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Com poder de tiro, Esquadrão Flecha mantém a segurança no ar







João Humberto.

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Aeronaves do Esquadrão Flecha sobrevoando Campo Grande.


Para acertar o alvo e cumprir sua missão, a flecha tem que ser ligeira e certeira. Atuando na defesa do espaço aéreo brasileiro, o Esquadrão Flecha cumpre a dádiva de proteger os céus 24 horas por dia, com a nobre atribuição que lhe é conferida: a caça.

Com o lema “Flecha ao ar, à caça, Brasil!”, o 3º/3º Grupo de Aviação, também conhecido como Esquadrão Flecha, atualmente é comandado pelo tenente-coronel aviador André Luis Gomes Monteiro. A unidade é nova na Base Aérea de Campo Grande, sendo fundada em 14 de fevereiro de 2005.

Segundo o tenente-coronel Monteiro, o esquadrão emprega suas aeronaves na defesa do espaço aéreo, pilotadas por militares preparados única e exclusivamente para serem líderes de esquadrilha de caça. O Flecha desempenha papel extremamente importante na defesa das fronteiras, principalmente no combate ao tráfico internacional.

O esquadrão dispõe de 17 aeronaves A-29, fabricadas em São José dos Campos (SP) pela Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica). Conhecidas como Super Tucanos, elas foram desenvolvidas especificamente para missões com perfil de caça e por isso vários países estão interessados nesses vetores.

Aeronaves leves, os Super Tucanos são eficientes em missões de ataque, controle e reconhecimento aéreos e interceptação de tráfegos ilícitos, com identificação segura de alvos a qualquer hora do dia ou da noite. Elas possuem turbo hélice e operam numa variação de velocidade considerável, carregando dentro da própria estrutura as metralhadoras, incorporadas às asas.

A velocidade máxima do A-29 é de 600 km/h, enquanto a mínima compreende 470 km/h. Em suas asas, os novos pilotos de combate consolidam as táticas e aprimoram os parâmetros de emprego noturno de alta precisão com o uso de NVG (Night Vision Goggles), Flir (Forward Looking Infra-Red) e comunicações seguras via data link.

Quando uma aeronave é interceptada entrando no espaço aéreo brasileiro, o Flecha encaminha vários Super Tucanos, até mesmo para acompanhar e dar apoio mútuo à missão. Por isso, é necessário que as ações do esquadrão sejam coordenadas por um piloto com conhecimento, capacidade de decisão, experiência e maturidade.

Mais de cem militares, entre homens e mulheres, compõem a equipe do Flecha, que reúne pouco mais de 20 pilotos, que, além de pilotar suas aeronaves, conduzem mais três aviões consigo em qualquer missão realizada na aviação de caça. O contingente de pilotos do esquadrão está envolvido com bastante frequência em missões reais.

Diariamente, as aeronaves do Flecha decolam para fazer a interceptação de tráfegos irregulares ou ilícitos. A maioria de suas missões são empreendidas nos céus de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Santa Catarina e Paraná. Os esquadrões de caça Grifo (2º/3º), localizado em Porto Velho (RO), e Escorpião (1º/3º), em Boa Vista (RR), garantem a proteção dos céus em outros estados brasileiros.

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Anualmente, vetores do esquadrão participam de simulações de tiro em Florianópolis (à esq). Aeronave do Flecha decolando para mais uma missão (à dir).

Existe uma estrutura dos serviços de levantamento de informações a respeito das aeronaves irregulares e ilícitas, que dá suporte ao Flecha e aos outros esquadrões de caça antes e no decorrer das missões. Isso, porque o espaço aéreo brasileiro é coberto e vigiado por radares.

Qualquer aeronave que voa no espaço aéreo brasileiro precisa ter um plano ou notificação de voo. O sistema de controle aéreo tem que ser avisado a respeito de todos os voos, no entanto, vários pilotos de aeronaves comerciais descumprem a norma.

A partir do momento em que uma aeronave desconhecida voa no espaço aéreo, o sistema de defesa aéreo verifica esse avião, que acaba sendo submetido a processo de investigação e identificação. O Flecha é acionado via sirene e os pilotos seguem o voo, dispostos a receber ordens e descobrir quais serão suas missões, muitas vezes, no decorrer do percurso.

Várias são as missões dos pilotos do Flecha: observação, interrogação (perguntar ao piloto da aeronave investigada de onde ela vem, para onde vai e qual o tipo de missão que está fazendo), bem como mudança de rota para pouso obrigatório. Obviamente, o esquadrão também pode empreender ações mais duras, como tiros de aviso para mostrar que o avião está sendo interceptado e até tiros de detenção para que o vetor não realize algo indesejável.

Durante o procedimento de investigação da aeronave, são verificados registro do piloto, matrícula do avião e localidades de operação. Essas medidas são importantes para que as pessoas que utilizam o espaço aéreo saibam que ele está regido por regras, que visam garantir um ordenamento.

“Imagine você, leitor do Entre Attos, voando de Campo Grande a Corumbá. De repente cruza na frente do seu avião uma aeronave desconhecida. Certamente você e os outros tripulantes não vão gostar”, explica o tenente-coronel Monteiro, enfatizando que é de suma importância o controle do espaço aéreo para garantir a segurança das pessoas que estão fazendo o seu voo de forma correta.

Demandas - Em Mato Grosso do Sul, especificamente, as operações do Flecha têm suas demandas mais concentradas nas regiões de fronteira. Também há uma gama muito grande de missões no interior do estado de São Paulo.

Os pilotos do esquadrão, que estão em missões, mantém contato a todo o momento com os órgãos de controle da defesa aérea brasileira para regularizar os voos das aeronaves suspeitas. Por meio das medidas de policiamento, a simples reação do piloto de uma aeronave interceptada pode identificar alguma irregularidade.

As normas e regras que determinam o que os pilotos dos vetores dos esquadrões de caça devem fazer mediante interceptações são ordenadas por um órgão superior que normatiza as formas de policiamento do espaço aéreo. “A aeronave que entra em território brasileiro pela fronteira, por exemplo, está sujeita a ser interceptada pelas aeronaves A-29 dos três esquadrões do 3º Grupo de Aviação e serão alvos das atitudes exatamente iguais”, detalha o comandante do Flecha.

O posicionamento das unidades aéreas que fazem essas missões é absolutamente estratégico, pois todas ficam em regiões de fronteira. Os três esquadrões estão em consonância com a Estratégia Nacional de Defesa, que é um documento elaborado pelo Ministério da Defesa, determinando que cada força armada exerça uma linha aeronáutica e organize o seu contingente e as suas unidades operacionais.

“As aeronaves do Flecha não realizam ações no chão, somente no ar. Caso o piloto pouse o vetor, terá que utilizar equipamentos que não lhe são adequados a fazer a investigação até o final. Ou seja, a missão da aeronáutica é no espaço aéreo. No momento em que a aeronave ilícita pousa, estará submetida às ações da Polícia Federal e não mais do esquadrão”, frisa o tenente-coronel Monteiro, chamando a atenção para a parceria entre as duas unidades, principalmente no combate ao tráfico internacional.

De acordo com o comandante do Flecha, os pilotos de aviação comercial em geral sabem que quando há uma aeronave do esquadrão voando num determinado espaço aéreo, alguma missão de proteção está prestes a ser cumprida.

Pousos seguros são missões constantes à rotina do Flecha, que decola aeronaves para auxiliar àquelas que apresentam problemas técnicos ou que perderam as bússolas. O socorro nesses tipos de voos previnem possíveis sinistros.

Lei do abate - No dia 3 de junho de 2009, pilotos da FAB (Força Aérea Brasileira) dispararam tiros de advertência contra um monomotor que transportava 176 quilos de pasta base de cocaína, em Rondônia, na região de fronteira do Brasil com a Bolívia. A ação só foi possível por causa da Lei do Abate, que entrou em vigor após ser regulamentada em 2004.

A missão foi filmada e o vídeo liberado pela Aeronáutica. Dois bolivianos acusados de pilotar o avião – que fugiram após o pouso – foram presos no dia 4 pelas polícias Civil e Federal.

Segundo a FAB, o Código Brasileiro de Aeronáutica, instituído em 1986 e modificado em 1998, trata dos casos em que uma aeronave pode ser submetida à detenção, à interdição e à apreensão por autoridades aeronáuticas, fazendárias ou da Polícia Federal. O 2º parágrafo, do artigo 303, diz que a aeronave considerada hostil, pode ser destruída sob autorização do Presidente da República ou por uma autoridade delegada por ele.

Antes da lei, pilotos de aeronaves clandestinas ignoravam o policiamento do espaço aéreo brasileiro. Em muitas situações, apesar de ter-se chegado ao tiro de advertência, houve completa desobediência às ordens emitidas pela autoridade nacional.

A Lei do Abate abrange somente o caso de aeronaves suspeitas de envolvimento com o tráfico internacional de drogas. Em razão do que prescreve a Carta da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre o princípio de autodefesa, o governo brasileiro considerou necessária a regulamentação da lei para esse aspecto

Sobrecarga - Há toda uma sobrecarga fisiológica na atividade do voo de caça, diz o tenente-coronel Monteiro. “Por isso é que o piloto de caça ingressa sempre jovem nessa atividade, pois desempenha funções que exigem muito do organismo humano”.

“Mesmo assim, por mais tenso e complexo que o voo seja, ao pousar de uma missão bem sucedida, o piloto sente uma satisfação muito grande”, afirma o comandante do Flecha.

Para o esquadrão é uma satisfação poder vigiar os céus em Mato Grosso do Sul, principalmente na região do Pantanal. Além de desenvolver papel social perante a sociedade em geral, o Flecha nunca dorme, afinal, tem que estar bem acordado para garantir a segurança no ar.

Fonte: entreattos.com.br / NOTIMP



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