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EADS planeja atuar na área de defesa no país







Virgínia Silveira
de Berlim

A divisão de defesa e segurança do consórcio europeu EADS planeja explorar o potencial do mercado de defesa brasileiro desenvolvendo equipamentos e soluções para os programas de modernização das Forças Armadas brasileiras. A porta de entrada é a recente joint venture formada com a Odebrecht no Brasil. A parceria, no entanto, segundo o presidente da EADS Defense Security (DS), Stephan Zoller, não inclui os demais segmentos em que o grupo EADS atua no Brasil, como os projetos envolvendo aeronaves e helicópteros e também sistemas para o programa espacial brasileiros.

A joint venture, de acordo com Zoller, vai atuar nas áreas de sistemas para vigilância costeira e de fronteiras e também de guerra eletrônica. O executivo também vê grandes possibilidades de ampliar seus negócios no mercado brasileiro com a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos jogos olímpicos de 2016.

"Este é o momento estratégico em que muitos investimentos serão direcionados para obras e melhorias de infraestrutura, especialmente na área de defesa", comenta o presidente da DS, durante a realização da feira aeroespacial de Berlim (ILA), na semana passada. A joint venture prevê participação de 50% para cada empresa.

A DS atua globalmente nos segmentos de segurança e defesa, incluindo o projeto do caça europeu Eurofighter, radares, veículos aéreos não-tripulados e sistemas de guerra eletrônica. A empresa possui participação 37,5% na MBDA, fabricante de sistemas de mísseis.

O fato de a Odebrecht ter sido escolhida pela Marinha brasileira para atuar no projeto do novo submarino foi importante na decisão de formar a joint venture, pois a DS precisava de um parceiro com experiência em grandes projetos e que conhecesse bem o Brasil. "A Odebrecht já tem uma boa referência no mercado de defesa com esse projeto para a Marinha".

Zoller lembra que a DS também tem muita experiência no mercado de defesa e cita como exemplo mais recente dessa atuação um grande contrato feito com a Arábia Saudita. Um outro ponto que conta a favor da expertise da DS, segundo ele, é o fato de o governo brasileiro ter assinado um acordo com o governo da Alemanha na área de segurança, principalmente para as forças policiais.

O enfraquecimento da indústria nacional de defesa, bastante afetada pelos cortes orçamentários e a falta de apoio governamental na década de 90, também deixou uma lacuna no segmento e é para preencher esse espaço que a DS está investindo no Brasil. "Nós sabemos que existe uma legislação no país, embora ainda não muito clara, que procura privilegiar a indústria nacional e a DS tem o conhecimento e a experiência para ajudar as empresas brasileiras a se desenvolverem", comentou.

O executivo preferiu não comentar o motivo pelo qual a DS não escolheu a Embraer para formar a joint venture , já que seu argumento para a formação da parceria reforçava a escolha de uma empresa com forte atuação no mercado de defesa. Zoller se limitou a dizer que a fabricante de aeronaves brasileira é um player de peso no setor aeronáutico.

"A DS já trabalhou em cooperação com a Embraer em alguns projetos que geraram negócios importantes para a nossa empresa. Trabalhar com a Embraer, por que não? ", disse. Os negócios da DS com a Embraer citados pelo executivo, estão relacionados ao fornecimento de sistemas embarcados para a plataforma do jato ERJ-145, que foi fornecida na versão militar de Alerta Aéreo Antecipado (AE&W) para o México e a Grécia.

Desde 2006 a DS está presente no Brasil através da sua unidade de negócios Security Network, que forneceu o sistema de radiocomunicação criptografada, baseado na tecnologia Tetrapol, para a Polícia Federal, no âmbito do projeto Proamatec. O sistema também é fornecido para a MRS Logística S.A, que provê serviços de voz e dados ao longo de 1,5 mil quilômetros de estradas de ferro controladas pela empresa.

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




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