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Forças Armadas demonstram atuação integrada no Mato Grosso

Para salvaguardar vidas de compatriotas que vivem na faixa de fronteira do País Amarelo, mais de 200 paraquedistas do País Verde realizaram, anteontem, uma operação de salto em Laguna Carapã (MT), município localizado a 279 Km da capital Campo Grande. Na tarde de ontem, receberam apoio de mais 120 soldados e oficiais, lançados de aviões Casa C-105 Amazonas, que tiveram de enfrentar forças irregulares até receber o apoio de blindados Cascavel e Urutu. Na área de Ladário, cinco navios de combate tiveram apoio de cinco aviões A-29 Super Tucanos, armados de foguetes e metralhadoras.

O objetivo das ações militares era criar zonas seguras de evacuação para retirar os civis que desejassem sair da nação vizinha, que passa por um momento conturbado. Estima-se que entre 10 e 30 mil pessoas possam ser retiradas para um local de destino seguro, montado no Ginásio Guanandizão. As operações foram bem-sucedidas inclusive uma infiltração de mergulhadores de combate do País Verde, que delimitaram uma possível zona de desembarque na região de Forte Coimbra, a ser explorada hoje por fuzileiros navais.

Esse cenário de guerra, com Marinha, Exército e Aeronáutica operando coordenadamente, movimenta o estado de Mato Grosso do Sul. Concebida e coordenada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério da Defesa, a Operação Anhanduí visa dar capacidade operacional e testar novas ferramentas de interoperabilidade.

O exercício é acompanhado pelo chefe do EMCFA, general-de-Exército José Carlos de Nardi, e pelos comandantes de operações naval, almirante de esquadra Alvaro Luiz Pinto; terrestre, general-de-Exército Amércio Salvador de Oliveira, e do Ar, tenente-brigadeiro Gilberto Antonio Saboya Burnier.

Já no briefing operacional, o general De Nardi destacou a importância do exercício, realizado na manhã de quinta-feira no Quartel-General do Comando Militar do Oeste, em Campo Grande: "Nas operações Ágata 1 e 2 e na Boiadeiro, atualmente em curso, aplicamos nossos conhecimentos em ações subsidiárias de segurança. Agora, vamos empregá-los em nossa atividade-fim".

As ações do País Verde são realizadas por cerca de 2.500 homens e mulheres das três Forças, apoiados por 14 aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), 10 helicópteros do Exército e da Aeronáutica e cinco navios da Marinha do Brasil. O País Amarelo é manejado virtualmente desde Brasília e dispõe apenas de um pequeno destacamento de 100 homens, que representam no campo o papel de unidades bem maiores.

Realismo

Depois do encontro no Comando Militar do Oeste, o general De Nardi visitou o Local de Destino Seguro (LDS), montado no Ginásio Guanandizão. Pessoas de bairros carentes da capital sul-matogrossense, escolhidos por agentes sociais dos governos estadual e municipal, representavam os milhares de refugiados do País Amarelo. Falando para a imprensa, De Nardi ressaltou a importância de realismo na operação simulada: "Numa catástrofe, como a que ocorreu no Haiti, podemos ter que retirar cidadãos brasileiros e eles vão chegar aqui sem nada. Terão de passar por todas as etapas que simulamos aqui."

Segundo o major José Márcio de Figueiredo, do Comando da 9ª Região Militar, coordenador da atividade, o LDS pode ser instalado tanto em campo aberto quanto em uma estrutura física já existente, em lugares como universidades ou ginásios. O trabalho é menor, pois já existe rede de água, esgoto, energia elétrica e alojamento. Nesses locais são instalados os órgãos sociais, como o TRE, Justiça Militar, Justiça Civil, entre outros.

A atividade contou com cerca de 300 militares, 100 representantes de órgãos assistenciais e sociais, além de 150 pessoas que representaram os desabrigados e desalojados pela calamidade. Rivadávia e Lucimara Queiroz trouxeram o filho Lucas para uma consulta médica na clínica de dermatologia. Na instalação, receberam almoço. À tarde, puderam regularizar documentos, como títulos de eleitor e carteira de identidade. "Vou fazer um novo título de eleitor", disse Rivadávia. "Por isso, permanecemos aqui."

Nesta sexta-feira, a comitiva do Ministério da Defesa participa de uma série de atividades. Na cidade de Aquidauana, a 135 km de Campo Grande, militares de Engenharia do Exército demonstrarão o funcionamento da Ponte LSB (Logistic Support Bridge), usada para auxiliar a Defesa Civil em calamidades públicas, como enchentes. Em seguida, no Campo de Instrução de Betione,Bodoquena), haverá uma demonstração de tiro do Carro de Combate M60, recentemente disponibilizado para o CMO.

Como término das ações planejadas para a Operação Anhanduí, será realizada, em Forte Coimbra (região de Corumbá), uma demonstração de assalto ribeirinho, onde uma tropa embarcada realiza um ataque a partir de um curso de água.

A operação militar no Mato Grosso do Sul dá sequência a uma série de exercícios conjuntos realizados pelo EMCFA em diferentes regiões do país. Antes da Anhanduí, o órgão realizou uma operação para aprimorar o adestramento das tropas na Amazônia, em maio deste ano.

As atividades da Operação Anhanduí podem ser acompanhadas pelo sítio eletrônico www.anhandui.defesa.mil.br/.


Fonte: Ministério da Defesa








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