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Motor de helicóptero da Record vai para o RJ e rotor para São José dos Campos





Aeronave caiu, matou o piloto e deixou cinegrafista ferido em São Paulo. Pane mecânica no rotor da cauda teria causado acidente, segundo peritos.

Kleber Tomaz
Do G1, em São Paulo

O motor e rotor da cauda do helicóptero da TV Record que caiu e matou o piloto da aeronave e deixou o cinegrafista da emissora gravemente ferido na Zona Oeste de São Paulo, na quarta-feira (10), foram levados fora da capital para serem analisados. O motor seguiu para o Rio de Janeiro, onde será vistoriado pelo fabricante Turbomeca. Já o rotor da cauda foi transportado para análise na base do Comando de Tecnologia Aeroespacial da Aeronáutica em São José dos Campos, a 91 km da capital paulista.

As duas peças serão desmontadas e verificadas para encontrar eventuais falhas. Delas, o rotor de cauda é o que inspira mais suspeitas por parte dos peritos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), que apuram as causas do acidente. Eles trabalham com a hipótese de uma pane mecânica. A aeronave da emissora de televisão começou a soltar fumaça, girar sobre o próprio eixo e caiu num campo do Jockey Club, na Zona Oeste.

O piloto Rafael Delgado Sobrinho, de 45 anos, morreu na queda. O cinegrafista da Rercord Alexandre Moura, de 36 anos, está internado em estado grave.

De acordo com o tenente coronel Ricardo Beltran Crespo, comandante Seripa, parte dos investigadores do órgão irão a São José dos Campos para dar sequência a investigação sobre o que poderia ter causado a tragédia. “Em março, deveremos ter o resultado das análises das peças para juntarmos à nossa investigação”, disse Crespo neste sábado (13).

Giro

O modelo do helicóptero acidentado é um AS-350 BA Esquilo. De acordo com pilotos, mecânicos e peritos da Força Aérea Brasileira (FAB) ouvidos pelo G1, um eventual problema no rotor da cauda não seria o único fator para causar a queda da aeronave e a morte do piloto.

Segundo os especialistas, que aceitaram falar sob a condição de anonimato, o comandante do helicóptero da Record poderia ter evitado a tragédia (a aeronave despencou de uma altura de mais de 50 metros).

Para um oficial da aeronáutica, o piloto poderia, por exemplo, ter conseguido equilibrar a aeronave, parar os giros e fazer um pouso corrido. De acordo com ele, esse procedimento de aterrissagem de emergência faz parte do treinamento dos pilotos de helicóptero. Ainda, segundo esse militar, a aeronave teria girado sobre o próprio eixo porque o rotor de cauda apresentou uma falha e parou de funcionar, mas isso poderia ter sido contornado com outros procedimentos.

Um perito, que também não quis se identificar, informou que um pouso rasante poderia ter salvo a vida do piloto. Ele acha que a morte do comandante ocorreu porque o helicóptero despencou de barriga no solo.

Além de analisar a parte técnica, a investigação do Seripa também vai verificar o histórico profissional e psicológico do piloto.

Polícia Civil

A Polícia Civil também investiga o acidente com o helicóptero da Record, mas no âmbito criminal. O caso está com os policiais da 3ª Delegacia Seccional, na Zona Oeste. Um inquérito foi aberto para apurar as causas da tragédia e eventuais responsabilidades pela morte do piloto, segundo informou na quinta (11) o delegado assistente Paulo Alberto Mendes Pereira.

“A primeira parte da investigação consistirá em saber o que provocou a queda da aeronave. Vamos tentar conversar com o Seripa para que os peritos da nossa Polícia Técnico Científica possam trabalhar em conjunto o pessoal da Aeronáutica. Se o inquérito concluir que houve falha de alguém, vamos passar a investigar também a responsabilidade pela morte do piloto. Até agora não falamos em homicídio culposo”, afirmou o delegado Paulo Pereira.

O delegado informou que pretende ouvir na próxima semana o depoimento do piloto do helicóptero da TV Globo, Dato de Oliveira, que viu a queda da aeronave da TV Record. Oliveira conversou via rádio minutos antes com o comandante do helicóptero da outra emissora. Oliveira e Sobrinho sobrevoavam a mesma região, na Avenida Morumbi, captando imagens de um assalto a banco. Segundo Oliveira, o colega reclamou de uma pane no rotor de cauda e disse que tentaria pousar no Jockey.

Também serão chamados para depor uma médica que socorreu as vítimas do acidente, dois policiais militares e os funcionários do Jockey.

Assim como a Aeronáutica, a Polícia Civil também vai requisitar as imagens da queda do helicóptero da Record gravadas pela Globo.

A TV Record emitiu nota em que lamenta o acidente e informa que está prestando toda assistência às famílias das vítimas. A emissora disse ainda que está colaborando com as autoridades da Aeronáutica para a investigação das causas da queda da aeronave.

Fonte:
PORTAL G-1, via NOTIMP








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