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Ozires Silva cobra Embraer na concorrência dos 36 caças









Iara Oliveira / Camila Abud

São José dos Campos

Às vésperas do possível anúncio do vencedor da concorrência internacional para fornecer 36 caças supersônicos (FX-2) à Força Aérea Brasileira (FAB), o ex-ministro e fundador da Embraer, Ozires Silva, voltou a defender o fornecimento direto dos jatos pela fabricante de aviões brasileira, sediada em São José dos Campos.

Em palestra proferida na noite de quarta-feira (20) para um grupo de estudantes do ensino médio, na Feira do Jovem Empreendedor Joseense, o ex-presidente da Embraer também cobrou uma manifestação organizada da sociedade joseense e valeparaibana em prol da empresa, que não disputa a concorrência. "O governo poderia contratar a Embraer para desenvolver o avião como já foi feito outras vezes em vez de dar este contrato bilionário a uma empresa estrangeira", disse Silva.

O modelo proposto por ele, e que tem o apoio de empresários da região que atuam na cadeia aeronáutica, envolveria a contratação de um fornecedor estrangeiro, que poderia ser feita com dispensa de licitação, para o desenvolvimento em conjunto dos novos jatos, uma vez que a Embraer não detém a tecnologia.

Por várias vezes adiado, a expectativa é de que o nome do vencedor seja conhecido após o segundo turno das eleições presidenciais. O ministro da Defesa, Nelson Jobim, anunciou que antes de ser tomada, a decisão será discutida com o sucessor do presidente Lula. Uma das exigências previstas é o envolvimento da Embraer seja qual for o vencedor da concorrência para a transferência de tecnologia.

O contrato é estimado em até US$ 3 bilhões e deverá ser disputado por empresas gigantes do setor, como por exemplo Dassault (França) com o caça Rafale, Boeing (EUA) com o caça F-18 Super Hornet e Saab (Suécia) com o Gripen NG. Nas comemorações de 7 de setembro de 2009, o presidente Lula tornou público o seu favoritismo pelo avião francês, apesar de ser o mais caro.

Durante o momento da apresentação aos alunos, Silva falou sobre a importância da educação no desenvolvimento dos países e lembrou o surgimento da indústria aeronáutica no Brasil, a partir da criação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em 1950. "O ITA foi a primeira instituição a formar engenheiros aeronáuticos no Brasil. Se não fosse esta escola não existiria a Embraer, ou seja, sem a escola não haveria o empreendimento", disse.

Voo inaugural

Ozires Silva ainda citou como exemplo de empreendedorismo bem-sucedido o voo inaugural do protótipo do Bandeirante, o primeiro avião desenvolvido e fabricado no Brasil, que decolou em 22 de outubro de 1968; e a criação da Embraer, em 1969. O Bandeirante começou a ser desenvolvido antes do surgimento da empresa, nas instalações do atual Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), que na época se chamava Centro Técnico de Aeronáutica (CTA).

"O Bandeirante foi um sucesso, principalmente, nos Estados Unidos. A Embraer produziu mais do que um avião, criou o mercado de transporte aéreo regional, que até hoje norteia as estratégias da empresa, dona de uma carteira de contratos de mais de US$ 19 bilhões", disse Silva, que presidiu a empresa em duas ocasiões e conduziu o processo de privatização, concluído em dezembro de 1994.

Fonte: DCI - Diário Comércio Industria e Serviço , via NOTIMP




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