Aeroportos vão parar; Protestos contra privatização ameaçam paralisar aeroportos
CRISTIANE BONFANTI .
Os brasileiros que forem viajar de avião na quinta e na sexta-feira devem se preparar para o pior. Contrários à privatização dos aeroportos, os funcionários dos terminais Juscelino Kubitschek, em Brasília, e Guarulhos (SP) realizarão uma paralisação de 48 horas, a partir da zero hora de quinta-feira.
Hoje, os trabalhadores do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), decidirão em assembleia se também vão cruzar os braços. A estimativa é de que 70% do sistema aéreo brasileiro seja atingido, caso o protesto tenha 100% de adesão e os três terminais sejam fechados.
"Não somos contra a concessão dos aeroportos, desde que a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) seja majoritária", afirmou Ademir Lima de Oliveira, diretor jurídico do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina).
Os funcionários ligados ao Sina englobam os que cuidam de setores como pátios de aeronaves, manutenção e cargas. Eles são concursados públicos, mas contratados com carteira assinada. Oliveira explicou que uma das preocupações é o fato de o governo querer garantir apenas um ano de estabilidade. "Depois desse período, poderemos ser demitidos. Isso é uma grande covardia", considerou.
Fonte: / NOTIMP
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Protestos contra privatização ameaçam paralisar aeroportos
Direção da Infraero afirma que não haverá interrupção de voos
MARIANA BARBOSA
Funcionários da Infraero ameaçam parar os aeroportos de Brasília e de Guarulhos nas próximas quinta e sexta-feiras, em protesto contra a privatização do setor.
As manifestações foram aprovadas em assembleia. Campinas, que a exemplo de Brasília e Guarulhos integra o plano de concessão da gestão de aeroportos à iniciativa privada, decide hoje se adere ou não à manifestação.
No entanto, apesar da ameaça do Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários), que diz contar com apoio de movimentos sociais, como sem-terra, liga camponesa e catadores de papel, a Infraero afirma que não vai haver interrupção de voos.
"Temos um plano de contingência que prevê funcionários de confiança exercendo atividades operacionais na ponta", diz Marçal Goulart, superintendente de gestão operacional da Infraero.
Goulart estima que entre 500 e 600 funcionários deverão cruzar os braços nos dias 20 e 21. "Temos certeza de que os dois dias passarão despercebidos pelos passageiros."
Goulart diz que as polícias Civil e Militar também já foram acionadas para ajudar a "manter a ordem". "A manifestação é legítima e pedimos apoio da polícia para que ela seja feita de forma pacífica."
Nos aeroportos, funcionários da Infraero são responsáveis por atividades como planejamento do uso dos "fingers" (pontes de embarque), distribuição de esteiras para bagagem, inspeção de pista e pátio, entre outras.
A torre de controle não deve aderir ao movimento. "Só não teremos como substituir funcionários de colete amarelo que prestam informações nos terminais", diz Goulart.
O presidente do Sina, Francisco Lemos, defende a negociação de um acordo para garantir estabilidade para os funcionários. "Queremos estabilidade até 2018, como na Espanha."
A TAM e a Azul disseram que vão acompanhar a extensão do movimento para então decidir que medidas adotar. A Gol não se pronunciou.
Fonte: / NOTIMP
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Três aeroportos podem ter greve na 5ª-feira
Funcionários de Guarulhos, Campinas e Brasília aprovaram paralisação de 48 horas contra o modelo de privatização adotado pelo governo
MONICA CIARELLI
A semana que começou com voos cancelados por causa das cinzas do vulcão Puyehue promete mais transtornos para os brasileiros que passarem pelos aeroportos de Brasília, Guarulhos e Campinas. Ontem, os funcionários da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) aprovaram uma greve de 48 horas a partir de quinta-feira contra o modelo de privatização adotado pelo governo para os aeroportos.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, é preciso alertar a sociedade para os riscos da transferência para a iniciativa privada de atividades como a segurança aeroportuária: "A quem a população vai cobrar se os serviços oferecidos forem precários? Hoje, a sociedade pode cobrar do governo".
Para Lemos, o governo deveria privatizar apenas a área comercial dos aeroportos, deixando o segmento de infraestrutura nas mãos da União.
"Empresários trabalham com um conceito de aeroshopping. Mas isso pode ser um perigo, porque deixa em posição secundária as operações de aviação."
O presidente do sindicato lembra que apenas 15% dos aeroportos do mundo são privatizados e 98% dos acidentes acontecem durante as manobras de pouso ou decolagem. "A paralisação é para alertar a sociedade dos riscos de entregar à iniciativa privada a atividade-fim dos aeroportos", disse. Ao fim do protesto, a categoria pretende se reunir novamente para decidir se prorroga a greve.
Investimentos. Inicialmente, a greve vai mobilizar apenas os três aeroportos - Guarulhos, Brasília e Campinas (Viracopos) - que estão no cronograma de privatização do governo. A expectativa é que os leilões aconteçam até o início de 2012. Juntos, os aeroportos têm 3 mil funcionários.
Mas Lemos acredita que a paralisação possa mobilizar também trabalhadores de outros aeroportos. Ao todo, a Infraero tem 15 mil funcionários.
Pelo modelo de privatização, o governo vai exigir investimento mínimo de R$ 13,2 bilhões no aumento da capacidade dos três aeroportos. Um terço desses recursos deverá ser gasto para equipar o sistema para a Copa. A cifra foi fixada com base nos estudos econômicos, que o ministro da Secretaria da aviação Civil, Wagner Bittencourt, entregou na semana passada ao Tribunal de Contas da União (TCU).
Fonte: / NOTIMP