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Especial - Amorim e Panetta discutem parceria; Secretário de Defesa dos EUA chega a Brasília para reforçar cooperação



Ministro da Defesa cobra troca de informações com EUA. Pentágono promete facilitar transferência de tecnologia .

Renata Tranches .

Brasília – O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse ontem, ao receber seu homólogo norte-americano, Leon Panetta, que a parceria do Brasil com os Estados Unidos não deve se pautar apenas na compra e venda de equipamentos, mas também na troca de informações. O ministro ressaltou a importância para o Brasil sobre a questão de transferência de tecnologia – tema delicado nas negociações comerciais com os Estados Unidos –, em uma cortejada ampliação das relações bilaterais nesse setor. Panetta chegou ontem ao país para uma visita de dois dias durante seu primeiro tour pelas América Latina. Os dois conduziram o primeiro Diálogo de Cooperação em Defesa Estados Unidos-Brasil, estabelecido durante a viagem da presidente Dilma Rousseff a Washington, em 9 de abril.

Panetta integra uma série de autoridades de alto escalão do governo norte-americano a visitar o Brasil nos últimos meses, que inclui, entre elas, a secretária de Estado, Hillary Clinton, na semana passada, e seu subsecretário, William Burns, em março. A campanha, segundo o próprio Panetta, demonstra o interesse de Washington na aproximação com o país definido por ele como uma "potência global não apenas na América Latina, mas no mundo".

Amorim e Panetta ressaltaram o avanço e o fortalecimento da cooperação entre Washington e Brasília e a intenção de "aprofundar" essa parceria. Ao serem questionados por jornalistas sobre a venda dos Super Tucanos da Embraer aos EUA e a compra, pelo Brasil, dos caças da norte-americana Boeing, os dois disseram que houve avanços, mas não especificaram datas ou estágios das negociações.

As transações têm dominado a agenda nas relações entre os dois países, especialmente depois que o Brasil foi surpreendido com a notícia da suspensão da licitação de compra dos Super Tucanos, um negócio estimado em US$ 380 milhões. O processo, já em estágio avançado, foi cancelado pelo Pentágono após queixas de uma concorrente norte-americana. O Ministério das Relações chegou a emitir uma nota na qual o governo brasileiro "considerou que esse desdobramento não contribui para o aprofundamento das relações entre os dois países em matéria de defesa". Diante da consternação, o Pentágono anunciou, na semana passada, que abriria nova licitação, sem informar uma data.

Por outro lado, a norte-americana Boeing aguarda definição do governo brasileiro sobre a compra de 36 novos caças, no âmbito do projeto FX-2 – de modernização da Força Aérea Brasileira (FAB). Nesse negócio, estimado em US$ 5 bilhões e estagnado atualmente, o modelo F-18 Super Hornet concorre com o Rafale, da francessa Dassault, e com o Gripen, da sueca Saab. Com a transação, o Brasil espera ampliar a transferência de tecnologia do fornecedor de caças, uma questão cara aos americanos.

O ministro Celso Amorim ressaltou que "a toda hora" o Brasil adquire novos equipamentos americanos. Ele informou, inclusive, que três helicópteros Black Hawk chegaram ontem ao país. Mas ponderou que as negociações devem ser mais amplas. "Evidentemente que temos interesse, sempre que possível, em atrair a produção e a transferência de tecnologia ao país", reforçou. "Acho que, se os EUA têm interesse em aprofundar as relações com o Brasil, elas não podem ser só de compra e de venda."

Panetta, por sua vez, disse reconhecer a importância do tema, mas explicou que a questão esbarra muitas vezes na legislação dos EUA, que protege algumas tecnologias. "Mas, como secretário de Defesa, farei tudo o que puder para facilitar essa transferência ao Brasil", declarou o norte-americano.

Fonte: / NOTIMP

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Secretário de Defesa dos EUA chega a Brasília para reforçar cooperação

Jordi Zamora

O secretário de Defesa americano, Leon Panetta, chegou nesta terça-feira a Brasília para reforçar a cooperação com o país sul-americano, depois que os presidentes Barack Obama e Dilma Rousseff acertaram criar um diálogo permanente em matéria de defesa e segurança.

Panetta, que iniciou nesta segunda-feira seu giro como secretário pela América Latina, se reunirá com o colega brasileiro, Celso Amorim, e com o general José Elito, encarregado da segurança presidencial e temas de cibersegurança. Um encontro com a presidente Dilma não pôde ser celebrado por problemas de agenda, informou uma fonte oficial americana.

Há temas pendentes de solução entre os dois países, como um contrato da empresa aeronáutica brasileira Embraer, da ordem de 380 milhões de dólares, que foi cancelado pelo Pentágono após queixas de uma concorrente americana. O Pentágono teve que se apressar a abrir outra licitação pública diante da irritação dos brasileiros.

Paralelamente, o Brasil sinaliza há anos que quer modernizar sua Força Aérea com a compra maciça de novos caças, um contrato que pode chegar a US$ 5 bilhões e que é disputado pela americana Boeing, pela francesa Dassault e pela sueca Saab.

Além dos aviões, o Brasil quer ampliar a transferência tecnológica do fornecedor de seus novos caças.

"A cibersegurança é um tema que preocupa a ambos, assim como a transferência de tecnologia", explicou a jornalistas o número dois do Pentágono para a América Latina, Frank Mora.

Panetta chegou à capital federal vindo da Colômbia, onde anunciou a venda de mais 10 helicópteros, cinco deles do tipo Blackhawk, especialmente projetados para o combate à guerrilha para enfrentar as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

As aeronaves se somam às cerca de 300 que a Colômbia já tem, 150 delas do tipo Blackhawk, após mais de uma década de colaboração bilateral.

Segundo fontes americanas, Panetta exporá a Amorim suas propostas de cooperação para apoiar os países centro-americanos em sua luta contra o crime organizado, sem dobrar esforços.

O Pentágono deve reduzir pessoal e despesas na próxima década e na América Latina busca sócios para assumir as reivindicações insistentes de mais compromisso na luta contra as drogas.

Nas palavras de Panetta, trata-se de obter "acordos inovadores" com estes países, que os permita tornar-se "exportadores de segurança".

"A aliança que temos na Colômbia é um exemplo que esperamos poder desenvolver em outros lugares", afirmou na segunda-feira, ao visitar uma base militar colombiana.

Brasil, Bolívia e Estados Unidos assinaram recentemente um acordo para a luta contra o cultivo de coca na fronteira, outro tipo de colaboração tripartite com o governo de Evo Morales, com quem Washington não tem relações fáceis.

O Brasil tem a maior Força Armada da América do Sul, com mais de 3.700.000 de homens, e comanda a operação militar das Nações Unidas no Haiti, além da presença crescente em outras regiões do mundo, também no âmbito da ONU.

Fonte: / NOTIMP

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Secretário de Defesa dos EUA apoia investimento militar no Brasil

Sergio Leo

O Brasil tem apoio dos Estados Unidos para ampliar sua Força militar, garantiu o secretário de Defesa americano, Leon Panetta, após encontro com o ministro da Defesa, Celso Amorim, ontem, em Brasília. "O Brasil é um poder global, uma Força positiva para a estabilidade não só nas Américas, mas no mundo", disse o secretário. Enquanto, no passado, os EUA desencorajavam a expansão das Forças Armadas de outros países do continente, a nova estratégia de Defesa americana busca "parcerias inovadoras" para garantir a segurança global, comentou.

Com as restrições orçamentárias atuais, a melhor forma de lidar com desafios do futuro é "desenvolver parcerias, alianças, dividir informações", disse o secretário americano, que aproveitou para defender a proposta feita pela Boeing ao governo, para venda do caça F-18 Super Hornet à Força Aérea Brasileira.

Ele informou a Amorim que a Boeing está disposta a dar acesso a inovações técnicas incorporadas nos últimos anos ao caça. Amorim prometeu levar a promessa em conta, mas disse não haver data para a decisão da compra. Amorim pediu ao americano que o diálogo entre os dois países, criado a partir da visita da presidente Dilma Rousseff aos EUA, inclua discussão para liberar "tecnologia sensível" hoje negada às Forças Armadas brasileiras.

Segundo uma autoridade que participou do encontro, o Brasil pede aos EUA menos burocracia para, por exemplo, a venda de equipamento eletrônico a programas da Marinha, hoje condicionada a compromissos de que não serão usados no programa nuclear. Os equipamentos podem ter outros fornecedores, mas o Brasil prefere adquirir dos EUA, segundo argumentou Amorim a Panetta, que prometeu levar o tema ao governo americano.

"Salientei a importância que tem, para o Brasil, na área de defesa, a transferência de tecnologia", relatou o ministro Amorim ao falar do encontro com o secretário americano, que é parte do "Acordo de Cooperação em Defesa" assinado há dois anos pelos dois governos. Amorim lembrou que, no governo Bill Clinton, nos anos 90, ao receber, como ministro de Relações Exteriores, o secretário de Defesa William Perry, os EUA se consideravam o aliado poderoso, único encarregado da defesa nas Américas enquanto os outros países da região se concentrariam no combate a drogas e criminalidade. "O que o secretário Panetta acaba de dizer é muito importante para uma nova relação entre Brasil e Estados Unidos na área da Defesa", afirmou.

Panetta prometeu aumentar a cooperação e transferência de tecnologia em defesa ao Brasil, especialmente em áreas como segurança contra ameaças eletrônicas e de internet. Os EUA, em 2010 e 2011, deram 4 mil licenças de exportação de equipamentos controlados e continuarão apoiando o "bom aliado e bom amigo", disse.

"Meu objetivo como secretário de Defesa é fazer o que puder para ampliar o comércio com o Brasil", garantiu Panetta. Amorim enfatizou que a relação entre os dois países "não pode ser só relação de venda e também de compra e venda", lembrando o interesse do Brasil em vender aviões da Embraer à Força Aérea americana. A convite de Panetta, o Brasil deve participar de simulações de guerra dos EUA envolvendo o continente africano.

Fonte: / NOTIMP


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