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Aeroporto de Maringá escapa de brincadeira com laser verde

Larissa Ayumi Sato .


A brincadeira com canetas de raio laser, tormento principalmente dos goleiros de futebol nos estádios, agora inferniza a vida dos pilotos de avião. Em 2011, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) registrou cerca de 250 casos de ocorrências com o laser verde - um aumento em relação a 2010 de quase quatro vezes. Como a contabilização é baseada em relatos dos aviadores, esse número pode ser ainda maior.

As brincadeiras têm se espalhado por todo o Brasil, segundo o Cenipa, e a incidência dos casos começou a aumentar a partir do ano de 2009. No Aeroporto Regional Sílvio Name Júnior, em Maringá, não houve registro de incidência deste tipo, segundo o superintendente Marcos Valêncio.

"Pode até ter registro, mas não nos foi comunicado", afirma. "Temos um sítio aeroportuário bem preservado, em uma região distante de área residencial. Se houver alguma atitude suspeita no entorno do aeroporto, a posição da torre permite ver qualquer movimento nesse sentido. O pessoal da torre avista na hora e avisa o pessoal de terra, que faz a abordagem na hora".

Laser verde no Paraná e Brasil

De acordo com o Cenipa, até o mês de novembro deste ano, o Aeroporto José Richa, em Londrina é o campeão neste tipo de registro, com 38 casos relatados, seguido por 36 no Galeão (RJ), 21 em Vitória (ES), 13 em Campinas (SP), 11 em João Pessoa (PB), 9 em Navegantes (SC) e 9 em Fortaleza (CE). Em Curitiba, no Aeroporto Internacional Afonso Pena, a assessoria de imprensa afirmou que seis casos foram registrados graças ao relato de comandantes.

"O que se vê hoje é uma maior facilidade de aquisição deste artefato e acredito que por isso no Brasil, nos últimos três anos, nós tivemos o incremento do número de reportes", afirma o Major Aviador Márcio Vieira de Mattos, da Divisão de Aviação Civil do Cenipa.

Formulários em 2012

Para identificar os aeródromos onde a recorrência é maior, o Cenipa planeja disponibilizar em sua página (www.cenipa.aer.mil.br), em 2012, um formulário específico para esse tipo de reporte. Com os dados, será possível direcionar campanhas e ações conjuntas entre os órgãos da administração aeroportuária e o poder público local.

Danos

As consequências da utilização do raio laser verde podem ser danosas, conforme alerta o Major Mattos, da Divisão de Aviação Civil do Cenipa. "A probabilidade de se derrubar um avião com equipamento de emissão de laser é baixa, mas não pode ser descartada, uma vez que nós temos na frota nacional aeronaves que voam com apenas um piloto. Quando atingido diretamente nos olhos, o comandante do avião pode ter dificuldade de interpretar os instrumentos, cegueira momentânea e a formação de imagens falsas, que numa situação de decolagem ou pouso pode ser crítica", explica o Major Mattos.

"A probabilidade é baixa mas existe, e as consequências podem ser até catastróficas. Então nós temos que trabalhar em termos de prevenção", afirma o Oficial do Cenipa.

Laser verde pelo mundo

Os relatos de ocorrências com laser não são recentes e tampouco exclusividade nos céus brasileiros. Há reportes de casos no Canadá, Reino Unido, Espanha e Estados Unidos. O primeiro caso relatado ocorreu em Los Angeles, no ano de 1993. O comandante de um boeing 737 foi atingido e obrigado a passar o controle dos comandos da aeronave para o co-piloto. Ele ficou quatro minutos sem conseguir interpretar os instrumentos.

Problemas com a justiça

Assim como soltar balões (Perigo Baloeiro), a brincadeira com raio laser pode render problemas com a justiça. "Utilizar o laser e atrapalhar a navegação aérea é um crime previsto no Código Penal Brasileiro", diz o Major Mattos.

Fonte: MARINGA.ODIARIO.COM / NOTIMP









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