NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 17/04/2018 / Embraer diz que acordo com a Boeing ainda não tem definições
 
  Embraer diz que acordo com a Boeing ainda não tem definições ...
Embraer diz que acordo com a Boeing ainda não tem definições ...   Ivan Ryngelblum e João José Oliveira ...
A Embraer  informou nesta segunda-feira (16) que não há qualquer definição sobre o  tamanho de sua participação no capital social da empresa que pode ser  formada com a Boeing. O comunicado é uma resposta ao ofício enviado à  companhia pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na sexta-feira  (13).
O ofício da autarquia à empresa pedia  esclarecimentos sobre uma reportagem veiculada pelo jornal "O Estado de  S.Paulo", que diz que o governo brasileiro quer que a Embraer tenha um  representante no conselho de administração da joint venture a ser  formada. Outra suposta exigência seria a de que a participação do  governo [sic] no capital social seja de 20%, e não de 10% como o proposto pela  Boeing.
De acordo com a Embraer, a companhia  ainda está negociando como será a combinação de negócios com a empresa  americana por meio um grupo de trabalho do qual o governo participa.
"Entretanto, até o momento, não há  definição acerca da estrutura de participação da Embraer e tampouco da  governança de possível nova sociedade que venha a ser criada, caso venha  a ser implementada a referida combinação de negócios", diz a empresa no  ofício.
1º trimestre
No primeiro trimestre de 2018, a Embraer entregou um total de 25 jatos, sendo 14 aviões comerciais e 11 aviões executivos.
Entre os jatos comerciais entregues no período, 11 foram E175 e três foram E190.
No segmento de jatos executivos, foram  entregues oito jatos leves -- três Phenom 100 e 5 Phenom 300 --, e três  jatos grandes (dois Legacy 450 e um Legacy 500).
No primeiro trimestre de 2017, a Embraer entregou 33 jatos, sendo 18 aviões comerciais e 15 aeronaves executivas.
A meta da empresa para este ano é entregar de 85 a 95 jatos comerciais e de 105 a 125 aeronaves executivas.
Em comunicado ao mercado, a Embraer  informou ainda que a Embraer Defesa & Segurança anunciou, durante o  Singapore Airshow, a assinatura de uma carta de intenção com a empresa  de serviços de aviação SkyTech para aquisição de até seis aeronaves de  transporte multimissão KC-390.
As aeronaves estão destinadas a diversos  projetos de defesa e ambas as empresas também concordaram em avaliar uma  potencial colaboração estratégica com o objetivo de explorar  conjuntamente novas oportunidades de negócios nas áreas de treinamento e  serviços.
 Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado  nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP  apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas  diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado  nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP  apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas  diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.Pedir a militares que salvem a democracia é uma péssima ideia
Participação das Forças Armadas em governos aumentou na última década em todo o mundo
Joshua Kurlantzick Publicada Em 16/04 - 08h37
Os resultados da  eleição presidencial egípcia deste mês foram tão surpreendentes quanto o  nascer do sol. O presidente Abdel Fatah al-Sissi, que chegou ao poder  em 2013 em um golpe de Estado, foi reeleito com 97% dos votos. É claro  que os egípcios realmente não têm outras opções. Desde o golpe, Sissi  deslanchou uma campanha de repressão brutal, e a NPR informou que seis  potenciais adversários foram detidos pelo governo ou pressionados a  abandonar suas candidaturas. Mesmo assim, segundo H.A. Hellyer, do think  tank Atlantic Council, boa parte das classes média e alta do Egito  saudou Sissi, vendo-o como antídoto a um governo apoiado pelos pobres e  os islâmicos.
A consolidação de poder nas mãos de  Sissi, possivelmente o governante militar mais dominante em décadas no  Egito, teria sido um choque há apenas dez ano, uma época em que os  militares estavam se afastando da política e a democracia parecia estar  avançando globalmente.
Nos anos 1990 e boa parte da década de  2000, a ideia de que oficiais militares pudessem voltar a erodir  governos civis seriamente e até assumir o controle de governos pelo  mundo afora –e chegariam a ser saudados pelos cidadãos— teria parecido  descabida. Embora golpes de Estado e ingerência militar nos governos  fossem algo comum durante a Guerra Fria, a partir de 1989 tornaram-se  mais raros.
Da Indonésia ao Brasil e da Tailândia ao  Chile, as forças armadas relutantemente entregaram o poder a governantes  eleitos. Em muitos desses países, líderes militares mais jovens  prometeram ser verdadeiramente apolíticos, e a população rejeitou os  golpes e a influência do exército na política.
Nos últimos dez anos, porém, o fluxo de  poder mudou de direção. Em muitos países democráticos, como Hungria,  Itália, Filipinas, Polônia e possivelmente os Estados Unidos, as normas e  instituições estão fraquejando, enquanto os eleitores se voltam a  líderes populistas. Nos casos mais graves –inicialmente em países com  sistemas democráticos fracos, como Turquia e Egito, e depois em  democracias mais dinâmicas como o Brasil e a Indonésia— o poder militar  está em ascensão, e os cidadãos, especialmente as classes médias, o  abraçaram.
As razões disso são conhecidas. Onde os  eleitores imaginavam que reformas políticas levariam a crescimento e  desenvolvimento, a desigualdade global crescente gerou desilusão. Amplas  transformações tecnológicas, econômicas e culturais –como a migração  para a Europa central e ocidental e as políticas de austeridade  instituídas em países como a Tailândia— desestabilizaram as populações,  abrindo brechas para partidos populistas despóticos e líderes  ditatoriais como o húngaro Viktor Orban e o tailandês Thaksin  Shinawatra. Estados autoritários de influência crescente, como China e  Rússia, vêm exercendo poder sobre seus vizinhos.
Mas o “remédio” militar ao qual estão  recorrendo os eleitores de um número espantoso de países acelera a  doença da democracia, deixando os países em situação pior que antes. Os  líderes civis ficam ainda mais enfraquecidos, e os países que sofrem  golpes tendem a repeti-los, em um ciclo interminável de intervenções  militares.
Em algumas das maiores e mais dinâmicas  democracias do mundo, as mudanças recentes na opinião pública em relação  ao papel dos militares na política são espantosas. Entre os membros da  geração do milênio americana, apenas 19% acreditam que um regime militar  seria uma forma de governo ilegítima, segundo pesquisa do professor de  Harvard Yascha Mounk e o professor da Universidade de Melbourne Roberto  Foa, que estudam as visões de diferentes gerações sobre o governo.
Eles descobriram que a porcentagem de  americanos em seu estudo para os quais um governo militar seria um tipo  de regime “bom” ou “muito bom” mais que dobrou em relação a 20 anos  atrás. E os europeus mais jovens têm tendência menor que os europeus  mais velhos a desaprovar uma possível tomada militar do poder: para 36%  dos europeus da geração do milênio, tal tomada do poder seria ilegítima,  enquanto 53% dos europeus mais velhos a repudiariam.
Mesmo em regiões onde as cicatrizes  deixadas por regimes militares ainda são mais recentes, os militares  parecem estar erodindo a democracia civil sem provocar muito pânico ou  reações contrárias. No Brasil, país que foi governado por um regime  militar brutal entre 1964 e 1985 mas onde a democracia parecia ter  deitado raízes profundas nos últimos anos, o exército vem pouco a pouco  voltando a se inserir na vida política.
O governo chamou as Forças Armadas  para assumir a segurança no Rio de Janeiro, atingido pela criminalidade,  provocando receios entre ativistas políticos e parte da população  pobre, que frequentemente foi alvo das forças de segurança públicas  abusivas. Mas os pobres também sofrem as piores consequências da onda de  criminalidade brutal, e aparentemente muitos deles seriam a favor do  retorno dos militares.
O líder da operação no Rio disse  que é possível que as tropas sejam convocadas em outras cidades, e  políticos brasileiros de direita vêm sugerindo abertamente que as forças  armadas deveriam voltar a ter um papel político. Um dos principais  candidatos presidenciais, por exemplo, Jair Bolsonaro, derrama elogios  ao regime militar e minimiza os abusos cometidos por ele, que teriam  incluído a crucifixão, eletrocução e tortura de milhares de dissidentes,  entre outros horrores. Ex-oficial militar, Bolsonaro já chegou a pedir o  retorno do governo militar.
A intervenção no Rio parece também ter o  apoio das classes média e alta. Em meio a escândalos enormes de  corrupção e à estagnação econômica, a nostalgia do autoritarismo estaria  em voga no país, diz a escritora Vanessa Barbara, colaboradora do  jornal The New York Times, observando que a maioria dos brasileiros  acredita que havia mais segurança no país quando o Exército estava no  poder. Hoje, segundo pesquisa do ano passado, cerca de 43% dos  brasileiros querem o controle militar temporário do governo, um aumento  em relação aos 35% que se disseram a favor dessa ideia em 2016.
O Brasil não é o único país nessa  situação. São múltiplas as razões por que os cidadãos em países  democráticos, especialmente as classes média e alta, cada vez mais estão  enxergando a possibilidade de intervenções militares como aceitável e  pensam que os militares poderiam preservar as normas liberais ou barrar a  ação de populistas iliberais. Em muitos países, a desilusão com os  governos democráticos alimentou uma disposição em cogitar alternativas  autoritárias.
O presidente filipino Rodrigo Duterte e o  ex-líder egípcio Mohammed Morsi, por exemplo, não protegeram os  direitos civis e a independência dos tribunais, levando líderes dos  Exércitos desses países a apresentar-se como fiadores da estabilidade e  dos valores constitucionais.
Em muitas democracias, como a da  Indonésia, já se passaram décadas desde a era do governo militar, e os  abusos passados cometidos pelos militares não foram amplamente lembrados  ou ensinados nas escolas, possibilitando uma amnésia pública a esse  respeito. E, em muitos países, as classes média e alta podem temer uma  perda de riqueza e poder.
Na Tailândia, onde o partido populista  Pheu Thai e suas encarnações anteriores vêm ganhando todas as eleições  de 2001, muitos tailandeses urbanos e mais ricos, que no passado  exerceram papéis importantes na transição democrática do país, abraçaram  os militares, vendo-os como proteção contra a economia populista e as  ocasionais tendências iliberais do Pheu Thai, como os ataques do  ex-premiê Thaksin Shinawatra contra a imprensa e seus adversários. Em  2013 e no início de 2014, manifestantes saíram às ruas em Bangcoc para  pedir o afastamento do governo eleito do Pheu Thai e em vários momentos  incentivaram um golpe, que foi lançado em maio de 2014.
Nas Filipinas, onde Duterte lança ameaças  crescentes a oposionistas e defensores dos direitos humanos e  desencadeou uma guerra brutal às drogas, acadêmicos, escritores e outras  lideranças da sociedade civil apontaram para o Exército como uma força  que estaria impedindo o presidente volátil de fazer o que ele poderia  fazer de pior, incluindo possivelmente tê-lo impedido de instituir a lei  marcial em todo o país. (As Forças Armadas filipinas, que apoiaram o  regime ditatorial de Ferdinando Marcos por quase 15 anos, já foram  acusadas de violações em grande escala dos direitos humanos.)
Em algumas das democracias mais fracas,  essas atitudes dinamizaram as Forças Armadas, levando-as a voltar a  reclamar o poder. No Egito, a tolerância da classe média e da elite de  uma tomada do poder pelos militares facilitou o golpe de 2013 que  instalou Sissi no poder.
Na Indonésia —possivelmente a mais  impressionante história de sucesso democrático no sudeste da Ásia neste  século—, oficiais do exército vêm manobrando para aumentar o poder  político dos militares, em parte através de tentativas de aumentar seu  controle sobre questões como contraterrorismo e relações diplomáticas,  segundo John McBeth, um veterano correspondente veterano no país.
Para conservar as Forças Armadas à  distância, o presidente Joko Widodo vem tentando cooptá-las, nomeando  atuais e antigos generais para muitos dos cargos mais altos em seu  governo, algo que corre o risco de ceder poder a eles de qualquer  maneira. Alguns, como o assessor presidencial Wiranto, teriam tido  vínculos com amplas violações dos direitos humanos durante o passado  autoritário da Indonésia.
Em Mianmar, onde a eleição em 2015 do  partido Liga Nacional pela Democracia, de Aung San Suu Kyi, pareceu  assinalar uma virada dramática após décadas de governo militar que  converteram o Exército em uma instituição odiada, as Forças Armadas  agora estão cada vez mais populares em todas as classes de maioria  étnica birmanesa.
Os militares armadas conseguiram  apresentar-se como defensoras da estabilidade e do nacionalismo, embora  ao mesmo tempo comandem a limpeza étnica do estado ocidental de Rakhine.  Alguns analistas políticos acreditam que o líder atual do Exército, o  general Min Aung Hlain, será candidato à Presidência em 2020. Se for, é  possível que encontre apoio forte no país.
Mesmo nos Estados Unidos, onde existe  pouca ameaça de uma tomada do poder pelos militares, os americanos estão  chocantemente tolerantes da presença de generais nos níveis mais altos  do controle civil.
Antes do início da Presidência de Trump,  veículos de mídia e membros do Congresso começaram a retratar o  secretário de Defesa escolhido por Trump, Jim Mattis, como proteção  contra um possível retrocesso da democracia. Em um artigo no site  Politico, Patrick Granfield, ex-redator de discursos do secretário da  Defesa Ash Carter, elogiou “os generais que protegem a democracia”  contra a nova administração Trump, incluindo Mattis e o agora chefe do  gabinete John Kelly.
A revista The Atlantic observou em  janeiro de 2017 que “os generais parecem constituir um dos poucos freios  às medidas de Trump” para enfraquecer a democracia. Quando o presidente  nomeou H.R. McMaster como seu assessor de segurança nacional,  parlamentares democratas, como o deputado Adam Schiff, da California,  elogiaram McMaster por sua honestidade e franqueza e previram que ele  defenderia os valores americanos.
Mas conduzir militares ao poder, ou mesmo  lhes entregar poder parcial, garante o declínio democrático futuro  ainda maior de um país. Para começar, como notaram o cientista de dados  Jay Ulfelder e outros, países que já tiveram um golpe de Estado têm  tendência maior a sofrer outro nos cinco anos seguintes.
Encorajados por sua elevação na política,  os militares podem se entrincheirar nos sistemas políticos e ao mesmo  tempo alimentar uma espécie de “cultura golpista” em suas fileiras,  segundo o acadêmico Nicholas Farrelly. Nesses casos, os oficiais  seniores ensinam aos mais jovens que intervenções militares são  permissíveis.
Na Tailândia e no Paquistão, onde os  militares intervêm na política repetidamente, os oficiais aprendem que  um golpe é a maneira apropriada e comum de lidar com qualquer impasse  político. (É verdade que, em casos raros —como o do Zimbábue, uma  autocracia de longa data sem uma saída política evidente—, um golpe  militar pode conduzir a um resultado democrático positivo se seus  líderes criam uma estrutura para eleições e um governo democrático.)
Tampouco há evidências de que colocar  mais poder em mãos militares possa promover o Estado de direito e o  liberalismo constitucional. Em análise publicada dois anos atrás no  Washington Post, os cientistas políticos Joseph Wright, Erica Frantz,  Barbara Geddes e George Derpanopoulos concluíram que desde o final da  Guerra Fria “o resultado mais comum de golpes de Estado tem sido a  substituição de uma ditadura por um grupo diferente de autocratas” —e  que os golpes alimentam aumentos da repressão no ano seguinte.
Na Tailândia e no Paquistão, o Exército  tem frequentemente tomado o poder prometendo combater a corrupção, mas  há poucas evidências de que governos militares constituam um freio à  ela. A junta militar atual da Tailândia, que criticou o governo eleito  anterior por sua alegada corrupção, agora enfrenta escândalos próprios.
Finalmente, depositar as esperanças  nos militares como força contrária a governos tirânicos, mas eleitos,  gera uma distração perigosa das maneiras reais pelas quais cidadãos  podem combater a democracia despótica e, desse modo, enfraquece ainda  mais o governo civil.
Os eleitores e seus partidos podem  desenvolver plataformas políticas mais atraentes ou usar protestos para  proteger instituições democráticas reais, como o Judiciário. A partir do  momento em que um país coloca os militares na posição de guardiões  máximos das normas e instituições, é difícil persuadi-los a abrir mão do  poder.
Militares podem opinar sobre política, diz população
Segundo Datafolha, 61% defendem que militares possam comentar a situação política do país
Publicada Em 17/04/2018
Comandantes militares têm o direito de opinar publicamente sobre temas políticos, avalia a maioria da população brasileira. 
Segundo pesquisa Datafolha, 61% dos  entrevistados defendem que militares possam comentar a situação  política do país. Contra essas manifestações estão 33% dos brasileiros,  enquanto 6% não souberam opinar.
Esse debate voltou à tona após o  comandante do Exército, o general Eduardo Villas Bôas, afirmar em rede  social no dia 3, véspera do julgamento do habeas corpus do ex-presidente  Luiz Inácio Lula da Silva no STF, que repudia a impunidade.
“Asseguro à nação que o Exército  brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de  repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à  democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais”,  escreveu.
A declaração foi interpretada por muitos como tentativa de interferência no STF.
Em setembro de 2017, declarações de outro militar também despertaram polêmica.
Hoje na reserva, o general Antonio  Hamilton Mourão disse na época que as Forças Armadas poderiam “impor uma  solução” caso o Judiciário não solucionasse “o problema político”.  Mourão não foi punido por Villas Bôas, que contemporizou as declarações.
Um decreto assinado em 2002 pelo  então presidente Fernando Henrique Cardoso classifica como “transgressão  disciplinar”, passível de punição, qualquer manifestação pública, sem  autorização, de um militar da ativa sobre assuntos políticos. 
No caso de Villas Bôas, entretanto, há  dúvidas sobre a aplicação da regra. Especialistas em direito militar  avaliam que, por ser comandante do Exército, ele só poderia ser  desautorizado por seu superior hierárquico —no caso, o presidente Michel  Temer, que não comentou as declarações.
Quanto ao apreço do brasileiro pela  democracia, os números ficaram estáveis em relação à última pesquisa, em  setembro de 2017. Para 56%, a democracia é sempre a melhor forma de  governo.
Segundo o Datafolha, 21% dos brasileiros  dizem que tanto faz se o governo é uma democracia ou uma ditadura. Já  17% afirmam que, em certas circunstâncias, é melhor uma ditadura.
Desde que a pergunta passou a ser feita  pelo instituto, em 1989, o maior apoio à democracia foi constatado em  2014, quando 66% a defenderam como o melhor regime. 
Esquadrilha da Fumaça exibe espetáculo aéreo em Montevidéu
Grupo brasileiro de exibições aéreas mostrou na capital uruguaia suas oito novas aeronaves Super Tucano A-29
Publicada Em 16/04 - 07h49
MONTEVIDÉU - A  Esquadrilha da Fumaça exibiu no domingo 15 em Montevidéu seu espetáculo  aéreo com oito aviões de fabricação brasileira. O evento encantou  crianças, jovens e adultos. 
 O  grupo brasileiro de exibições aéreas mostrou na capital uruguaia suas  oito novas aeronaves Super Tucano A-29 com as quais, durante uma hora,  rasgaram o céu com um vasto repertório de acrobacias.
O  grupo brasileiro de exibições aéreas mostrou na capital uruguaia suas  oito novas aeronaves Super Tucano A-29 com as quais, durante uma hora,  rasgaram o céu com um vasto repertório de acrobacias.
"É um convite e um presente dado pela  embaixada do Brasil e pelo governo à sociedade uruguaia apresentar a  Esquadrilha da Fumaça, que há mais de 65 anos realiza esta atividade  aérea", disse o major da aviação uruguaia, Gerardo Tajes.
"Esta esquadrilha já fez mais de  100 demonstrações de suas novas aeronaves A-29, que são de ataque e  chegam a 150 km/h a mais de velocidade que seu modelo anterior para que as  manobras acrobáticas sejam realizadas com muito mais energia  potencial", explicou.
Uma das manobras mais elogiadas pelo  público uruguaio foi quando os pilotos escreveram no céu a frase "Brasil  e Uruguai", como símbolo de irmandade entre os países.
Ministro atribui assassinato de Marielle a milícia
Comando ameaça com deserção PMs que desobedecerem à ordem para deixar Alerj
Fábio Teixeira/ Gustavo Goulart / Pedro Zuazo Publicada Em 17/04
O ministro  da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou que a investigação do  assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes  aponta para a ação de milicianos. Já a Secretaria de Segurança do Rio  ameaça com processo de deserção os PMs cedidos à Assembleia Legislativa  que descumprirem a ordem para se apresentar ao QG da corporação. Ontem,  apenas 40 dos 87 policiais nessa situação acataram a determinação.
A Secretaria de Segurança bateu o pé e,  conforme havia sinalizado na semana passada, exigiu ontem a devolução de  87 dos 146 PMs cedidos à Assembleia Legislativa (Alerj). Em uma  resolução publicada no Diário Oficial do estado, o órgão determinou que o  grupo comparecesse à Diretoria Geral de Pessoal da Polícia Militar, no  quartel-general da corporação, no Centro. A ordem, porém, foi ignorada  por 47 convocados. À noite, por meio de nota, a PM endureceu o tom:  avisou que os policiais que não se apresentarem poderão responder por  deserção, crime cuja pena varia de dois meses a dois anos de prisão. Os  PMs cedidos chegam a ganhar comissões que elevam seus salários em quase  três vezes.
— Ao fim de oito dias, prazo estabelecido  pelo Código Penal Militar, o policial faltoso é excluído da folha e  passa a ser procurado por cometer crime de deserção — informou o  porta-voz da PM, major Ivan Blaz.
A Secretaria de Segurança justificou a  ordem para devolução de parte do efetivo alocado na Alerj alegando que  precisa reforçar urgentemente o policiamento nas ruas. A PM tem 2.044  homens cedidos à Casa, ao Ministério Público, a prefeituras, à Justiça e  aos tribunais de Contas do Estado e do Município. Com exceção do  Legislativo, todos os órgãos concordaram em mandar de volta parte dos  agentes ou negociam a medida. O estado chegou a prorrogar por três vezes  o prazo para a Assembleia Legislativa devolver 87 PMs.
MINISTRO SUGERE CONTRATAÇÃO DE SEGURANÇA 
De acordo com um decreto de 2009, os vencimentos de servidores emprestados devem ser pagos pelos órgãos que os recebem. O estado afirma que a Alerj não repassou à PM R$ 59 milhões referentes a salários de policiais cedidos que continuaram sendo pagos pela corporação. A Casa, no entanto, nega o débito, dizendo que emprestou muito mais dinheiro ao Executivo. A postura da Assembleia foi criticada ontem pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, durante um evento no Rio.
De acordo com um decreto de 2009, os vencimentos de servidores emprestados devem ser pagos pelos órgãos que os recebem. O estado afirma que a Alerj não repassou à PM R$ 59 milhões referentes a salários de policiais cedidos que continuaram sendo pagos pela corporação. A Casa, no entanto, nega o débito, dizendo que emprestou muito mais dinheiro ao Executivo. A postura da Assembleia foi criticada ontem pelo ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, durante um evento no Rio.
— Pela informação que eu tive,  aproximadamente 700 policiais foram devolvidos por diversos órgãos.  Todos colaboraram. Realmente não consigo entender por que essa  colaboração não tem se estendido à Alerj. É uma colaboração para o Rio.  Os deputados foram eleitos pelos cariocas. Eles deveriam entender que  estamos em um momento que todos precisam colaborar — afirmou o ministro,  que sugeriu à Casa a contratação de segurança privada. — Ela tem  autonomia e orçamento para isso.
A Mesa Diretora da Alerj se recusou a  comentar a declaração de Jungmann. Ao longo da semana passada, o  presidente interino da Casa, André Ceciliano (PT), argumentou que muitos  deputados precisam de proteção policial porque denunciam atividades  criminosas. Além disso, ele cancelou uma reunião agendada para ontem com  o gabinete da intervenção na segurança pública do Rio.
Parte dos policiais militares cedidos à  Alerj trabalha na Casa desde 2008. Irritado com o fato de a PM  considerar a Assembleia inadimplente, o deputado André Ceciliano (PT) se  encontrou ontem com técnicos da Secretaria estadual de Fazenda para  discutir o assunto.
PARTE DO GRUPO RECEBE BENEFÍCIOS
Também ontem, um levantamento feito pelo GLOBO em cima da folha de pagamento de fevereiro da Alerj mostrou que 56 dos 87 PMs convocados pela Secretaria de Segurança recebem comissões por suas atividades no Legislativo. Um deles, um cabo que tem soldo de R$ 2.437,70, ganhou um adicional de R$ 6.495,23 líquidos. Em um ano, a Assembleia chega a gastar mais de R$ 3 milhões com o grupo, sem incluir as despesas com benefícios como bolsas de estudo e auxílioalimentação. Os 31 policiais restantes, segundo a Casa, recebem apenas os salários da PM.
Também ontem, um levantamento feito pelo GLOBO em cima da folha de pagamento de fevereiro da Alerj mostrou que 56 dos 87 PMs convocados pela Secretaria de Segurança recebem comissões por suas atividades no Legislativo. Um deles, um cabo que tem soldo de R$ 2.437,70, ganhou um adicional de R$ 6.495,23 líquidos. Em um ano, a Assembleia chega a gastar mais de R$ 3 milhões com o grupo, sem incluir as despesas com benefícios como bolsas de estudo e auxílioalimentação. Os 31 policiais restantes, segundo a Casa, recebem apenas os salários da PM.
Os policiais que não tiveram seus nomes  publicados no Diário Oficial continuarão trabalhando na Alerj para  “garantir a proteção pessoal dos deputados estaduais e o exercício de  outras atividades”, informou a Secretaria de Segurança, acrescentando  que o critério adotado para a escolha dos convocados foi a maior aptidão  do grupo para ações de policiamento. A Alerj informou, em nota, que não  teve qualquer papel na seleção. “A posição da Mesa Diretora era  devolver 10% dos agentes, assim como foi solicitado aos outros poderes  do estado, o que não foi aceito”, destacou. O comunicado diz ainda que o  estado não definiu que medidas poderão ser tomadas para garantir a  segurança dos deputados afetados pela decisão.
Caso Marielle: investigação aponta para milicianos
Afirmação é do ministro da Segurança, Raul Jungmann, que chamou especialista em digitais formado nos EUA
O ministro da Segurança Pública, Raul  Jungmann, afirmou ontem que a principal linha de investigação da Polícia  Civil sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do  motorista Anderson Gomes aponta para o envolvimento de milicianos.  Durante um evento da superintendência da Polícia Rodoviária Federal  (PRF) no Rio, ele classificou o crime como “um caso raro”, e explicou  que a falta de relatos de ameaças contra Marielle dificultam sua  elucidação.
Oito equipes da Divisão de Homicídios da  Polícia Civil apuram o crime, praticado no dia 14 de março no Estácio.  Na semana passada, o “RJ TV”, da Rede Globo, mostrou que câmeras de  trânsito filmaram o carro usado pelos assassinos, um Cobalt prata com a  placa clonada, passando pela Estrada da Barra, na altura do Itanhangá, e  pela Tijuca poucas horas antes do ataque. Uma das linhas de  investigação tem como foco uma milícia da Zona Oeste.
— As investigações avançam e, como eu  disse anteriormente, estão partindo de um grande conjunto de hipóteses  que têm se afunilado. Uma das possibilidades que tem crescido é de que o  crime seja ligado a milicianos. É bom lembrar que a morte de Marielle é  um caso raro, porque não se identificou até aqui nenhum testemunho de  ameaças que teriam sido feitas a ela. Isso deixa as investigações  praticamente no âmbito da materialidade. As provas são mais materiais do  que testemunhais. Ainda assim, as investigações avançam — afirmou  Jungmann.
Em entrevista à rádio CBN, o ministro  ressaltou que a vereadora fazia “uma ponte” entre o o deputado estadual  Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Direitos Humanos da  Assembleia Legislativa e o chefe da Polícia Civil, delegado Rivaldo  Barbosa. Essa intermediação teria começado quando ela ainda não era  vereadora, na época em que o parlamentar coordenava a CPI das Milícias e  o policial estava à frente da Divisão de Homicídios.
Jungmann também lembrou que os  assassinatos do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, e da juíza Patrícia  Acioli, em 2011, levaram mais de um mês para serem elucidados. Nos dois  casos, PMs foram apontados como autores.
De acordo com o ministro, a Polícia  Federal colocou à disposição da Divisão de Homicídios da Polícia Civil  um PhD em ciência forense formado nos Estados Unidos, que é especialista  na identificação de digitais. Marcas de dedos encontradas numa das  balas disparadas no assassinato podem ser a chave para o sucesso da  investigação.
— Ainda que as cápsulas possam não  apresentar a totalidade dos pontos necessários para a identificação da  digital, acredito que há traços suficientes para uma identificação  aproximada — disse Jungmann. 
Brasil é como um drogado em desintoxicação, diz Barroso em Harvard
Publicada Em 16/04/2018 - 11:59
Em um discurso  otimista, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto  Barroso, fez um balanço positivo dos 30 anos de Constituição celebrados  em 2018 e traçou os caminhos que considera importantes para enfrentar a  corrupção no Brasil. O ministro falou durante o “Harvard Law Brazilian  Association Legal Symposium”, congresso anual organizado por alunos e  ex-alunos brasileiros da Escola de Direito de Harvard, na manhã desta  segunda-feira (16).
Participam também do evento os juízes  federais Sérgio Moro e Marcelo Bretas, responsáveis pela Lava Jato em  Curitiba e Rio de Janeiro, respectivamente, e a procuradora-geral Raquel  Dodge.
Barroso comparou a luta do País contra a  corrupção a um viciado em drogas tentado se livrar da adicção, no que  considera uma “boa alegoria para o Brasil”.
Ele citou um indivíduo cujo vício em  drogas está fazendo muito mal a ele, mas “ninguém percebe que ele é um  viciado”. “No primeiro momento em que ele decide lutar contra o vício, a  vida fica bem pior”, ilustrou Barroso, citando o processo de  abstinência e desintoxicação.
“Nós estávamos viciados com o jeito de  fazer negócios e política, que era muito corrupto, mas estamos no  processo de perceber a gravidade do problema e começar a fazer a  desintoxicação para nos livrarmos do problema”, disse o ministro do STF.  “Estamos aprendendo com grande dificuldade a criar novas formas de  fazer política e negócios no Brasil”.
“O velho tem que sair e o novo ainda esta crescendo”, afirmou Barroso.
“Apesar de termos feito muito progresso,  ainda não mudaram as causas da corrupção no Brasil”, ressaltou, porém, o  ministro, citando o sistema político que ainda privilegia a  “distribuição de favores”.
Reação da sociedade civil – “vencer por pontos”
“Percebemos que a corrupção no Brasil não  é causada por falhas individuais. É um sistema corrupto de coleção e  redistribuição de recursos”, afirmou Barroso, citando um “pacto  oligárquico” que envolve empresas privadas, estatais e líderes  políticos, para “saquear o Estado”.Ele elogiou, no entanto, a pressão da  “sociedade civil”.
“Provavelmente nenhum país do mundo teve a  coragem de expor um problema maior como esse para enfrentá-lo”, disse.  “O que é novo no Brasil é a reação da sociedade civil. As pessoas não  estão mais aceitando o que era inaceitável”, discursou.
“Minha percepção é que a sociedade civil  está pressionando as instituições e temos que corresponder à sociedade  civil”, defendeu o ministro do STF, criticado por seu “ativismo”  político.
“Há pessoas representantes da velha ordem  que querem manter as coisas como sempre foram”, afirmou também,  classificando-as como “muito poderosas” e presentes nas “altas esferas  do governo” e na “imprensa”.
“É uma batalha contínua e a velha ordem  tem muitos grupos tentando manter as coisas como sempre foram”, disse  Barroso. “As pessoas não querem ser punidaa pelas várias coisas erradas  que fizeram por tantos anos porque tinham certezas de que não seriam  punidas”.
Mas, para o ministro, “o País mudou, o  trem saiu da estação e a semente foi plantada”. “Estou muito convencido  que nada será como antes no Brasil”, projetou, otimista.
“Essa é uma batalha que ganharemos por  pontos e não por nocaute”, ilustrou ainda Barroso. “É preciso  perseverança”, declarou, logo antes de citar a metáfora do viciado em  drogas.
Barroso disse que para se combater a  corrupção é necessário “criar instituições inclusivas no Brasil”. Ele  reconheceu a existência atual de uma “conjuntura crítica” com uma  “horrível tempestade ética, política e econômica”. Mas afirmou que  “estamos na iminência de uma profunda revolução pacífica no Brasil” no  campo da ética.
Reforma política
Barroso entende que “não devemos pensar  que vamos mudar o Brasil com leis criminais e punição” e que essa é  apenas “parte da solução”.
O ministro do Supremo defendeu que “o  Brasil precisa desesperadamente de uma reforma política que pode reduzir  os custos eleitorais”. Ele citou como “pontos negativos” os atuais  sistemas político, eleitoral e partidário.
“A eleição para a Câmara dos Deputados  custa quatro a cinco vezes a quantidade que o deputado poderá receber  legitimamente nos quatro anos como parlamentar”, disse. “Esse vácuo  entre o custo e o quanto ele pode receber faz com que o representante  busque essa quantia em algum outro lugar. Aí que o problema começa”,  opinou.
Barroso também criticou o sistema de  lista aberta em que o eleitor “vota em quem quiser, mas elege alguém que  não sabe quem é porque o voto vai ao partido”. O ministro afirmou que  “10% dos membros do Congresso são eleitos com seus próprios votos e 90%  são eleitos pelos votos do partido”.
“O votante não sabe quem está elegendo e o parlamentar não sabe quem o elegeu”, lamentou.
“Não precisamos de uma nova Constituição”
O ministro da Suprema Corte brasileira  disse que não é necessário uma nova Constituição para resolver os  problemas atuais do País. “Não é o tempo, não é conveniente”, opinou.  Para ele, a Carta magna do País “não é a ideal, mas foi muito bem  sucedida em tirar o Brasil de um regime autoritário”.
“Trinta anos de estabilidade  institucional é uma conquista que devemos celebrar”, defendeu,  ressaltando que o País enfrentou vários desafios desde 1988, como  “mensalão, petrolão, lava jato, dois impeachments e, ainda assim,  ninguém cogitou, até agora, qualquer solução que não fosse por vias  constitucionais”, disse.
Barroso elogiou a conquista da  estabilidade monetária no Brasil. “A estabilidade fiscal não tem  ideologia de esquerda ou de direita”, afirmou. “A irresponsabilidade  fiscal é sempre prejudicial aos pobres. Essa é uma lição que ainda  estamos aprendendo”, declarou.
O ministro avaliou positivamente também a  “ascensão social” dos últimos anos e a saída de milhares de brasileiros  da extrema pobreza. “Eu sou muito otimista com as coisas que têm  acontecido no Brasil”, garantiu.
“Erros” e “acertos” do STF
Barroso destacou ainda positivamente a  “proteção” que minorias encontraram no Judiciário para a proteção de  seus direitos, citando a comunidade LGBT – “o casamento gay (hoje legal  no País) era impensável 30 anos atrás”, disse – e a demarcação de terras  indígenas: “quando você demarca terras indígenas, você está protegendo o  meio ambiente porque elas não são desmatadas”, opinou o ministro do  STF.
O magistrado citou também como  iniciativas elogiáveis as proibições das festas típicas da farra do boi e  da vaquejada, em defesa da “ética animal”, pauta que “está na agenda de  qualquer país progressista”.
Barroso citou também decisões do STF as  quais considera “erros”, como a manutenção do que chamou de “monopólio”  do ensino religioso nas escolas e e a liberação de cláusula de barreiras  que permitiu a criação de diversos partidos.
Golpe militar é “fantasma superado”
Questionado após a palestra se  considera um perigo a ascensão de grupos militares na participação da  vida política do País, Barroso disse que “não vê perigo de golpe militar  nem nada do gênero”.
“Aprendemos nossa lição e eles  (militares) aprenderam a lição deles”, declarou. Citando as “ditaduras  militares, de tecnocratas, e de fundamentalistas religiosos”, Barroso  disse que “não há melhor alternativa do que a democracia”
“(A Ditadura Militar) é um fantasmas do qual nos livramos”, garantiu o ministro.
A recente intervenção  federal-militar no Rio de Janeiro e as frases do comandante do Exército,  general Eduardo Villas Bôas, na véspera do julgamento pelo STF de um  pedido de “habeas corpus” preventivo do ex-presidente Luiz Inácio Lula  da Silva (PT) trouxeram à tona a discussão sobre a participação política  das forças armadas. Villas Bôas disse no Twitter, em 3 de abril, que o  Exército “julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de  repúdio à impunidade” e “se mantém atento às suas missões  institucionais”.
Após 2 meses, intervenção passa da fase de planejamento para ação, diz porta-voz
Luis Kawaguti Publicada Em 17/04 - 04h00
Dois meses  após seu início, a intervenção federal na segurança pública do Rio sai  da fase de planejamento e entra na etapa de ação, afirmou ao UOL o  coronel Roberto Itamar, porta-voz do Gabinete de Intervenção Federal.  Segundo ele, o início dessa fase será marcado pela chegada da verba  federal, estimada em R$ 1,2 bilhão, e pelo treinamento e reorganização  do efetivo da Polícia Militar.
"Toda a parte de diagnóstico está sendo  praticamente concluída, e agora se inicia uma nova fase, que são as  ações", afirmou Itamar.
Quando a intervenção federal foi  decretada pelo presidente Michel Temer em 16 de fevereiro, não havia um  projeto traçado previamente, segundo fontes ouvidas pelo UOL. Desde  então, a equipe do interventor Walter Braga Neto se dividiu em grupos de  trabalho para diagnosticar os problemas da segurança no estado, traçar  planos e colocar pessoas de confiança em cargos estratégicos.
O UOL levantou no Diário Oficial do Rio  de Janeiro que, além da nomeação do secretário de Segurança Pública e  dos chefes das polícias civil e militar, mais de 40 funcionários em  cargos de diretoria, corregedoria ou em funções estratégicas nas  Secretarias da Segurança Pública e da Administração Penitenciária foram  substituídos. As mudanças ocorreram por meio de atos do interventor  publicados entre os dias 27 de fevereiro e 9 de abril.
Nos últimos 60 dias, os interventores  visitaram batalhões da PM, delegacias de Polícia Civil e unidades  prisionais para tentar identificar problemas. Segundo Itamar, eles  elaboraram planos administrativos para aumentar e treinar o efetivo da  Polícia Militar, adquirir mais veículos e armamentos, melhorar as ações  de inteligência e fazer mudanças na administração financeira dos órgãos  de segurança.
De acordo com o porta-voz, a fase de  implementação desses planos chegou. O treinamento dos policiais  militares foi iniciado na semana passada, com a capacitação de agentes  do 14º Batalhão da PM (Bangu) – que receberam aulas de instrutores do  Exército sobre como agir em confrontos. A ideia é que todos os batalhões  do Rio passem pelo processo até o fim do ano.
Policiais treinados para policiamento  comunitário que atuam em ao menos metade das 38 Unidades de Polícia  Pacificadora devem começar a receber treinamento complementar e ser  transferidos para os batalhões de área. Os primeiros devem ir da UPP da  Vila Kennedy, que será dissolvida, para o 14º Batalhão.
Em paralelo, a Secretaria da Segurança  está negociando a devolução de cerca de 700 PMs emprestados para órgãos  como Assembleia Legislativa, Tribunal de Justiça e prefeituras.
Itamar disse ainda que nesta semana, após  a solução dos últimos procedimentos burocráticos, deve começar a  execução financeira da verba federal. O governo Temer prometeu destinar  R$ 1,2 bilhão para a segurança do Rio.
"O dinheiro está disponível, só precisamos nomear agentes públicos que vão fazer execução financeira desses recursos", disse.
Com a verba, os interventores devem fazer  investimentos e convocar cerca de 1.000 policiais que já passaram em  concurso público. Também aumentarão em 10% o número de policiais no  patrulhamento diário de ruas por meio do pagamento de RAS (Regime  Adicional de Serviço, que remunera policiais que trabalham nos horários  de folga). O Secretário da Segurança, Richard Nunes, havia dito ao UOL  na semana passada que isso representará cerca de 1.000 policiais a mais  por dia nas ruas.
Os interventores também querem fazer um  pente fino nas licenças de saúde para trazer à ativa policiais que  possam exercer funções administrativas.
O objetivo final, segundo Itamar, é  aumentar o efetivo da PM no patrulhamento das ruas e assim diminuir a  ocorrência de crimes e aumentar a sensação de segurança.
Ações emergenciais
As ações descritas acima são  classificadas pelos interventores como "estruturantes", ou seja, seriam  uma tentativa de mudar o funcionamento dos órgãos de segurança pública.  Segundo Itamar, os resultados delas não serão visíveis rapidamente.
Mas, em paralelo, estão sendo tomadas  ações descritas como emergenciais, que objetivam ter resultados mais  imediatos e aparentes. As principais delas são as operações das polícias  e das Forças Armadas em favelas (já ocorreram operações em cerca de dez  delas) e o reforço do patrulhamento de rua por militares do Exército e  da Marinha, este último iniciado na última semana de março.
Há ainda um esforço para reduzir o número  de roubos de veículos que, segundo o secretário da Segurança Richard  Nunes, levam a outros crimes, especialmente latrocínios (roubos seguidos  de morte).
Porém, segundo um levantamento da  organização Fogo Cruzado, que pesquisa ocorrências de violência em  fontes abertas, como redes sociais e reportagens de imprensa, a  violência não diminuiu.
O número total de tiroteios ou disparos  de armas de fogo nos últimos 60 dias na região metropolitana do Rio  chegou a 1.502. Os locais mais violentos foram a Praça Seca (67 casos), o  Complexo do Alemão (44), a Vila Kennedy (43), a Cidade de Deus (36) e a  Rocinha (35).
O número representa uma elevação de 15%  em relação aos 1299 casos registrados nos 60 dias anteriores ao decreto  de intervenção de 16 de fevereiro.
Os dados oficiais da violência do  Instituto de Segurança Pública abrangendo os dois primeiros meses da  intervenção ainda não foram publicados.
"As consequências das ações emergenciais  são mais imediatas e os resultados das ações estruturantes aparecem mais  a médio e longo prazo", disse o coronel Itamar.
"Até o final da intervenção muitas coisas  serão resolvidas e outras serão deixadas como legado. Os resultados [do  legado] vão ser observados mais adiante", disse o porta-voz.
Infraero adia licitação de área para terminal de cargas no Campo de Marte
Publicada Em 16/04/18 - 18h05
A Infraero  informou nesta segunda-feira, 16, que resolveu adiar a licitação de  concessão de uma área para terminal de cargas no Aeroporto Campo de  Marte (SP), “para que as empresas interessadas tenham mais tempo para  avaliar o projeto e apresentar suas propostas”. Ainda não há uma nova  data para a entrega e abertura das propostas.
A estatal realizaria nesta terça-feira a  licitação para conceder à iniciativa privada a exploração comercial de  um armazém de 4,3 mil m2 que servirá como terminal de carga no terminal  paulistano. A disputa, que estava marcada para as 9h no portal de  licitações eletrônicas do Banco do Brasil, prevê a concessão do espaço  por 10 anos e tem preço mínimo mensal de R$ 60 mil e preço básico  inicial de R$ 100 mil.
Forças Armadas dizem que acordo entre Telebras e Viasat é seguro
Por Ivone Santana Publicada Em 16/04 - 14h58
O  Estado-Maior das Forças Armadas, subordinado ao Ministério da Defesa,  fez uma avaliação dos riscos à soberania nacional decorrentes do  contrato entre a Telebras e a americana Viasat para exploração de 100%  da capacidade da banda Ka do primeiro Satélite Geoestacionário de Defesa  e Comunicações Estratégicas (SGDC-1) da empresa de economia mista.
O estudo resultou em uma nota  técnica para a Advocacia-Geral da União (AGU), à qual o Valor teve  acesso, relatando que não há qualquer risco à soberania nacional.
Nos últimos dias, criou-se uma polêmica  em torno desse contrato, que está suspenso por liminar da Justiça. Um  dos pontos levantados nas discussões dizia que entregar a exploração da  banda Ka a uma empresa americana colocaria em risco a soberania  nacional. Isso, mesmo ficando claro que a Viasat ficaria restrita ao  acesso à banda X.
Ocorre que o SGDC-1 transporta as bandas  Ka e X. Enquanto a Ka, destinada a serviços de banda larga em todo o  país, foi cedida para exploração da Viasat, que deverá atender aos  interesses do governo para massificação da internet em alta velocidade, a  banda X é exclusivamente de uso militar, portanto, gerida pelas Forças  Armadas.
Segundo a nota das Forças Armadas, a  gestão do SGDC-1 é compartilhada entre a Telebras e o Ministério da  Defesa, o qual tem controle exclusivo e irrestrito sobre a banda X.
Após analisar o projeto do satélite, as  especificações técnicas, estratégicas, o acordo com a Viasat e a  participação das Forças Armadas na gestão da banda X, o parecer deixa  claro que a Viasat não terá acesso às senhas de controle do SGDC-1.  Portanto, que não haverá agravamento do risco de vazamento de dados  relevantes à soberania nacional devido ao acordo de compartilhamento.
O documento afirma também que a Viasat  não terá acesso ao conteúdo que tramita entre o usuário final e o  destinatário da banda X, a partir da comercialização da banda Ka, e que a  Viasat não terá acesso à banda X. Por fim, a nota afirma que e o uso da  banda Ka não põe em risco a segurança dos dados que trafegam na banda  X.
O relatório é assinado pelo coronel  Anderson Tesch Hosken Alvarenga, assessor na subchefia de comando e  controle do Ministério da Defesa, no dia 12 de abril.
Embraer diz que acordo com a Boeing ainda não tem definições
Por Ivan Ryngelblum E João José Oliveira Publicada Em 16/04 - 08h48
 A Embraer  informou nesta segunda-feira (16) que não há qualquer definição sobre o  tamanho de sua participação no capital social da empresa que pode ser  formada com a Boeing. O comunicado é uma resposta ao ofício enviado à  companhia pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na sexta-feira  (13).
O ofício da autarquia à empresa pedia  esclarecimentos sobre uma reportagem veiculada pelo jornal "O Estado de  S.Paulo", que diz que o governo brasileiro quer que a Embraer tenha um  representante no conselho de administração da joint venture a ser  formada. Outra suposta exigência seria a de que a participação do  governo no capital social seja de 20%, e não de 10% como o proposto pela  Boeing.
De acordo com a Embraer, a companhia  ainda está negociando como será a combinação de negócios com a empresa  americana por meio um grupo de trabalho do qual o governo participa.
"Entretanto, até o momento, não há  definição acerca da estrutura de participação da Embraer e tampouco da  governança de possível nova sociedade que venha a ser criada, caso venha  a ser implementada a referida combinação de negócios", diz a empresa no  ofício.
1º trimestre
No primeiro trimestre de 2018, a Embraer entregou um total de 25 jatos, sendo 14 aviões comerciais e 11 aviões executivos.
Entre os jatos comerciais entregues no período, 11 foram E175 e três foram E190.
No segmento de jatos executivos, foram  entregues oito jatos leves -- três Phenom 100 e 5 Phenom 300 --, e três  jatos grandes (dois Legacy 450 e um Legacy 500).
No primeiro trimestre de 2017, a Embraer entregou 33 jatos, sendo 18 aviões comerciais e 15 aeronaves executivas.
A meta da empresa para este ano é entregar de 85 a 95 jatos comerciais e de 105 a 125 aeronaves executivas.
Em comunicado ao mercado, a Embraer  informou ainda que a Embraer Defesa & Segurança anunciou, durante o  Singapore Airshow, a assinatura de uma carta de intenção com a empresa  de serviços de aviação SkyTech para aquisição de até seis aeronaves de  transporte multimissão KC-390.
As aeronaves estão destinadas a diversos  projetos de defesa e ambas as empresas também concordaram em avaliar uma  potencial colaboração estratégica com o objetivo de explorar  conjuntamente novas oportunidades de negócios nas áreas de treinamento e  serviços.
Embraer divulga queda no volume de entregas de jatos no 1º trimestre
Por João José Oliveira Publicada Em 17/04 - 05h00
A Embraer  informou ontem ao mercado o balanço operacional do primeiro trimestre de  2018, quando fez a entrega de 25 jatos, sendo 14 aviões comerciais e 11  aviões executivos - desempenho inferior ao registrado um ano antes,  quando havia feito a entrega de 33 jatos (18 aviões comerciais e 15  aeronaves executivas).
Procurada para comentar o menor número de  entregas no primeiro trimestre do ano, a Embraer respondeu ao Valor,  por nota, que "historicamente sempre entregou 40% das aeronaves no  primeiro semestre e 60% no segundo. Neste aspecto, 2017 foi um ano  diferente, em que a empresa entregou mais aeronaves do que normalmente  nos primeiros trimestres."
No primeiro trimestre de 2016, a Embraer  havia entregue 44 jatos - 21 comerciais e 23 executivos -, ou seja, mais  aeronaves que nos três primeiros meses de 2017 e de 2018.
"De qualquer forma, as entregas do  primeiro trimestre deste ano estão em linha com o guidance da empresa ao  mercado em 2018, o que significa que não afetará a meta de entregas  anual", informou a Embraer.
A meta da empresa para este ano é entregar de 85 a 95 jatos comerciais e de 105 a 125 aeronaves executivas.
Esse guidance aponta um cenário  conservador por parte da empresa, que em 2017 conseguiu entregar 101  jatos comerciais e 109 aviões executivos.
Quando divulgou balanço financeiro  fechado de 2017, em março, o presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza  e Silva, afirmou em teleconferência que a transição de famílias de  jatos comerciais poderia levar a uma desaceleração no ritmo de entregas  de novos aviões.
Este ano, a Embraer inicia a produção e  entrega dos primeiro E2, os jatos comerciais que começaram a ser  desenvolvidos pela empresa em 2013. Mas a companhia ainda continua  entregando os jatos da família E-Jets, de pedidos feitos anos atrás.
A Embraer tem 421 pedidos firmes de  compra na carteira de encomendas. Desses jatos, 280 são modelos da nova  família E2 e 141 são aviões E-Jets.
A empresa prevê que os novos E2 representem ao menos 10% das entregas neste ano.
Também antes da abertura de mercado, a  Embraer informou, por meio de resposta a ofício da Comissão de Valores  Mobiliários (CVM), que ainda "não há qualquer definição sobre o tamanho  de sua participação no capital social da empresa que pode ser formada  com a Boeing ".
De acordo com a Embraer, as empresas  ainda negociam como será a combinação de negócios por meio um grupo de  trabalho do qual o governo participa.
As ações da companhia terminaram o dia  cotadas a R$ 22,70, queda de 1,60%. O Ibovespa fechou com desvalorização  de 1,75%, a 82.861 pontos.
Infraero licita exploração comercial de terminal do Campo de Marte
Por João José Oliveira Publicada Em 16/04 - 13h48
A estatal  Infraero realiza nesta terça-feira (17), às 9h, licitação para concessão  de um armazém para servir como terminal de logística de carga no  Aeroporto Campo de Marte (SP). Segundo a estatal informou por nota, a  permissão de utilização do espaço prevê a exploração comercial do  complexo e operação das atividades de armazenagem e movimentação de  cargas por 10 anos, com preço mínimo mensal de R$ 60 mil e preço básico  inicial de R$ 100 mil.
A área a ser licitada, de 4,4 mil  metros quadrados, inclui um pátio de estacionamento de aeronaves com 22  posições — sendo uma posição do avião King Air 350 ou três para  estacionamento da aeronave Gran Caravan, que pode ser utilizada como  cargueiro. As demais posições são limitadas a aviões de menor porte.
“A iniciativa faz parte do novo  posicionamento estratégico da estatal, que prevê a exploração comercial  de áreas situadas em alguns de seus aeroportos para o segmento de  negócios logísticos”, disse a Infraero em nota.
Por se tratar de uma concessão sem  obrigatoriedade de investimentos, o vencedor deverá arcar com eventuais  adequações estruturais e futuras ampliações mediante autorização da  Infraero. A empresa ganhadora também terá liberdade de escolher produtos  e serviços mais aderentes à sua realidade mercadológica, sem uma  pré-definição ou enquadramento prévio da estatal.
Caso necessário, o concessionário poderá  solicitar à Receita Federal o alfandegamento da área para operação de  cargas internacionais, atendendo aos requisitos legais exigidos e  respeitando a capacidade operacional e segurança da aviação.
História
O Aeroporto Campo de Marte completou 97 anos em 26 de julho do ano passado. As atividades nesse terminal foram iniciadas em 1920, ano em que foi construída uma pista para pousos e decolagens e um hangar no local onde a Força Pública do Estado de São Paulo mantinha sua escola de aviação.
O Aeroporto Campo de Marte completou 97 anos em 26 de julho do ano passado. As atividades nesse terminal foram iniciadas em 1920, ano em que foi construída uma pista para pousos e decolagens e um hangar no local onde a Força Pública do Estado de São Paulo mantinha sua escola de aviação.
Sob o comando da Infraero desde 1979, o  terminal foi a primeira infraestrutura aeroportuária da capital  paulista. Em 2017, um total de 69,2 mil aeronaves pousaram ou decolaram  no terminal, transportando 119 mil passageiros.
Cerca de 55% das operações do Campo de Marte são de helicópteros.
O Aeroporto Campo de Marte não possui linhas aéreas regulares, mas é o quinto em movimento operacional no Brasil.
Forças Armadas têm comportamento exemplar nos últimos 30 anos, diz Barroso
Por Matheus Leitão Publicada Em 16/04 - 14h46
O ministro  Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou,  durante palestra na Universidade de Harvard nesta segunda-feira (16),  que não há risco de um golpe militar no Brasil e que as forças armadas  tem tido um comportamento exemplar nos últimos 30 anos.
“Já aprendemos essa lição. Se tem um  lugar de onde não veio notícia ruim nos últimos 30 anos, foram as Forças  Armadas. Comportamento exemplar”, disse o magistrado ao responder  pergunta da plateia, formada por estudantes da universidade, alguns  professores e juízes brasileiros.
"Militares estão preocupados com um Brasil melhor, como eu", diz Barroso em Harvard
Ricardo Senra Publicada Em 16/04/2018 - 14h
Duas  semanas depois da polêmica em torno de declarações do chefe maior do  Exército, feitas às vésperas do julgamento que abriu caminho para a  prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro do Supremo  Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso fez longa defesa dos  militares em palestra na escola de Direito da Universidade de Harvard,  nos EUA.
Questionado pela plateia sobre uma  eventual ameaça militar à democracia brasileira, Barroso disse que  membros das Forças Armadas têm "comportamento exemplar" e que "pagaram  um preço muito alto após estarem no poder".
"Não já razão para temê-los" e "duvido que eles queiram estar lá de novo", disse o ministro da mais alta corte do país.
"O que você pode sentir é que os  militares, como todo mundo no Brasil, estão preocupados e querem mudar  as coisas para melhor. Como eu também", avaliou.
Ainda segundo Barroso, que falou por 30  minutos, em inglês, a uma plateia de advogados, juízes e promotores, é  importante que se "diga algo bom sobre os militares no Brasil".
"Eu era um militante contra o  regime militar e me opus fortemente a ele, mas, se há uma parte do  Brasil que não deu nenhum problema nos últimos 30 anos, foram os  militares."
A pergunta era fruto de dois tuítes  publicados pelo general Eduardo Villas Bôas, ocupante do cargo mais alto  do Exército, um dia antes da votação do habeas corpus pedido pelo  ex-presidente Lula – e negado pela Suprema Corte.
"Nessa situação que vive o Brasil, resta  perguntar às instituições e ao povo: quem realmente está pensando no bem  do país e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com  interesses pessoais?", perguntou Villas Bôas, e complementou: "Asseguro à  Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os  cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à  paz social e à Democracia, bem como se mantém atento às suas missões  institucionais".
A fala dividiu opiniões e foi criticada por, supostamente, pressionar ou constranger os juízes do STF antes da votação.
Aliados da corrupção "estão onde você menos esperaria"
Aliados da corrupção "estão onde você menos esperaria"
Durante sua fala, Barroso destacou três  grandes avanços da democracia brasileira, que completa três décadas: a  estabilidade institucional, o fim da hiperinflação e vitórias contra a  pobreza extrema com inclusão social.
O lado ruim, diz o juiz, foi a descoberta  de que "a corrupção no Brasil não é causada por falhas individuais, é  uma corrupção sistêmica que envolve esquemas profissionais de coleta e  distribuição, do qual fazem parte agentes públicos e privados, empresas  estatais e privadas, partidos políticos, membros do congresso, do  Executivo".
"É impossível não sentir vergonha do que acontece no país", continuou Barroso.
O ministro elogiou a mobilização da  sociedade contra a corrupção, mas reconheceu importantes obstáculos no  sistema político, empresarial, na imprensa e "onde menos se pode  imaginar" - numa referência interpretada como feita ao próprio poder  Judiciário.
No último dia 21, uma discussão pública  entre Barroso e o par Gilmar Mendes, também ministro da Suprema Corte,  se tornou o assunto mais comentado pelos brasileiros em redes sociais.
"Vossa Excelência defende interesses que  não são os da Justiça", disse Barroso a Mendes. "Vossa Excelência nos  envergonha, vossa Excelência é uma desonra para todos nós. Vossa  Excelência sozinho desmoraliza o tribunal", afirmou.
Questionado pela BBC Brasil após a  palestra se fez referência a colegas do Judiciário quando disse "onde  menos se pode imaginar", Barroso se esquivou.
"Eu disse o que eu disse", afirmou,  rindo, e se preparando para posar para fotos com dezenas de fãs que o  elogiavam e cumprimentavam após a fala.
O evento em que Barroso deu palestra foi  organizado pela Harvard Law Brazilian Studies Association e reuniu  importantes autoridades brasilerias, como a procuradora-geral da  República, Raquel Dodge, e os juízes Sergio Moro e Marcelo Bretas, da  Operação Lava Jato.
"Ganharemos por pontos, não nocaute"
"Ganharemos por pontos, não nocaute"
Barroso sugeriu paciência à sociedade, já  que uma eventual vitória do país contra a corrupção não acontecerá de  uma hora para outra.
"Essa é uma luta que ganharemos por pontos, não por nocaute", disse, em referência ao boxe.
O ministro comparou a situação brasileira  à de um "viciado em drogas", em metáfora sobre o "momento devastador"  pelo qual passa o país.
"Imagine um indivíduo viciado em drogas.  Ele é muito funcional, consegue fazer seu trabalho bem. Mas o vício está  fazendo muito mal a ele", disse.
"No momento em que ele começa a enfrentar  o vício, a vida fica muito mais difícil, por causa da abstinência",  continuou. "Mas essa é a única maneira de ele melhorar."
Para o ministro, o país "se viciou numa  forma de fazer negócios e política muito corrupta". "Acho que estamos no  caminho de nos dar conta da gravidade do problema e começamos o "detox"  e nos livrarmos dessa droga, que é a corrupção."
A crise atual, segundo ele, seria a crise de abstinência da corrupção.
"Revolução profunda"
"Revolução profunda"
Repetindo o que disse uma semana antes a  estudantes de Harvard e do MIT, em outra conferência, Barroso defendeu  uma redução do tamanho Estado - um discurso associado à direita no  Brasil.
"O setor público é muito grande e ineficiente", avaliou.
Ao mesmo tempo, celebrou avanços  comemorados por progressistas, como a celebração dos direitos de casais  homossexuais ("impensável há 30 anos"), demarcações em terras indígenas  ("proteger índios protege também o meio ambiente") e avanços na  legislação sobre transexuais.
Houve breve autocrítica ao STF: "Não  quero dizer que a Suprema Corte sempre faz o melhor, há decisões contra  as quais me oponho fortemente, como as aulas religiosas nas escolas e a  cláusula de barreira", afirmou.
Para o ministro, a corrupção e a  transformação do país não acontecerá apenas por meio da justiça, mas de  uma reforma política e de investimentos em educação.
"Estamos à beira de uma revolução profunda no Brasil: mudar o paradigma da ética pública e privada", afirmou.
"Esta é a última tarefa da nossa geração:  ganhamos da ditadura, da hiperinflação e tivemos grandes vitórias  contra a pobreza extrema".
Ele encerrou citando uma frase ouvida de um estudante que veio cumprimentá-lo após uma palestra recente.
Modelo da intervenção federal na segurança do Rio, Vila Kennedy volta a sofrer com violência
Ana Carolina Torres Publicada Em 16/04/2018 - 11:50
Escolhida para  ser modelo da intervenção federal na segurança do Rio, a Vila Kennedy,  na Zona Oeste da capital, volta a sofrer com a influência do tráfico de  drogas. Moradores do local denunciam que bandidos armados circulam pelas  ruas à noite. De acordo com eles, neste domingo uma escola municipal  foi invadida e, no mural de uma das salas reviradas, criminosos deixaram  a pichação "CV", numa alusão à facção Comando Vermelho. Além disso,  ainda segundo os relatos, a fachada de um Espaço de Desenvolvimento  Infantil (EDI) ao lado da unidade foi depredada.
— Na sexta-feira, um caveirão  (veículo blindado da PM) foi atacado a tiros. O medo entre quem vive  aqui impera novamente. O slogan deles (traficantes) é: o Exército vai  embora e nós vamos voltar — disse um dos moradores ouvidos pelo EXTRA.
Desde o fim de fevereiro deste ano,  as Forças Armadas começaram uma série de operações diárias na Vila  Kennedy. Atualmente, de acordo com a assessoria de imprensa do Comando  Militar do Leste (CML), os patrulhamentos das tropas federais  "permanecem, em apoio à Polícia Militar, durante o dia e em parte da  noite".
Apesar disso, de acordo com os moradores,  é possível ver bandidos circulando pela Avenida Etópia — na calçada do  Rio das Sardinhas, onde há mais de 50 construções irregulares —, na  Avenida Marrocos, Avenida Central e na Praça da Paz.
— Enquanto isso, os PMs ficam na Praça  Miami. Tem até bandidos de tornozeleira vendendo drogas. E, nos fins de  semana, tem baile funk também. A coisa começou a ficar tensa e população  está com medo novamente — contou outro morador.
Para ele, o fato de muitas das ruas da  comunidade terem trecho às escuras, pois as lâmpadas dos postes estão  queimadas, facilita a movimentação dos criminosos:
— Já houve promessas da Rioluz vir aqui para trocar essas lâmpadas. Mas até hoje nada. E nós continuamos vivendo desse jeito.
A assessoria de imprensa da Secretaria  municipal de Educação foi procurada para comentar denúncia de que uma  escola e um EDI foram invadidos, mas não se pronunciou a respeito.
Já a Rioluz informou que "o atendimento  em comunidades é realizado com agendamento feito pela associação de  moradores da região". Sobre a Vila Kennedy, a empresa disse que "atua  com equipe no local para realizar os reparos necessários".
PMs passam por reciclagem
O Gabinete de Intervenção Federal  iniciou, na semana passada, um curso de reciclagem para agentes. A  primeira turma composta por 20 policiais do 14° BPM (Bangu) — unidade  responsável pelo patrulhamento na Vila Kennedy.
— Começamos com a polícia do 14º BPM  porque é o batalhão que faz o patrulhamento na Vila Kennedy, comunidade  que escolhemos como modelo (para a intervenção). Esta é a terceira fase  de ações combinadas com os comandos da PM, da Polícia Civil, dos  Bombeiros e da Secretaria de Administração Penitenciária dentro da  intervenção federal na segurança do Rio. A primeira foi composta de  reuniões com os comandos para identificar as necessidades de cada  unidade. E a segunda, por vistorias nos batalhões e delegacias — disse,  na ocasião, o coronel Roberto Itamar, chefe da assessoria de Imprensa do  Comando Militar do Leste.
PORTAL TECNOBLOG - O satélite brasileiro de banda larga está no meio de uma disputa judicial
Por Felipe Ventura Publicada Em 16/04 - 16h23
No ano passado, o  Brasil lançou um satélite para levar banda larga a áreas remotas. O  ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, via o SGDC (Satélite  Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas) como um legado  para as próximas gestões.
Uma das promessas era levar banda larga a  22,4 mil escolas em todo o país. Mas, segundo o TeleSíntese, uma  disputa judicial interrompeu o uso do satélite para fins civis.
 Em  fevereiro, a Telebras fechou acordo com a americana Viasat, que ficaria  responsável por explorar 100% da capacidade civil do SGDC, em banda Ka.
Em  fevereiro, a Telebras fechou acordo com a americana Viasat, que ficaria  responsável por explorar 100% da capacidade civil do SGDC, em banda Ka.
Em março, o provedor Via Direta, de  Manaus, entrou com um processo contra a estatal. A empresa acreditava  que poderia usar o SGDC para distribuir internet em todo o país.
Ela diz que foi instruída pela Telebras a  comprar os equipamentos para tanto; e que até recebeu dela informações  confidenciais para configurá-los. Esses dados sigilosos só são  repassados a terceiros quando a contratação é garantida, segundo a  empresa.
No processo, a Via Direta diz que  investiu mais de US$ 1,8 milhão na compra de equipamentos; e que deve  mais US$ 6,5 milhões à fabricante iDirect por gateways compatíveis com o  SGDC.
Soberania nacional
O Tribunal de Justiça do Amazonas  concedeu liminar à Via Direta, e suspendeu o acordo entre a estatal e a  Viasat. O processo foi enviado à Justiça Federal a pedido da União, e a  liminar foi mantida.
A juíza Jaiza Maria Pinto Fraxe, do  TRF1, acredita que o acordo pode violar a soberania nacional. Ela diz  que não há “nas leis e na Constituição do país uma norma ou princípio  que sustentasse a entrega da exploração do único satélite de defesa  estratégica a uma empresa estrangeira, sem qualquer previsão mínima nem  mesmo em edital”.
A Telebras recorreu da decisão, dizendo  que ela prejudica políticas de conectividade. Isso inclui o Internet  para Todos, para conectar unidades básicas de saúde (UBS) e escolas  públicas em todos os municípios; e o Programa Educação Conectada, para  oferecer banda larga nas escolas.
O ministro Kassab havia anunciado que,  como parte desse programa, 200 antenas seriam instaladas por dia a  partir de junho. O objetivo era cobrir 53 milhões de brasileiros com  sinal de internet.
No entanto, a liminar foi mantida: o  acordo ficará suspenso até que a queixa seja completamente julgada. Para  o desembargador Hilton Queiroz, do Tribunal Regional Federal, é mais  importante ter certeza de que o contrato não fere a soberania nacional.
Então, na noite de sexta-feira (13),  Telebras e Viasat divulgaram uma nota para rebater “informações falsas  sobre a parceria” que concorrentes estariam divulgando “para proteger  interesses próprios”.
A parceria “está totalmente de acordo com  as leis brasileiras, protegendo a soberania do Brasil”, segundo elas. E  a banda X do satélite, para uso militar, “é absolutamente separada e  gerenciada exclusivamente pelas Forças Armadas brasileiras… a Viasat não  tem acesso”.
No processo, o provedor Via Direta pede o  direito de comercializar ao menos 15% da capacidade do SGDC; e quer que  a Telebras pague R$ 15 milhões de indenização pelos equipamentos  comprados para fornecer internet via satélite.
Uma conciliação, para resolver a disputa sem passar por todo o processo judicial, está marcada para 25 de abril.
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