Leia em Aerovisão: "Filme nacional mostra bastidores da defesa aérea brasileira"

A Base Aérea de Manaus recebe um alerta. Imediatamente os pilotos de sobreaviso decolam e, em poucos minutos, estão prontos para interceptar uma aeronave hostil. As duas aeronaves A-29 da Força Aérea Brasileira (FAB) ordenam o pouso de um avião que carrega um artefato nuclear. Mas diante da negativa, e depois de esgotados todos os meios para fazer os pilotos mudarem de ideia, a ordem de abate é cumprida. O episódio é fictício, mas a situação em si retratada no filme “Segurança Nacional”, do diretor Roberto Carminatti, demonstra capacidade operacional da Aeronáutica.

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Com estréia prevista para o circuito nacional em 2010 e orçado em R$ 5 milhões, o longa, de duas horas de duração, possui um enredo entremeado por cenas de ação, tendo como pano de fundo a discussão da defesa aérea brasileira, a vigilância das fronteiras brasileiras, a Lei do Tiro de Destruição e o projeto Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM).

Para tanto, o diretor Carminatti engendrou a história em que uma rede internacional de narcotráfico ameaça a segurança do país. Para desbaratá-la, o presidente da República aciona o serviço de inteligência. O melhor agente secreto da corporação, personagem do ator Thiago Lacerda, sai à captura do chefão do cartel, que planeja ataques a vários pontos do país. Antes da derrota do inimigo, radares serão usados para rastrear os movimentos dos criminosos e aviões de caça vão derrubar aeronaves de traficantes em voo.

“Quando concebo um projeto estabeleço, em primeiro lugar, sobre o que eu quero falar. E esse filme fala de coisas das quais muitos não prestam atenção, como o que acontece, por exemplo, com o trabalho das Forças Armadas. É um filme que fala sobre patriotismo, com um agente transitando entre várias unidades militares e mostra que se o grande vilão do enredo viesse realmente a existir, nós estaríamos em condições de enfrentá-lo”, explica Carminatti

As locações, realizadas por todo o Brasil, consumiram quase três anos de filmagem. Contaram, segundo o diretor, com o grande apoio da FAB não só na parte da aviação propriamente dita, com a disponibilização de bases e aeronaves - aparecem na trama caças A-29, A-1 e F-5, além de avião-radar E-99 e do avião presidencial, que é um posto de comando aéreo de onde o Presidente toma as principais decisões.

“Foi muito legal planejar os briefings das missões de forma conjunta com os militares, que inclusive nos auxiliaram a definir várias tomadas de cenas. O que me impressionou foi a precisão como as coisas aconteciam estritamente como havia sido definido no planejamento”, afirma Carminatti. “Inclusive demoramos um pouco mais de tempo para concluir o projeto, pois aproveitávamos as várias missões de treinamento para incluí-las no filme”, complementa o cineasta. As filmagens foram realizadas em aproveitamentos de missões reais.

O filme “Segurança Nacional”, segundo o diretor Carminatti, é um trabalho que une duas de suas grandes paixões: o cinema e a aviação. O diretor, nascido nos Estados Unidos, mas criado em terras brasileiras, não esconde sua admiração pelos aviões e revela: “Se não fosse cineasta gostaria de ser piloto de caça”, diz. Para ele, o contato mais estreito com a aeronáutica proporcionado pelo filme, também serviu como aprendizado.

“Foi uma grande satisfação ter trabalhado com a FAB. Quando iniciei esse projeto, conhecia mais por intermédio de pesquisa, as atividades desenvolvidas pela Força Aérea. Mas quando comecei a visitar os locais de locação percebi o quão importante é a atividade desses profissionais militares. Os caças sempre alertas, a capacidade do SIVAM, a quantidade de pilotos, enfim toda a estrutura que envolve esse trabalho de defesa aérea me surpreendeu.“

Com o Filme “Segurança Nacional”, a ser distribuído pela Europa Filmes, saindo do “forno”, o diretor já faz planos para um futuro próximo: “Pretendo fazer um filme somente sobre aviação de caça”, adianta o diretor de 33 anos.