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De olho em novas rotas









Na esteira do rápido desenvolvimento das cidades de médio porte, companhias aéreas menores ampliam a participação no mercado

Fernando Braga

O crescimento da importância de cidades de médio porte no cenário nacional está fazendo com que as companhias aéreas passem a olhar com interesse para novos destinos no Brasil. No último mês, cerca de 18% dos voos no país foram feitos por grupos pequenos que têm como foco a oferta de rotas para localidades distantes dos grandes centros — um aumento de seis pontos percentuais em relação à participação que tinham há quatro anos.

Para o analista do setor aéreo da Austin Rating, Felipe Queiroz, o crescimento da demanda por voos domésticos está ligado ao bom momento econômico. “Além de haver mais crédito, a renda do brasileiro está maior. Com isso, a classe C tem se tornado o principal alvo das empresas”, apontou.

De acordo com a Agência Nacional de aviação Civil (Anac), a companhia Passaredo, que tem como destino praças como Marília (SP), Ji-Paraná (RO) e Barreiras (BA), cresceu em ritmo acelerado no último mês, tendo uma expansão de 130,89% em relação a setembro de 2009. Hoje ela detém 0,68% de participação no mercado. A Trip, a maior companhia regional, registrou expansão de 89,76% no mesmo período.

“Os grandes aeroportos operam no limite e já estão com todos os espaços comprometidos. Por isso, as empresas estão investindo em aeronaves menores, podendo diminuir os custos operacionais e chegar até regiões de aeroportos mais modestos”, contou Queiroz, acrescentando que a procura por esses novos destinos não significa necessariamente uma saída para escapar do movimento dos aeroportos das grandes cidades. “O mercado não está olhando para esses destinos como rotas de fuga dos principais centros, mas como localidades potenciais que podem garantir um retorno econômico e que devem ser atendidas com a intenção de complementar a malha aérea brasileira”, afirmou.

Frotas são renovadas

Para dar conta do aumento da demanda, as empresas estão incorporando um número maior de aviões às suas frotas. A Trip, que começou o ano operando com 34 aeronaves — com capacidade para levar até 90 pessoas —, vai encerrar 2010 com 40. Para 2011, espera somar pelo menos 50 aeronaves. Com a forte expansão, a empresa já projeta um crescimento de 354% no número de passageiros transportados para os próximos quatro anos, passando dos atuais 3,5 milhões de clientes para 12,4 milhões em 2014. Em agosto, a demanda de usuários da companhia cresceu 78% quando comparado ao mesmo mês de 2009.

Investindo fortemente em passagens de baixo custo e na realização de ligações entre cidades de menor escala, em somente quase dois anos de atuação, a Azul já se firmou como a terceira força na aviação nacional — atrás apenas da TAM e da Gol. Detentora de 7% dos voos realizados dentro do país, ela projeta aumentar essa participação para 20% até 2013. Isso porque, quando passar a receber a primeira das 20 aeronaves turboélice encomendadas à fabricante francesa ATR, vai poder conectar 50 municípios aos seus minihubs (pontos de distribuição de voos). “Há muitas cidades do país que têm renda, geram bons negócios, registram crescimento, mas não têm serviço aéreo. Grande parte da nossa expansão se deve ao fato de enxergarmos as possibilidades desses locais”, contou ao Correio o fundador da Azul, David Neeleman.

“Se nos últimos anos vimos uma ascensão das classes C e D nas capitais, no interior esse movimento foi ainda mais significativo. Hoje podemos notar que o crescimento do fluxo de passageiros entre as cidades de médio porte já é maior do que entre as capitais”, disse o diretor de marketing da Trip, Evaristo Mascarenhas.

Fretados

De olho no aquecimento do mercado interno de turismo — ocasionado principalmente pelo aumento de vendas por via aérea —, as principais operadoras de turismo do Brasil irão reforçar o número de voos fretados para a alta temporada, que vai de dezembro deste ano até fevereiro de 2011. Segundo dados da Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa), as principais empresas do setor vão ter até 30% a mais voos exclusivos do que no mesmo período do ano passado.

A CVC, maior agência do setor, anunciou que neste verão vai contar com um total de 2.660 voos fretados. Por semana, serão cerca de 200 partidas reservadas somente para os clientes da empresa, um volume 25% superior ao mesmo período do ano passado. “Além do custo da viagem ser atrativo, o pacote em voo fretado traz benefícios como horários tranquilos para viajar, economia nos custos e, ainda, gera emprego e renda para cada destino turístico”, disse o presidente da operadora, Valter Patriani. Na Marsans Viagens, outra tradicional operadora do setor com forte atuação no Sudeste, o crescimento será de 30% na quantidade de voos fretados para a alta temporada. (FB)

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE, via NOTIMP




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