Governo quer sigilo nas licitações de todos os aeroportos
Por pressão do Senado, regras diferenciadas criadas para a Copa poderão ser estendidas para outras construções .
Ideia é fazer mudança por meio de uma nova medida provisória para beneficiar cidades que não sediarão os jogos .
GABRIELA GUERREIRO e JOSÉ ERNESTO CREDENDIO .
Os senadores desistiram de incluir a brecha na votação marcada para hoje no plenário do Senado. Se o texto sobre as licitações da Copa fosse alterado, teria que retornar à Câmara. A validade da medida provisória termina no dia 15 de julho. Por isso, os governistas querem manter o texto aprovado pelos deputados.
"Eu não vou mexer no texto, vou levar essa sugestão direto para a presidente Dilma para que possa vir em outra medida provisória", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-AP).A pressão pela mudança vem do PMDB, maior bancada do Senado. Parlamentares de Estados que não sediarão a Copa querem que as regras das contratações diferenciadas passem a valer para todos os aeroportos do país.
O texto já aprovado pela Câmara estabelece o RDC apenas para aeroportos de cidades distantes até 350 quilômetros dos estádios que sediarão o Mundial de 2014. No novo modelo, os governos federal, estadual e de municípios deixam de divulgar o orçamento prévio de obras antes das licitações. Inicialmente, a MP beneficiava somente as cidades-sedes da Copa. A Câmara incluiu municípios próximos para beneficiar capitais como Goiânia, cujo aeroporto daria "suporte" a turistas que vão a Brasília assistir à Copa.
Relator da MP no Senado, Inácio Arruda (PC do B-CE) confirmou que o objetivo dos senadores é ampliar o RDC. "É uma reivindicação justa."
Para Jucá, a expansão da abrangência da regra facilita o deslocamento de turistas. "Vai sair gente de outras cidades para assistir ao jogos. Todos os aeroportos têm urgência para obras", defende.
O governo espera aprovar hoje a medida provisória da Copa sem dificuldades no Senado depois que a Câmara retirou da proposta itens que dificultavam o controle público de gastos com as obras. A mudança tornou claro o acesso permanente dos órgãos de controle às planilhas e à divulgação dos orçamentos após os lances.
Fonte: / NOTIMP
Foto: Andomenda