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Instrutores agridem soldados em curso da Aeronáutica no Pará






O vídeo foi gravado durante o curso de formação do Pelotão de Operações Especiais da Aeronáutica, uma espécie de tropa de elite da Infantaria.

As imagens são de um treinamento, ocorrido há um ano, no comando aéreo regional em Belém.

Fabiano Villela.
Belém, PA.

As agressões começam antes do primeiro exercício. Um soldado leva pauladas nas costas porque teria demorado a guardar a mochila. Durante o treinamento, os militares também são atingidos nas pernas e levam tapas no rosto.

Em outro trecho, os soldados recebem cordas e uma ordem: "O ajuste aqui, senhores, é entre os senhores mesmo. É lambada da moda mesmo, é pra quebrar no pau". E os colegas se agridem com chibatadas por mais de três minutos.

Depois do exercício, um dos soldados se contorce de dor. Um colega tenta ajudá-lo, mas o instrutor o obriga a retornar ao grupo.

O vídeo foi gravado por um dos participantes do curso de formação do Pelotão de Operações Especiais da Aeronáutica, uma espécie de tropa de elite da Infantaria. Os instrutores eram policiais militares da Rotam, a Ronda Tática Metropolitana, que é acionada em situações de alto risco como assaltos e sequestros.

O comando da Aeronáutica não quis dar entrevista e informou, em nota, que é comum instrutores da Marinha, do Exército e da Polícia Militar participarem dos cursos, reconhece que o vídeo indica que houve abuso e diz que o comandante da unidade já determinou abertura de um inquérito militar para apurar o caso.

Aeronáutica investiga agressões em treinamento das Forças Armadas

Tapas, chicotadas, humilhação no treinamento de uma tropa de elite. As agressões aconteceram no pelotão de operações especiais da Aeronáutica, em Belém. O vídeo foi gravado no ano passado e divulgado agora.

Se o soldado demora para guardar a mochila é punido com pauladas nas costas, tapas no rosto e golpes na perna. Repare no tipo de orientação que o instrutor dá, entre uma agressão e outra:

"O ajuste aqui, senhores, é entre os senhores mesmo. É lambada da moda mesmo, é para quebrar no pau".

Depois de três minutos de chicotadas, um soldado se contorce de dor.

Em nota, a aeronáutica afirma que repudia abusos e constrangimentos. E abriu inquérito militar para apurar o caso.

Na época do vídeo, essa parte do treinamento era feita por PMs da ronda tática metropolitana, que atua em situações como assaltos e sequestros.

A corregedoria da Polícia Militar do Pará identificou o militar envolvido e também vai investigar se houve abusos e desvio de conduta.

Fonte: PORTAL G-1 / NOTIMP

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PM do Pará diz que "violência" em treinamento tem função pedagógica

A Polícia Militar (PM) do Pará informou, nesta quinta-feira (16), ter identificado os envolvidos no treinamento com agressões a militares do Pelotão de Operações Especiais da Aeronáutica, em vídeo gravado há um ano. A corporação estadual vai colaborar com o Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado pela Aeronáutica nesta quinta. A assessoria de imprensa da PM disse que a violência, quando ocorrer, tem função pedagógica e prepara o militar a ter controle psicológico em situações limites da profissão.

Segundo o major Jorge Vasconcelos, responsável pela comunicação da PM do Pará, os policiais envolvidos serão ouvidos quando isso for requisitado pelo IPM. Os instrutores do curso na Aeronáutica eram policiais militares da Ronda Tática Metropolitana (Rotam), que é acionada em situações de alto risco como assaltos e sequestros.

"Precisamos afastar aquela ideia de que cursos militares estão ligados a violência. Até mesmo quando ela existe, sempre tem um objetivo pedagógico e que é adotado em forças armadas no mundo todo. A violência não é admitida dentro da corporação e em lugar algum. Se houve excesso, isso será punido."

O major disse que essa metodologia pedagógica prepara o militar a enfrentar situações limítrofes durante o trabalho policial. "Dessa forma conseguimos prever a reação do militar quando ele receber uma pedrada no escudo, uma cusparada, uma laranjada e caso joguem urina nele em trabalho na rua", disse Vasconcelos.

Na própria pele

Ele afirmou ainda que é comum expor os policiais a situações semelhantes ao contexto que pode enfrentar em um conflito nas ruas. "Em treinamento da Tropa de Choque, por exemplo, o policial tem disponível o gás. Para ele entender qual o limite do ser humano ao gás, ele precisa ser exposto a esse gás. Só assim ele vai conseguir usar o equipamento na medida certa para que tenha êxito no objetivo que ele precisa para controlar uma situação conflituosa."

O major da PM disse que a corporação vai seguir todos os ritos do Código de Processo Penal Militar para ajudar a esclarecer o caso. "O instrumento correto é o Inquérito Policial Militar e, por razões éticas, vamos aguardar as decisões da Aeronáutica sobre o caso. Por princípios jurídicos, não podemos instaurar um novo inquérito para apurar o mesmo fato. O resultado vai mostrar o que realmente ocorreu. "

Vasconcelos disse que o intercâmbio entre as forças armadas e a Polícia Militar é comum. "Eu mesmo já fiz cursos na Aeronáutica e essa troca de conhecimento técnico é importante".

Treinamento agressivo

Nas imagens divulgadas nesta quarta-feira (15), as agressões começam antes do primeiro exercício. Um soldado leva pauladas nas costas porque teria demorado a guardar a mochila. Durante o treinamento, os militares também são atingidos nas pernas e levam tapas no rosto.

Em outro trecho, os soldados recebem cordas e uma ordem: "O ajuste aqui, senhores, é entre os senhores mesmo. É lambada da moda mesmo, é pra quebrar no pau'. E os colegas se agridem com chibatadas por mais de três minutos.

Depois do exercício, um dos soldados se contorce de dor. Um colega tenta ajudá-lo, mas o instrutor o obriga a retornar ao grupo.

Outro lado

Em nota, o Comando da Aeronáutica disse repudiar todo ato de agressão ou constrangimento a seus profissionais, e não tolera abusos ou excessos ainda que no contexto de treinamento militar. As formações específicas em nossas diversas áreas de atuação não contemplam, de forma alguma, ações de violência, o que serão consideradas sérios desvios de condutas.

Ainda de acordo com o documento, após assistir às imagens, o Comando da Aeronáutica determinou, de imediato, que fosse aberto um IPM para investigar as responsabilidades. Já foi apurado que as imagens referem-se ao estágio de operações especiais, que aconteceu no primeiro semestre de 2009, e não refletem a dinâmica prevista para o curso.

Segundo a nota, as imagens não são de aulas de formação para soldados recém-incorporados à instituição. Nesse estágio, ocorrem instruções especializadas para militares já engajados e voluntários interessados em compor o Pelotão de Operações Especiais, tropa de elite da organização, grupo capacitado para atuar em situações de extrema periculosidade, pressão psicológica e alta complexidade.

O Comando da Aeronáutica, ainda em nota, disse que tal fato contraria a importância dada à valorização dos profissionais que fazem parte do seu efetivo. As responsabilidades serão apuradas no mais breve espaço de tempo possível para que a situação seja completamente esclarecida. (AL)

Fonte: PORTAL AMAZÔNIA / NOTIMP


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