|

Pressão sobre o Irã na cúpula nuclear






Viviane Vaz

O presidente americano, Barack Obama, e o colega chinês, Hu Jintao, serão as estrelas de hoje em Washington, nas reuniões bilaterais que permeiam a Cúpula de Segurança Nuclear, cujo propósito é deter o tráfico de material atômico no mundo. Os dois mandatários abordarão assuntos delicados, como as consequências comerciais da baixa cotação da moeda chinesa (o yuan) e discutirão possíveis medidas contra o programa nuclear iraniano. A China, assim como o Brasil, tem preferido o caminho da negociação com Teerã ao da ameaça de sanções, defendidas pelos EUA.

A maior reunião internacional organizada por Washington, desde 1945, terminará no fim da tarde de hoje sem ter contado com a presença de países-chaves, uma vez que são acusados de não cumprirem o Tratado de Não Proliferação (TNP) de armas atômicas. Líderes de 47 países participam da reunião, mas não foram convidados os presidentes do Irã, da Coreia do Norte e da Bielorrússia. O representante de outro país suspeito de ser uma potência nuclear não-oficial(1), o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, recusou-se a participar, embora convidado, e enviou o vice-premiê Dan Meridor. Israel é um dos poucos países que ainda não assinaram o TNP.

Os resultados da conferência de Washington são conhecidos de antemão, e nenhuma das conclusões pode ser vinculante para os países que não participam nela, afirmou Ali Asghar Soltanieh, representante do Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). O presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, qualificou a cúpula de Washington como humilhante para a Humanidade, e enviou uma carta ao secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki Moon, pedindo uma investigação confiável e independente sobre a atuação da Otan e dos EUA no Afeganistão e no Iraque.

Na carta, publicada na íntegra pela agência oficial Irna, Ahmadinejad pede que se averiguem as causas do (atentado de) 11 de setembro, utilizado como principal justificativa para atacar a região; as principais motivações e intenções da presença militar da Otan no Afeganistão e no Iraque; os métodos de trabalho usados e os resultados de nove anos de presença nos dois países. O embaixador do Irã na ONU, Muhammad Jazaee, também criticou a nova política nuclear dos EUA, chamando-a de terrorismo de Estado, por não descartar o uso de armas atômicas contra seu país.

Em Washington, no Centro de Estudos Islâmicos da Universidade George Mason, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, foi questionado sobre o programa nuclear iraniano e respondeu que não quer que nenhum país da região ou do mundo tenha armas nucleares. A Turquia ocupa atualmente um dos assentos não permanentes do Conselho de Segurança da ONU e indicou recentemente que não apoiaria as sanções contra o Irã, seguindo a posição do Brasil e do Líbano, que também ocupam cadeiras rotativas no conselho.

1 - Clube paralelo
As potências nucleares oficialmente reconhecidas são Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China, justamente os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Além deles, Índia, Paquistão e Coreia do Norte já testaram bombas atômicas, e o Irã está sob suspeita de manter um programa nuclear secreto, paralelo ao oficial, com fins militares.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE, via NOTIMP




Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented