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NOTIMP - Noticiário da Imprensa - 11/08/2014

Por que a sétima economia do mundo ainda é retardatária na corrida espacial ...




Atraso na produção de sistema eletrônico adia mais uma vez a operação do foguete lançador de satélites VLS-1. Onze anos após acidente que matou 21 em Alcântara, problemas como escassez de recursos, ausência de um comando unificado e pouca integração com a indústria mantêm o Brasil nanico no setor. Ainda não é desta vez que o Brasil fará seu primeiro lançamento ao espaço. Onze anos após o acidente que matou 21 técnicos em Alcântara, no Maranhão, o foguete VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) não decolará mais neste ano, conforme programado, nem tem novo prazo previsto ...







Acompanhe aqui o Noticiário relativo ao Comando da Aeronáutica veiculado nos principais órgãos de comunicação do Brasil e até do mundo. O NOTIMP apresenta matérias de interesse do Comando da Aeronáutica, extraídas diretamente dos principais jornais e revistas publicados no país.




JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO


Por que a sétima economia do mundo ainda é retardatária na corrida espacial



RESUMO Atraso na produção de sistema eletrônico adia mais uma vez a operação do foguete lançador de satélites VLS-1. Onze anos após acidente que matou 21 em Alcântara, problemas como escassez de recursos, ausência de um comando unificado e pouca integração com a indústria mantêm o Brasil nanico no setor.
Ainda não É desta vez que o Brasil fará seu primeiro lançamento ao espaço. Onze anos após o acidente que matou 21 técnicos em Alcântara, no Maranhão, o foguete VLS-1 (Veículo Lançador de Satélites) não decolará mais neste ano, conforme programado, nem tem novo prazo previsto.
A empresa Mectron, do grupo Odebrecht, contratada em dezembro de 2010 por R$ 21,5 milhões pela Aeronáutica para produzir o sistema de eletrônica do lançador, não concluiu o trabalho. O prazo de entrega inicial, que era agosto de 2012, já havia sido adiado para dezembro deste ano.
Com isso já são 25 anos desde a primeira data marcada para a estreia, em 1989, desse lançador de pouco menos de 20 metros de altura, um metro de diâmetro, cerca de 50 toneladas, projetado para levar uma carga de 380 kg a uma órbita de 700 km de altitude.
A causa para todo esse retardamento não tem sido apenas a aplicação insuficiente de recursos financeiros, mas também a ausência de um comando unificado, a falta de uma gestão com foco em resultados e o baixo grau de integração com a indústria.
O espírito burocrático dessa empreitada brasileira esteve presente já na sua certidão de nascimento, em agosto de 1961, ao final da visita ao Brasil do soviético Iuri Gagarin, que naquele ano se tornara o primeiro homem a ter chegado ao espaço. Sem definir prazo, um decreto do presidente Jânio Quadros criou um grupo de trabalho, que, por sua vez, tinha a finalidade de criar uma comissão para tratar das atividades espaciais do país. Desde então, o programa espacial nacional só produziu cinco satélites -dois deles em parceria com a China- e um microssatélite, e nenhum foi colocado em órbita pelo Brasil, cujo único lançador é o VLS-1.
Enquanto isso, a Índia, que entrou na exploração do espaço em 1963, já realizou 41 lançamentos de seus três modelos de foguetes a partir de 1975 e produziu 74 satélites de diversos tipos de aplicações. Fora isso, o país asiático mandou ao espaço 45 satélites estrangeiros, colocou duas sondas na órbita da Lua e enviou outra a Marte.
A diferença entre os países começa nos investimentos em programas espaciais. A Índia destina mais de US$ 1 bilhão por ano.
De 1980 a 2011, o Brasil gastou, somadas todas as ações do PNAE (Programa Nacional de Atividades Espaciais), um total de R$ 6,15 bilhões (cerca de US$ 2,7 bilhões), segundo resposta do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação a requerimento do deputado Claudio Cajado (DEM-BA).
VALE?
Em uma análise de julho de 2012, o consultor legislativo Fernando Carlos Wanderley Rocha, da Câmara dos Deputados, afirmou: "Só em infraestrutura, em apenas quatro anos o Brasil poderá gastar com a Copa do Mundo pelo menos 5,4 vezes mais do que o PNAE gastou em 32 anos". A questão não seria, portanto, a falta de dinheiro, mas se vale a pena investir os recursos disponíveis em lançadores, satélites, pessoal especializado e a infraestrutura necessária.
A resposta a essa questão exige considerar que as atividades espaciais deixaram de ser empreendimentos motivados apenas pela ciência e tecnologia e por razões geopolíticas e militares.
Tanto para os EUA e para a Rússia, que deixaram para trás o foco no pioneirismo de fincar bandeiras fora da Terra, como para outros países, a corrida espacial passou a buscar resultados num mercado que em 2013 movimentou US$ 314 bilhões, com um crescimento de 4% em relação ao ano anterior, segundo a instituição norte-americana Space Foundation.
Desenvolvidos cada vez mais por empresas privadas, os produtos e serviços espaciais extrapolaram as atividades de defesa e pesquisa científica, gerando novas oportunidades comerciais em observação da terra, sistemas de posicionamento global (GPS), telecomunicações -especialmente para telefonia e TV digital- e meteorologia, entre outras áreas.
Integrada à indústria aeronáutica sob a denominação "aeroespacial", a exploração espacial integra esse novo setor da economia, no qual o total de 36,8 mil patentes internacionais em 2012 cresceu para 49,6 mil no ano seguinte. Esse aumento de 30% em inovação foi maior que o das áreas de informática, farmacêutica e cosméticos, segundo relatório do grupo de pesquisas Thomson Reuters divulgado em 30 de junho.
De 2004 a 2013 foram colocados em órbita ao todo 1.236 satélites e sondas por meio de 670 lançadores, segundo o relatório "Space Competitiveness Index 2014". Nesse mesmo período, o PNAE produziu apenas dois satélites, ambos em parceria com a China, e não realizou mais nenhuma tentativa de lançamento com o VLS-1.
Enquanto outros países fizeram investimentos significativos e constantes em busca de maior competitividade na área espacial, o Brasil enfrentou a defasagem entre os valores planejados e os desembolsados. Sem falar no atraso e na descontinuidade dos repasses financeiros. Essas restrições também limitaram o número de testes do VLS-1.
Nas primeiras décadas da corrida espacial, as falhas em testes de protótipos de foguetes nem sempre se tornavam notícia, principalmente na antiga União Soviética e na China. Enquanto nos programas estrangeiros as falhas foram superadas por resultados positivos alcançados com investimentos em testes de lançadores, o Brasil tem apenas a lembrança das tentativas de 1997 e de 1999 e do terrível acidente de 2003 no Maranhão.
Os dois únicos protótipos do VLS-1 lançados até hoje foram detonados pela equipe de controle após a constatação de panes em 1997 e em 1999. As tentativas permitiram obter importantes resultados de qualificação de componentes e de validação de procedimentos. Cada protótipo desses custava na época entre US$ 6 milhões e US$ 7 milhões.
O efeito cumulativo dessas restrições foi enfatizado em 2007 no relatório da comissão externa criada pela Câmara dos Deputados para apurar o incêndio na torre em Alcântara em 2003, com 21 vítimas fatais. Segundo a investigação, a causa da ignição inesperada de um dos propulsores do VLS-1 três dias antes da data prevista para seu lançamento pode ter sido uma descarga eletrostática ou uma falha no sistema elétrico.
DEGRADAÇÃO
O acidente escancarou também graves deficiências organizacionais do programa, a começar pela falta de gerenciamento de riscos. "A longa convivência do projeto com a escassez de recursos humanos e materiais pode ter conduzido a uma dificuldade crescente em perceber a degradação das condições de trabalho e da segurança", destacou o relatório da comissão da Câmara.
"Por que havia 23 pessoas lá e o que cada um estava fazendo? Nada acontece do dia para a noite, há uma sequência de eventos que levaram a isso", afirmou, em entrevista em 2003 ao "Jornal do Engenheiro", o engenheiro húngaro naturalizado brasileiro Jayme Boscov, que gerenciou o programa do VLS-1 do seu início, em 1980, a 1992.
ImagemEssas precariedades gerenciais não resultavam apenas da falta de recursos, mas também de uma deficiência organizacional maior e nada nova. O estabelecimento da CNAE (Comissão Nacional de Atividades Espaciais) só ocorreu dois anos depois do decreto de Jânio Quadros. Foram precisos mais dois anos para que começassem a ser testados pequenos foguetes para sondagem científica da atmosfera e desenvolvimento de lançadores de satélites e de mísseis, no Centro de Lançamento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte.
Em 1969, quando a Apollo-11 chegou à superfície da Lua com dois astronautas dos EUA, o governo da primeira-ministra Indira Gandhi criou a Isro (Organização Indiana de Pesquisa Espacial), com objetivos e metas já definidos para a década seguinte. No Brasil, em outubro daquele ano, ainda sem programa espacial estruturado, os três ministros da Junta Militar que governava o país criaram por decreto o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), em São José dos Campos (SP), para executar projetos aeroespaciais da FAB (Força Aérea Brasileira).
CONTRAMÃO
Em 1971 a CNAE foi extinta para dar lugar, fora da Aeronáutica, ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Para tentar coordenar as duas vertentes, o governo criou no mesmo ano a Cobae (Comissão Brasileira de Atividades Espaciais), ligada ao Estado-Maior das Forças Armadas. Com isso, o comando passou a ser militar, na contramão do que já acontecia em outros países, como destaca Ludmila Deute Ribeiro, consultora em política espacial. "Naquela época, mantendo a participação militar, os principais programas espaciais estrangeiros já estavam adotando o modelo de direção civil e avançavam na transferência, para a iniciativa privada, da produção de lançadores e satélites, completando o ciclo da pesquisa, produção e inovação", observa a pesquisadora.
Em abril de 1975, a Índia colocou em órbita um de seus primeiros satélites por meio de foguetes estrangeiros. "Enquanto isso, no Brasil, as ações do Inpe e do IAE eram estruturadas isoladamente e de baixo para cima, sem partir de um núcleo estruturador", afirma o engenheiro químico Darly Pinto Montenegro, que em 2002 se aposentou do cargo de coordenador de Relações Institucionais do IAE. A Cobae patinava, "atravessada" pelos dois institutos, que não se reportavam a ela, mas aos seus órgãos hierarquicamente superiores. Foi necessário a comissão organizar um seminário em 1977, no Rio, com os dois institutos para tomar conhecimento dos projetos e outras ações de ambos, explica Montenegro, com base em entrevistas que realizou para sua dissertação de mestrado de 1997 na Fundação Getúlio Vargas do Rio.
Como resultado do seminário, surgiu o PNAE, tendo entre suas propostas colocar em órbita um satélite brasileiro com um lançador do próprio país, a Mecb (Missão Espacial Completa Brasileira).
Em 1979, ainda sem o endosso do governo para a Mecb, já haviam se passado dois anos sem avanços. Enquanto isso, em agosto daquele ano, a Índia inaugurava seu lançador SLV-3, com sucesso parcial devido à falha que não permitiu colocar em órbita o satélite que levava. Em novembro, a Cobae realizou outro seminário, em São José dos Campos, do qual extraiu dos gestores do Inpe e do IAE a proposta de, em 1989, colocar em órbita o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) com o VLS-1.
Em 9 de abril de 1980, o general João Baptista Figueiredo, então presidente da República, deu aval ao empreendimento e à previsão de 20,85 bilhões de cruzeiros (R$ 3,22 bilhões em valores atualizados), "condicionada a disponibilidade a recursos orçamentários a partir de 1981". Foi o suficiente para a Mecb ter início, mas sem garantia de recursos suficientes.
EMBARGO
Além de sofrer com limitação de recursos, o PNAE passou a enfrentar dificuldades também na importação de componentes e na cooperação internacional. Criado em 1987 por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, o MTCR (Regime de Controle da Tecnologia de Mísseis, na sigla em inglês) estabeleceu embargos visando a não proliferação de foguetes capazes de transportar armas químicas e bacteriológicas, as chamadas armas de destruição em massa.
O alvo, na verdade, eram países não alinhados em sua política externa com esse bloco, como o Brasil, que, além disso, mantinha um programa espacial com um anacrônico comando militar.
Não bastassem as restrições do MTCR ao Brasil, o VLS-1 tem uma característica que fortaleceu as suspeitas de fins militares do PNAE: o uso de combustível sólido. Quase todos os novos projetos de lançadores já haviam aderido à propulsão líquida, que tem a dupla vantagem de liberar mais energia de impulsionamento e de usar câmaras de combustão mais leves -ou seja, de aumentar a força do foguete e também diminuir seu peso-, além de poder ser interrompida, reativada e também controlada.
Por outro lado, uma das poucas vantagens dos propelentes sólidos é não vazar, permitindo longos períodos de armazenamento, o que é importante para mísseis, que precisam ser acionados em poucos segundos após a decisão de dispará-los.
Em outras palavras, além de reforçar as motivações políticas do MTCR, essa opção aumentou também as suspeitas de o VLS-1 ser um lançador de satélite adaptável para servir como míssil balístico.
VÁCUO
A Cobae manteve sua fragilidade organizacional mesmo após a definição de objetivos e metas do PNAE. Longe de ser um núcleo estruturador, a comissão era apenas uma instância da burocracia militar do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), sem profissionais especializados. Segundo o engenheiro eletrônico Aydano Carleial, que foi gerente do programa do satélite no Inpe, ela não tinha capacidade técnica nem visão estratégica para administrar os complexos projetos que estavam sendo desenvolvidos.
"A Cobae era apenas um comando militar com uma dificuldade muito grande para compreender até mesmo aspectos básicos dos programas que gerenciava. Esse vácuo de informação foi muito prejudicial na época", diz Carleial.
Passados oito anos desde o início do PNAE, seu desgoverno se tornou evidente para a Cobae no final de 1987. Enquanto o Inpe estava prestes a concluir o satélite SCD-1, o próprio IAE, da Aeronáutica, estava longe de concluir o primeiro protótipo do VLS-1.
Isso ficou claro em uma conversa informal em Brasília entre o engenheiro aeronáutico e brigadeiro Hugo de Oliveira Piva, na época diretor-geral do CTA (Centro Técnico Aeroespacial), e o tenente-brigadeiro Paulo Roberto Camarinha, então ministro-chefe do EMFA e presidente da Cobae. Piva propôs a redução do tamanho e do peso do SCD-1. A resposta de Camarinha foi revelada em uma reportagem da Folha de 29 de janeiro de 1989: "Ah, isso não, Piva. Se for pra fazer um satélite menor, é melhor botar logo uma cabeça de negro [explosivo de festa junina] ou um buscapé na ogiva desse foguete de vocês, e soltar".
O diretor-geral do Inpe na época era o matemático Marco Antonio Raupp, que viria a se tornar ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação (2012-14). Já informados extraoficialmente de que o primeiro VLS-1 não ficaria pronto em 1989 e talvez nem no ano seguinte, ele e Carleial pesquisavam custos de lançadores estrangeiros para o satélite. Em maio de 1988, ao saber disso, Camarinha declarou à Folha: "O seu Raupp e o seu Carleial não têm nada de querer comprar foguete lançador nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar. Eles estão sabotando o programa espacial brasileiro. Pode escrever isso no seu jornal".
Em abril de 1989, com Raupp e Carleial já exonerados, o Inpe empurrou para o ano seguinte a conclusão do SCD-1, dando tempo ao programa do VLS-1. Essa espera nunca foi oficialmente assumida e foi inútil, pois o satélite acabou sendo lançado em dezembro de 1993 pelos EUA, na base aérea de Vandenberg, num foguete Pegasus.
AGÊNCIA
A direção do PNAE deixou de ser militar em 1994, no governo Itamar Franco, com a criação da AEB (Agência Espacial Brasileira), vinculada diretamente à Presidência da República. Diferentemente da Cobae, o órgão nasceu com equipe especializada. "Mas nunca conseguiu negociar recursos suficientes para executar programas nem obteve resultados significativos para ampliar a participação da indústria", diz Carleial.
Em 2003, a agência foi transferida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Mesmo antes dessa queda de status governamental, o órgão não conseguiu eliminar a duplicidade gerencial que já existia desde 1971. Em 2010, o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, após debates realizados sobre o PNAE, concluiu em seu relatório que esse duplo comando permanecia, e com atuações isoladas do IAE e do Inpe. "Embora tenham sedes situadas lado a lado em São José dos Campos, entre as duas principais unidades executoras do programa espacial brasileiro, as distâncias programáticas e filosóficas são significativas", afirmou o documento.
RESPOSTAS
Em resposta à pergunta da reportagem sobre a razão de o PNAE ainda manter combustível sólido para seu primeiro lançador, o IAE respondeu apenas que a propulsão líquida será adotada nos novos modelos da família VLS, a serem desenvolvidos em projetos de parceria com a Rússia.
A reportagem solicitou entrevista a Raupp sobre supostas tentativas suas, desde que se tornou ministro em 2012, de fazer a AEB voltar a ser diretamente ligada à Presidência da República. Ex-presidente da agência (2011-12) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (2007-11), ele não atendeu à reportagem afirmando ainda estar sob a quarentena de sua saída em março do MCTI.
A AEB não respondeu às perguntas sobre a duplicidade de comando civil e militar do PNAE. Sobre as restrições orçamentárias e financeiras, a agência afirmou por escrito que o programa "é apenas um instrumento de planejamento decenal, no qual são destacadas as orientações e diretrizes estratégicas de ação", e que o governo busca "atender múltiplas necessidades e prioridades, entre elas, pagamento de pessoal, dívidas, investimentos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento social e econômico".
A Mectron não atendeu às solicitações de entrevista alegando estar sob sigilo contratual. A reportagem apurou, no entanto, que uma das principais dificuldades da empresa para importar peças foi a recusa de fornecimento por parte de outros países. Apesar de ter concedido entrevista, o IAE respondeu somente por escrito que não houve alteração do custo contratado para a fabricação do sistema de eletrônica do VLS-1 e que a demora se deve a "dificuldades técnicas, relacionadas à complexidade do objeto, uma vez que se trata de equipamentos não disponíveis no país".
PRIORIDADES
O Brasil precisa rever suas prioridades espaciais, afirmaram participantes de debates sobre o tema nos últimos anos. Além da Câmara dos Deputados, em 2010, conclusões semelhantes a essa também foram apontadas por especialistas em fóruns promovidos pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2011, e pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, em 2012. Essa é também a opinião de Carleial, aposentado do Inpe desde 1997 e hoje consultor independente e presidente da Associação Aeroespacial Brasileira.
Um bom sinal do começo da libertação do PNAE do peso de sua tradição burocrática, segundo Ludmila Deute Ribeiro, foi o lançamento, em 19 de junho, na Rússia, do NanoSatC-Br1, o primeiro minissatélite brasileiro.
A saída efetiva desse passado dependerá também da maior participação da iniciativa privada, que, de acordo com a pesquisadora, pode oxigenar o programa espacial brasileiro, sufocado pelas regras da administração pública, incompatíveis com o dinamismo necessário ao desenvolvimento tecnológico. "O governo federal, com as instituições militares, foi o berço do programa espacial brasileiro, mas nenhum programa deve viver eternamente no berço."
MAURÍCIO TUFFANI, 57, é jornalista especializado em ciência, colaborador da Folha e mantém um blog no site do jornal.

JORNAL O VALE (SJC)


Suécia quer participação no projeto do KC-390 da Embraer



ImagemA Suécia pode participar do projeto do cargueiro militar KC-390, em desenvolvimento pela Embraer, sediada em São José dos Campos.
A ministra da Defesa da Suécia, Karin Enströn, vai visitar a fábrica da Embraer, durante a sua estadia no Brasil, na próxima semana.
A empresa confirmou a visita, mas não forneceu mais detalhes.
A visita pode ser o primeiro passo de uma cooperação maior com o país escandinavo na área de defesa.
A Embraer foi escolhida para ser a empresa líder no Brasil do projeto F-X2, para a compra de 36 caças supersônicos Gripen NG, da sueca Saab, para a FAB (Força Aérea Brasileira).
A Suécia teria interesse no projeto do KC-390 porque desejaria trocar a sua frota de aeronaves Hércules C-130 por modelos mais modernos tecnologicamente.
O KC-390 é um jato de última geração na sua classe, com condições para operar em situações adversas, como pousar e decolar de pistas não pavimentadas.
Interesse. Anteriormente, a Saab já havia sinalizado interesse em participar do programa do KC-390, caso fosse a vencedora para o fornecimento dos Gripen NG para a FAB.
A ministra deve chegar ao Brasil na próxima terça-feira. Desembarca em Brasília, onde terá encontro reservado com o seu colega de pasta Celso Amorim.
Na pauta, ampliação do intercâmbio e cooperação entre os dois países, além da área de defesa.
Para Expedito Bastos, especialista em assuntos militares da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), se realmente for efetivada a participação da Suécia no programa do KC-390, será um passo importante para o Brasil.
“A Suécia pode ser a porta de entrada dessa aeronave no mercado europeu, que está aberto”, disse o especialista.
Segundo Expedito, diversos países da Europa possuem Hércules C-130 em sua frota de aeronaves.
“Além disso, a Suécia tem grande conhecimento tecnológico, não só na área de defesa, mas em outros campos, como TI (Tecnologia da Informação)”, pontuou.
Voo. O primeiro protótipo do cargueiro militar nacional está em fase de montagem final, na unidade da Embraer, em Gavião Peixoto, interior paulista.
A previsão é que o primeiro voo do jato ocorra provavelmente em outubro.
A FAB já encomendou 28 unidades do jato para renovar a sua frota de avião de transporte , formada por Hércules C-130.
Saiba mais
Visita
Ministra da Defesa da Suécia vai visitar a Embraer na próxima semana
Interesse
O país escandinavo teria interesse em participar do programa do cargueiro militar KC-390
Oportunidade
Para especialistas, seria a oportunidade de o Brasil colocar esse produto novo no mercado europeu
Caça
A visita da ministra também marcará aproximação entre os dois países por causa da escolha do caça Gripen NG para renovar a frota da Força Aérea Brasileira
Brasil e Suécia estudam acordos
Esta semana, representantes dos ministério da Defesa dos dois países se reuniram em Brasília para tratar da ampliação de cooperação entre os dois países. Durante a reunião, foram identificadas possíveis áreas de cooperação bilateral, tais como: Defesa Cibernética, Espacial, e Produtos de Defesa, entre outros segmentos analisados.

JORNAL VALOR ECONÔMICO


Brasil quer negociar prazo de 15 anos e carência até 2023 para pagar caça sueco



Os governos de Brasil e Suécia estão concluindo as negociações para o financiamento da compra dos 36 novos caças Gripen NG pela Aeronáutica, um negócio de US$ 4,5 bilhões, cujas condições são consideradas bastante satisfatórias pelas autoridades brasileiras. A expectativa da administração Dilma Rousseff é que a linha de crédito seja feita de governo a governo, com taxa de juros de 3% ao ano, prazo de 15 anos e início de pagamento só a partir da entrega de todos os aviões pela empresa Saab. Ou seja, carência até 2023 e um potencial impacto fiscal somente no longo prazo.
O modelo do financiamento deveria ser definido na visita ao país da ministra da Defesa da Suécia, Karin Enström, prevista para esta semana. Mas a viagem foi adiada e em breve será remarcada para uma nova data. Como é responsável pelas operações de combate a um incêndio florestal que já destruiu 15 mil hectares e desalojou mil moradores, a ministra decidiu não sair da Suécia. Chegou a ser cogitada a possibilidade de o vice-ministro Carl von der Esch representá-la, mas a ideia também foi deixada de lado devido ao incêndio. O desastre natural virou uma pauta da política local.
A empresa sueca Saab foi declarada vencedora da disputa no chamado projeto FX-2 em dezembro de 2013, batendo o Rafale da francesa Dassault e o F-18 da americana Boeing. Desde então, vêm sendo discutidos os detalhes do contrato de aquisição dos caças, o qual deve ser assinado até o fim do ano.
O projeto FX-2 tem como objetivo a substituição dos caças de combate F-5 e Mirage, o que engloba também logística, treinamento, simuladores de voo e projetos de transferência de tecnologia e cooperação industrial. A Embraer já assinou um memorando de entendimento com a Saab para que as duas empresas façam a gestão conjunta do projeto. Procurada, a companhia não quis se pronunciar.
Duas iniciativas são articuladas entre os países. Uma é o desenvolvimento e a aquisição dos 36 caças novos, os quais devem começar a ser entregues em 2018. O outro é a oferta da Suécia para que o Brasil receba dez Gripen na sua versão atual como solução temporária até a chegada das novas aeronaves. Esses modelos são usados hoje pela África do Sul, por exemplo, para onde a Aeronáutica enviou recentemente uma comitiva a fim de conhecer a operação dos equipamentos e testá-los.
A FAB deve mandar militares para a Suécia em 2015 para treinamento, e os suecos também têm enviado ao Brasil representantes para que o projeto avance. Uma comitiva da Saab, por exemplo, visitou pela primeira vez em abril a Base Aérea de Anápolis, onde os novos caças ficarão. Dois meses antes, a agência de exportação de equipamentos militares do governo sueco fez o mesmo.
Em abril, durante visita à Suécia do ministro da Defesa, Celso Amorim, os dois países assinaram acordos para viabilizar a cooperação na área de defesa e a proteção de informações sigilosas.

OUTRAS MÍDIAS


OLHAR DIRETO (MT)



Cresce em 51% número de roubos e furtos de veículos em Cuiabá e Várzea Grande

Patrícia Neves
O número de roubos e furtos de automóveis e motocicletas nas cidades de Cuiabá e Várzea Grande aumentou em 51% comparativamente entre o período de janeiro a julho de 2014 e 2013. As estatística da Polícia Civil apontam que as duas cidades registram um total de 2.713 casos e no ano passado foram 1.787. Apresenta crescimento também o número de veículos recuperados, com 1.641 registros contra 1.204 no ano passado, o que denota crescimento de 26%.
A análise dos dados aponta que foram consumados 534 roubos a veículos na cidade de Cuiabá e outros 424 na cidade de Várzea Grande. Os indicadores de roubos de motos mostram que a maior parte desses crimes foi registrado na cidade de Várzea Grande, que acumula de janeiro a julho 641 queixas contra 326 em Cuiaba.
O comandante do Grupamento Especializado em Fronteira (Gefron), tenente-coronel Wankley Corrêa, aponta que boa parte desses veículos ainda tem cidades da Bolívia como destino. No entanto, pondera que há um trabalho ostensivo desenvolvido com a Umidade Móvel de Policiamento Rural (Umopar) para fiscalização.
No entanto, com uma faixa de 700 quilômetros de fronteira seca compreendendo 28 municípios e ainda 200 quilômetros de fronteira molhada, o Gefron dispõem de apenas 100 policiais que atuam nas bases fixas instaladas na região conhecida como ‘Avião Caído’ (Porto Esperidião); Matão (instalada na região de Pontes e Lacerda); Vila Cardoso (Porto Esperidião).
Apesar do efetivo reduzido, o secretário de segurança de Mato Grosso, Alexandre Bustamente, cita investimentos no aparato tecnológico como estratégia. “A competência para fazer o patrulhamento é federal, mas temos acordos com o Governo Federal e pleiteamos a construção de uma base aérea na região de Cáceres ou Tangará. Nós temos de considerar que o crime é dinâmico. Quando atuamos em uma linha, automaticamente, a criminalidade inova, busca alternativas”.
Para reforçar a segurança na fronteira convênio foi firmado entre o Governo Federal, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), que totaliza 7,5 milhões. Parte dos equipamentos que irão auxiliar as ações já foram entregues a Mato Grosso.

SEGS.COM.BR (SP)



Maior feira de aviação executiva da América Latina começa na próxima terça em São Paulo

Marcela Matos
São 70 aeronaves expostas e fabricantes de todo o mundo ao longo de três dias.
Começa na próxima terça, dia 12, no Aeroporto de Congonhas (Av. Washington Luis, 6000, portão 3), em São Paulo, a Labace (Latin American Business Aviation & Conference), maior feira de aviação executiva da América Latina. E, para esta 11a edição, já estão confirmadas as presenças dos maiores players da aviação executiva mundial. Ao todo, mais de 90 empresas estarão expondo produtos e serviços , incluindo 70 aeronaves, e fazendo negócios durante os três dias de feira. O segmento registrou um crescimento de cerca de 5% no ano passado, segundo os dados da quarta edição do Anuário Brasileiro de Aviação Geral.
Para se ter uma ideia, Embraer, Boeing, Bombardier, TAM Aviação Executiva são algumas representantes da indústria que trarão as aeronaves para a exposição. Gulfstream, Dassault Falcon, Líder Aviação também estarão com seus modelos expostos. Helibrás, Bell e Agusta são duas das empresas de helicópteros que estarão presentes na feira.
Nesta edição, haverá a presença forte dos aeroportos privados, entre eles o aeroporto de Caçapava, o Aerovale, que estará com um estande, tal como o JHSF, que fica em São Roque. Helipark e Helicidade também terão estande na Labace deste ano. Outras companhias importantes no segmento de aviação executiva como Swissport, Marcia’s Catering, Sertranding e Banco Bradesco também já confirmaram presença.
A entrada da feira é gratuita para pilotos e mecânicos da aviação civil, bem como servidores públicos identificados pelo Comando da Aeronáutica, pelo Comando do Exército Brasileiro, pela Marinha do Brasil e da Polícia Militar do Estado de São Paulo. Estudantes de aviação pagam R$ 175,00 e funcionários das empresas expositoras pagam R$ 50,00. Para o público em geral, o valor do ingresso é de R$ 350,00. O estacionamento custa R$ 70,00.
Mais informações em www.abag.org.br/labace2014
Serviço
Labace - Latin American Business Aviation & Conference
De 12 a 14 de agosto, no Aeroporto de Congonhas, São Paulo, portão 3.
Horário de funcionamento:
Dia 12 (terça-feira) – das 12 às 20h
Dia 13 (quarta-feira) – das 12 às 20h
Dia 14 (quinta-feira) – das 12 às 19h
Durante os três dias haverá palestras de expositores. Mais informações: www.abag.org.br/labace2014/pt/programacao.html

NEW.D24AM.COM (AM)



Reforço militar nas eleições no Estado terá apoio de avião 

Aeronave será utilizada em casos extremos para levar policiais ao interior
Camila Carvalho
Manaus - Os municípios do interior do Estado contarão com mais mil policiais militares no dia das eleições, em 5 de outubro. O tenente-coronel Rommel Pereira, do Centro de Comando da PM, informou que o efetivo "extra" faz parte de um planejamento da Polícia Militar para atuação no pleito.
Conforme Pereira, este efetivo complementará a tropa em cada município do Estado. “Nosso planejamento está todo pronto e temos tudo mapeado para dar pronta resposta em caso de incidentes. O planejamento abrange, inclusive, uma aeronave que ficará de sobreaviso para levar a tropa de choque em casos extremos”, disse o tenente-coronel, na última sexta-feira.
Rommel Pereira informou que dos mil policiais militares 44 são oficiais e 960 são praças. “Este número pode variar para mais ou para menos dependendo da quantidade de municípios que terão o reforço na segurança pública com tropas federais”, disse.
Até a última sexta-feira, segundo a Secretaria Judiciária do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), oito municípios do interior do Estado tinham solicitado à Justiça Eleitoral o envio de tropas federais para garantir a segurança no dia das eleições deste ano. São eles: São Gabriel da Cachoeira, Parintins, Humaitá, Tefé, Boca do Acre, Iranduba, Canutama e Itacoatiara.
A presidente do TRE-AM, desembargadora Socorro Guedes, solicitou que o governo do Estado forneça ao Tribunal o quantitativo de policiais militares nos municípios que pediram o reforço para que a Justiça Eleitoral analise a necessidade do envio das tropas federais. A secretária judiciária do tribunal, Trícia Melo, informou que, até a última sexta-feira, o governo do Estado não tinha encaminhado as informações solicitadas.
A assessoria de comunicação do TRE-AM disse que a previsão é que ao menos 20 dos 62 municípios do Estado solicitem o reforço federal.
No último dia 31 de julho, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Dias Toffoli, e o ministro da Defesa, Celso Amorim, firmaram um acordo para a participação das Forças Armadas nas eleições deste ano.
Segundo o acordo, as Forças Armadas darão apoio logístico para o transporte de materiais, urnas e pessoas a locais de difícil acesso e garantirão a manutenção da lei e da ordem pública.
As tropas federais só atuarão com autorização do Ministério da Defesa após pedido do TSE à Presidência da República. Além dos municípios do Amazonas, também pediram reforço federal para as eleições cidades no Acre, Amapá, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

PODER AÉREO (SP)



42 anos do primeiro F-5E e ele está aqui, totalmente operacional

ImagemNo dia 11 de agosto de 1972 o primeiro F-5E produzido pela Northrop voou pela primeira vez. Era o início do programa de ensaios da aeronave, conduzido na Base Aérea de Edwards. Exibindo a matrícula norte-americana 71-1417, o aparelho foi inicialmente apresentado nas instalações Hawthorne em 23 de junho daquele ano.
Parte destes F-5E dos primeiros lotes foram embarcadas para o Vietnã do Sul em 1975. Mas com a queda de Saigon, alguns F-5 escaparam para países vizinhos e , posteriormente, voltaram para os EUA, onde operaram nos esquadrões “Aggressors “.
Em 1988 a FAB adquiriu um lote de 22 caças F-5E usados da USAF (além de outos quatro F-5F). Estas aeronaves estavam baseadas em Willians AFB e Nellis AFB. Os aviões estavam entre os F-5E mais antigos do mundo, sendo que 15 deles faziam parte do primeiro lote de 30 unidades produzido pela Northrop. Um deles era exatamente o “1417″. No Brasil, o “1417″ recebeu a matrícula FAB-4856.
O 4856 foi o primeiro F-5 modernizado entregue à FAB. A cerimônia ocorreu no dia 21 de setembro de 2005 na Base Aérea de Canoas.



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