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Marinho fala de caças ao lado do presidente da Saab









Marli Olmos.

"Os três são bons. O americano é "um senhor caça". O francês também. O sueco tem uma deficiência - autonomia limitada -, que será resolvida na nova geração, em desenvolvimento." Colocada dessa forma, a descrição parece ser a avaliação de um especialista em engenharia aeroespacial. Trata-se, no entanto, de uma análise que o prefeito Luiz Marinho (PT) fez ontem a respeito dos três finalistas na escolha dos próximos caças para a Força Aérea Brasileira (FAB).

Aos repórteres que questionaram suas fontes de informação a respeito de um produto tão complexo, Marinho contou que, além de já ter sido ministro, conversou "com brigadeiros e muita gente da Força Aérea". E se ainda assim restaram dúvidas, ele emendou: "Eu entendo de avião tanto quanto o Nelson Jobim [ministro da Defesa]."

Marinho e uma comitiva da Suécia, comandada pelo novo presidente da Saab, Häkan Buskhe, celebraram ontem o início da construção de um centro de pesquisa da Saab em São Bernardo. O acordo foi firmado às vésperas de o governo federal tomar a decisão final a respeito dos caças da FAB. Mas, segundo o prefeito e o presidente da Saab, o investimento no centro de tecnologia nada tem a ver com o processo de licitação e vai acontecer independentemente de seu resultado.

A Saab é a fabricante do Gripen NG, que participa do processo de escolha dos novos caças, junto com Rafale, da francesa Dassault, e o F-18 Super Hornet, da americana Boeing. Ao receber em seu gabinete a comitiva sueca, que à noite participaria também de um coquetel de comemoração do novo centro de pesquisa, na Prefeitura de São Bernardo, Marinho passou boa parte do tempo dedicado aos jornalistas tentando explicar por que ele está do lado dos suecos.

Disse que defende o Gripen por considerá-lo a melhor escolha. Mas, ao mesmo tempo, apoia toda a empresa interessada em investir em São Bernardo. Explicou, também, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu amigo, nada tem a ver com suas convicções. "Evidentemente que ele vai ficar feliz com investimentos em São Bernardo e que acha que todos os prefeitos devem se esforçar em fazer o mesmo [para suas cidades]", destacou.

Para Marinho, São Bernardo tem tudo para se tornar um "polo da indústria de defesa", o que não significa, destacou, nenhuma tentativa de disputar espaço com São José dos Campos, a cidade que representa o berço da indústria Aeronáutica do país. Para Marinho, os dois municípios poderão trabalhar juntos, "ajudando até a Embraer a aumentar o índice de nacionalização de suas aeronaves comerciais".

No comando da Saab desde setembro, Buskhe, disse que a empresa não está em São Bernardo para aproveitar eventuais conveniências políticas. "Levamos as coisas a sério e respeitamos as pessoas no Brasil; por isso não estamos aqui para dizer "farei isso se você fizer tal coisa"", destacou. "Somos um país pequeno, que desenvolveu uma alta tecnologia, e que quer parceiros com grande potencial", completou. Segundo ele, focado nas áreas aeroespacial, defesa e segurança civil, o centro de desenvolvimento em São Bernardo, nada tem a ver com a escolha dos caças.

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




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