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Enfrentando céus e nuvens por uma fronteira mais segura

ImagemUm avião entra em território aéreo inimigo. A Força Aérea do país invadido já detecta a presença da aeronave através dos radares de suas bases militares e instrui sua equipe a abordá-la. Dentro de alguns minutos, o invasor já está sendo monitorado de perto pelos aviões locais. Este é o principal procedimento do exercício militar URUBRA I (junção dos nomes Uruguai e Brasil), que está sendo realizado entre as Forças Aéreas Brasileira e Uruguaia. O treinamento iniciou na terça- feira e se estende até esta sexta com uma cerimônia de encerramento no país, mais especificamente na base aérea da cidade de Durazno, que fica no departamento uruguaio de mesmo nome. É lá também que os aviões brasileiros interceptados são encaminhados.

Conforme o capitão Eduardo Celles, que foi um dos pilotos da aeronave brasileira Caravan C-98 na manhã de ontem, o objetivo da URUBRA I é simular o tráfego ilícito de aeronaves dentro de um espaço aéreo e ainda a invasão de um território, obrigando o órgão de defesa do país invadido a interceptar o inimigo. “O treinamento também visa coibir o tráfico, que é um problema que afeta ambos os países, que tiveram interesse mútuo em realizar a operação”, afirma o capitão. Segundo ele, este tipo de treinamento já foi realizado com todos os países que fazem fronteira com o Brasil.

Interceptação
Às 10h30 da manhã de ontem, a aeronave Caravan C-98, que utilizava o código de treinamento “Gaúcho I”, decolou da Base Aérea de Santa Maria (BASM) rumo à Durazno, no Uruguai. Com uma velocidade de cruzeiro de 224 quilômetros por hora (121 nós, na linguagem de aviação) e a uma altitude de três mil metros (10 mil pés), por volta das 11h30, o Gaúcho I cruzou a fronteira com o país vizinho. Pontualmente ao meio-dia, duas aeronaves IA-58 Pucará da Força Aérea Uruguaia se aproximaram do avião invasor, chegando pela retaguarda como posição defensiva para que pudessem identificá-lo e, através do sistema de rádio, deram-lhe as coordenadas para que chegassem até a base militar uruguaia.

Enquanto o “Gaúcho I” era direcionado até o local de pouso, outro avião brasileiro Caravan, codificado como “Gaúcho II”, que também ia interceptado da BASM para o mesmo local, porém por outra rota, já se aproximava da pista de pouso. Às 12h45, o “Gaúcho I” aterrissou em solo uruguaio, quando militares uruguaios já o esperavam.

O militar uruguaio Alfere Marcalain afirma que o exercício é necessário para que haja coordenação entre as duas forças aéreas e ainda uma melhor relação entre elas para cobertura do espaço aéreo uruguaio e do brasileiro. “É importante que façamos estas operações de interceptação de maneira exitosa, já que é preciso haver troca de informações entre as duas forças, além de nos mantermos prevenidos contra algo que possa realmente acontecer”, disse Marcalain.

A volta
Às 13h50 da tarde de ontem, o Caravan “Gaúcho II”, parte de Durazno rumo ao centro do Rio Grande de Sul. Com velocidade de cruzeiro de 259 quilômetros por hora (140 nós), e com altitude aproximada de três mil metros (10 mil pés), uma hora depois da decolagem, a aeronave brasileira cruza sobre o rio Quaraí, que divide os países. Às 14h23, uma avião A29 Super Tucano, que é da base de Campo Grande e está deslocado em Santa Maria participando do treinamento, intercepta o Gaúcho II, onde o monitora até a sua aterrissagem na BASM às 15h56.

O exercício realiza oito interceptações diárias, sendo duas idas e duas vindas de aviões brasileiros, e duas vindas e duas idas de aviões uruguaios.

Aeronaves utilizadas no URUBRA I

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Durante o exercício URUBRA I, estão sendo utilizadas aeronaves interceptadoras A-29 Super Tucano e “alvos” C-98 Caravan, da Força Aérea Brasileira (FAB). Já pelo lado da Força Aérea Uruguaia (FAU), as aeronaves interceptadoras A-37 Dragonfly, PC-7 Pilatus e IA-58 Pucará e alvos C-206 Cessna, C-310 Cessna e B-58 Beechcraft participam do treinamento.

Na cerimônia de abertura, realizada em Santa Maria na segunda-feira, 23 militares uruguaios estiveram em Santa Maria. No encerramento, programado para sexta-feira no Uruguai, militares brasileiros devem estar presente, inclusive o Major-Brigadeiro-do-Ar Marcelo Mário de Holanda Coutinho, responsável pelo Comando de Defesa Aeroespacial Brasileiro.

Fonte: A Razão (RS) / NOTIMP

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Operação ocorreu na fronteira entre o Uruguai e o Estado

O relógio marcava 10h30min de ontem quando um Cessna Caravan, aeronave civil com capacidade para até nove passageiros, decolou da Base Aérea de Santa Maria. A primeira impressão, para quem estava a bordo do avião ou para quem via da terra, é que se tratava de um voo comum. Mas, à medida em que a tripulação avançava em direção ao Uruguai, o treinamento ganhou ares de guerra.

Foi preciso pouco tempo para que os radares brasileiros já identificassem o Cessna Caravan como sendo uma aeronave clandestina e alertassem os controladores uruguaios. Vinte minutos depois que o avião passou por Santana do Livramento e Rivera e invadiu o espaço aéreo uruguaio, surgiram os caças da força aérea uruguaia. Os A-37, importados dos Estados Unidos e os mesmos usados na guerra do Vietnã, alertaram:

– Aqui é a força aérea uruguaia, vocês não têm autorização para o voo.

Ao identificar o avião que saiu de Santa Maria, o piloto uruguaio mandou a aeronave pousar na base área de Durazno, região central do Uruguai.

Essa aventura fez parte do primeiro treinamento de controle do espaço aéreo realizado pelos dois países. A operação Urubra 1 envolve cerca de cem militares que fazem as interceptações dos aviões a partir das bases em Santa Maria e em Durazno.

Segundo um dos responsáveis pela operação no Uruguai, tenente-coronel Ruben Villagra, a padronização dos procedimentos vai dificultar a passagem de tráfegos ilícitos entre os dois países, principalmente nos casos de aviões clandestinos vindos do Paraguai.

Na viagem de volta, os caças da Força Aérea Brasileira (FAB), A-29, de fabricação nacional, levaram 30 minutos para abordar o Caravan. Para o responsável pela parte de comunicação da operação, tenente-coronel aviador Alexandre Spengler, o treinamento é fundamental para controladores de voo e pilotos.

A FAB já havia feito essa operação com os outros países da América do Sul que fazem fronteira com o Brasil, só faltava o Uruguai. A Urubra I termina nesta sexta-feira.

Fonte: Diário de Santa Maria (RS) / NOTIMP








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