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Transporte aéreo adota plano para estar na vanguarda ambiental

O primeiro ponto foi o desenvolvimento de motores de avião mais eficientes, que proporcionam ganhos da ordem de 15% a 20% na redução do consumo de combustível das aeronaves .

Embora esteja entre os meios de tranporte menos poluidores em todo o mundo — responde por 0,4% das emissões de carbono —, o setor aéreo considera-se na vanguarda do processo de adequação de suas operações ao desenvolvimento sustentável. “Esta preocupação permeia a ação da aviação tanto na fabricação de aeronaves quanto em relação aos aeroportos”, garante Francisco Lyra, presidente da Associação Brasileira de aviação Geral (Abag), comandante há 34 anos e diretor da Cfly Aviation, uma consultoria especializada no setor. Desde as décadas de 70/80 quando aflorou a preocupação com a preservação, o setor adotou na fabricação e operação de aeronaves uma política de sete pilares que segue e aperfeiçoa até hoje.

O primeiro é o desenvolvimento de motores de avião mais eficientes que proporcionam ganhos da ordem de 15% a 20% na redução do consumo de combustível. No segundo, o setor, que antes só usava querosene e gasolina, adotou combustíveis renováveis como o etanol. O terceiro ponto foi a busca de uma melhor performance nos voos. “Antes, eles passavam em cima de pontos geográficos onde havia estações de rádio, ziguezagueavam. Com o surgimento do GPS, estabeleceram-se as rotas diretas, em linha reta”, explica Lyra.

A modernização das aeronaves possibilitou, também, rotas de aproximação mais independentes de auxílio do solo. “Agora elas acabam não esperando tanto para aterrissar”, assinala o presidente da Abag. Hoje as descidas são continuadas, o oposto de antes em que se descia por degraus. “Descia um pouco, parava, descia mais. Agora os aviões aterrissam de uma vez. Quanto mais tempo voa baixo, mais gasta”.

O penúltimo pilar é a melhoria na aerodinâmica das aeronaves. “Hoje existem softwares de design”, conta Lyra. O último ponto dessa política é a preocupação com o peso. Antes fabricados com aço e alumínio, hoje os aviões são feitos à base de fibra de carbono. “É mais leve, tem a mesma resistência e consomem menos carbono”. Todos esses avanços nos aviões não surtiriam efeito se os aeroportos não correspondessem e não se engajassem em políticas de sustentabilidade. “Os nossos mantêm já há algum tempo programas tanto para a disposição dos resíduos sólidos quanto dos líquidos. Qualquer vazamento de produto químico e fluídos hidráulicos é tratado com o máximo cuidado para não chegar ao lençol freático. Os detritos de bordo, restos de comida, inclusive, são tratados com cuidado de um lixo atômico.”

Os próprios órgãos governamentais, tão criticados, observa Lyra, têm essa preocupação. Exemplo, lembra, é a Infraero que empenhou-se em obter um relatório ambiental sobre Congonhas, aeroporto em operação há mais de 70 anos e construído quando não havia esse cuidado.

Fonte: JORNAL BRASIL ECONÔMICO / NOTIMP









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