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CCR reunirá ativos aeroportuários de construtoras e mira leilões no Brasil

CCR reúne ativo aeroportuário da Andrade e Camargo Corrêa .

Fábio Pupo .

Uma semana depois do resultado da primeira concessão federal de aeroportos, a iniciativa privada já protagoniza uma corrida para as novas concessões. Até então assistindo as manifestações das empresas em silêncio, além de se ausentarem da primeira disputa (o leilão do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, no RN), as grandes empreiteiras assumiram o interesse pelos terminais. Duas dentre as cinco maiores, a Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa anunciaram ontem o interesse pelos projetos - que ficarão sob a responsabilidade do grupo CCR, do qual ambas são as acionistas principais.

O primeiro passo para a CCR diversificar seu escopo de negócios é a mudança do estatuto social, que depende de assembleia de acionistas, para permitir a atuação no setor aeroportuário. Aprovada essa mudança, a nova área de negócios já nascerá com três ativos principais - já que o grupo comprará os ativos da Andrade e da Camargo em três aeroportos da América Latina, caso um comitê independente aprove a aquisição. "Os acionistas não querem se desfazer desses ativos. Eles querem administrar esses ativos por meio da CCR", diz Arthur Piotto, diretor de relações com os investidores da CCR.

A Camargo Corrêa venderá a participação de 40,8% da empreiteira no Hato aeroporto Internacional, em Curaçao, que teve R$ 800 mil de lucro líquido em 2010. A Camargo atua no terminal por meio da A-port, joint venture com a suíça Unique (Flughafen Zurich AG) e com a IDC. A A-port, por sua vez, tem participação majoritária (51%) na concessionária do aeroporto. Conforme adiantou o Valor em junho, a Camargo estudava a possibilidade de disputar os projetos aeroportuários no Brasil, mas ainda não havia definido se iria atuar por meio do grupo CCR ou da A-port. Na época, um dos executivos do grupo adiantou ao jornal, inclusive, a possível incorporação da A-port à CCR.

Já os ativos da Andrade Gutierrez incluem a participação de 48,75% no aeroporto de San José, na Costa Rica (lucro de R$ 2,2 milhões em 2010); além de 45,5% no aeroporto Internacional de Quito, no Equador. Neste último, o mais lucrativo dos três (R$ 45,6 milhões em 2010), a Andrade possui participação por meio da Quiport - onde a empresa brasileira tem outros sócios, como a canadense Aecon. Piotto, diz não haver ainda um valor para as transações. "Estamos começando essa análise. Se tudo for aprovado, em cerca de três meses teremos o processo concluído."

Focada em rodovias, com 90% do faturamento oriundo desse setor, a nova atuação da CCR repetiria a fórmula usada nas estradas - quando houve a concentração na CCR de concessões de rodovias então sob controle dos acionistas. "É natural que esse processo se repita no setor aeroportuário", diz Piotto. Segundo os executivos, os projetos no setor podem se estender a todo o mundo, mas se concentrarão na América Latina inicialmente. A ampliação dos negócios, se aprovada, pode reunir o know-how para a entrada do grupo na disputa por aeroportos brasileiros. Os executivos confirmam o interesse nas concessões já divulgadas pelo governo federal (Viracopos, Guarulhos e Brasília), mas há o projeto de construir um terminal, privativo. Trata-se do chamado Novo aeroporto de São Paulo, um estudo em conjunto de Andrade e Camargo que já foi alvo de conversas com o governo do Estado.

Os executivos também não descartam a futura participação da empresa em outros projetos de infraestrutura, como o projeto do trem de alta-velocidade. Os três acionistas principais da CCR são grupo Soares Penido (17,2% de participação), Camargo Corrêa (17%) e Andrade Gutierrez (17%). Outras 48,78% das ações são negociadas em bolsa.

Além da Andrade e da Camargo, outras empreiteiras já se prepararam para disputar os aeroportos mais atrativos para o capital privado - já que têm grande movimentação de passageiros e estimativas de crescimento para os próximos anos. É o caso da CR Almeida que, numa operação parecida com a da CCR, delegará a responsabilidade para a EcoRodovias - empresa de concessões rodoviárias e de logística com participação da empreiteira. A Odebrecht declarou em abril o interesse pelos projetos.

Fonte: / NOTIMP








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