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Amorim ironiza 'acordo' dos EUA com a China






O quanto os Estados Unidos e a China estão de acordo sobre aplicar sanções ao Irã foi o principal tema ontem nos bastidores da reunião de cúpula de segurança nuclear, realizada em Washington.

O presidente dos EUA, Barack Obama, disse que a China já está negociando sanções econômicas ao Irã para tentar forçar o país a abrir mão de seu programa nuclear que supostamente viola os tratados internacionais. "Os chineses apontaram um representante oficial em Nova York para começar o processo de desenho de uma resolução com sanções econômicas."

Um dia antes, Obama reuniu-se com o presidente da China, Hu Jintao, e há duas versões sobre o encontro. A Casa Branca e o Departamento de Estado procuravam difundir a ideia de que Hu Jintao concordou com as sanções, enquanto autoridades chinesas diziam que a solução para o Irã será por meio das negociações.

Os diplomatas brasileiros, que são contra a aprovação de sanções no Conselho de Segurança da ONU, estavam muito irritados com a versão americana. O chanceler celso amorim ironizou a máquina de propaganda dos EUA. "Vou procurar saber o que a China disse aos EUA no Brasil, na reunião dos Bric", afirmou, referindo-se ao encontro de líderes de Brasil, China, Rússia e Índia que ocorrerá a partir de amanhã em Brasília, com a presença de Hu Jintao. "Por enquanto, só sei o que o porta-voz do Departamento de Estado disse", ironizou.

Em tese, um eventual acerto entre os Estados Unidos e China deixaria o Brasil um pouco mais isolado nas discussões sobre as sanções ao Irã, ao lado de Turquia e Líbano. Os três países não têm poder de veto nas decisões do conselho de segurança porque ocupam assentos rotativos. É certo que China e os Estados Unidos se aproximaram um pouco, e um sinal disso foi a própria presença de Hu Jintao em Washington. A grande questão é se essa aproximação vai levar a um entendimento comum para a imposição de sanções.

Os interesses econômicos dificultam a adesão da China à uma resolução mais dura. A China importa cerca de 12% de seu petróleo do país persa. Os Estados Unidos tentam montar uma saída em que, caso o Irã rompa com a China, a Arábia Saudita entre no fornecimento de petróleo. "A Arábia é um tradicional aliado americano e a China não vai querer ficar vulnerável a ela", avalia uma fonte da representação brasileira.

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




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