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Estação Antártica Comandante Ferraz: Desastre no gelo anunciado há seis anos

Militar alertou, em 2006, sobre as más condições de conservação da base militar brasileira. Ministro da Ciência e Tecnologia promete rever o orçamento do projeto. Embaixador diz que fogo foi provocado por curto-circuito, mas pasta da Defesa nega informação .

Júnia Gama/ Paula Filizola .

A tragédia na Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), que destruiu 70% da base, deixando dois militares mortos e um ferido, estava anunciada há pelo menos seis anos. Em 2006, o oficial de reserva da Marinha Antonio Sepulveda alertou, em artigo, sobre o estado de severa degradação em que se encontrava a estação, com o sistema elétrico defeituoso e vários outros problemas.

No texto, publicado pelo Jornal do Commercio, Sepulveda afirmou que a estação não recebia manutenção adequada e que seu orçamento começou a sofrer cortes desde o início da década de 1990. "Alguns sistemas vitais se encontram comprometidos: rede de esgoto, proteção contra incêndios e transferência de energia elétrica", escreveu. De acordo com o militar, em 2006, três tanques de combustível desabaram por conta de bases apodrecidas, o que poderia ter causado derramamento de óleo.

Sepulveda destacou a necessidade de modernização da estrutura da EACF, inclusive na área de pesquisa. "Os laboratórios precisam ser reformulados, o auditório e a sala de refeições não comportam mais todos os integrantes da estação no período de inverno." Escadas estavam corroídas, tratores e escavadeiras avariados e equipamentos de pesquisa, como motos de neve, botes e lancha oceanográfica, operando de forma insegura. "Os riscos se agravam, porque as comunicações em alta frequência, que permitem monitorar os pesquisadores que trabalham mais afastados, não são confiáveis", escreveu Sepulveda. No artigo, ele defendeu mais investimentos para que a estação fosse recuperada.

Entre 2011 e este ano, os recursos previstos no Orçamento da União para a Missão Antártica caíram de R$ 75,1 milhões para R$ 19,9 milhões. Ontem, dois dias após a tragédia, o ministro da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, afirmou que irá rever os recursos destinados às pesquisas na EACF. Segundo ele, a pasta investiu R$ 140 milhões de 2007 a 2011 em pesquisas na região. "Não faltarão recursos para a retomada das atividades", prometeu. Estima-se que cerca de 40% dos estudos brasileiros tenham sido perdidos em decorrência do fogo.

Pane elétrica

O embaixador do Brasil no Chile, Frederico Cezar de Araújo, afirmou que as apurações preliminares sobre o acidente indicam que uma falha no sistema elétrico gerou o incêndio na estação. O Ministério da Defesa, no entanto, nega a informação, alegando ser prematuro apontar causas. Segundo o órgão, isso só poderá ser feito após o prazo de 40 dias do inquérito policial militar, a cargo da Marinha.

Na madrugada de ontem, por volta da 1h10, os 45 brasileiros que estavam na EACF, incluindo o sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido no incêndio, desembarcaram na Base Aérea do Galeão, no Rio, onde foram recebidos pelo ministro da Defesa, Celso Amorim, e pelo Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Julio Soares de Moura Neto. Antes, em uma escala em Pelotas (RS), desembarcaram quatro pesquisadores, depois transportados até Porto Alegre.

Os corpos do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e do sargento Roberto Lopes dos Santos deixaram Punta Arenas, no Chile, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), na tarde de ontem. A aeronave deve chegar na manhã de hoje, quando está marcada uma cerimônia de Homenagens Póstumas, a partir das 9h, na Base Aérea do Galeão, com a presença do vice-presidente Michel Temer. O ministro Celso Amorim também deve participar do evento.

O incidente na Antártida será debatido em audiência pública no Congresso, numa sessão conjunta das comissões de Meio Ambiente; Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática; e Relações Exteriores e Defesa Nacional. O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) protocolou ontem requerimento solicitando que representantes das pastas e membros da Marinha compareçam à audiência.

O senador Rodrigo Rollemberg, do PSB-DF, presidente da Comissão de Meio Ambiente e membro da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar), disse que um dos motivos para a audiência é garantir a rápida reconstrução da base, com novas concepções tecnológicas e segurança. Segundo o embaixador do Brasil no Chile, por ordem da presidente Dilma Rousseff, a base será reconstruída o mais rapidamente possível. No entanto, as obras não devem ser finalizadas em menos de dois anos.

Resgate a navio com combustível

A Petrobras iniciará amanhã o resgate da embarcação brasileira que naufragou na Antártida, em dezembro de 2011, quando transportava 10 mil litros de óleo combustível para a Estação Antártica Comandante Ferraz, no Polo Sul. A estatal petroleira vai realizar a operação em conjunto com a Marinha. A embarcação levará a bordo uma equipe de militares composta por meteorologistas, navegadores, mergulhadores e médico. O Brasil é signatário de protocolos internacionais de preservação ambiental na região. Embora tenha ocorrido há cerca de dois meses, o acidente só foi divulgado no último fim de semana. Até o momento, nenhum vazamento de óleo foi constatado e a estrutura da embarcação estava preservada.

Três perguntas para José Augusto de Alencar Moreira

Comandante da reserva, ele esteve nas primeiras missões da Estação Comandante Ferraz, em 1984 e em 1985. No verão de 1986 e no inverno de 1987, chefiou a estação.

Quais as diferenças da estação hoje para a época em que o senhor esteve no local?

Passávamos apenas uma estação do ano, verão ou inverno. Agora, eles passam o ano inteiro, o que é bem mais desgastante. Mas a estação foi bastante ampliada e atualmente existem mais facilidades, como acesso à internet.

O risco de incêndio na base era previsível?

Quando chefiei a estação, fiz um relatório alertando para o problema de incêndio. O local é muito fechado, não tem janelas e a circulação de ar é mínima, o que propicia esse tipo de acidente. Era preciso um sistema de detecção de incêndios, que, depois, foi instalado.

Como o senhor avalia o ato dos militares que tentaram apagar o incêndio?

Nós, da Marinha, estamos literalmente no mesmo barco e a estação é como um navio. Se há um incêndio, temos que apagá-lo, não há como chamar os bombeiros. Temos um curso muito eficiente de combate a incêndios e certamente os dois sargentos que combateram o fogo se prepararam para isso.

Cronologia

Sábado
Por volta das 2h, ocorreu um incêndio na Praça de Máquinas, onde estão os geradores de energia da Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF).
No início da tarde, a Marinha informou que um militar estaria ferido e outros dois, desaparecidos. O militar ferido e o restante do grupo que estava na EACF no momento do acidente — num total de 45 pessoas foram transferidos para a base chilena Eduardo Frei. Um avião da FAB foi enviado a Punta Arenas (Chile) para resgatar os pesquisadores e os militares que estavam na estação.

Domingo
Às 16h, o Hércules C-130 deixou Punta Arenas.
Por volta das 17h, a Marinha anunciou ter localizado os corpos dos dois sargentos desaparecidos.
Às 21h, o voo pousou em Pelotas (RS) e seguiu para o Rio de Janeiro horas depois.

Ontem
Por volta da 1h, a aeronave com os sobreviventes chegou ao Rio, onde o grupo foi recepcionado pelo ministro Celso Amorim.
No fim da tarde, os corpos dos dois sargentos mortos no acidente foram embarcados. A previsão era que chegariam ao Rio de Janeiro na manhã desta terça-feira.

Fonte: / NOTIMP

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Governo indenizará famílias de mortos, 'heróis nacionais'

Valor, que terá de ser aprovado pelo Congresso, pode chegar a R$ 500 mil Corpos de militares chegam hoje ao Rio de Janeiro, onde serão recebidos em cerimônia com honras militares

SIMONE IGLESIAS E SYLVIA COLOMBO

Os dois militares mortos no incêndio da Estação Antártica Comandante Ferraz, o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, 45, e o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo, 47, serão considerados pelo Ministério da Defesa "heróis nacionais" e as famílias serão indenizadas.

Ambos foram promovidos "post-mortem", a segundo-tenente, e receberão a Ordem do Mérito da Defesa no grau de cavaleiro. O valor da indenização pode chegar a R$ 500 mil. Além disso, os filhos em idade escolar receberão auxílio até o ingresso na universidade. Cada um deles tinha dois filhos. A proposta terá antes de passar pelo Congresso.

Os corpos dos militares mortos foram transportados ontem de volta a Punta Arenas, no Chile. A Folha acompanhou a operação a bordo de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira). Os dois haviam sido levados para a base chilena Eduardo Frei, onde também estão 12 militares que sobreviveram à tragédia e, nos próximos dias, vão avaliar o estrago material do incêndio.

HONRAS MILITARES

Os corpos dos dois mortos serão recebidos com uma cerimônia de honras militares, no aeroporto do Galeão, Rio de Janeiro. O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Aeronáutica, Julio Soares de Moura Neto, estarão presentes no ato.

Amorim destacou a "bravura" demonstrada por Santos e Figueiredo para justificar as promoções e o recebimento do mérito.

PESQUISADORES

O Ministério da Ciência e Tecnologia deverá indenizar em R$ 10 mil os pesquisadores que estavam na base para suprir perdas pessoais que ocorreram no incêndio.

Fonte: / NOTIMP

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Sobreviventes contam drama

RIO – O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) que trouxe os brasileiros que estavam na base destruída pela incêndio de sábado, na Antártida, pousou ontem de madrugada, por volta de 1h30, na Base Aérea do Galeão. Desembarcaram 26 pesquisadores, um alpinista, 12 funcionários do Arsenal de Marinha do Rio e um militar resgatados da Estação Comandante Ferraz.

O primeiro-tenente Pablo Tinoco, do Arsenal de Marinha, disse que as duas vítimas morreram tentando debelar o fogo no foco do incêndio, perto da casa de máquinas, onde estavam os geradores. “Como eram os mais experientes, eles se vestiram, colocaram máscaras de oxigênio, se prepararam, e nós seguimos os procedimentos adequados, que foi o de amarrá-los, para que, em caso de demora, nós os puxássemos. Nós também iluminamos a área do lado de fora para que eles tivessem noção de onde era a saída, apesar da fumaça. Mas, por algum motivo desconhecido, eles não voltaram”, contou.

Segundo Pablo, dois militares tentaram, também amarrados para serem puxados, resgatá-los. “Um militar tentou resgatá-los, mas a temperatura era alta, ele voltou. Depois, mais um tentou ir agachado. Este foi pego pelo pé por um terceiro homem. Os três verificaram que não havia segurança e voltaram. Os dois estavam com máscara de oxigênio e galão de oxigênio”, relatou.

Entre os que desembarcaram está um militar que ficou ferido: o primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros está com algumas queimaduras, mas seu estado de saúde é estável. Ele foi encaminhado para o Hospital Marcílio Dias.

A bióloga marinha Terezinha Abscher, que trabalha com invertebrados, disse que o incêndio foi traumatizante. “Foi com se tivesse perdido minha própria casa”, afirmou ela, que perdeu toda a pesquisa de fevereiro. Perguntada se voltaria à Antártida, Terezinha hesitou: “Tenho que pensar. Acho que voltaria”.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, disse na Base Aérea que foi ao local como forma de reconhecimento da missão: “O reconhecimento é pela importância do trabalho deles lá, que é motivo de orgulho para todos nós. A presidente Dilma Rousseff já emitiu uma nota sobre a continuidade do trabalho na Antártida”. Amorim acrescentou que será feita uma investigação sobre o que houve e que a segurança será redobrada. “O governo vai dar total apoio à Marinha. Foram tomadas todas as medidas de segurança, mas vai haver uma perícia e investigações. Vamos fazer um estudo rigoroso sobre o que aconteceu”, frisou.

Crédito extra para reconstrução

BRASÍLIA – A presidente Dilma Rousseff determinou a abertura de crédito extraordinário no Orçamento de 2012 para reconstruir a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF). A contabilidade dos danos e a investigação das causas do incêndio já começaram. A frente parlamentar do Programa Antártico (Proantar) calcula que será necessário um investimento mínimo de R$ 20 milhões para limpar o local e iniciar a reconstrução este ano. O orçamento autorizado pelo Congresso para pesquisa e manutenção soma, porém, apenas R$ 11,8 milhões.

Ontem, a Marinha fez em Brasília a primeira reunião de avaliação de danos e planejamento da estratégia de reconstrução, de acordo com a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), vice-presidente da frente parlamentar do Proantar. Dilma determinou ao Ministério do Planejamento que, nos próximos dias, as pastas da Defesa e de Ciência e Tecnologia apresentem a conta do prejuízo, que deverá ser integralmente atendida.

A frente parlamentar do Proantar marcou reunião para amanhã, quando também discutirá os rumos do programa. Hoje, o Senado deve aprovar convite para que os ministros Celso Amorim (Defesa) e Marco Antônio Raupp (Ciência e Tecnologia) prestem esclarecimentos na casa. Representantes dos pesquisadores que trabalham na Antártida também serão convidados.

“Sem dúvida, o governo, o Congresso e a sociedade deverão dar uma resposta à tragédia”, afirmou Jô Moares. A possibilidade de uma falha elétrica na praça de máquinas da base continua sendo a principal linha de investigação da Defesa sobre as causas do acidente.

Ontem, a Marinha, em nota, afirmou que os gastos na Antártida cresceram substancialmente desde 2005, quando a média anual de investimento saiu de R$ 3 milhões até atingir R$ 15 milhões, em 2010. No ano seguinte, entretanto, o valor executado caiu para R$ 8,72 milhões. A Marinha rejeitou, porém, qualquer relação entre o acidente e a restrição orçamentária. “O incidente ocorrido na EACF não teve relação com os investimentos realizados no Proantar. As causas do incidente estão sendo apuradas por meio de inquérito policial militar”, informou a Marinha.

Fonte: / NOTIMP

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Pane elétrica em gerador é hipótese para explicar fogo em base na Antártida

SERGIO TORRES

O incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, na madrugada de sábado - que deixou dois militares mortos e outro ferido, além de destruir 70% das instalações da base brasileira na Antártida -, começou em um dos quatro geradores de energia instalados na casa de máquinas da estação. A causa do incêndio ainda é desconhecida, mas uma das hipóteses discutidas é que tenha ocorrido uma pane elétrica.

As informações foram passadas ao chefe da base, capitão de fragata Fernando Tadeu Coimbra, pelos militares que fracassaram na tentativa de evitar a propagação do fogo. Os geradores funcionam com o óleo diesel anticongelante (gasoil artic) fabricado pela Petrobrás para emprego na base da Antártida.

Os militares confirmaram também que o alarme de incêndio não soou, não se sabe por qual razão. O alerta se deu por gritos de "fogo" entre os colegas, que foram acordando uns aos outros para evacuar o local.

De acordo com depoimentos, o incêndio se espalhou com rapidez por toda a estação porque a praça das máquinas é ligada pelo teto às demais dependências da base. O local onde ficavam os geradores era, portanto, fisicamente associado aos alojamentos, laboratórios, refeitório, camarotes, biblioteca e espaços de lazer da Comandante Ferraz.

Várias explosões provocaram labaredas de até 20 metros de altura durante o incêndio que destruiu a estação. As explosões deslocaram grandes massas de ar, mas fizeram pouco barulho, o que intrigou os pesquisadores e funcionários civis da Marinha que acompanhavam à distância a tentativa dos militares de conter as chamas.

Os tanques que armazenavam milhares de litro de gasoil artic não chegaram a ser atingidos pelo fogo. Se o incêndio alcançasse os tanques, as explosões seriam ainda mais intensas e não haveria sobreviventes, avaliaram os pesquisadores nas conversas mantidas nos dois últimos dias.

O capitão de fragata Coimbra conversava com cientistas em um dos ambientes quando os gritos de "fogo" começaram.

A estação foi evacuada imediatamente. Poucos dos que estavam nos alojamentos ainda conseguiram salvar dinheiro, documentos e celulares.

Refúgio. Com a roupa que vestiam, alguns calçados apenas com chinelos, correram para fora da estação, onde a temperatura girava em torno de - 5 °C.

O grupo se refugiou em dois módulos isolados, um de meteorologia e outro de química. Neles, por rádio, acompanharam aterrorizadas as mensagens trocadas pelos militares empenhados em combater o incêndio.

Logo souberam que o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o sargento Roberto dos Santos estavam mortos.

O sargento Luciano Medeiros, com queimaduras, foi levado para os abrigos e amparado pelos civis, que revezavam-se na aplicação de pomadas analgésicas. Outro grupo tentou ajudar, entrando no mar semicongelado para abastecer as mangueiras. Foram registrados casos de hipotermia - queda da temperatura corporal, o que pode causar a morte - entre eles.

Com o corpo enrijecido pelo frio congelante, um dos que foram até a água teve os pés aquecidos de forma inusitada: eles foram colocados sob as axilas dos colegas até que a circulação sanguínea se restabelecesse.

Como nem todos conseguiram levar os agasalhos, houve distribuição dos casacos impermeáveis guardados fora da Comandante Ferraz por pesquisadores e militares que costumavam navegar na Baía do Almirantado, em cuja costa foi instalada a base brasileira, há 29 anos.

Corpos. Os integrantes da base - 26 pesquisadores, 1 alpinista e 12 funcionários do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, além do primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido com queimaduras - chegaram ao Rio na noite de domingo. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) pousou ontem à tarde na base chilena Eduardo Frei, para trazer os corpos dos dois militares mortos durante o incêndio de sábado. A previsão era de que o voo com os corpos pousasse hoje, às 7h30 , na Base Aérea do Galeão, no Rio.

Fonte: / NOTIMP









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