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O desafio aéreo








Muita gente não entendeu a ênfase que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, que é também o comandante das ações brasileiras para a Copa de 2014, deu a uma das insuficiências de nosso país para sediar esse importante evento futebolístico. O presidente da CBF afirmou que “inegavelmente” os três grandes problemas que desafiam o Brasil são “aeroporto em primeiro, aeroporto em segundo e aeroporto em terceiro”. Colocado com essa prioridade e esse destaque, o problema dos aeroportos e, portanto, do transporte aéreo não pode deixar de merecer a atenção das autoridades e da sociedade. Paira na memória recente do país a sombra do caos nos aeroportos, fato que tumultuou esse importante setor da infraestrutura nacional e que deixou milhares de passageiros sem voos, sem atenção e, pior, sem qualquer segurança.

No caos aéreo de 2008, houve alguns episódios detonadores, como a greve dos controladores de voo, a queda do avião da Gol na Amazônia, o desastre no aeroporto de Congonhas e a denunciada desorganização dos serviços da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero. O governo tomou algumas providências pontuais, como a de substituir o comando do Ministério da Defesa, pressionar por mudanças na Anac e definir normas para o uso de aeroportos e para o atendimento dos usuários. Nada de substancial ocorreu, no entanto. O crescimento do país tem ampliado o problema, a ponto de deixar alguns aeroportos no limite de sua operação, em especial os de São Paulo, Brasília e Rio (Santos Dumont). Para a Copa de 2014, esses aeroportos e os das demais cidades-sede terão que ser ampliados e qualificados, sob pena de serem eles a causa de um previsível vexame, fato que poderia marcar negativamente a própria realização de um evento de visibilidade global.

A realidade dos aeroportos tem um diagnóstico singelo: há mais aviões e passageiros do que condições seguras e confortáveis para atendê-los. Os terminais tornaram-se pequenos, os pátios estão congestionados e as pistas são acanhadas demais para o número de pousos e decolagens ou para receber aviões de maior porte. A atual estrutura aeroportuária não comporta aumento de voos num momento em que, pela expansão da economia, a demanda cresce. A situação neste momento parece mais próxima da eclosão de um novo caos do que da normalização efetiva dos aeroportos.

Diante disso tudo, é fundamental que a questão do transporte aéreo seja colocada como prioridade, junto com a própria construção e qualificação dos estádios da Copa. Não bastam apenas os investimentos públicos e privados, nem os projetos elaborados cuidadosamente ou a correta estruturação dos serviços. É preciso que tudo funcione de maneira coordenada, que se aproveitem os avanços tecnológicos e que se obedeça aos prazos. O sucesso do Brasil nesse campo, como nos demais desafios, será um legado que a Copa deixará para o país e para seu desenvolvimento.

Paira na memória recente do país a sombra do caos nos aeroportos, fato que tumultuou esse importante setor da infraestrutura nacional.

Fonte: ZERO HORA, via NOTIMP




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