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TAM e Gol têm planos de ação contra apagão









As duas maiores empresas aéreas do País apresentaram, na reunião de hoje da Anac, estratégias para atender movimento intenso no fim do ano.

Melina Costa

As duas principais companhias aéreas do País - TAM e Gol - afirmam estar preparadas para atender o aumento de 20% do tráfego de passageiros previsto para o fim do ano em comparação com 2009.

A presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Solange Vieira, convocou para hoje uma reunião com as empresas, Infraero, Polícia Federal, Receita Federal e Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) exatamente para discutir um plano para evitar problemas nos aeroportos.

Alberto Fajerman, diretor de relações institucionais da Gol, não espera enfrentar grandes dificuldades. "É claro que, com a concentração de passageiros, haverá mais fila. Mas o feriado de 12 de outubro foi o nosso grande teste: atingimos o recorde de 127 mil passageiros em um único dia e não tivemos problemas", diz. "Acreditamos que, no fim do ano, o número de passageiros não chegará a tudo isso."

Como parte da estratégia, a Gol deixará quatro aviões reserva de prontidão para diminuir atrasos em cascata no caso de mau tempo e fechamento de aeroportos. Ao mesmo tempo, a empresa organizou a escala de funcionários de modo que a maioria possível esteja trabalhando. Normalmente, 9% do quadro está ausente em férias. Nos dias de maior movimento, entre o Natal e o ano novo, a Gol espera ter apenas 4% de folga.

Fajerman explica que, como regra geral, o número de voos não aumenta abruptamente nas festas de fim de ano. O que acontece é o deslocamento de aviões das rotas usadas por passageiros de negócios para trechos de lazer, além do aumento da ocupação dos aviões.

Com o aeroporto mais cheio, é preciso que todos os serviços trabalhem em sincronia: do carregamento de bagagens à disponibilidade de ônibus para levar os passageiros dos terminais às aeronaves. Por isso, é necessário que, além das empresas, órgãos como Infraero e Polícia Federal trabalhem em esquema especial.

A TAM, maior empresa do País, afirma que começou a se planejar para o aumento do tráfego em julho. Foram criados planos de contingência para vários cenários. "Fizemos simulações para evitar danos ao sistema como um todo se chover no dia 23 e o aeroporto de Congonhas ficar fechado, por exemplo", diz Ruy Amparo, vice-presidente da operações da TAM.

Pacote. Os detalhes da estratégia serão definidos ao longo das semanas, diante dos resultados das previsões meteorológicas. O plano geral, que conta com mais de 70 pontos, entra em vigor no dia 1.º de dezembro e se estende até o carnaval.

A TAM informou que manterá 8 aviões na reserva para o caso de crises e adiantou a manutenção das aeronaves de modo que o maior número possível esteja voando. Os funcionários que trabalham nos aeroportos passarão por um esquema de rotação: aqueles que se dedicam aos voos de negócios devem reforçar as bases de voos de turismo a partir do dia 24 de dezembro.

Amparo afirma que esse tipo de planejamento é comum na empresa. Neste ano, porém, o trabalho se tornou mais complexo diante do aquecimento da economia e a ascensão da nova classe média. De um lado, a TAM deparou-se com questões como a alta oferta de empregos temporários - e o assédio a seus funcionários, como carregadores de malas. "Contratamos um número maior, já prevendo que muitos deles deixarão o posto para trabalhar em shopping centers, por exemplo", diz.

Em outra frente, a empresa criou um modelo especial de atenção aos passageiros da classe C para facilitar a movimentação dos passageiros menos acostumados ao ambiente dos aeroportos e evitar confusões. Na semana passada, deu-se início à distribuição de cartilhas nos aeroportos com explicações sobre como agir e um site com orientações semelhantes está no ar.

Overbooking. Além da preparação das empresas, o que a Anac vai discutir na reunião de hoje é a suposta venda de passagens acima da capacidade das companhias, o chamado overbooking. À vésperas do Natal de 2006, a TAM foi acusada pelo governo de exagerar nas vendas e ter contribuído para o apagão que parou os principais aeroportos.

Para lembrar

Caos aéreo expôs gargalos estruturais

O chamado caos aéreo teve início em setembro de 2006, quando um avião da Gol se chocou no ar com um jato da Embraer. A colisão causou a morte dos 154 passageiros e tripulantes da Gol. O acidente foi atribuído a falhas dos controladores de voo. Na sequência, o tráfego nos aeroportos passou mais de um ano imerso em uma série de confusões, o que provocou a demissão de Waldir Pires do Ministério da Defesa.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP




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