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Irã: Amorim crê em acordo






Na Suíça, chanceler brasileiro reafirma disposição em mediar crise nuclear com Teerã e critica países detentores de arsenais por não trabalhar para desmontar seus estoques

Max Milliano Melo

Quatro meses depois do acordo frustrado com o Irã, o chanceler Celso Amorim voltou a afirmar que o Brasil continua disposto a mediar a questão nuclear com o governo de Mahmud Ahmadinejad. Em entrevista a um site da Suíça, o chanceler brasileiro disse acreditar que um pacto sobre o enriquecimento de urânio de Teerã ajudaria a limitar os riscos do desenvolvimento de armas nucleares. "Em vez de você ficar pensando na intenção do Irã, o melhor seria ter uma ação concreta, que efetivamente reduziria o estoque de urânio no Irã e que tornaria desnecessário para o país o enriquecimento a 20%", afirmou.

Em maio, Brasil e Turquia fecharam um acordo com o governo de Ahmadinejad que previa a troca de combustível nuclear para fins pacíficos desde que o país se comprometesse a desistir de desenvolver tecnologias de enriquecimento de urânio acima de 20%. No entanto, o documento não foi aceito pelo Conselho de Segurança da ONU, que aplicou novas sanções econômicas contra o Irã. Para Amorim, o mesmo risco que envolve o presidente iraniano também existe com outros líderes internacionais. "Não quero citar quais, mas vários outros países podem ter intenções que não são positivas, inclusive os detentores de armas nucleares, que deviam estar tratando de diminuir os seus estoques", alfinetou.

Apesar das discordâncias com os Estados Unidos, Amorim descartou problemas nas relações bilaterais. "Não vejo problema algum entre o presidente Lula e o presidente Obama", afirmou. "Temos de ser pessoas maduras e temos de entender que as pessoas, especialmente pessoas maduras que concordam com os mesmo objetivos, podem discordar nas táticas."

Rafael Villa, professor de Relações Internacionais da Universidade de São Paulo (USP), não acredita no sucesso das atuais negociações com o Irã. "São duas partes bastante inflexíveis. Se por um lado o Irã insiste em continuar com suas pretensões nucleares, mesmo com os acordos, por outro, nações ocidentais como os Estados Unidos e o Reino Unido também insistem em não ceder em alguns pontos, para fechar um acordo", opina. "No longo prazo, estas possibilidades se ampliam. Tudo indica que a posição diplomática ascendente do Brasil lhe dará mais força de convencimento internacional", completa.

Fonte: ESTADO DE MINAS, via NOTIMP




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