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Com alta do dólar, papéis da Embraer vão contra a maré



Antonio Perez e Natalia Viri .

Embora tenha exibido resultados pouco vistosos no primeiro trimestre, a fabricante de aeronaves Embraer parece em lua de mel com os investidores. No mês passado, enquanto o Ibovespa sucumbiu ao mau humor externo e caiu 4,17%, a ação ordinária (ON, com voto) da empresa avançou 12,3%.

No ano, até o fechamento de segunda-feira, o papel da Embraer acumulava valorização de 36,82%, desempenho muito superior ao do Ibovespa, com alta de 7,87% no mesmo período. A Embraer fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de R$ 111,2 milhões, 36% abaixo de igual período do ano passado, mas revertendo o prejuízo de R$ 17,6 milhões do quarto trimestre.

Entre as casas de análise que acompanharam o papel nos últimos três meses, duas recomendam compra, duas indicam manutenção e uma sugere venda, segundo a "Bloomberg". O preço-alvo mais elevado é do BTG Pactual (R$ 18,00), o que indica potencial de alta de 11,87% em relação ao fechamento de segunda-feira (R$ 16,09). O investidor, contudo, deve ter cautela. Com a alta expressiva este ano, o papel já ultrapassou o preço-alvo estimado por algumas instituições, conforme os dados disponíveis na "Bloomberg".

O primeiro candidato a responsável pela arrancada da ação da Embraer é o câmbio. A alta do dólar comercial no mês passado, de 4,44% em relação ao real, é vista como um fator que pode ajudar a companhia. Uma valorização da moeda americana tende a aumentar, em tese, as receitas de empresas exportadoras, caso da Embraer.

Os analistas do Deutsche Bank, por exemplo, colocam a Embraer como uma das empresas que devem se beneficiar da "mudança no ambiente macroeconômico [brasileiro], com enfraquecimento do real e redução da taxa de juros". Eles têm recomendação de compra para os ADRs (recibos de ações) da Embraer negociados na bolsa de Nova Iorque (NYSE). "Alertamos, porém, que o real está perto de seu valor mais elevado, o que significa que há menos espaço para uma depreciação substancial", afirmam.

Em relação ao desempenho da companhia no primeiro trimestre, os analistas reconhecem que, embora não tenha sido o desejado, "não foi tão ruim", já que "todas as divisões excederam as vendas estimadas". Nesse intervalo, a Embraer entregou 21 aeronaves comerciais e 13 executivas, maior que em igual trimestre de 2011 (28 aeronaves). A queda na receita em serviços, cujos ganhos são maiores, explicam o recuo da margem bruta da Embraer no período, ressaltam os analistas do Deutsche.

Para os analistas do Bank of America Merrill Lynch (BofA), o anúncio da mudança na caderneta de poupança e a perspectiva de mais cortes de juros trazem "riscos futuros" para o real, que deve continuar a se enfraquecer. E o papel da Embraer é um dos que mais devem se beneficiar da desvalorização da moeda brasileira.

Em relatório assinado pelos analistas Sara Delfim, Murilo Freiberger e Roberto Otero, o banco afirma que cada R$ 0,10 de depreciação do real traz uma alta de 1 ponto percentual na margem Ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa. A Embraer tem 90% de suas receitas ligadas ao dólar, nível maior do que a parcela da dívida total em moeda americana (70%). Eles destacam que o efeito cambial no endividamento é menor porque 49% das reservas da empresa estão aplicadas em dólar.

Fonte: / NOTIMP


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