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Embraer obtém US$ 1 bi em crédito "stand-by"








A Embraer acaba de captar US$ 1 bilhão por meio de um empréstimo sindicalizado "stand-by" de vencimento em três anos. Esse empréstimo funciona como uma espécie de cheque especial - o tomador fica com os recursos disponíveis por um tempo, a uma taxa de juros fixa, e só saca se precisar ou quiser. "É uma linha tradicional em nosso setor", diz Luiz Carlos Aguiar, diretor financeiro da Embraer. "Nós aproveitamos o bom momento de mercado para ficar com liquidez disponível para atravessar momentos futuros que poderão ser mais difíceis", disse.

"Foi o primeiro empréstimo efetivamente sindicalizado desde a crise de 2008", informa Sandrine Ferdane, diretora-gerente do BNP Paribas Brasil, o coordenador global da transação. Segundo ela, os empréstimos anteriores foram principalmente "club deals", nos quais os bancos líderes só assumem o risco de sua fatia no empréstimo. Em um empréstimo sindicalizado, os líderes passam um cheque dos valores totais do empréstimo à empresa e assumem o risco de distribuição aos outros bancos.

"Cada vez mais bancos estão dispostos a assumir o risco de distribuição de um empréstimo sindicalizado", afirma Sandrine. "Isso mostra que mais instituições estão confiantes na disposição de outros bancos em fazer ativos", afirma. Os custos dos empréstimos, no entanto, segundo Sandrine e Aguiar, ainda não voltaram a níveis anteriores à crise vivida em 2008.

A transação da Embraer foi dividida em duas partes, uma de US$ 600 milhões para capital de giro e outra de US$ 400 milhões vinculada à exportação. Nas duas tranches, a Embraer tem um prazo máximo de dois anos para sacar os recursos.

Se não sacar a linha, a empresa vai pagar 60 pontos básicos para o crédito vinculado à exportação e 70 pontos básicos para capital de giro. É a chamada comissão de comprometimento da linha por parte dos bancos. Se sacar a linha vinculada à exportação, a Embraer vai pagar 165 pontos básicos sobre a Libor, taxa interbancária de Londres. Se sacar a linha para capital de giro, vai pagar 185 pontos básicos.

Segundo Aguiar, a empresa tem um empréstimo "stand-by" de US$ 500 milhões vencendo no ano que vem, dos quais US$ 250 milhões foram sacados. Inicialmente, a ideia era tomar US$ 750 milhões, mas a oferta dos bancos chegou a US$ 1,6 bilhão. "Preferimos ficar somente com o US$ 1 bilhão", disse ele.

A Embraer não pretende fazer "hedge" (proteção financeira) da dívida, pois 90% da receita da empresa, que deve totalizar US$ 5,25 bilhões durante este ano, é em dólar, informa. "Temos é que fazer hedge da dívida em reais", diz o executivo. Segundo ele, o caixa líquido (descontado a dívida) da Embraer é de US$ 600 milhões.

O BNP Paribas foi o coordenador global, mas entraram como líderes também o Banco do Brasil, o italiano Entesa San Paolo, o Santander, o Tóquio Mitsubishi, o HSBC e o Société Générale.

Na parte do varejo do empréstimo, bancos novos e pouco conhecidos participaram, como os chineses Hua Nan, Chang Hwa, o Bank of Taiwan e o francês CIC. Também participaram o Itaú BBA, o Crédit Agricole, o Natixis, o Sumitomo Mitsui, o J.P. Morgan, o ING, o Citigroup, o Royal Bank of Scotland, o Bradesco, o Banco do Chile, o Mizuho, o BBVA, o BES e o Bank of America. (CPL)

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




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