"Não podemos descuidar do imenso patrimônio brasileiro", diz Ministro da Defesa
Apesar dos avanços recentes, o Brasil precisa aumentar os investimentos para ter Forças Armadas condizentes com o papel internacional que o país tem hoje. A opinião é do Ministro da Defesa, Celso Amorim, que participou dia 26/4 de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal.
Para o ministro, é fundamental tanto adquirir novos equipamentos quanto garantir boas condições de trabalho para a tropa. "Se queremos falar como um dos BRICS, nosso orçamento de defesa vai ter que chegar à média dos orçamentos deles. E esta não é só uma questão de governo, mas da sociedade, que tem que entender que esses investimentos são importantes", afirmou.
Um destaque são os atuais projetos militares que além de reequiparem as Forças Armadas vão gerar benefícios econômicos e estreitar os laços com outros países. "Nós não queremos só vender, queremos cooperar", disse. Celso Amorim citou o KC-390, avião de transporte e reabastecimento em voo inicialmente criado pela EMBRAER para atender a uma demanda da Força Aérea Brasileira e que já conta com a participação da Argentina, Chile, Colômbia, Portugal e República Tcheca. Outro exemplo é o A-Darter, uma parceria com a África do Sul para a produção de um novo míssil ar-ar.
O Ministro Celso Amorim lembrou ainda que é importante a América do Sul continuar como uma “zona de paz e segurança” e a cooperação internacional também envolve a ajuda de países que precisam de ajuda. É o caso do Haiti e do Líbano, onde o Brasil assumiu posições de Comando das Operações de Paz das Nações Unidas.
O país também precisa ficar atento às situações como a de Guiné Bissau, país de língua portuguesa que há poucas semanas sofreu um golpe de Estado e, segundo o ministro, pode se tornar vulnerável a ameaças como o narcotráfico e o terrorismo a apenas 3.200 km de distância do Brasil. Nesse caso, as Forças Armadas brasileiras precisam estar prontas para ajudar tanto por solidariedade quanto por segurança nacional. "O Brasil é um país emergente que já tem e vai ter necessidades de defesa muito maiores", explicou.
VANT e defesa na Amazônia
Convidado na Audiência Pública, o Comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro Juniti Saito, explicou que atualmente uma das prioridades para a Força Aérea Brasileira é o projeto dos Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT). Além de um Esquadrão já criado com duas aeronaves de origem israelense, também há o investimento em novos modelos do tipo, que também podem ser utilizados pela Marinha e pelo Exército.
O Brigadeiro Saito também ressaltou a presença da FAB na Amazônia, tanto por meio de unidades que são deslocadas de outras partes do país quanto por Esquadrões que são baseados na própria região norte. O destaque foi a transferência, em 2010, de caças supersônicos F-5EM para Manaus, de onde cumprem missões de defesa da soberania do espaço aéreo sobre a região amazônica.
Fonte: Agência Força Aérea
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