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Guerra de preço prejudica cenário para aéreas



Marina Falcão e Beatriz Cutait .

A guerra de preços no mercado doméstico e um custo acima do planejado com combustíveis devem comprometer os resultados das aéreas TAM e Gol no segundo trimestre.

Foi assim que o mercado entendeu o relatório de revisão de projeções divulgados pela Gol na semana passada, em que a companhia revelou ter diminuído sua expectativa de margem operacional (Ebit) de 6,5% para 1 %, no pior cenário, e de 10% para 4%, no melhor.

Os novos números prejudicaram as ações preferenciais (sem direito a voto) da Gol, que já acumulam queda de 51,7% no ano. Somente no pregão de sexta-feira, as ações caíram 21,6%, para R$ 12. A companhia perdeu R$ 900 milhões em valor de mercado em apenas um dia.

Como parte dos problemas apontados pela Gol no relatório são setoriais, as preferenciais da TAM também sentiram. No último pregão, os papéis da companhia recuaram 7,7%, para R$ 29,8, fazendo a empresa perder R$ 380 milhões em valor de mercado. No ano, os papéis da TAM acumulam queda de 20,6%.

No relatório, a Gol revela que, no primeiro semestre, a oferta da assentos na indústria doméstica cresceu 14,4% e que isso resultou numa queda de 7% do valor médio que o passageiro paga por quilômetro voado da empresa na comparação semestral.

A companhia também afirmou que, no mesmo período, o custo com combustível atingiu 40% dos seus custos totais, mas que "a companhia ainda não está repassando essa despesa para o consumidor e esse cenário pode permanecer".

A Gol ainda citou despesas adicionais com cancelamento de voos por causa das cinzas do vulcão chileno e aumento das tarifas aeroportuárias.

"Esses fatores também podem ter prejudicado a TAM", aponta a analista da Fator Corretora Jaqueline Lison, que acompanha o setor aéreo.

A analista considerou a reação do mercado exagerada e manteve sua recomendação de compra tanto para os papéis da Gol quanto para os da TAM e preços-alvo em 12 meses de R$ 32 e R$ 45, respectivamente. "Acho importante esperar o resultado das empresas antes de revisar nossas recomendações", explica Lison. A SLW Corretora também não alterou suas projeções para as ações da Gol.

Por outro lado, Bank of America Merrill Lynch, Credit Suisse, Itaú Unibanco e BTG Pactual reduziram as recomendações para os papéis da companhia.

"Embora já estivéssemos trabalhando com números mais conservadores, a magnitude das mudanças, especialmente relacionadas aos custos com combustível foram maiores do que esperávamos", reportou o analista Luiz Otavio Campos, que assina o relatório do Credit Suisse. O banco reduziu o preço-alvo para os papéis da Gol de R$ 27 para R$ 16.

Já o Bradesco permaneceu com a indicação de compra, mas o preço-alvo foi cortado de R$ 37 para R$ 27. O HSBC reduziu expectativa para o valor dos papéis de R$ 33 para R$ 20. As demonstrações financeiras da TAM serão divulgadas no dia 9 e as da Gol, no dia 11.

Fonte:

Foto: Mario Ortiz









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