Novo terminal de Viracopos receberá R$ 1 bi
Consórcio vencedor de leilão quer construir hotéis para aumentar receitas do aeroporto .
MARIANNA ARAGÃO .
A construtora UTC, vencedora do leilão de concessão de Viracopos, vai investir cerca de R$ 1 bilhão na construção do segundo terminal de passageiros do aeroporto. O novo terminal terá capacidade para receber 13 milhões de usuários por ano (em 2011, o aeroporto recebeu 7,54 milhões de passageiros). A previsão é que as obras comecem em outubro.
O montante faz parte da primeira rodada de investimentos que o consórcio, formado pela UTC, pela Triunfo Participações e pela operadora aeroportuária francesa Egis Avia, terá de fazer até a Copa de 2014 no aeroporto.
Na primeira fase, também serão feitas melhorias no atual terminal, que incluem reformas no estacionamento e alteração da identidade visual do aeroporto. A ideia é marcar o início da nova gestão.
A UTC contratou a consultoria holandesa Naco para elaborar um plano de arquitetura e engenharia que definirá as principais obras a serem feitas em Viracopos. "O entorno ainda pouco explorado do aeroporto nos permite pensar em diferentes oportunidades de empreendimentos", diz Ben Hasselman, diretor da Naco. A empresa quer construir dois hotéis, um centro de convenções e um shopping nas proximidades do aeroporto. O objetivo é elevar as receitas com atividades não aeroportuárias, hoje de 11% do total, para 35% em 2041.
CONTESTAÇÃO
O resultado do leilão de concessão de Viracopos está sendo contestado na ANAC por duas empresas. A Odebrecht, derrotada no leilão, pediu a eliminação do consórcio vencedor, alegando que o grupo não cumpriu todas as exigências do edital. Uma empresa de engenharia de Curitiba também apresentou recurso à agência. Amanhã, o consórcio vai apresentar à ANAC um recurso para se defender das contestações.
Fonte: / NOTIMP
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Atual aeroporto de Viracopos poderá virar pó
Consórcio vencedor da concessão do terminal, que enfrenta recurso administrativo na ANAC, deve descartar edifício e construir um novo, de seis andares
FERNANDO SCHELLER
Dentro de dois anos, no que depender do consórcio vencedor da concessão do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, o atual prédio em que circulam passageiros vai virar pó. O projeto de ampliação do terminal prevê a substituição do atual edifício por um novo, de cinco ou seis andares. O objetivo é que, até 2014, o terminal tenha capacidade de suportar o movimento de 20 milhões de passageiros ao ano (hoje, a estrutura planejada para 4 milhões de pessoas já comporta 7,5 milhões).
O consórcio Aeroportos Brasil, formado por Triunfo, UTC e Egis Airport, trabalha com a empresa de projetos holandesa Naco para ter o desenho do novo aeroporto pronto em 45 dias (a assinatura do contrato com o governo está prevista para o dia 4 de maio). No entanto, antes que o grupo seja sacramentado como operador do maior aeroporto do interior paulista, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) vai avaliar recurso administrativo da Odebrecht, parte do consórcio rival Novas Rotas, que questiona a capacidade gerencial e financeira do vencedor e tenta anular o resultado.
Apesar da indefinição, a Naco trouxe seis pessoas de sua equipe para arrematar os detalhes do projeto em São Paulo. Segundo Ben Hasselman, diretor de desenvolvimento de negócios da empresa, o prazo para a execução é apertado. O contrato prevê que a obra esteja pronta até junho de 2014, véspera do início da Copa do Mundo do Brasil. Segundo cálculos de mercado, a primeira fase do novo terminal, que exigirá 120 mil metros quadrados de novas construções, deverá consumir investimentos de cerca de R$ 1 bilhão.
Com 60 anos de mercado, a Naco é basicamente uma empresa de projetos, e não se envolve diretamente na obra. No entanto, funcionários da companhia acompanham os trabalhos para garantir que as empreiteiras sigam o desenho à risca. A empresa participou de projetos de grandes terminais internacionais, como os de Frankfurt, Moscou, Abu Dabi e Pequim. Para a Naco, o Aeroporto de Viracopos é considerado um projeto de médio porte, mas significa a porta de entrada para o Brasil. "Fizemos projetos na Colômbia, no México e na Argentina. Antes desse processo de privatização, o mercado brasileiro esteve fechado para nós", diz o executivo.
Detalhes
Embora o projeto de Campinas ainda vá passar por mudanças, Hasselman diz que ele seguirá algumas características de uma tendência chamada "aeroporto verde". Isso inclui o aproveitamento da luz do dia, para reduzir o consumo de energia elétrica, além de soluções para o descarte do lixo e a redução do desperdício de água.
O projeto prevê ainda a viabilização da conexão com o trem de alta velocidade (TAV) que deverá ligar o Rio de Janeiro a São Paulo, apesar de o governo ter descartado sua conclusão até a Copa do Mundo. Além disso, o desenho dos 28 "fingers" previstos em contratos (que vão levar os passageiros do terminal diretamente ao avião) priorizará a redução do período de taxiamento das aeronaves para reduzir a queima de combustível.
A área comercial deverá ganhar um espaço próprio no novo edifício, segundo o executivo da empresa holandesa. Embora viabilizar operações comerciais seja importante, o especialista diz que é preciso priorizar a circulação. "Não estamos fazendo um shopping. A sinalização precisa estar sempre visível e a propaganda não pode ficar no meio do caminho."
A primeira fase do projeto também já contemplará o que se chamada de "Cidade Aeroporto", com a atração de hotéis, edifícios de escritório e espaços para convenções de forma organizada. Isso evitaria um conflito entre o entorno e o projeto arquitetônico do terminal.
Quanto ao prédio atual, a Naco chegou a cogitar usá-lo como depósito. Entretanto, Hasselman diz que é preciso evitar que a área vire um plantel de "esqueletos" de edifícios. Por ele, o prédio vai ao chão. Isto é, se a ANAC der o aval definitivo para o consórcio para o qual trabalha.
Fonte: / NOTIMP
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Viracopos vai ganhar terminal ferroviário
Fábio Pupo
Envolvida no projeto de mais de 500 aeroportos pelo mundo, a holandesa Naco (sigla para Netherlands Airport Consultants) foi escolhida pelo consórcio Aeroportos Brasil para realizar o projeto de Viracopos, em Campinas (SP). O conceito geral do projeto ainda não foi definido pelas sócias ganhadoras da concessão do aeroporto (Triunfo, UTC e a operadora francesa Egis). No entanto, segundo o diretor de desenvolvimento de negócios da Naco, Ben Hasselman, algumas características já estão definidas, como a presença de um terminal ferroviário de passageiros dentro do aeroporto.
Segundo ele, o terminal pode ser o que atende o trem de alta velocidade - projeto do governo federal para ligar Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. Mas também pode ser um trem tradicional, diz ele, como o projetado pelo governo do Estado de São Paulo. Hasselman diz que o projeto pode ter grande sucesso, visto que, em Amsterdã (em aeroporto semelhante ao de Viracopos, segundo ele), 40% dos passageiros do avião usam o trem-bala que tem uma estação no aeroporto. "Não sabemos quem vai arcar com os custos [do terminal]. Pode ser apenas o consórcio, ou ele em parceria com a administradora do trem".
Também estão previstos no projeto pelo menos um centro de convenções e três hotéis, sendo um deles junto ao aeroporto e outros dois mais afastados. "Ainda é cedo para falar no tamanho de cada um e qual o modelo de gerenciamento, se será próprio ou de outras empresas", afirma. Ele ainda diz que o projeto de Viracopos é "praticamente" um green field (projeto construído do zero), por seu potencial de expansão de 7,5 milhões de passageiros ao ano para 80 milhões e não é dos mais sofisticados do portfólio da companhia.
"Será um aeroporto modesto, parecido com o desenvolvido em Amsterdã para a Schiphol [administradora do aeroporto holandês]", diz ele, que enumera como mais complexos terminais desenvolvidos em Pequim e Abu Dhabi. "Nesse caso, foram projetos contratados pelo governo, aí é sempre uma coisa vultuosa. As empresas costumam ser mais modestas".
Fonte: / NOTIMP