|

Confins: Governo de Minas publica edital para escolha do projeto do terminal 2



Geórgea Choucair .

Se for depender de licitações , estimativas e projetos , o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, vai quadruplicar a capacidade de passageiros até 2020. A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) publica hoje o edital de licitação internacional para os projetos básico e executivo do terminal 2 (foto), que deve ser construído ao lado do estacionamento novo de veículos do aeroporto. O terminal será projetado para receber mais 10 milhões de passageiros ao ano. Ainda não se sabe qual vai ser o valor da obra, mas há previsões de que chegue a US$ 330 milhões (R$ 627 milhões). A origem da verba para o empreendimento, no entanto, ainda não está acertada.

"A obra pode ser pública, estadual ou do governo federal e estadual juntos, como está sendo feito nos outros aeroportos", afirma a secretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck. Os interessados deverão encaminhar ao governo os documentos de habilitação, a proposta técnica e a de preços até o próximo dia 23 de novembro. Já a abertura dos envelopes está prevista para o dia 25 de novembro.

A previsão do governo é de que a capacidade de passageiros de Confins atinja, em 2020, um total de 20 milhões de pessoas ao ano. Só neste ano, a expectativa da Infraero é chegar a 9 milhões de passageiros transportados, contra 7,2 milhões em 2010. O aeroporto tem hoje capacidade para transportar 5 milhões de passageiros. Com a obra de reforma e ampliação do terminal 1, iniciada no mês passado, a capacidade do aeroporto vai passar para 8 milhões de passageiros ao ano. Pelo projeto do terminal, os veículos não vão poder mais transitar entre o terminal de passageiros e a área comercial atual, espaço que será transformado em via de trânsito mais larga. Os balcões de check in não ficarão mais encostados na parede. Eles serão espalhados em quatro penínsulas pelo saguão do aeroporto, assim como acontece no Galeão, no Rio de Janeiro.

Além da reforma do terminal 1, a Infraero vai construir o Módulo Operacional Provisório (o "puxadinho"), em investimento de R$ 100 milhões. A obra do terminal 2, que vai ser feito todo de aço e vidro, está prevista para ser concluída em 18 meses. O resultado do projeto básico e executivo deve ser divulgado em dezembro de 2012. Ou seja, se não houver grandes surpresas no calendário, há chance de o terminal 2 ficar pronto antes da Copa de 2014.

"Mas é preciso deixar claro que não estamos fazendo esse enorme projeto em função de 45 dias de Copa", esclarece Dorothea. O aeroporto de Confins, segundo ela, tem hoje o maior índice de crescimento de tráfego do país. "A entrada da classe C no mercado aéreo e a facilidade de compra de passagens estimulou o setor. E está claro para a Infraero que nenhum terminal provisório vai conseguir resolver o problema de aumento na demanda de passageiros", afirma.

LOGÍSTICA

Na segunda-feira passada, a Infraero publicou no Diário Oficial da União (DOU) o edital de licitação para a escolha do Operador Logístico do Aeroporto Indústria, que vai ter nove lotes disponíveis para a instalação de empresas de tecnologia de ponta. Em novembro do ano passado, a Infraero já tinha publicado edital, mas não houve interesse de operadores por conta da impossibilidade de expansão. "O novo edital prevê a expansão de uma área de 150 mil metros quadrados. Parte da administração ficará fora desse espaço e há carência de prazo para o pagamento do operador logístico", explica Luiz Antônio Athayde, subsecretário de Investimentos Estratégicos da Sede. Antes, o operador logístico tinha que iniciar o pagamento à Infraero desde o início do contrato. Agora, há uma carência de 12 meses.

O Aeroporto Indústria, em sua fase I, já conta com a infraestrutura em fase final de implantação e vai operar em área de 46 mil m², com investimentos realizados de R$ 16 milhões. As obras de infraestrutura, a cargo da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemig), não vão prejudicar o processo de escolha do operador logístico ou a escolha das empresas que irão se instalar nesta área, segundo o governo.

A Infraero planeja ainda investir R$ 169 milhões na pista de pouso e decolagem. O início das obras está previsto para setembro do ano que vem. Com a obra, a pista vai passar de 3 mil para 3,6 mil metros e o pátio vai aumentar 192,4 mil metros quadrados. O projeto estima que o número de posições de estacionamento da aeronave salte de 18 para 50.

Tempestade de reclamações

Ao mesmo tempo em que são anunciados investimentos milionários para Confins, o aeroporto enfrenta problemas de infraestrutura que deixam passageiros indignados. E a solução desses problemas não envolvem cifras tão altas, como é o caso das escadas rolantes estragadas. Na área internacional, a escada rolante que sobe está em constante manutenção. O mesmo acontece com a escada que desce na área do desembarque, que está há muitos dias sem funcionar.

"Eles fazem manutenção na escada rolante. Aí, funciona um ou dois dias, depois volta a quebrar. Faz muito tempo que já está assim, não sei o que acontece. Deveriam trocar essa escada logo", afirma um funcionário de Confins que preferiu não se identificar. A dona de casa Antoanete de Fátima Palhares Cruz cruzou pela segunda vez com a escada em manutenção. "Na semana passada, fui para o Rio e estava parada também", diz. Ontem, ela embarcou para Paris (França). Como teve problemas na hora do embarque e precisou voltar aos balcões de check-in, subiu duas vezes pela escada regular.

O aeroporto, que tem aspirações de se tornar o grande hub internacional do país, não tem tomadas (para usar o carregador de celular e notebooks) próximas às cadeiras dos saguões. O ator Rogério Oliveira Araújo chegou ontem de Córdoba (Argentina) e foi direto carregar a bateria do celular, pois precisava fazer uma ligação. A tomada encontrada fica ao lado dos elevadores. Na pressa, fez a ligação agachado. "Foi onde encontrei tomada", diz.

E para quem reclama de falta de espaço, há estruturas ociosas no aeroporto: a lanchonete e o posto de gasolina que foram desativados há alguns anos ao lado do estacionamento dos taxistas, estão inativos, com espaço ocioso. "Há ainda cinco banheiros que estão desativados aqui no pátio dos taxistas. Quando precisamos, temos que usar o do aeroporto. E, se este está em manutenção, temos que ir ao embarque doméstico", diz o taxista Alexandre Paixão. (GC)

Fonte: / NOTIMP









Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented