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Guarulhos: Bem-vindo ao inferno









Nada funciona direito no maior aeroporto do Brasil.

Quem embarca ou desembarca em Guarulhos, em São Paulo, enfrenta filas, atrasos e cancelamentos de voos.

É assim que o País vai recepcionar o mundo na Copa e na Olimpíada?

Carlos Eduardo Valim e Rosenildo Gomes Ferreira.

Para o período de alta temporada, a noite da quarta-feira 26 parecia tranquila, no Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, em Guarulhos (SP).

Mas não para o consultor especializado em internet e ex-missionário de paz da Organização das Nações Unidas Paulino Michelazzo, que se dirigia a Lima, no Peru, onde faria uma palestra.

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Depois de passar pelo check-in e despachar sua bagagem, Michelazzo descobriu que seu voo, previsto para as 20h25, sairia apenas às 2h da madrugada. Ele preferiu pedir para ser realocado para a manhã seguinte.

“Sabendo como estão as coisas, escolho sempre marcar voos com pelo menos um dia de antecedência, porque os atrasos são recorrentes”, disse Michelazzo.

A situação ilustra o estado atual de coisas: longos atrasos e dores de cabeça para passageiros e funcionários do aeroporto popularmente chamado de Cumbica, nome do bairro onde está localizado em Guarulhos (SP).

Trata-se da principal porta de entrada e saída de voos internacionais do País, além de peça essencial do quebra-cabeça de preparação para receber a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos nos próximos anos.

Em Cumbica, pequenos problemas fazem parte do cotidiano, como sumiços de bagagens, poucas vagas no estacionamento e a falta de policiais federais para dar conta, nos horários de pico, das filas no controle de passaportes.

Eles se somam a atrasos nas liberações para as aeronaves se dirigirem ao portão de embarque e quedas nos sistemas das companhias aéreas para criar um cenário de caos.

Todos contribuem para a situação: a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a Polícia Federal, as empresas aéreas e prestadoras de serviços – são 1,7 mil companhias que operam no local, com 28 mil empregados.

“Há vezes em que estamos prontos para sair, com as liberações em ordem e todos os passageiros a bordo, mas falta o trator de reboque que tira o avião do portão de embarque, um serviço que é terceirizado pelas empresas aéreas”, afirma um comandante da Gol, com 30 anos de experiência e que decola do aeroporto desde a inauguração, em 1985.

A situação não melhora no desembarque. O presidente da Global Franchise Net, Paulo Mauro, diz que por diversas vezes desembarcou em Cumbica e precisou esperar por mais de 1h30 pela liberação de sua bagagem.

Atraso na pista: demoras nos portões de embarque acontecem até por falta de trator para o reboque de aviões

“As autoridades não atentam para o fato de que é um aeroporto internacional, em que as pessoas chegam cansadas de viagens longas”, diz o executivo. “Com a demora, já vi pessoas brigando para retirar a mala.”

Ele, por exemplo, já levou a bagagem errada e só foi perceber o seu erro em casa. Na terça-feira 25, os passageiros que desembarcaram do voo da TAP vindo de Portugal se depararam com apenas dois agentes da Polícia Federal (PF) para atender a todos os viajantes com passaportes brasileiros.

A PF informa que pretende ampliar em cerca de 50% os postos de atendimento à imigração nos próximos meses e que deslocou policiais de outras unidades para contornar os problemas gerados na alta temporada, que costumam exacerbar as deficiências crônicas do aeroporto, com cancelamentos e atrasos nos voos, filas intermináveis nos saguões e nos pontos de táxi.

Fonte: REVISTA ISTO É DINHEIRO / NOTIMP



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