|

Especial AF 447 - Perícia vê falhas técnicas e humanas na tragédia do AF 447; Air France e Airbus são acusadas de homicídio culposo



Conclusões devem nortear processo judicial sobre queda de avião em 2009; Air France e Airbus são acusadas de homicídio culposo .

ANDREI NETTO .

Peritos independentes contratados pela Justiça da França indicaram no relatório entregue ao Ministério Público de Paris que pelo menos três fatores foram decisivos para a queda do voo AF-447, Rio-Paris, no Atlântico, em 31 de maio de 2009: falhas técnicas, deficiência de treinamento e erros de pilotagem.

As conclusões, reveladas por um sindicato de pilotos da França, lançam dúvidas sobre as companhias envolvidas e sobre agências de aviação civil da Europa e devem nortear o processo judicial, no qual Air France e Airbus respondem por homicídio culposo, não intencional. Hoje, uma segunda perícia será conhecida: o relatório do Escritório de Investigação e Análises para a Aviação Civil (BEA).

Mil e cem dias foram necessários para que a opinião púbica conhecesse enfim as causas da queda do Airbus A330. O documento indica que o piloto Marc Dubois, de 58 anos, e seus copilotos, David Robert, de 37, e Pierre-Cedric Bonin, de 32, teriam tomado decisões erradas durante os quatro minutos de queda, mas essas ações teriam sido causadas por falhas mecânicas e eletrônicas no avião e por falta de treinamento apropriado. O papel das autoridades de aviação civil da França e da Europa também será questionado.

O relatório dos peritos contratados pela Justiça foi entregue na segunda-feira aos advogados das famílias de vítimas, mas não podia ser revelado antes de ser encaminhado aos parentes. Ontem à noite, o Sindicato Nacional de Pilotos de Linha (SNPL France Alpa) divulgou uma nota oficial no qual comenta as conclusões. "O relatório judiciário questiona a concepção do avião, os procedimentos utilizados pelo A330 no momento do acidente, a formação da tripulação por sua companhia, o funcionamento imperfeito da tripulação, assim como falhas gritantes no acompanhamento pelas autoridades dos múltiplos incidentes similares que precederam o acidente", diz em nota o presidente do SNPL, Yves Deshayes.

Sob suspeita. Entre os órgãos questionados, estão a Direção-Geral de Aviação Civil (DGAC) da França e a Agência Europeia de Segurança Aérea (Easa), que teriam menosprezado a importância das falhas apresentadas pelos tubos de Pitot - os sensores de velocidade -, que congelaram durante o voo. No caso dos aviões fabricados pela Airbus, esses equipamentos orientam todos os instrumentos eletrônicos de navegação, que auxiliam os pilotos. Os sensores fabricados pela companhia francesa Thales, que equipavam os Airbus da Air France, apresentaram falhas similares mais de uma dezena de vezes antes da queda do voo Rio-Paris, que matou 228 passageiros e tripulantes, entre os quais 58 brasileiros.

Essa "falha de acompanhamento" dos incidentes é denunciada como inadmissível pelo sindicato. O Estado tentou contatar a Easa, mas não obteve retorno. A juíza de instrução do caso, Sylvia Zimermman, não fala a respeito do caso. Nem a Airbus nem a Air France fazem comentários sobre os relatórios antes de sua divulgação oficial. O documento entregue à Justiça só será apresentado às famílias de vítimas em 10 de julho.

Hoje será a vez de o Escritório de Investigação e Análises para Aviação (BEA, na sigla em francês) divulgar suas conclusões para a queda do voo AF-447. Criticado por experts independentes, por famílias de vítimas, por seus advogados e por sindicatos - por supostamente poupar as empresas e focar na tripulação -, o órgão divulgou um relatório parcial em julho de 2011 no qual dava ênfase à responsabilidade dos pilotos e minimizava as falhas técnicas do Airbus e os problemas de formação da Air France.

No documento que será apresentado às 14h30 de hoje (9h30 de Brasília) na França, os técnicos do BEA devem recomendar melhorias no programa de treinamento da companhia aérea, assim como propor à Easa que crie novas normas para o funcionamento do alarme de perda de sustentação. Esse alerta foi acionado no início das falhas técnicas do Airbus, desligou e voltou a acionar nos quatro minutos de queda. Por razões desconhecidas, o sinal foi ignorado pela tripulação.

Há expectativa ainda em relação às citações sobre Marc Dubois. Segundo reportagem da TV americana ABC, o comandante teria demorado a voltar à cabine porque estava com uma mulher, a comissária Veronique Gaignard, que não estava a serviço. A Air France prometeu manifestar-se após a publicação do relatório. /A.N.

Fonte: / Notimp

---

Relatório de conclusão do acidente da Air France será divulgado hoje

As autoridades francesas apresentam hoje a conclusão das investigações sobre o acidente com o voo 447 da Air France. O relatório final do BEA, agência francesa que apura o caso, deverá apontar conjunto de erros humanos e técnicos que provocaram o desastre em maio de 2009.

A queda do Airbus A-330, que fazia a rota Rio-Paris, causou a morte de 228 pessoas quando atravessava uma tempestade sobre o Atlântico.

Segundo três relatórios do BEA, os problemas começaram com o congelamento dos sensores que medem a velocidade do avião, os pitots. Com isso, os computadores foram alimentados com dados contraditórios. O piloto automático se desligou e o controle foi assumido pelos dois copilotos porque o comandante deixou a cabine para descansar.

Com base nas caixas-pretas, o BEA elaborou relatório em 2011 com indícios de que a principal causa foi erro humano. No voo cego em meio à tempestade, um dos copilotos conduziu o bico da aeronave para cima quando, segundo especialistas, a manobra correta deveria ser a inversa.

Ontem, o principal sindicato de pilotos da França intensificou a pressão para que o comandante e os copilotos não sejam considerados os principais responsáveis. Em comunicado, diz que peritos judiciais listam também como causas falhas estruturais da concepção da aeronave e falta de rigor sobre fabricantes e companhias aéreas.

Fonte: / Notimp

---

Conjunto de falhas causou tragédia

Relatório de especialistas diz que erros dos pilotos e problemas técnicos provocaram queda do Airbus que matou 228 pessoas

O relatório de especialistas judiciais sobre o acidente do voo 447 da Air France, que caiu no Atlântico quando seguia do Rio para Paris, em 2009, vai apontar falha humana e de equipamentos como causas da tragédia que matou 228 pessoas. O documento faz referência ao congelamento das sondas pitot e à falta de uma resposta satisfatória dos pilotos na hora do acidente.

O relatório final do BEA (Escritório de Investigações e Análises, na sigla em francês) que será divulgado hoje já foi entregue às autoridades brasileiras. As análises preliminares indicaram que um problema técnico impediu os pilotos de ter acesso a informações que evitariam a queda do avião. Também apontaram uma série de falhas dos pilotos. Segundo o último relatório, os pilotos não adotaram procedimentos adequados nos últimos minutos do voo, depois da perda de sustentação e velocidade. Diante das últimas análises, a BEA fez 10 novas recomendações de segurança, entre elas um melhor treinamento dos pilotos.

Em entrevista depois da divulgação do último relatório do BEA, no ano passado, o diretor do órgão francês, Jean-Paul Troadec, disse que os pilotos do voo 447 da Air France podiam ter controlado a situação após o avião perder os dados de velocidade. "A situação era salvável", afirmou Troadec à época.

A Air France e a Airbus, fabricante da aeronaves A330 envolvida no acidente estão sob investigação desde março de 2011 por homicídio culposo. No Airbus A330 que partiu do Rio para Paris, em 31 de maio de 2009, estavam 58 brasileiros, 64 franceses, 28 alemães, nove italianos e 69 passageiros de outras nacionalidades. Ao todo, 103 corpos foram localizados.

O voo AF 447 da Air France saiu do Rio às 19h de 31 de maio de 2009 e deveria chegar ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, às 11h10 locais (6h10 de Brasília) de 1º de julho. Às 22h33 (horário de Brasília) o voo fez o último contato via rádio. A Air France informou que o Airbus entrou em uma zona de tempestade às 2h GMT (23h de Brasília) e enviou mensagem automática de falha no circuito elétrico às 2h14 GMT (23h14 de Brasília). Depois disso, não houve mais qualquer tipo de contato e o avião desapareceu.

Os primeiros fragmentos dos destroços foram encontrados cerca de uma semana depois pelas equipes de busca. Foram resgatados apenas 50 corpos, 20 de brasileiros. As caixas-pretas da aeronave só foram achadas em maio de 2011, em nova fase de buscas coordenada pelo BEA da França, que localizou a 3,9 mil metros no fundo do mar a maior parte da fuselagem do airbus e corpos de passageiros em quantidade não informada.

Depois do acidente, dados preliminares das investigações indicaram congelamento das sondas Pitot, responsáveis pela medição da velocidade da aeronave, como principal hipótese para a causa do acidente. No fim de maio de 2011, um relatório do BEA confirmou que os pilotos tiveram de lidar com indicações de velocidades incoerentes no painel da aeronave.

Especialistas acreditam que a pane pode ter sido mal interpretada pelo sistema do Airbus e pela tripulação. O avião despencou a uma velocidade de 200 km/h durante três minutos e meio. Em julho de 2009, a fabricante anunciou que recomendou às companhias aéreas que trocassem pelo menos dois dos três sensores – até então feitos pela francesa Thales – por equipamentos fabricados pela americana Goodrich. Na época da troca, a Thales não quis se manifestar.

Fonte: / Notimp


Leia também:










Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented