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A380 atrai os passageiros mais que as aéreas








Scott McCartney
The Wall Street Journal

Antes mesmo de partirem do aeroporto John F. Kennedy, de Nova York, com destino a Paris, os turistas posam para fotos na frente dele, como se fosse a Torre Eiffel ou a Estátua da Liberdade. Mas ele não é um monumento, apenas um avião monumental.

Apesar da demanda fraca pelas companhias aéreas, o Airbus A380, que custa US$ 300 milhões, tem sido um grande sucesso entre os passageiros. O americano Jason Digby e sua mulher Susanne foram um dia antes de Mississippi a Nova York só para fazer a conexão com o jato de dois andares. Mesmo depois de 32 meses, os entusiastas ainda procuram o avião. As companhias aéreas afirmam que ele atrai mais reservas a preços mais altos que outros aviões de fuselagem larga.

Algumas pessoas só querem dizer que já voaram no superjumbo, que pode comportar mais de 500 passageiros. "Ele fez o voo parecer curto. Eu gostaria que tivesse sido mais longo", disse Digby depois de pousar em Paris, no Voo 7 da Air France, rumo às férias em Creta, na Grécia. Ele ficou deslumbrado com a câmera na cauda do avião, que permite a visão do jato e de tudo o que está na frente dele durante decolagem, pouso e todo o voo. Também estava impressionado com o que o avião não tinha - o barulho.

"É mais silencioso que qualquer outro avião em que já viajei", disse Benoît Marchal, de Paris. Ele também escolheu o voo do A380 entre os cinco que a Air France faz diariamente entre Nova York e Paris. "Ouvia falar do A380 há anos e queria experimentá-lo", disse ele.

Parte da novidade é que os A380 são relativamente raros. De fato, há apenas 30 A380 em operação no momento, em cinco aéreas, embora a Airbus tenha pedidos para outros 234.

Ainda assim, as amenidades do A380 não chegaram a fazer jus às expectativas antes de sua produção. A empresa fez propaganda de grandes luxos a bordo, apresentando o A380 como um hotel voador ou transatlântico, com lojas duty free, restaurantes e até academias de ginástica, cassinos e salões de beleza. Mas a demanda por passagens baratas levou as empresas aéreas a serem mais convencionais.

Na sua maioria, elas optaram por mais e mais assentos, com um eventual bar para os passageiros premium. Algumas exceções: a Singapore Airlines oferece suítes de primeira classe - cabines privativas com camas de casal (mas a regra da companhia é que não se pode fazer sexo) - e a Emirates tem chuveiro instalado no A380 para passageiros da primeira classe. (Você tem 25 minutos na cabine do chuveiro com 5 minutos de água.)

Com o desaquecimento econômico, até mesmo algumas poltronas de primeira classe estão perdendo espaço no superjumbo para a classe econômica.

A australiana Qantas Airways, que voa um A380 de Sydney e Melbourne para Los Angeles, Londres e Cingapura, tem quatro classes de serviço: primeira, executiva, econômica e econômica premium, que dá aos passageiros mais espaço. Mas a empresa decidiu cortar a primeira classe dos A380 que ainda vai receber e colocar mais assentos de econômica e econômica premium, um reflexo da relutância dos clientes em gastar com a primeira classe.

Na econômica, os passageiros encontram as mesmas áreas apertadas que na maioria dos outros jatos. São dez poltronas enfileiradas de lado a lado no primeiro andar. Oito no segundo piso, que é mais estreito. A Air France, com um total de 538 assentos, optou por poltronas ligeiramente mais largas na classe econômica que outras operadoras do A380, mas abriu mão de espaço nos corredores, que são estreitos, com apenas 43 centímetros no andar inferior da cabine.

A área apertada não deteve os clientes, que consideram a cabine silenciosa, a escada entre os dois andares, as vistas da câmera do avião, novos e sofisticados sistemas de entretenimento nas costas das poltronas e todo o burburinho sobre o jato razões para preferir as passagens do A380 em detrimento das demais.

Dominique Patry, vice-presidente de negócios internacionais e alianças da Air France, diz que as vendas de bilhetes no A380 estão cinco pontos porcentuais acima de qualquer outro voo na mesma rota.

O presidente da Singapore Airlines, Chew Choon, diz que as rotas que usam o A380 - de Cingapura para Hong Kong, Londres, Melbourne, Paris, Sydney, Tóquio e Zurique - têm demanda suficiente para encher o superjumbo. "Todas elas estão indo bem", diz.

Mas, para muitas aéreas, o A380 é grande e caro demais - apesar dos passageiros adorarem o modelo. A Cathay Pacific, de Hong Kong, prefere um modelo menor, o Boeing 777-300ERs, que tem maior autonomia.

Fonte: VALOR ECONÔMICO, via NOTIMP




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