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FAB em processo de renovação

Completando 70 anos de fundação, a Força Aérea Brasileira vem trocando toda sua frota operacional .

Glynner Brandão .

Conheça um pouco mais da missão Força Aérea Brasileira

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Avião P-3AM é a "menina dos olhos" da FAB, por contar com os mais modernos sensores e sistemas do mundo.

Imagem: NANDO CHIAPPETTA/DP/D. A PRESS


Até 2015, toda a frota operacional de helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB) vai ser substituída. Em quatro anos, a meta é adquirir 50 aeronaves EC 725. Seis novos H-60 Black Hawk, que ficaram conhecidos após a aparição no filme Falcão Negro, passarão a integrar a frota do Brasil em 2012. A aviação de patrulha também será reforçada. A segunda aeronave P-3AM, considerada o “estado da arte” pela FAB, deve chegar ao país ainda em outubro. As novas unidades darão mais segurança ao espaço aéreo do Brasil. Até o fim do mês, a Aeronáutica comemora os seus 70 anos de fundação. A FAB foi criada em 1941, por decreto do então presidente Getúlio Vargas.

As novas aeronaves de asas rotativas serão custeadas pelo governo federal e aposentarão helicópteros como os H1H, usados na Guerra do Vietnã. Hoje, a Aeronáutica conta com 46 helicópteros de cinco categorias. Com o reforço, a intenção é que cada uma das três forças armadas do país receba 16 helicópteros EC 725. Um exemplar já é operado em Belém do Pará. Rio de Janeiro e Campo Grande (MS) também ganharão aeronaves de asas rotativas deste tipo usadas em resgates.

Em 2009, os Black Hawk ajudaram no resgate das vítimas do voo 447, da Air France. O avião caiu sobre o Atlântico quando seguia do Rio de Janeiro para Paris. Os novos H-60 vão ser entregues a Santa Maria (RJ), que receberá quatro, e Manaus, que passará a contar com oito Black Hawk. “Diria que a disponibilidade de helicópteros está adequada. O país estará mais bem preparado com essa renovação”, contou o coronel Ramiro Kirsch, comandante do 1º Esquadrão do 11º Grupo de Aviação (1º/11ºGAV), em Natal. Até dezembro de 2013, Porto Velho (RO) deve receber seis AH-2 Sabre, estendendo para 12 a sua frota. Hoje, a cidade conta com seis unidades.

Na aviação de patrulha, o avião P-3AM é a “menina dos olhos” da FAB. A sua carcaça é da década de 1960, mas, por dentro, a aeronave conta com os mais modernos sensores e sistemas do mundo. O único exemplar do país está no 1º Esquadrão do 7º Grupo de Aviação (1º/7º GAV), em Salvador. O país comprou 12 unidades.

A aeronave impressiona pelo potencial. Seus radares conseguem captar alvos distantes até 240 milhas, ou cerca de 400 quilômetros. Um item chamado de sonoboia, lançado ao mar, é capaz de registrar a presença de submarinos no oceano utilizando microfones. Os ruídos são analisados por profissionais que monitoram as alterações através de sensores acústicos. Os P-3AM têm autonomia de voo de até 16 horas ininterruptas e capacidade para viajar com até 30 mil litros de combustível.

“Ele está recheado com equipamentos eletrônicos de última geração, como itens de escuta, antissubmarino, guerra eletrônica e comunicação”, acrescentou o major-brigadeiro do ar Luis Antonio Pinto Machado, comandante do 2º Comando Aéreo Regional. Na prática, esse avião dá de volta ao país a capacidade de detectar, localizar, identificar e afundar submarinos, o que no jargão militar recebe o nome de guerra antissubmarina. Para que todo esse sistema seja operado com êxito, o P-3AM exige o trabalho de 12 profissionais em conjunto. Os operadores do avião são treinados em uma sala restrita, em Salvador, com acesso por impressão digital.

Frota de destaque

Simulação de vôo do caça A-29

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Curso realizado em Natal forma os pilotos de caça.

Imagem: FÁBIO CORTEZ/DN/D.A PRESS


Os militares que concluem a AFA, mas desejam se tornar pilotos de caças, estudam por 11 meses no 2º Esquadrão do 5º Grupo de Aviação (2º/5º GAV), em Natal. Lá está a maior unidade de caça de todo o Hemisfério Sul. Opera com 23 aviões A-29 Super Tucano e conta com cerca de 800 foguetes. No curso, simuladores ajudam os militares a aprimorar técnicas de condução de aeronaves deste tipo.

Esses equipamentos representam economia para a instrução. Basta ligar na tomada e a máquina é capaz de dar uma noção quase perfeita de um A-29 em voo. “É como se fosse um videogame. Quando o aluno segue para o primeiro voo prático, já simulou bastante no chão”, resumiu o Tenente-Coronel Carlos Duek, comandante do 2º/5º GAV. O 2º Esquadrão já formou cerca de 700 pilotos de caça desde a sua fundação.

O militar participa de 24 missões no simulador, ou 25 horas de voo, e faz 75 voos avaliados. O tenente Felipe Flamínio é instrutor do 2º/5º GAV. “O A-29 tem sistemas modernos e performance ótima. Exige muito estudo. Depois que você aprende, ele se torna muito eficaz. O simulador nos dá uma noção quase perfeita do voo”, falou. No curso, o aspirante a oficial passa por avaliações periódicas. Sua conduta é individualizada, ou seja, méritos e deméritos, salvo exceções, são de responsabilidade do futuro piloto, sem compartilhamentos. O projeto do A-29, com unidades já exportadas para Chile, Colômbia e Equador, é nacional. Essas aeronaves usam o Sistema Hotas, que dá possibilidade ao piloto de executar várias funções acionando manche e manete. Um painel Glass Cockpit aumenta o potencial de operação das aeronaves modelo A-29.

Alta tecnologia


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Investimentos para seguir
aumento do tráfego aéreo.

Imagem: JULIO JACOBINA/DP/D.A PRESS


O 3º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta III), que cobre o Nordeste, estima um crescimento de 30% na circulação de aeronaves entre os meses de janeiro e março do próximo ano. O sistema operacional Sagitário é a aposta do Cindacta para minimizar os impactos da crescente demanda. O software já funciona há seis meses e aumenta a capacidade de processamento de informações, o que facilita o trabalho dos controladores de voo. No primeiro trimestre de 2011, o tráfego cresceu 27% em relação ao mesmo período de 2010.

A ferramenta processa dados de radares e satélites e conta com sistemas de alerta para situações de risco, como conflitos de rota. É capaz de gerar imagens em tempo real e permite a abertura de várias janelas de visualização. O controle dos operadores é feito por monitores touchscreen, sensíveis ao toque. Os diálogos entre controladores e pilotos, antes realizados com a ajuda de sistemas de rádio, agora são feitos via mensagens escritas em computadores de bordo. Isso evita interferências.

“O novo sistema é a comprovação da nossa autosuficiência tecnológica”, comentou o major-brigadeiro do ar Luis Pinto Machado, comandante do 2º Comando Aéreo Regional (II Comar), com abrangência no Nordeste. Segundo ele, a ferramenta foi testada com sucesso durante os Jogos Mundiais Militares deste ano, no Rio de Janeiro. A meta é adotar a tecnologia durante a Copa do Mundo. “Ela trouxe avanços na capacidade de gerenciamento. Dá informações trabalhadas aos controladores”, explicou o coronel João Batista Xavier, comandante do Cindacta III.

Entrevista: Major-brigadeiro do ar Luis Antonio Pinto Machado

“O Brasil quebrou um paradigma”

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Imagem: NANDO CHIAPPETTA/DP/D. A PRESS

O céu brasileiro está realmente protegido?

Nós temos um sistema de controle do espaço aéreo que é tido como modelo em todo o mundo. O Brasil quebrou um paradigma. Usualmente, os sistemas de controle são divididos em civil e militar. O nosso país conseguiu unificar os dois. O 3º Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 3) toma conta do espaço aéreo do Nordeste. Esse sistema é muito evoluído, tem equipamentos de ponta, como radares de última geração. Existe confiabilidade.

A aeronave P-3AM é o que existe de mais moderno no mundo?

Recentemente, incorporamos essa aeronave. É o mais novo avião da Força Aérea. O P-3AM é dedicado até a ações submarinas. A carcaça dele é igual à do Electra, que ficou famoso por fazer a ponte aérea Rio de Janeiro/São Paulo. Por dentro, ele está recheado com equipamentos eletrônicos de última geração, como itens de escuta, antisubmarino, de guerra eletrônica e comunicação. É uma aeronave capaz de transportar mísseis e também kits para náufragos em missões de busca. O P-3AM tem grande alcance, 16 horas de autonomia, mais de 2 mil quilômetros de raio de ação. Hoje, essa aeronave é modelo para todas as forças aéreas do mundo.

O II Comar é o berço da aviação do país?

O 2º Comando Aéreo Regional (II Comar), o da região Nordeste, tem uma ligação extrema com os 70 anos da Força Aérea, porque o seu batismo de fogo aconteceu aqui. Um D-25 decolou da Base de Recife e bombardeou um submarino italiano que espreitava os nossos comboios. Essa missão foi essencial para a confirmação da FAB.

GALERIA DE IMAGENS

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Avião P-3AM é a "menina dos olhos" da FAB, por contar com os mais modernos sensores e sistemas do mundo.


Imagem: NANDO CHIAPPETTA/DP/D. A PRESS

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Imagem: NANDO CHIAPPETTA/DP/D. A PRESS

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Imagem: NANDO CHIAPPETTA/DP/D. A PRESS


Fonte: Diario de Pernambuco / NOTIMP

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FAB comemora 70 anos e se moderniza

No mês em que completa 7 décadas, Força Aérea Brasileira divulga compra de avião de guerra com autonomia de voo de 16 horas. É o mais moderno da América Latina

Eduardo Machado

A Força Aérea Brasileira (FAB) deu início às comemorações de seus 70 anos apresentando à imprensa o mais novo avião de combate da corporação. O P-3AM Orion, equipa desde 30 de setembro o esquadrão Orungam, sediado na Base Aérea de Salvador. Trata-se da mais moderna e equipada aeronave de patrulha em operação na América Latina. O P-3AM tem autonomia de voo de 16 horas e capacidade de detectar, identificar e destruir navios e até submarinos em operação nas águas territoriais brasileiras.

O governo brasileiro adquiriu 12 aviões do tipo para equipar a FAB. O pacote, incluindo as aeronaves, o treinamento dos pilotos e a transferência de tecnologia, custou US$ 600 milhões (cerca de R$ 1 bilhão).

De acordo com o major-brigadeiro Luís Antônio Pinto Machado, chefe do II Comando Aéreo Regional (Comar), o P-3AM elevou a capacidade de patrulhamento da FAB e assegurou a soberania brasileira. “O nível dos equipamentos e da tecnologia embarcados nessa aeronave coloca o Brasil entre as grandes potências mundiais da aviação de patrulha”, garantiu Machado.

Os pilotos do Esquadrão Orungam foram formados na Espanha para utilizar o novo avião da FAB. A tripulação necessária para operar a aeronave vai de 12 a 19 a militares. O P-3AM conta com radares, sensores eletromagnéticos, câmera e até microfones que são lançados ao mar para localizar submarinos a grandes profundidades.

Durante o voo, seis operadores se dedicam exclusivamente a varrer o oceano com os equipamentos eletrônicos à procura de possíveis ameaças. Ao identificar uma embarcação inimiga, o P-3AM conta com nove toneladas de armamentos, entre mísseis, torpedos e minas. O mais moderno é o míssil Harpoon que pode acertar um alvo a 120 quilômetros de distância.

“O avião também tem uma grande capacidade de utilização em busca e resgate. Os equipamentos a bordo podem localizar uma pessoa boiando no mar a quilômetros de distância. Na versão de salvamento, o compartimento de bombas é ocupado por botes salva-vidas que são lançados ao mar e proporcionam segurança aos náufragos até a chegada de uma embarcação que conclua o resgate”, explicou o comandante do Esquadrão Orungam, coronel Angelo Damigo Tavares.

A programação de entrega das outras 11 aeronaves vai até 2014. No total, oito serão empregadas nas operações militares, uma servirá para treinamento e outras três vão ser desmontadas para que as peças fiquem como sobressalentes.

A FAB comprou ainda um cockpit de treinamento, instalado em um hangar da Base Aérea de Salvador, para capacitação em terra da tripulação.

Os 12 P-3AM foram produzidos nos Estados Unidos na década de 60 e passaram por um processo de modernização total na Espanha, para atender as necessidades da Força Aérea.

A Base Aérea de Salvador é uma das mais antigas do País e está subordinada ao II Comar, sediado no Recife.

Novos pilotos são treinados em Natal

A Base Aérea de Natal concentra as unidades de preparação avançada dos pilotos da Força Aérea Brasileira. Os novos aviadores são treinados na operação de aviões de caça Supertucano e de helicópteros Esquilo.

Os pilotos em preparação contam com uma área para emprego de material bélico no Destacamento de Maxaranguape, no município de Parnamirim, distante 51 quilômetros da capital Potiguar. Já na Base de Natal, o treinamento para operações com o Supertucano conta com a utilização de um simulador de voo.

Atualmente, 29 pilotos estão em fase de treinamento na Base Aérea nos Esquadrões Joker e Gavião.

“Ainda temos o Esquadrão Rumba, especializado em transporte que fica sediado na Base Aérea de Fortaleza”, explicou o brigadeiro Hugo Volkmer, comandante da I Força Aérea, subdivisão operacional da FAB.

A abertura dos portões das principais instalações da FAB no Recife, em Natal e Salvador para a imprensa, fizeram parte das comemorações dos 70 anos da corporação que serão celebrados no próximo dia 23.

Apesar da data festiva, em 2011 muitos dos planos de modernização e aquisição de equipamentos da Força Aérea Brasileira foram adiados. O orçamento da corporação teve um corte de 38%. Com esse déficit de recursos, reformas e construções não consideradas essenciais ficaram para 2012. Além disso, muitas aeronaves com mais de 40 anos de uso permanecem em operação na FAB, como os helicópteros H-1H, usados em missões de resgate e salvamento.

Fonte: / NOTIMP









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