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Confins: Na sala de espera

Exclusão de Confins do primeiro lote de aeroportos a serem repassados à iniciativa privada é criticada por especialistas e pode dificultar conclusão das obras até a Copa .

Geórgea Choucair .

A decisão do governo de não incluir o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, no primeiro lote de terminais que será repassado para a iniciativa privada preocupa especialista do setor e pode afetar o cronograma de obras para ampliação do terminal de passageiros para a Copa do Mundo de 2014. Confins registra hoje índices críticos de saturação no terminal e pista de aeronaves, segundo estudos e avaliação de especialistas. Se o aeroporto não entrar para a lista de prioridade e as reformas não saírem do papel com urgência, corre o risco de não ter as obras finalizadas até 2014 e enfrentar novos problemas de congestionamento antes mesmo do mundial de futebol.

O governo vai lançar editais propondo a concessão dos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e Brasília, no início de maio, seguido de Campinas, até o fim do mês e, por último, em fim de junho ou início de julho, de Confins e Galeão, no Rio de Janeiro. A previsão é que as concessões sejam exclusivas para obras de ampliação dos terminais. No caso, a empresa vencedora executaria as obras e, em contrapartida, cexploraria comercialmente o aeroporto, recebendo pelo aluguel de lojas.

“A obra em Confins era para ontem, estamos atrasados. O aeroporto precisa ser desenvolvido, pois passa por defasagem no fluxo que está demandando. A Copa do Mundo é só um complicador ”, afirma Renato Cláudio Costa Pereira, consultor de aviação. Se o problema de congestionamento não for resolvido agora, diz, daqui a cinco anos ninguém voa mais. “E é preciso que seja feita uma integração operacional entre o terminal e a infraestrutura aeroportuária. Os dois têm que funcionar juntos”, afirma Pereira, que já foi presidente da Comissão Latino-Americana de aviação Civil e diretor do antigo Departamento de aviação Civil (DAC).

A licitação das obras para a ampliação e modernização do terminal 1, de Confins, está paralisada por decisão judicial em função de problemas ambientais. A capacidade do terminal passará de 5 para 8,5 milhões de passageiros ao ano. A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) informou que prepara a sua defesa para apresentar à Justiça. Segundo a Infraero, o cronograma das obras vai ser seguido normalmente, pelo menos enquanto estiver no comando do aeroporto.

“Entendemos que a prioridade dos investimentos em Confins tem a mesma importância dos demais aeroportos. Esperamos a correta compreensão do governo federal em relação ao assunto”, afirma Luiz Antonio Athayde, subsecretário de Investimentos Estratégicos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico. No caso de Confins, diz, o aeroporto possui o Master Plan, com planos de investimentos para os próximos 30 anos, o que pode ser bem visto pela iniciativa privada. “A maior racionalidade em um projeto de concessionamento é que se busque olhar o sítio aeroportuário como um todo e não só em partes”, destaca Athayde.

Já o senador Aécio Neves condenou a demora do governo federal em encontrar alternativa para evitar o caos nos aerportos do país. Ele lembrou que nos últimos oito anos, como governador de Minas, apresentou propostas de concessão de Confins, mas não obteve resposta. “Especialistas do setor dizem que nós teremos, infelizmente, pela omissão do governo ao longo dos últimos oito anos nessa questão aeroportuária, um verdadeiro caos em 2014”, afirmou Aécio.

PREOCUPAÇÃO
A situação dos aeroportos brasileiros foi considerada preocupante pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Se as reformas forem realizadas com sucesso, o Ipea avalia que 10 aeroportos ainda vão operar acima da capacidade na Copa de 2014. O aeroporto de Confins é o segundo em situação mais crítica. A previsão é que o movimento no aeroporto chegue a 10,6 milhões de passageiros em 2014, sendo que a capacidade prevista é de 8,5 milhões de pessoas, uma relação de 125,1% entre o movimento e a capacidade. Confins só perde para o aeroporto de Natal.

“As obras dos terminais 1, 2 e do pátio de Confins são urgentes, assim como dos demais aeroportos que vão passar pela concessão. Confins foi projetado para transportar 5 milhões de passageiros, mas o fluxo de passageiros já ultrapassa a 7 milhões de pessoas”, ressalta Hugo Ferreira Braga Tadeu, professor da Fundação Dom Cabral, com pós-doutorado em transportes aeroportuários no Canadá.

Fonte: ESTADO DE MINAS / NOTIMP








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