NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 05/04/2017 / Novo caça brasileiro voa pela primeira vez no segundo trimestre
Novo caça brasileiro voa pela primeira vez no segundo trimestre ...
Igor Gielow ...
A fabricante sueca Saab confirmou que o primeiro voo do novo modelo do caça Gripen, adquirido pelas Forças Aéreas do país escandinavo e do Brasil, irá voar no segundo trimestre.
Segundo o responsável pelo projeto do Gripen no Brasil, Mikael Franzén, o modelo E, de um lugar, está em fase avançada de testes em solo.
Em apresentação durante feira de defesa no Rio, ele mostrou fotos de pedaços de fuselagem do primeiro dos 36 modelos que foram comprados por 39,3 bilhões de coroas suecas (R$ 13,4 bilhões no câmbio desta terça, 4) pelo Brasil em 2013 -o pagamento se estenderá por mais de 20 anos.
Ele está sendo produzido em Linkoping, na Suécia. Outros cinco aviões serão feitos lá antes de a linha da Embraer em Gavião Peixoto estar pronta para produzir os restantes sob a batuta da Saab.
Em São Bernardo do Campo, a empresa sueca está contratando cerca de 250 funcionários para fabricar, após um treinamento que leva entre um e dois anos, asas, cone da cauda, freios aerodinâmicos e partes da fuselagem do caça. A intenção é que a empresa use partes brasileiras em modelos vendidos na Suécia e eventuais outros clientes externos.
Na apresentação também foi divulgado que a Força Aérea sueca encomendou US$ 360 milhões em mísseis antinavio RBS-15, a serem entregues em nove anos. A Saab gostaria de vender o modelo ao Brasil, que tem carência no setor, mas as Forças Armadas possuem um projeto local de fabricação do mesmo tipo de arma, ainda em desenvolvimento.
Outro entrave na área naval é a versão marítima do caça, o Sea Gripen. Após 12 meses, engenheiros da Embraer e da Saab concluíram em dezembro o desenho das muitas alterações necessárias para que o aparelho pouse e decole em porta-aviões, só que no começo deste ano a Marinha do Brasil aposentou o seu navio do tipo. O modelo aposta suas fichas em um contrato potencial na Índia.
Por outro lado, o time sueco-brasileiro encerrou a fase de desenho do Gripen F, a versão de dois lugares para treinamento do caça. É um modelo exclusivo do Brasil por ora, já que a Suécia usa versões mais antigas do Gripen com dois lugares para treino. Ele será entregue provavelmente mais ao fim do contrato, que prevê a chegada do primeiro avião em 2019 e a do último, em 2024.
Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.
Novo caça brasileiro voa pela primeira vez no segundo trimestre
Igor Gielow
A fabricante sueca Saab confirmou que o primeiro voo do novo modelo do caça Gripen, adquirido pelas Forças Aéreas do país escandinavo e do Brasil, irá voar no segundo trimestre.
Segundo o responsável pelo projeto do Gripen no Brasil, Mikael Franzén, o modelo E, de um lugar, está em fase avançada de testes em solo.
Em apresentação durante feira de defesa no Rio, ele mostrou fotos de pedaços de fuselagem do primeiro dos 36 modelos que foram comprados por 39,3 bilhões de coroas suecas (R$ 13,4 bilhões no câmbio desta terça, 4) pelo Brasil em 2013 -o pagamento se estenderá por mais de 20 anos.
Ele está sendo produzido em Linkoping, na Suécia. Outros cinco aviões serão feitos lá antes de a linha da Embraer em Gavião Peixoto estar pronta para produzir os restantes sob a batuta da Saab.
Em São Bernardo do Campo, a empresa sueca está contratando cerca de 250 funcionários para fabricar, após um treinamento que leva entre um e dois anos, asas, cone da cauda, freios aerodinâmicos e partes da fuselagem do caça. A intenção é que a empresa use partes brasileiras em modelos vendidos na Suécia e eventuais outros clientes externos.
Na apresentação também foi divulgado que a Força Aérea sueca encomendou US$ 360 milhões em mísseis antinavio RBS-15, a serem entregues em nove anos. A Saab gostaria de vender o modelo ao Brasil, que tem carência no setor, mas as Forças Armadas possuem um projeto local de fabricação do mesmo tipo de arma, ainda em desenvolvimento.
Outro entrave na área naval é a versão marítima do caça, o Sea Gripen. Após 12 meses, engenheiros da Embraer e da Saab concluíram em dezembro o desenho das muitas alterações necessárias para que o aparelho pouse e decole em porta-aviões, só que no começo deste ano a Marinha do Brasil aposentou o seu navio do tipo. O modelo aposta suas fichas em um contrato potencial na Índia.
Por outro lado, o time sueco-brasileiro encerrou a fase de desenho do Gripen F, a versão de dois lugares para treinamento do caça. É um modelo exclusivo do Brasil por ora, já que a Suécia usa versões mais antigas do Gripen com dois lugares para treino. Ele será entregue provavelmente mais ao fim do contrato, que prevê a chegada do primeiro avião em 2019 e a do último, em 2024.
BNDES anuncia crédito para setor de defesa
Linha, que não foi detalhada, tem como alvo facilitar exportação do KC-390, maior aposta da divisão militar da Embraer; Empresa diz que hora é crucial para o projeto, pois no fim do ano sai a licença inicial; FAB terá US$ 1,3 bi em royalties
Igor Gielow, Lucas Vettorazzo
O governo federal anunciou nesta terça (4) uma nova linha de crédito do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para facilitar exportações do setor de defesa.
Embora a União fale em estímulo geral à indústria e o ministro Raul Jungmann (Defesa) tenha feito o anúncio na maior feira da área, a medida tem um alvo principal: viabilizar as vendas externas da aeronave KC-390, da Embraer Defesa e Segurança, a maior aposta da gigante aeronáutica brasileira.
Segundo a Folha apurou, a empresa demonstrou sua insatisfação com a irregularidade no fluxo de investimento oficial no programa ao longo dos anos ao presidente Michel Temer. E está particularmente preocupada com o efeito da tesoura orçamentária sobre ele, já que a Defesa terá de congelar cerca de R$5,5 bilhões dos R$ 15 bilhões de seu orçamento para investimentos por decisão da área econômica do governo.
Em entrevista à Folha, o presidente da divisão de defesa da Embraer, Jackson Schneider, explicitou que o momento é crucial para o KC-390: no fim do ano sai sua licença inicial, em 2018 será entregue o primeiro dos 28 aviões encomendados pela Força Aérea e, antes de 2019, é esperado licenciamento final que dará o OK para exportações.
No ajuste fiscal de 2015, o governo cortou a verba do KC e houve atrasos de cronograma, recuperados em 2016 com a volta do investimento e o pagamento de atrasados.
Deu eco ao temor de Schneider o comandante da FAB durante entrevista na LAAD, a feira de defesa que começou nesta terça no Rio. “É um momento final importante”, disse o brigadeiro Nivaldo Rossatto, estimando a receita de exportação de US$ 1,5 bilhão anual para o país se os cenários otimistas se comprovarem. Para piorar, Jungmann só listou a fabricação do caça Gripen como intocável.
Como sua estratégia de venda é pulverizada por vários países, dez até aqui, alguma garantia por parte do governo é importante para “amarrar” esses clientes potenciais. “Defesa é negócio de Estado a Estado, e estamos criando uma política industrial que contará com uma divisão exclusiva de defesa na Câmara de Comércio Exterior”, disse Jungmann.
Há outros fatores. A FAB receberá cerca de US$ 1,3 bilhão em royalties pelas vendas, já que foi quem investiu no aparelho. O programa começou no fim dos anos 2000 e foi estruturado em 2011 e terá consumido cerca de R$ 5 bilhões em desenvolvimento ao fim.
A linha de crédito não foi totalmente detalhada pela presidente do BNDES, Maria Sílvia Bastos Marques.
Ela e Jungmann citaram financiamentos de “mais de 20 anos com juros competitivos” e foi dada uma previsão de um potencial de US$ 35 bilhões em exportações totais em 20 anos. Em 2015, o setor exportou o equivalente a US$ 1,5 bilhão.
A Embraer também anunciou, durante a LAAD, uma associação estratégica com a empresa americana Rockwell Collins, visando exportar soluções na área de radares com aplicações militares.
Equipes buscam navio que levava ferro para China e sumiu no Atlântico
Brasil, Argentina e Uruguai procuram a embarcação, que levava 24 pessoas. Duas foram resgatadas.
Brasil, Argentina e Uruguai fazem buscas por um navio cargueiro que desapareceu, em alto mar, depois de sair de um porto no Rio a caminho da China. A embarcação carregada com minério de ferro levava 24 pessoas e apenas duas foram resgatadas.
As fotos divulgadas pela Marinha do Uruguai foram feitas na região onde o cargueiro desapareceu. Três botes foram encontrados, alguns estavam virados.
Navios mercantes auxiliaram as buscas e resgataram dois tripulantes de nacionalidade filipina. Eles contaram que a embarcação se partiu. Manchas de óleo avistadas na área são um sinal de que o navio pode ter afundado.
Os outros tripulantes ainda não foram encontrados. Estavam a bordo 24 pessoas; eram 16 filipinos e oito coreanos.
O Stellar Daisy, de bandeira sul-coreana, é um navio de grande porte com 321 m de comprimento. A Marinha e a Aeronáutica do Brasil estão auxiliando as buscas.
Autoridades brasileiras receberam informações de que ventava muito na hora do acidente e que a água do mar invadiu a embarcação. A última parada do supercargueiro Stellar Daisy foi no Brasil, no porto da companhia Vale, o terminal marítimo da Ilha Guaíba, que fica em Mangaratiba, a cerca de 130 km ao sul do Rio. Lá, ele carregou de minério de ferro 260 mil toneladas. No dia 25 de março, o navio partiu então rumo à China.
Do litoral do Rio, o cargueiro deveria atravessar o Oceano Atlântico em direção à África do Sul. Na sexta-feira (31), a tripulação fez um chamado de emergência. Informações de um sistema de rastreamento da Marinha do Brasil indicam o local provável, 3.700 km a leste do porto de Montevidéu.
O Stellar Daisy foi fabricado em 1993. Fontes ouvidas pela TV Globo disseram que o navio não parecia em bom estado de conservação, tinha ferrugem aparente. Mas, segundo autoridades brasileiras, as vistorias e fiscalizações periódicas estavam em dia.
“Estava com essa vistoria realizada em dia, em conformidade com as normas da autoridade marítima brasileira”, disse o diretor de Portos e Costas da Marinha, o vice-almirante Lima Filho.
A dona do navio divulgou um comunicado. A operadora sul-coreana Polaris Shipping pediu desculpas aos familiares e expressou consternação e sentimento de culpa. A empresa disse que está empenhada nas operações de busca e manteve a esperança de resgatar todos os tripulantes com vida.
A investigação do caso será feita pelo Uruguai com apoio de outros países.
O engenheiro naval e capitão de fragata da Marinha do Brasil, o comandante Benites, diz que uma das suspeitas é de que o mal posicionamento da carga pode ter provocado o acidente. “A fase mais crítica para a vida operacional desse navio seja o carregamento do porto até, nem na fase de navegação. Temos que levar em consideração tudo isso para descobrir a causa do acidente”, disse.
Riocentro recebe feira internacional de segurança e defesa
A LAAD Defence & Security apresenta novidades como drones e sistema canadense de bloqueio de celulares em presídios
Redação Veja Rio
De terça (4) a sexta (7), o Riocentro recebe a 11ª edição da LAAD Defence & Security, feira internacional de defesa e segurança. A expectativa é que mais de 37 mil visitantes passem pela por lá. São mais de 600 expositores apresentando novidades tecnológicas voltadas para as Forças Armadas e Forças Policiais, além de seminários. Entre elas, um sistema canadense que tem a capacidade de interceptar e bloquear sinais de celulares e internet em presídios.
Os drones também são destaque, como o novo Veículo Aéreo Não Tripulado (VANT) da FT Sistemas e o Caçador da Avionics Services. No setor de aeronaves, o público pode admirar a réplica em tamanho real do caça Gripen E, a nova geração do Gripen da empresa sueca SAAB. É possível até mesmo entrar no cockpit e se sentir um piloto.
E que tal conhecer o soldado do futuro, apresentado pela Motorola? Um ator interpreta um militar equipado com vários dispositivos, a exemplo de uma câmera junto ao corpo que grava sons e imagens do cenário de guerra. As imagens são transmitidas em tempo real no estande da marca na feira.
As Forças Armadas brasileiras também estão com estandes na mostra, onde apresentam importantes projetos estratégicos como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), da Marinha; o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), do Exército; e o F-X2, da Força Aérea, que vai equipar a FAB com caças Gripen NG.
LAAD Defence & Security. De terça (4) a sexta (7), das 10h às 18h (dias 4, 5 e 6) e das 10h às 17h (dia 7). Avenida Salvador Allende, 6 555, Barra (Riocentro).
Embraer planeja anunciar 1º contrato internacional do KC-390 ainda este ano
A Embraer está trabalhando para anunciar o primeiro contrato comercial internacional de venda do cargueiro KC-390 ainda este ano, afirmou nesta terça-feira, 4, o presidente da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider. Segundo o executivo, a empresa mantém contatos com cerca de dez países, de todos os continentes, em diferentes estágios de negociação. Clientes em potencial têm visitado a empresa e voado no cargueiro.
Os dois primeiros KC-390 serão entregues em 2018 à Força Aérea Brasileira (FAB), um no primeiro e outro no segundo semestre. No total, a FAB, que participou do desenvolvimento da aeronave, encomendou 28 aviões à Embraer.
Schneider elogiou ainda a nova linha de financiamento às exportações da área de defesa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), anunciada mais cedo pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann. Para o executivo, o crédito compatível com o oferecido por outros países exportadores é fundamental para dar competitividade aos produtos da Embraer.
“Chegando às mesmas condições de financiamento, tenho certeza de que tenho o melhor produto”, afirmou Schneider, no fim do primeiro dia da Laad 2017, feira de negócios do setor de defesa, no Rio.
FAB e Marinha ajudam na procura de navio cargueiro
Jornal Da Record
Foi o terceiro dia de buscas da Força Aérea Brasileira ao cargueiro desaparecido. Apesar de a área marítima ser de responsabilidade do Uruguai, a Aeronáutica e a Marinha do Brasil estão dando apoio a operação numa extensão equivalente a 1700 km². Por enquanto, apenas botes e salva-vidas foram avistados.
A informação é que o navio sul coreano estava com 24 pessoas a bordo e levava 260 mil toneladas de minério de ferro do brasil para a china. Depois de deixar o porto de Itaguai, no Rio de Janeiro, na última sexta- feira, o cargueiro afundou a quase 3000 km da costa brasileira.
"Trata-se de um navio de mais de 300 metros de comprimento, é um navio que sofre grandes esforços estruturais e, certamente, há várias variaveis que podem ter contribuído para a ocorrência desse lamentável acidente" , disse Vice-Almirante Wilson Pereira de Lima Filho.
Dois tripulantes filipinos foram resgatados com vida e agora, também, acompanham as buscas. Hoje à meia-noite um avião da Força Aérea Brasileira deixa a Base Aérea do Galeão, no Rio de Janeiro, para ajudar nas buscas. Serão 20 tripulantes numa viagem de 5 horas e 30 minutos à região do naufrágio. A missão é coordenada pelo centro da aeronáutica em Curitiba.
"Existe um bote ainda, dos sete que existiam na embarcação. Seis já foram encontrados, mas um ainda não. Ou seja, pessoas ainda podem estar neste bote", disse Major Bruno Rocha, da Força Aérea Brasileira.
INFOGRÁFICO: como são feitas as buscas ao navio que naufragou com carga da Vale
Navio sul-coreano Stellar Daisy desapareceu na última sexta a mais de 3,7 mil quilômetros da costa de Montevidéu. Operação mobiliza três países
Humberto Trezzi
A camaradagem dos mares uniu as marinhas e forças aéreas de Brasil, Uruguai e Argentina na busca por sobreviventes daquele que pode ser o maior naufrágio ocorrido nas costas da América do Sul nas últimas décadas.
Os militares tentam localizar os tripulantes do navio sul-coreano Stellar Daisy, que desapareceu na última sexta-feira a mais de 3,7 mil quilômetros a leste de Montevidéu. Apenas dois dos 24 marinheiros que estavam a bordo foram localizados e resgatados, à deriva em um bote salva-vidas, no sábado. Outras duas balsas pertencentes à embarcação mercante foram encontradas, mas sem rastro de ocupantes. Pertencente a uma empresa sul-coreana, mas com bandeira das Ilhas Marshall, o Stellar Daisy é um gigante dos mares.
Tem 321 metros de comprimento — o equivalente a três quarteirões — por 58 de largura. Foi fabricado em 1993, não sendo velho para os padrões náuticos.
Carregado com minério de ferro da companhia Vale, zarpou do porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, em 26 de março, com destino a Qingdao, na China. Por volta de 11h30min da última sexta-feira, um tripulante pediu socorro pelo rádio, informando que estava entrando muita água na embarcação.
Quatro navios mercantes sul-coreanos, que estavam próximos à área, se deslocaram para o local informado pelo tripulante que pediu socorro, mas o Stellar Daisy não foi avistado. Manchas de combustível indicam que pode ter naufragado. Os dois filipinos encontrados apenas relataram que grande quantidade de água do mar entrou no navio, o que despertou a suspeita de que o casco tenha se rompido. Dos 24 tripulantes, 16 são filipinos e oito, sul-coreanos.
Buscas mobilizam três países
Brasil, Uruguai e Argentina se uniram nas buscas. A Marinha brasileira enviou um de seus maiores barcos, a fragata Rademaker, que saiu do Rio de Janeiro e deve chegar somente amanhã ao local onde o Stellar Daisy sumiu. O navio brasileiro leva dois helicópteros a bordo. É a maior embarcação envolvida nas buscas, com 273 tripulantes.
A Armada Nacional do Uruguai coordena as operações a partir de Montevidéu, por meio do navio de transporte e apoio logístico General Artigas (116 tripulantes). Já a Armada Nacional da Argentina cedeu a corveta Guerrico (95 tripulantes).
O Brasil se transformou no motor das buscas pelo fato de ser o único a ceder aviões. Primeiro foi usado um Hércules KC130, do Primeiro Grupo de Transporte de Tropa da Força Aérea Brasileira (FAB), que saiu do Rio de Janeiro na noite de sábado. A bordo, partiram 40 militares, entre eles quatro especialistas em operações de busca e salvamento. A aeronave tem autonomia de voo de pelo menos 14 horas.
O segundo avião brasileiro usado nas buscas é um P-3 Orion, que saiu de Salvador e tem 12 horas de autonomia de voo. Eles reabastecem no Uruguai e voam para o mar. Essa aeronave localizou duas balsas salva-vidas do Stellar Daisy e informou a posição aos navios — os botes estavam vazios.
— Em nosso trabalho, buscamos abreviar o sofrimento de quem precisa ser resgatado. Por isso continuamos — ressaltou o tenente Josemar Antônio Sartori, coordenador do apoio das aeronaves da FAB.
A investigação do acidente é conduzida pela Organização Marítima Internacional e feita pelo país da bandeira e pela nação mais próxima, de forma colaborativa.
Os navios têm caixa preta, que registra todos os procedimentos mecânicos e eletrônicos de navegação. O problema é localizá-la: a profundidade do local do desaparecimento é superior a 4,5 quilômetros. A embarcação também dispõe de câmeras de circuito fechado de TV e é possível que imagens tenham sido transmitidas para a empresa proprietária. A carga não é considerada tóxica e deve ficar no fundo mar.
Mulheres buscam destaque em setores da aviação dominados por homens
Comandante de Boeing e mecânica de manutenção falam como realizaram sonho de trabalhar onde a presença feminina ainda é minoria.
Ana Marin
Apesar de ser uma área dominada por homens, cada vez mais mulheres exercem atividades na aviação, ocupando postos variados nos segmentos civil e militar. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), elas ocupam 5.190 postos de trabalho, o equivalente a 13,56% dos cargos, como pilotos, técnicas em manutenção de aeronaves e oficiais aviadoras.
O G1 conversou com duas profissionais que falaram sobre a rotina de trabalho, os desafios, o preconceito e o caminho para a realização do sonho nas carreiras.
Sonho de ser piloto
Quando criança, a comandante Gabriela Carneiro Duarte pedia aos pais que a levassem ao aeroporto para ver os aviões. "Sempre tive o apoio deles! Mesmo nos momentos difíceis, em que eu achava que não ia conseguir, eles estavam ao meu lado".
Formada em administração, muitas vezes ela ouviu que era melhor tentar um concurso público ou seguir carreira no mundo corporativo, mas persistiu no sonho.
"Costumava ouvir das pessoas, até de alguns familiares, que ser piloto era um sonho e que era melhor tentar outra carreira. O começo na aviação não é fácil, tanto para homens como para mulheres. Tive alguma dificuldade no início da minha carreira, porém nunca tive problemas em ser contratada e seguir como piloto. Acredito que o caminho esteja aberto para as mulheres na aviação brasileira”.
Gabriela pilota aeronaves Boeing 737-700 e 737-800, em voos nacionais e internacionais operados pela Gol.
"Não existem dias fixos de trabalho. No dia a dia, geralmente me apresento para um voo com uma hora de antecedência, encontro os demais tripulantes, fazemos um briefing, verifico a documentação referente ao voo e seguimos para a aeronave", explicou a comandante.
Preconceito no passado
Segundo ela, os passageiros ainda ficam surpresos quando percebem que uma mulher está no comando do voo, mas as reações são positivas.
"Recebo muitos elogios e palavras de apoio. Os comentários negativos são muito raros, mas quando acontecem, sempre tento brincar com a situação e revertê-la. Casos de preconceito já ocorreram no passado, mas são cada vez mais raros e temos a lei a nosso favor", disse.
Para conciliar a falta de rotina no trabalho com a vida pessoal, Gabriela tenta suprir a ausência familiar com a qualidade no convívio.
"Não tenho filhos e meu marido aceita e apoia minha profissão. É difícil ficar longe, principalmente nas datas festivas, mas sempre tento me programar para estar presente em datas importantes".
Gabriela está na área da aviação onde as mulheres tem a menor presença, segundo a Anac. Dados de 2015 somam 29 licenças de mulheres, contra 3.708 de homens.
Mulheres na oficina
Crislaine Paes, de 21 anos, sempre sonhou em trabalhar com aviões e está na aviação há 5 anos. “Quando eu tinha 16 anos, consegui emprego no laboratório de metrologia e calibração, como menor aprendiz. Depois, fiz o curso técnico de mecatrônica e surgiu a oportunidade de emprego na oficina de equipamentos de emergência, onde fui estagiária. Quando concluí o curso, comecei a trabalhar na oficina de trem de pouso, que é um lugar que sempre tive curiosidade de trabalhar”, contou.
A jovem, que trabalha no Centro de Manutenção da Latam, em São Carlos (SP), teve o apoio da família para seguir na área.
“Sempre souberam que era isso que eu queria e eu sempre corri atrás. Mesmo que seja uma produção mais masculina do que feminina, eu queria entrar para me destacar, para falar que a mulher também pode e que faz as mesmas coisas que um homem”.
Em 2015, segundo a Anac, haviam 179 licenças de técnicas em manutenção de aeronaves. Já o número de licenças para homens somava 7.504.
Aviação Militar
As primeiras mulheres que ingressaram na Força Aérea Brasileira (FAB), em 1982, eram profissionais formadas em faculdades civis em áreas variadas, como medicina, nutrição, psicologia e jornalismo.
Em 2006, a Academia da Força Aérea (AFA), em Pirassununga (SP), formou as primeiras oficiais aviadoras. As militares podem chegar à patente de Tenente-Brigadeiro do Ar, a mais alta da carreira, e ainda assumir a função de Comandante.
As oficiais que estão na ativa ocupam postos de Terceiro-Sargento a Coronel e atuam em áreas de aviação, manutenção, controle de tráfego aéreo, meteorologia, intendência, engenheira, administração, entre outras. Segundo a assessoria de imprensa da FAB, elas representam 17,27% do quadro de oficiais. No total são 11.323 mulheres, sendo 60 aviadoras.
Aviação Civil
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as mulheres ainda estão presentes na aviação como comissárias de bordo, controle de tráfego aéreo, despachante de voo, entre outras. Veja abaixo um gráfico com um levantamento de 2015, que mostra a distribuição das mulheres nos mais variados cargos. No cargo de comissário, as mulheres lideram com 5.021 licenças, contra 2.508 de homens.
BNDES financiará até 100% da exportação de empresas no setor de defesa
Segundo Maria Silvia Bastos, setor precisa ter financiamento compatível com condições internacionais para ter competitividade.
Kathia Mello G1, Rio
A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos, disse nesta terça-feira (4) que o banco financiará até 100% do valor exportado pelas empresas do segmento de defesa e segurança. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou pela manhã a criação da linha de crédito para o setor, que financiará as empresas estrangeiras que compram produtos estrangeiros.
Maria Silvia e Jungmann participaram da Laad, a maior feira do setor de segurança e defesa da América Latina, realizada no Rio de Janeiro.
"A nossa intenção é estruturar uma linha de financiamento que seja totalmente compatível com as condições internacionais. São exportações que são diferentes das demais porque são exportações de país a país que não estão sujeitas a regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) e que portanto devem ter a mesma competitividade. O BNDES está absolutamente disponível para o setor", disse.
Segundo ela, o objetivo é ter prazos longos de até 25 anos e período de carência de até 5 anos nas linhas de crédito para exportação.
Maria Silvia disse que o BNDES também quer financiar atividades internas da indústria como pesquisa e desenvolvimento. "Convidamos o setor a vir participar", disse a presidente do banco.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que linha de produtos blindados e as tecnologias para submarinos poderão ser contempladas com a nova linha de crédito do BNDES.
Cargueiro da Embraer
Maria Silvia esteve na 11ª Feira Latino Americana de produtos de segurança e defesa, no Rio, e visitou o espaço da Embraer.
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse que os produtos da Embraer estão entre os que serão oferecidos dentro da linha de crédito para exportação do BNDES. Ele citou o novo avião de carga da empresa o KC-390, que foi lançado em 2015 e já tem dois protótipos voando.
Segundo o ministro, a previsão é produzir 18 aviões deste modelo por ano, o que significaria um volume de vendas de US$ 1,5 bilhão, o equivalente a quase R$ 5 bilhões.
Embraer e Rockwell Collins avaliam portfólio compartilhado de tecnologias de defesa
Nos últimos anos, a Embraer se aliou à Boeing para vender e apoiar o jato militar de cargas KC-390
Brad Haynes
A fabricante norte-americana de componentes eletrônicos para aviação Rockwell Collins e a Embraer vão avaliar suas tecnologias de sensor e controle de fronteiras para possíveis vendas conjuntas, afirmou à Reuters o diretor da divisão de defesa da Embraer Jackson Schneider.
Schneider afirmou que as subsidiárias Bradar e Savis podem eventualmente incluir produtos da Rockwell Collins em seus portfólios ou ter sua tecnologia incluída nas ofertas da parceira norte-americana.
"No momento não estamos identificando programas específicos (para vendas)", disse Schneider em entrevista na véspera da feira de defesa e segurança LAAD, no Rio de Janeiro, que começa nesta terça-feira.
"Eles estão olhando nossos melhores produtos para o portfólio internacional deles e estamos fazendo o mesmo com o deles aqui no Brasil", acrescentou o executivo.
Parcerias internacionais são comuns na indústria aeroespacial, especialmente em contratos de defesa em que relações estratégicas com governos são essenciais.
Nos últimos anos, a Embraer se aliou à Boeing para vender e apoiar o jato militar de cargas KC-390, e também com a israelense Elbit Systems para estudar uma potencial joint venture para construção de drones.
Uma área para uma nova parceria com a Rockwell Collins poderia ser o programa do governo brasileiro Sisfron, que visa a proteger longos trechos da remota fronteira do país de 17 mil quilômetros contra tráfico de armas e drogas.
As subsidiárias da Embraer concluíram cerca de 70% do contrato inicial do Sisfron, afirmou Schneider, acrescentando que avalia se o congelamento de gastos do governo federal comprometerá os 450 milhões de reais destinados ao programa em 2017.
As vendas conjuntas com a Rockwell Collins podem abrir novos mercados para o portfólio de defesa da Embraer, que cresceu à medida que os gastos militares do Brasil aumentaram no início da década, antes de o governo atrasar ou reduzir diversos programas devido à profunda recessão.
As vendas internacionais agora são cruciais para ampliar o horizonte de vários programas de defesa, como a aeronave de transporte militar KC-390 em desenvolvimento para Força Aérea Brasileira.
Schneider disse, ainda, que 20 delegações internacionais na LAAD, a maior feira de defesa e segurança da América Latina, manifestaram interesse e visitar um protótipo do KC-390 em uma base aérea nas proximidades.
"Estamos trabalhando ativamente para fechar uma venda internacional do KC-390", afirmou Schneider, sem identificar os nomes dos países que estão mais perto de fechar o acordo, nem um prazo para as negociações.
Governo anuncia ações para aumentar competitividade da indústria de defesa
Vinícius Lisboa
O setor de defesa no Brasil deve ganhar incentivos governamentais para aumentar a competitividade e participação no mercado internacional, anunciou hoje (4) o ministro da Defesa, Raul Jungmann, na abertura da Feira Internacional de Defesa e Segurança LAAD.
Segundo Jungmann, as ações vão incluir uma linha de crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar países que comprem produtos da base industrial de defesa brasileira, instrumentos de seguro aos fabricantes nacionais e também um grupo na Câmara de Comércio Exterior (Camex) que tratará exclusivamente do setor. Os detalhes sobre as novas regras do financiamento serão divulgados pela presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, em uma entrevista coletiva durante a tarde.
"Precisamos dotar o setor de uma política específica, com instrumentos robustos, que confiram maior eficiência nas nossas relações comerciais", disse o ministro.
Jungmann destacou que a indústria de defesa serviu de base para avanços tecnológicos na história como o GPS, o micro-ondas e o teflon e disse acreditar que o setor pode contribuir para que a economia cresça com mais força. Ele explicou que incentivos são necessários porque o mercado de defesa é assimétrico entre os países concorrentes e não conta com as mesmas regras que outros setores na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O ministro afirmou que as ações são conjuntas com a Camex, o BNDES e os ministérios da Fazenda, Relações Exteriores, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, também disse que o setor é uma área importante e que se beneficia de mudanças estruturais que vem ocorrendo na economia brasileira. O peso do setor no Produto Interno Bruto (PIB) supera os R$ 200 bilhões, e Meirelles destaca que, além de gerar empregos de renda maior que a média brasileira, a área beneficia a indústria como um todo.
"A indústria da defesa é um importante polo gerador de tecnologia e de produtividade na economia."
Os ministros participaram da abertura da 11ª edição da feira, considerada o mais importante evento da área de defesa da América Latina. Em pavilhões do Riocentro, o evento conta com a exposição de 600 marcas das áreas de engenharia naval e aeronáutica, equipamentos pessoais e táticos, armamentos, sistemas e soluções. Cerca de 150 dessas empresas são brasileiras, representam um setor que corresponde a 3,7% do Produto Interno Bruto do país e gera 30 mil empregos diretos.
Na parte da tarde, o presidente Michel Temer deve visitar os estandes. Além de empresas, 175 delegações de 83 países também aproveitam a feira para fechar negócios e promover projetos. No caso do Brasil, iniciativas como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub) e o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sifron) contam com exposição em estandes.
Na abertura do evento foi destacada a presença de ministros e vice-ministros da defesa de países como Chile, Itália, Colômbia, Nigéria e Tunísia.
Ao todo, 37 mil visitantes são esperados e mais de 2 mil reuniões de negócios devem ocorrer entre empresas e delegações.
Retomada do crescimento facilita relações entre Brasil e Suécia
Para embaixador sueco, comércio bilateral ainda está “aquém” das possibilidades dos dois países. Relações comerciais existem há quase 200 anos
Tradicional parceiro comercial do Brasil, a Suécia vê como propício o atual momento da economia brasileira para reforçar e aumentar a relação bilateral entre os dois países. Importadores de carne, minérios e café brasileiros, os suecos hoje têm mais de 200 empresas instaladas em terras brasileiras, número que pode aumentar com a retomada do crescimento.
Para o embaixador da Suécia no Brasil, Per-Arne Hjelmborn, a retomada do crescimento econômico brasileiro favorece a busca por mercados no País e reforça a confiança dos executivos. Segundo Hjelmborn, a parceria deve se estender ainda pelos próximos anos com o apoio de ambos os governos.
"O Brasil é o nosso parceiro mais importante na América Latina, temos mais de 200 empresas suecas aqui, algumas empresas têm mais de 100 anos. Essa nova energia dentro da economia dá muito incentivo, muito estímulo. Isso é uma locomotiva que estamos aproveitando agora", afirmou o diplomata sueco.
Subsecretário-geral de Cooperação Internacional, Promoção Comercial e Temas Culturais do Itamaraty, o embaixador Santiago Irazabal Mourão acredita em reciprocidade nos investimentos, não apenas da Suécia no Brasil. “Acreditamos que isso vai ocorrer, da mesma forma que haverá expansão dos investimentos do Brasil na Suécia", avaliou.
Defesa
Escolhidos pela Força Aérea Brasileira (FAB) para modernizar sua frota, os aviões suecos Grippen são um dos produtos comercializados entre os dois países, contribuindo para a transferência de tecnologia. Porém, o embaixador brasileiro argumentou que o comércio entre Brasil e Suécia tem potencial para ser expandido.
Já o diplomata da Suécia afirmou que o comércio deve ultrapassar o setor de defesa e abarcar também as áreas como a de mineração, exploração florestal, automação e desenvolvimento de novos materiais em conjunto.
Relações comerciais
Os dois países mantêm relações diplomáticas há 191 anos e são também parceiros comerciais. No ano passado, o Brasil vendeu para Suécia o equivalente a US$ 514 milhões e os principais produtos foram minério de cobre, café in natura e carnes.
Já o país escandinavo vendeu para o Brasil, peças para carros e tratores, medicamentos e outros produtos manufaturados no valor de US$ 972 milhões. Empresários dos dois países estão reunidos em São Paulo (SP) no Fórum de Líderes Empresariais Brasil-Suécia para debater estratégias para intensificar o volume comercial e de investimentos.
Manifestantes ocupam centro espacial de Korou na Guiana francesa
Trinta manifestantes tomaram nesta terça-feira o Centro Espacial de Kourou (CSG), na Guiana, em meio a uma onda de protestos inéditos neste território ultramarino francês, localizado na América do sul.
Os protestos obrigaram a adiar indefinidamente o lançamento de um foguete Ariane 5, que tem como missão colocar em órbita um satélite brasileiro e outro sul-coreano.
"Não vamos nos mexer daqui. A situação está congelada. A Guiana está bloqueada. Vocês estão bloqueados. Queremos os milhões que lhes pedimos", disse Manuel Jean-Baptiste, um dos membros do coletivo Pou La Gwiyann dékolé.
O centro espacial é o principal pulmão econômico da região.
Há duas semanas, várias organizações lançaram um protesto para pedir que o Estado invista 2,5 bilhões de euros de forma "imediata" para o desenvolvimento deste departamento, que registra elevadas taxas de desemprego e muita insegurança.
"Não vamos nos mexer. Nenhum foguete poderá sair enquanto não tivermos uma resposta a nossas reivindicações", explicou Youri Antoinette, também membro do coletivo.
Jackson Schneider: O KC-390 foi fundamental para alavancar a linha de financiamento do BNDES para Defesa
Após o anúncio pela presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, de uma linha de crédito para a área de defesa, em especial o apoio à exportação, em cerimônia na LAAD 2017, o presidente da EMBRAER Defesa & Segurança, Jackson Schneider, comentou para DefesaNet.
A aeronave de transporte multimissão KC-390, segundo a própria presidente do BNDES, alavancou toda essa linha de financiamento, nas palavras de Jackson Schneider. Isso é extremamente importante, é uma conquista da indústria de defesa brasileira e que vem coroada num esforço em conjunto com o Ministério da Fazenda e BNDES para equalizar a competição da indústria de defesa do mundo.
Existem países que oferecem naturalmente condições desse tipo para os seus produtos, e nós, até ontem, não tínhamos. Hoje, eu parabenizo o esforço do BNDES, do Ministério da Defesa. Nós estamos equalizando as condições de competição da indústria brasileira de defesa perante os outros competidores internacionais.
O KC 390, sem duvida, é um grande candidato a aproveitar essa linha de financiamento para os seus mercados de exportação. É sempre importante lembrar, sem contar as questões geopolíticas e as questões de integração com outros países, que existem três fatores fundamentais na indústria de defesa:
1 - A indústria de defesa é uma indústria que exporta muito, tem valor agregado extremamente importante;
2 - Emprega muito direta e indiretamente e empregos de alto nível técnico e boa qualidade, e,
3 - Gera tecnologia extremamente científica e muito complexa que tem o efeito não só na indústria de defesa especificamente, mas também pode ser estendida a aplicações civis.
Essa linha de financiamento vai colaborar para a indústria de defesa se consolidar.
Também enfatizou o coronograma de testes do KC-390. No momento, nós estamos na fase de testes com o KC-390, absolutamente dentro do cronograma. A primeira fase de certificação finaliza no final deste ano. Todas as etapas estão sendo cumpridas. É um processo complexo, implica quase duas mil horas de voo. É assim com todos os aviões. Nós estamos chegando a mil horas de voo, nos dois protótipos. Temos dois aviões com os testes de cargas estáticas.
Estamos já produzindo o primeiro avião para simplificar a linha de produção. Todas as etapas até agora tem sido finalizada dentro das especificações programadas ou até melhor. Estamos realmente positivos em relação ao produto, principalmente tendo em vista o interesse que tem atraído de várias delegações de diversos países, que tem nos visitado e procurado ver o produto.
Com a Força Aérea Brasileira, nós temos 28 contratos firmes. Temos mais 32 cartas de intenção de compra e estamos conversando com mais de 10 países em diferentes fases, diferentes etapas do processo que manifestam claro interesse no produto. Alguns já enviaram delegações para visitar a fábrica e sua tripulações voarem o KC-390, em Gavião Peixoto. Fizemos a apresentação em Farnborough, ano passado. Depois dessa apresentação, fizemos uma demonstração em diversos países: Europa e Oriente Médio.
Agora vamos levar a Le Bourget (França), depois faremos um tour de 30 dias com demonstrações em vários países. Estamos absolutamente dentro do planejamento.
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