Armas - Particulares ou empresas detêm 72%

Segundo os autores do levantamento, 72% das armas em circulação no Brasil estão em mãos de particulares ou de empresas. Para os especialistas, portanto, a indústria nacional em expansão complica o trabalho de garantir um controle de armas. Hoje, a produção de armas leves no Brasil movimenta US$ 100 milhões. A entidade também acusou as autoridades de ter um “registro pobre e inadequado das armas leves” no país. Não por acaso, 57% dos 17,6 milhões são ilegais.

Uma das formas reveladas pelo levantamento para introduzir armas no mercado é a suposta exportação desses produtos para o Paraguai. Com apenas 6 milhões de habitantes, o país vizinho havia se transformado nos anos 90 no segundo maior comprador de armas do Brasil. As armas voltariam ao mercado nacional, sem registros.

A falta de dados de exportação de armas mais transparentes por parte do governo também é denunciada pelas entidades. Em apenas 25 anos, as vendas nacionais ao exterior triplicaram, chegando a US$ 199 milhões em 2007. A partir de 2004, o valor dobrou. As vendas da Taurus para os Estados Unidos são as maiores. Mas as suspeitas das entidades é de que os valores sejam bem maiores do que estão sendo divulgados. Parte das exportações seriam mascaradas como venda de rifle de caça.

O levantamento ainda registrou “anomalias” na exportação, como a de um rifle de caça pesando seis toneladas, ao custo de US$ 486 mil. A suspeita de entidades internacionais é de que isso tenha sido a venda de um sistema de mísseis da Avibras para a Malásia em 2001. Essas anomalias também fora detectadas em vendas nos anos 80 e 90 para a Arábia Saudita e Catar. Na época, países em conflito como Iraque, Líbia, Angola, Paquistão e Colômbia também estiveram entre os maiores compradores de armas brasileiras. Os colombianos, em plena guerra, foram os segundos compradores de munições do Brasil nos últimos 25 anos.

Fonte: ESTADO DE MINAS, via NOTIMP