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Ágata 4 - Hospital de Campanha Fluvial realiza mais de 700 atendimentos em Moura (AM)



Em apenas três dias em Moura (AM), o Hospital de Campanha Fluvial da Força Aérea Brasileira (FAB) realizou mais de 700 atendimentos e distribuiu quase cinco mil e quinhentas unidades de medicamentos no distrito de Barcelos. Ninguém precisou sair dali para receber socorro. A Secretaria Municipal de Saúde de Barcelos aproveitou a oportunidade e vacinou 346 pessoas.

A ação faz parte da Operação Ágata 4, deflagrada pelo Ministério da Defesa no extremo norte do país e que reúne as três Forças Armadas. Na segunda-feira (07/05), o Hospital de Campanha (HCAMP) iniciou o atendimento em Barcelos e permaneceu na localidade até o dia 11 de maio.

É a primeira vez que uma unidade de saúde da Força Aérea é montada em uma balsa da Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (COMARA). A novidade permitiu atender mais de uma localidade em curto período de tempo. Toda a estrutura do Hospital de Campanha e de apoio para a missão pode ser transportada em aviões de grande porte. As balsas partiram de Manaus no último dia 1º de maio.

Trinta e oito militares da área de saúde da Força Aérea se revezaram no atendimento nas especialidades de clínica médica, ortopedia, pediatria, ginecologia, odontologia, dermatologia e citopatologia, aquela que faz o exame preventivo de câncer para as mulheres. Em parceria com o Hospital de Campanha, a enfermeira Maria do Socorro de Lima Lopes, da saúde local, organizou a agenda de atendimentos diária, de acordo com a demanda local.

Saúde da mulher é um problema na região. O resultado de um exame preventivo, que só pode ser feito a 10 horas de barco dali, em Barcelos, leva quatro meses para ficar pronto. No Hospital de Campanha da Força Aérea, 56 mulheres de Moura fizeram o exame preventivo e 82 passaram pelo ginecologista. O resultado para todas elas saiu no mesmo dia.

Algumas mulheres não faziam esse tipo de exame há mais de três décadas. Para outras, as mais jovens, foi o primeiro exame preventivo. Para outras, foi o alívio diante de uma suspeita de câncer.

As mulheres grávidas receberam atenção especial. Um equipamento de ultrassonografia portátil, algo que não existe na região, ajudou os médicos a diagnosticar e revelou, para a alegria de muitas mães, o sexo do bebê. “O nome dele será Lucas. Eu queria um menino mesmo”, afirmou Rosana Ferreira de Souza, 22, que está no sétimo mês de gestação do segundo filho. Foi o primeiro o exame de ultrassonografia realizado por ela desde a descoberta da gravidez.

Farmácia – A entrega de medicamentos básicos após o atendimento foi outro diferencial que chamou a atenção dos moradores. Em Moura, não há farmácia. Quando alguém precisa de um remédio que o único posto de saúde não possui, tem de viajar para Manaus ou Barcelos de barco, distante até 12 horas de barco. “Poderíamos gastar o dinheiro da passagem [R$ 100] com a compra dos remédios”, disse Verinha da Costa Gomes, 53. A dona-de-casa esperou quase cinco anos para finalmente ter o diagnóstico das dores abdominais que sentia: pedra na vesícula.

Os remédios distribuídos foram fornecidos pela Força Aérea, pela Secretaria Estadual de Saúde do Amazonas e doados por laboratórios.

Quem não conhece a Amazônia, pode sair de casa e ir a um médico quantas vezes for preciso. Pode comprar remédios em poucos minutos. Em Moura, não é assim. Ficar doente ali, assim como em outras localidades ribeirinhas da Amazônia, é um desafio ainda maior. Os pais do pequeno John Bragança, de 7 meses, passaram com ele uma semana em Manaus tratando de uma pneumonia. A criança esteve no Hospital de Campanha todos os dias de atendimento por causa de uma recaída.

O problema na Amazônia nem sempre é a falta de estrutura. Muitas vezes, faltam médicos para o trabalho das unidades de saúde. “Há uma dificuldade para encontrar médicos que queiram trabalhar no interior”, afirmou o enfermeiro Marcos de Lima Lopes, Secretário Municipal de Barcelos. A cidade possui um hospital e três unidades básicas, tem enfermeiros, agentes de saúde, mas apenas um médico clínico.

Por mês, a prefeitura gasta cerca de R$ 10 mil para enviar pacientes para atendimento médico em Manaus e de outras localidades do município para Barcelos. Toda a estrutura de deslocamento depende dos barcos sobem e descem o Rio Negro. Em um ano, são 120 mil reais.

De boca em boca, a chegada do Hospital de Campanha da Força Aérea chegou aos mais distantes povoados da região. Estelita Amazonas Andrade, 56, enfrentou uma viagem de sete horas em uma “rabeta”, pequena embarcação que lembra uma canoa com motor, para ser atendida. Pela primeira vez, realizou um exame de ultrassonografia. A paciente saiu medicada e encaminhada para atendimento especializado.

O plantão de emergência do Hospital de Campanha da Força Aérea funcionou 24 horas por dia. Um alívio principalmente para os pais, que puderam socorrer mais rapidamente os filhos pequenos. Na última noite em Moura, cinco pacientes passaram pela emergência, incluindo um jovem que sofreu um acidente com uma máquina e teve um corte profundo no pé, além de uma fratura.

“Gostaria de agradecer pelo excelente atendimento prestado para todos nós”, disse o funcionário público Paulo Roberto de Souza Sena. “Espero que vocês voltem em outra oportunidade.”

As imagens dos bonés vermelhos da saúde e da bandeira do Brasil tremulando na balsa estarão na memória desse pequeno vilarejo atendido pela Operação Ágata 4.


Fonte: Agência Força Aérea


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