Aeroportos privados terão novas regras
 
Secretaria de aviação Civil prepara decreto que estabelecerá prazo mínimo de exploração e limite de passageiros .
Modelo vigente não oferece segurança jurídica ao investidor, prevendo revogações "a qualquer tempo" .
MARIANA BARBOSA . 
A  SAC (Secretaria de aviação Civil) prepara um decreto que vai  estabelecer as regras para a autorização de investimentos em aeroportos  privados.
Hoje, a exploração privada de aeroportos é permitida, mas a regra  vigente (Instrução de aviação Civil nº 2.328, de 1990) não oferece  segurança jurídica ao investidor, pois prevê que as autorizações podem  ser revogadas "a qualquer tempo".
A Folha apurou que o novo decreto vai estabelecer um prazo mínimo  para que a iniciativa privada explore o aeroporto. Também deve ser  estabelecido um limite máximo para a movimentação de passageiros.  O prazo e o limite estão ainda em discussão. Ao limitar o número de  movimentos, o decreto deve enterrar de vez o projeto do terceiro  aeroporto de São Paulo, das construtoras Andrade Gutierrez e Camargo  Corrêa. Há mais de dois anos elas tentam obter do governo uma  autorização para construir um aeroporto privado internacional no  município de Caieiras, para atender a demanda da capital paulista.
O projeto previa a construção de um aeroporto para 22 milhões de  passageiros, podendo chegar a 40 milhões. Pela localização, o aeroporto  entraria em competição com Cumbica (Guarulhos) e Viracopos (Campinas),  dois dos três aeroportos que o governo pretende conceder à iniciativa  privada até o início do ano que vem. O terceiro é o de Brasília.
Por outro lado, dependendo do limite de movimentos a ser estabelecido  pelo governo, o decreto pode viabilizar o projeto de construção de um  aeroporto dedicado à aviação executiva em Araçariguama, a pouco mais de  50 km da capital.
O projeto é uma parceria da construtora JHSF, especializada no mercado  de luxo e dona do terreno, com a C-Fly Aviation. O investimento é  estimado em R$ 400 milhões e prevê um aeroporto com capacidade para 200  mil pousos e decolagens ao ano.
TURISMO
O decreto também vai permitir, por exemplo, a construção e exploração  comercial de aeroportos para atender destinos turísticos ou resorts.
E também o investimento de empresas com operação em regiões do interior  do país carentes de voos regulares. Caso da mineradora Vale, que já  manifestou o interesse em assumir o aeroporto de Carajás, construído  pela companhia em 1981, mas hoje administrado pela Infraero.
A regra vigente desestimula esse tipo de investimento, pois as  autorizações privadas só são concedidas para aeroportos de interesse  comunitário ou de uso privativo. Procurada, a Secretaria de aviação  Civil confirmou a elaboração do decreto, mas informou que ele ainda está  na fase de "estudos técnicos".
Fonte: 
 / NOTIMP


















