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Governo cria comissão para combater criminalidade na faixa de fronteira

Carolina Pimentel .

Foi instalada hoje (25) a Comissão Permanente para o Desenvolvimento e a Integração da Faixa de Fronteira, que irá coordenar ações para promover o crescimento econômico e o combate à criminalidade e ao comércio ilegal na região, formada por 11 estados brasileiros.

Na cerimônia de instalação do grupo, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, ressaltou que a faixa de fronteira “vem sendo marginalizada do debate e das decisões nacionais” por estar longe dos centros político e econômico. Para o ministro, esse distanciamento é uma das explicações para o baixo índice de desenvolvimento da região, para o aumento dos índices de violência, do crime organizado, da exploração sexual e do tráfico de drogas e armas.

A comissão, composta por representantes de 20 órgãos federais e coordenada pelo ministério, tem o papel de elaborar ações capazes de estimular o crescimento econômico da região fronteiriça, já que a atual estratégia – que consiste em cada ministério desenvolver medidas próprias sem integração com outras instituições governamentais – tem sido pouco eficaz. “Nenhum órgão detém [sozinho] capacidade de promover o desenvolvimento da faixa de fronteira”, disse Fernando Bezerra Coelho.

O secretário de Desenvolvimento Regional, Sérgio Castro, informou que cada estado terá um núcleo próprio. “Quando você promove o desenvolvimento dessa região, dá educação, saúde, infraestrutura, cria alternativas de emprego, você reduz a possibilidade de atividade ilegal”, afirmou o secretário. Foram instalados hoje os núcleos do Amapá e do Paraná.

A região fronteiriça concentra 10% da população brasileira, distribuída em 588 municípios, de 11 estados que fazem fronteira com dez países.

Fonte: AGÊNCIA BRASIL / NOTIMP

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Um Pac para as fronteiras

Governo cria comissão permanente para aproveitar recursos federais no combate ao narcotráfico e ao crime organizado

Denise Rothenburg

Consideradas pontos de concentração de problemas sempre apontados e nunca resolvidos, as áreas de fronteira recebem agora mais uma tentativa governamental de mudar a situação. Foi criada ontem a Comissão Permanente de Integração e Desenvolvimento da Faixa de Fronteira (Cdif). A ideia é fazer o PAC das fronteiras, ou seja, como o governo não tem condições de levantar mais recursos além daqueles já disponíveis para o PAC de um modo geral, a proposta será canalizar os investimentos já existentes para essas áreas.

“Temos antigas e reiteradas demandas nas áreas de fronteiras. Elas vêm sendo marginalizadas há muito tempo. E o diagnóstico é antigo: violência, crime organizado, tráfico de armas e de drogas, trabalho infantil, exploração sexual. Enfim, para resolver esses problemas, precisamos de soluções conjuntas e articuladas”, afirma o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que irá presidir a comissão instalada ontem.

Núcleos

As fronteiras brasileiras com dez países têm 15 mil quilômetros de extensão, passam por 588 municípios em 11 estados. Para atender aos habitantes dessa região, que hoje equivale a 10% da população brasileira, a ideia é canalizar parte dos R$ 40,5 bilhões previstos no PAC este ano para essas regiões. A comissão contará com representantes espalhados por 20 órgãos governamentais e 11 núcleos, um em cada um dos estados que têm fronteiras com outros países.

O governador do Amapá, Camilo Capiberibe, que assinou ontem a criação de um dos primeiros núcleos executivos da comissão, espera usar parte dos recursos do PAC do Turismo para incrementar a sua região. “Os voos da França para Caiena são considerados voos domésticos e, de lá, podemos servir de entrada para os turistas que vierem assistir aos jogos da Copa do Mundo, ou mesmo das Olimpíadas”, comentou ele, o único governador da região presente ao evento.

Calha Norte

As fronteiras brasileiras sempre foram objeto de grandes projetos que ao longo do tempo vão caindo em desuso. Um deles foi o Calha Norte, criado em 1985, que funciona até hoje, embora sem tanto alarde quanto na década de 1980. Nos últimos 8 anos, por exemplo, o Calha Norte aplicou R$ 1,1 bilhão, segundo dados disponíveis no Ministério da Defesa. O valor é pequeno, considerando que o projeto atende 194 municípios. Na hipótese de os recursos serem distribuídos de forma igualitária, seriam aproximadamente R$ 600 mil por ano para cada. Além disso, o volume de recursos aplicados vem caindo desde 2007. Naquele ano, a destinação de recursos ao projeto chegou a R$ 300 milhões. No ano passado, não ultrapassou a barreira dos R$ 200 milhões. A intenção da comissão é ampliar essas aplicações e fixar projetos comuns para todos os municípios de região de fronteira.

Batizado por Lula

A expressão “PAC das fronteiras” foi usada pelo presidente Lula em setembro do ano passado, durante uma visita a Foz do Iguaçu. Naquela ocasião, ele criou a universidade de Foz e ainda assinou o decreto criando a comissão que agora foi instalada. Ele se referiu à comissão como uma semente do PAC das fronteiras que agora o governo Dilma pretende levar adiante. Mais um ponto de continuidade entre o projeto passado e o presente.

Para saber mais
Herdeiros da coca

Edson Luiz

Com a redução das plantações de coca na Colômbia e a migração dos produtores para o Peru e a Bolívia, houve um crescimento no volume de cocaína que entra no Brasil. Isso fez com que o tráfico se tornasse, nos últimos cinco anos, o maior problema da fronteira do país, principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Outra preocupação das autoridades é a entrada de estrangeiros por áreas desprotegidas, como ocorreu recentemente no Acre, por onde mais de 100 haitianos chegaram ao nosso território de forma ilegal.

Outra questão atrapalha a ação dos órgãos fiscalizadores: o corte de recursos anunciado pelo governo em março. Várias operações da Polícia Federal estão sendo repensadas. No ano passado, a PF também constatou que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) atuavam em território nacional. O principal articulador logístico da organização, José Samuel Sanchez, foi preso no Amazonas.

Fonte: CORREIO BRAZILIENSE / NOTIMP







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