FAB: Aniversário de 42 anos do Comando-Geral de Apoio
Celebrar mais um aniversário não significa apenas tornar-se mais velho, mas uma oportunidade para refletir e aprender com o ano transcorrido, com os desafios enfrentados e as soluções adotadas.
Dois mil e onze, em particular, foi um ano de grande aprendizado. A chegada de um novo governo e o estabelecimento de novas metas, que se refletiram na perspectiva de elevados cortes no orçamento do Comando da Aeronáutica, nos obrigaram a replanejar a utilização dos recursos destinados ao Comando-Geral de Apoio, por repetidas vezes.
Por mais desgastante e trabalhoso que tenha sido, nos mostrou a medida exata do que é necessário para manter a operacionalidade dos nossos vetores.
Numa Força Aérea heterogênea, que conta com uma frota extremamente diversificada, com aeronaves de fabricação brasileira, americana, francesa, espanhola, inglesa e, mais recentemente, de origem russa, podemos imaginar a dificuldade em suportar vetores que utilizam sistemas de complexidade tão variada.
A modernização de nossa frota e a aquisição de equipamentos de última geração nos levaram a adaptar nossa forma de trabalho, utilizando a terceirização de vários serviços como forma de suprir nossas deficiências.
Estabelecemos a partir daí, um ponto de difícil retorno às formas mais convencionais de trabalho de outrora, onde praticamente tudo era feito em nossos Parques.
Partimos para uma parceria com a indústria nacional, que se por um lado deve ser estimulada, por outro, tem a obrigação de nos garantir um retorno de qualidade, à altura de nossa Força Aérea.
Essa parceria não será efetivada, se não contarmos com a garantia de recursos anuais mínimos para celebrarmos os contratos necessários ao suporte logístico de nossos aviões, permitindo o desenvolvimento da indústria aeronáutica no país, bem como a manutenção dos níveis mínimos de operacionalidade exigidos de uma moderna Força.
Mais do que nunca, é preciso estudar e aperfeiçoar nossos mecanismos de gestão, capacitar nossos militares de forma contínua e direcionar nossos recursos de forma eficaz, minimizando erros e otimizando os nossos gastos.
Para tanto, a parceria com a área operacional deve ser constante. É preciso saber onde e como nossa Força será empregada, de forma a melhor planejar nosso suporte logístico.
Em dois mil e onze, realizamos importantes reuniões com o Comando-Geral de Operações Aéreas, buscando o aperfeiçoamento de nossas atividades e o necessário estreitamento de nossas relações, relembrando a velha parceria entre o Oficial de Operações e Oficial de Material de nossas Unidades Aéreas.
Internamente, aperfeiçoamos as reuniões do Sistema Logístico, buscando o debate franco e a discussão de nossos problemas de forma mais objetiva e mais efetiva. Propusemos a criação do “Dia do Material Bélico”, como forma de valorizar tão importante atividade, característica marcante de uma Força Armada.
A pronta-resposta demonstrada por todos os elos que compõem o imenso Sistema Logístico da Aeronáutica impulsionou as nossas atividades, destacando-se:
O ILA, que deu continuidade ao processo de elaboração e execução dos treinamentos à distância, ferramenta de extrema importância para a manutenção de nossa capacidade operacional, e que tem proporcionado significativa economia de gastos.
A DTI, que se consolidou como novo braço do Sistema Logístico, provendo apoio às diversas organizações do Comando da Aeronáutica na área da Tecnologia da Informação, desenvolvendo variados sistemas corporativos, num trabalho conjunto com os demais Orgãos de Direção Setorial, além de haver assumido a gerência técnica de todos os simuladores da Força Aérea.
O CELOG, que buscou incessantemente a economia dos recursos disponíveis, na forma da centralização de suas aquisições e numa gestão mais eficaz de todos os modais de transporte, gerenciados com o apoio do DARJ e do CECAN.
A DIRMAB, que foi o sustentáculo da manutenção de nossa Força Aérea, planejando, gerenciando e provendo os meios necessários para que chegássemos próximo às 150 mil horas de voo, em um ano de tanta turbulência.
E a DIRENG, que buscou o aperfeiçoamento dos processos de controle do Patrimônio, renovou importantes parcerias com Orgãos do Poder Executivo em suas três esferas, provendo apoio à Infraestrutura Aeronáutica, com a realização de treinamentos de combate a incêndio e salvamento em aeródromos.
Por fim, agradeço a compreensão e o apoio de todo os Grandes Comandos e Departamentos que compõem o Comando da Aeronáutica, que souberam compreender as nossas restrições e limitações. Lembro a mensagem deixada por um antigo Comandante, que dizia: “Quando não se pode fazer tudo o que se deve, deve-se fazer tudo o que se pode”.
Parabéns COMGAP! E muito obrigado a todos.
TEN BRIG AR RICARDO MACHADO VIEIRA
COMANDANTE-GERAL DE APOIO
Fonte: COMGAP