|

Bastidores...e assim, naquela manhã de junho, o F-5 interceptou o Vulcan








Roberto Godoy
O Estado de S.Paulo

Tem história o caça mais importante da FAB. Abateu Mirages franceses e ameaçou os F-16 americanos em jogos de guerra. Quando ainda era o F-5E Tiger II, foi protagonista de uma história emocionante, durante a guerra entre Argentina e Grã-Bretanha pelas Ilhas Falklands/Malvinas. No dia 3 de junho de 1982, dois caças do 1.º Grupo de Aviação da base aérea de Santa Cruz, no Rio, foram acionados para interceptar um bombardeiro Vulcan, britânico (foto menor, à esquerda).

O enorme jato, projetado para lançar mísseis nucleares, voltava de um longo ataque contra radares da defesa aérea argentina. Com autonomia de apenas 2,7 mil km, o percurso de 18 mil km, com margem de segurança, ida e volta à ilha de Ascensão, na linha superior do Atlântico, exigia vários reabastecimentos no ar por meio de uma frota de aviões-tanque Victor.

O Vulcan teve dois problemas: um de seus mísseis Shrike, antirradar, não se soltou do cabide no momento do disparo e a sonda de transferência de combustível quebrou. Temendo a ação dos caças inimigos, o comandante inglês decidiu tomar a direção do Rio em silêncio de rádio. O que ele não sabia é que os serviços de inteligência relatavam a possibilidade de um ataque de advertência contra o Brasil, que apoiava claramente a posição da Argentina.

Sob esse foco, os F-5E decolaram às 10h50. Romperam a barreira do som quando ultrapassaram a velocidade de 34o metros por segundo. O estrondo foi ouvido em vários pontos da cidade. Vidraças quebraram. Prontos para o fogo de abate, os caças se aproximaram do grande bombardeiro, que reagiu rápido, às 11h04, declarando emergência e pedindo socorro.

Guiado pelos brasileiros até a base aérea do Galeão, o impressionante Vulcan, com sua asa delta que mede 368 m² de área, pousou às 11h17. O míssil que trazia foi removido e minuciosamente examinado por especialistas do CTA. Ninguém confirma, mas a versão corrente é de que a arma nunca foi devolvida e teria servido de base para o desenvolvimento da versão nacional do mesmo tipo de equipamento.

26 anos depois. Em novembro de 2008, aconteceu de novo. O caça já era o F-5EM do 1.º Grupo de Aviação de Caça, da Base Aérea de Santa Cruz, no Rio. Interceptou um DC-8 comercial ao largo do litoral, na altura de Cabo Frio. A aeronave, um cargueiro com 20 toneladas a bordo, era fretada pelo governo britânico. O jato estava armado com mísseis e um canhão de 30 milímetros e, mais uma vez, seguia do arquipélago das Falklands/Malvinas rumo à Ascensão.

O piloto do cargueiro pretendia pousar em Cabo Frio para reabastecer. Por uma falha na documentação, ou erro na comunicação, o jato foi classificado como invasor. Passava das 15 horas. O DC-8 foi interceptado em sete minutos. A tripulação não resistiu à ordem de acompanhar o caça. O DC-8 foi comboiado para o terminal militar do Aeroporto do Galeão.

Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO, via NOTIMP

Foto: Herky




Receba as Últimas Notícias por e-mail, RSS,
Twitter ou Facebook


Entre aqui o seu endereço de e-mail:

___

Assine o RSS feed

Siga-nos no e

Dúvidas? Clique aqui




◄ Compartilhe esta notícia!

Bookmark and Share






Publicidade






Recently Added

Recently Commented