo de helicóptero direto para Aparecida. Caso o Papa desembarque em São José dos Campos, o pontífice irá embarcar imediatamente em um helicóptero rumo a Aparecida. Por conta desse possível desembarque, o expediente dos funcionários do DCTA foi suspenso na quarta-feira (24). A mudança no trajeto, com esse possível desembarque em São José dos Campos, será anunciada após uma reunião de portas fechadas entre a direção do DCTA e profissionais de logística e infraestrutura da Força Aérea Brasileira que deve começar às 9h de segunda (22). De acordo com o tenente-coronel Sérgio Giocondo, o possível desembarque do pontífice na cidade será decidido pela Força Área Brasileira e representantes do Vaticano, responsáveis pela passagem do Papa no país. O DCTA não informou os motivos para a mudança no trajeto.
“Vamos discutir a possibilidade do Papa descer aqui e faremos uma reunião para ver a questão de segurança e logística”, disse Giocondo ao G1. “Se ele passar pela cidade, apenas irá descer da aeronave e entrar no helicóptero. É coisa rápida”, concluiu.
O Papa Francisco chega ao Brasil na segunda-feira (22), em sua primeira viagem internacional. O desembarque do pontífice no país será às 16h, no Rio de Janeiro, onde participa da Jornada Mundial da Juventude. Em Aparecida, após celebração da missa no Santuário, Francisco participa de um almoço no Seminário Bom Jesus e às16h10 deve voltar ao Rio, onde visita o Hospital São Francisco de Assis, na Tijuca, na Zona Norte. O Papa fica no país até o dia 28.
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Aeronave cai em área rural de município em MS, diz Polícia Civil
Informação foi confirmada também pela Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo delegado, duas pessoas teriam morrido no acidente.
Uma aeronave caiu em uma fazenda localizada entre os municípios de Bonito e Porto Murtinho, região sudoeste de Mato Grosso do Sul, por volta das 11h (de MS) desta sexta-feira (19). A informação foi confirmada pela Força Aérea Brasileira (FAB) e pela Polícia Civil de Bonito. O delegado Roberto Gurgel afirmou ao G1 que duas pessoas teriam morrido no acidente.
Segundo Gurgel, a queda teria ocorrido na última fazenda antes do limite com o município de Porto Murtinho, em uma área distante 70 km de Bonito. Uma das hipóteses levantadas é de que o mau tempo teria provocado o acidente. Equipes da Polícia Civil de Bonito e da perícia de Jardim estão se deslocando para a região do acidente.
A assessoria da FAB em Brasília informou que uma equipe do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV) está indo para o local. O objetivo é investigar as causas para prevenção de acidentes futuros.
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Jornada Mundial e vinda do papa reforça a tradição brasileira de misturar o público e o privado
Outras religiões não recebem mesmo apoio que o oferecido pelo governo federal para receber o líder católico
Fábio Cervone
A democracia brasileira dá mais um sinal de que é pouco democrática ao desperdiçar milhões do contribuinte e colocar a máquina do Estado para beneficiar interesses privados ao promover a Jornada Mundial da Juventude. Serão gastos aproximadamente R$ 350 milhões dos cofres públicos federais, estaduais e municipais no evento organizado pela Igreja Católica — riquezas que poderiam ser direcionadas para problemas nacionais mais graves e emergentes.
Se após os protestos mais recentes, o povo brasileiro se mostrou indignado com os gastos da Copa das Confederações e do Mundo, mesmo se tratando da paixão nacional, o que dizer de uma iniciativa exclusivamente religiosa? O assunto é ainda mais delicado para o Estado brasileiro, já que teoricamente o país é uma república laica. Ou seja, as instituições públicas não deveriam ser promotoras de ideologias religiosas.
O caráter laico do Estado tem como principal objetivo evitar a apropriação da máquina pública por grupos religiosos e, assim preservar o ideal democrático da Constituição. Nos últimos dez anos, o Brasil viu uma enorme mudança no seu perfil social, e é cada vez mais evidente o fim do domínio católico que testemunhou sua representatividade despencar de 83,3% da população nacional em 1991, para 64,6% em 2010. Números mais recentes mostram que a tendência de queda continua latente. Neste sentido, cada vez mais a cultura nacional está bem mais diversificada em sua prática religiosa. Porque tais grupos não católicos teriam interesse de ver o dinheiro dos seus impostos irem para uma grande celebração de uma única e exclusiva fé? Outros líderes e eventos religiosos ocorrem constantemente no Brasil. Por exemplo, o Dalai Lama, principal líder budista. esteve no país em 2011. Apesar da religião ter pouca representatividade no País, de acordo com o censo de IBGE de 2010 a crença está em pleno crescimento. Por outro lado, em termos globais o budismo possui uma grande relevância, envolvendo cerca de 500 milhões de fiéis. Mesmo assim, os gastos da viagem da Dalai Lama não foram financiados pelos cofres públicos. “Visita de Estado” Alguns defendem os gastos do governo alegando que o papa é não só um líder religioso como também um chefe de Estado: o Vaticano. Por isso, as autoridades nacionais estariam garantindo o ambiente mais adequado para uma visita de alto nível, assegurando conforto e segurança. Mas, quando os presidentes russo e americano resolvem visitar o Brasil, a FAB não manda seus aviões buscar os equipamentos, como ocorreu com o papamóvel trazido recentemente de Roma pelos militares brasileiros. Este e outros detalhes sobre os gastos mostram que o Vaticano recebe um tratamento diferenciado do Brasil em relação a outros países do mundo. Isto sem contar a Igreja Católica não possui comércio nem intercâmbio de bens e tecnologia com os brasileiros. Outro aspecto curioso da visita do papa é a expressiva lista de patrocinadores do evento. Fazem parte dos apoiadores diretos grandes empresas. Todos estão fornecendo capital e estrutura em troca da exposição de seus nomes. Ou seja, a JMJ não só promove a fé como também bancos, fast-foods, alimentos e outros itens de consumo, tudo com ajuda do Estado. Será que era necessária tamanha dedicação governamental? Todos estes aspectos colocam em dúvida para quem de fato serve a visita do papa e de que forma isto esta ligado ao interesse público. Diante dos escândalos de corrupção envolvendo a máfia italiana e o banco do Vaticano, é evidente que a própria Igreja católica ainda é conduzida como uma propriedade privada que pertence aos seus condutores, e não aos seguidores. O Estado brasileiro notoriamente também sofre com a corrupção, a união entre ele e o Vaticano não soa como a mais nobre das iniciativas, por mais que a fé dos militantes católicos seja profunda e sincera. Quando será que as instituições no Brasil conseguirão realmente separar o público do privado? Um bom começo seria respeitando o Estado laico, proposto pela Constituição federal, e se concentrado nos assuntos mais importantes: saúde e educação. |
Brasil Confidencial
Casa de ferreiro
Paulo Moreira Leite
As denúncias de abuso com jatos da FAB preocupam oficiais da Aeronáutica. Muitas reuniões do Alto Comando ocorrem fora de Brasília, ainda que oito dos seus 11 integrantes residam na Capital Federal. A explicação é que os encontros itinerantes valorizam comandos regionais.
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Hugo Cilo
aviação
Digam o que disserem a respeito da economia brasileira, o certo é que uma revoada de companhias áreas estrangeiras será vista nos céus do País nos próximos anos. Mais de dez empresas pediram autorização para operar em aeroportos locais, segundo a Agência Nacional de aviação Civil (Anac). A africana Ethiopian e a Etihad Airways, dos Emirados Árabes, já iniciaram suas operações neste mês.
A chilena Sky Airline e as empresas de carga Amerijet e Avient receberam aval para iniciar seus voos. A Air Algérie, a Royal Air Maroc e a nigeriana Arik Air estão estudando quais são as rotas lucrativas. Tem mais: a sul-coreana Asiana, a marroquina Air Maroc, a espanhola AirEuropa e a alemã AirBerlin aguardam espaçopara pousar em São Paulo, segundo Antonio Miguel Marques, presidente da GRU Airport, concessionária do terminal de Guarulhos.
Os horizontes da Bombardier
Maior concorrente da Embraer no mercado de jatos executivos, a canadense Bombardier investirá US$ 3,4 bilhões no desenvolvimento de seus modelos CSeries, que levantarão voo a partir do segundo semestre de 2014. Na quinta-feira 13, a empresa confirmou que já espera receber 300 encomendas, num total de US$ 19 bilhões, até o próximo ano. Até agora, 177 contratos já foram assinados.
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