Atletas entram nas Forças Armadas para disputar Jogos Militares
Eliano Jorge .
Deveria ser uma competição entre pessoas com carreira militar, mas atletas de primeira linha resolveram atender o chamado e se alistar para uma missão de paz das Forças Armadas, defendendo o Brasil nas suas especialidades. Por isso, até medalhistas de ouro olímpico engrossam as fileiras verde-amarelas na quinta edição dos Jogos Mundiais Militares, que ocorrerão no Rio de Janeiro, de 16 a 24 de julho.
- Fizemos um edital público de convocação de atletas de alto rendimento que eram civis e ingressaram nas Forças Armadas. Ingressaram para ser atletas. Como ingressam para ser cozinheiro, técnico em eletrônica, técnico em informática, enfermeiro, para várias funções - explica o presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil, o vice-almirante Bernardo Gamboa.
Ele conta que diversas outras nações recorrem a essa prática, com a intenção de melhorar seu desempenho na olimpíada militar. Na edição anterior, o Brasil não passou da 31ª posição. "E não cabe na cabeça de ninguém que qualquer país que vá organizar os Jogos só coloque medalha no peito dos outros", afirma Gamboa, apostando no terceiro lugar do quadro geral em casa. Ele destaca a concorrência com China, Rússia, Alemanha, Itália e Ucrânia.
- São militares. E exercem a função de atleta. Ou seja, são técnicos em Educação Física. Hoje estão atletas, estão treinando. Mas isso não os impede de fazer qualquer atividade da vida militar. Isso gera uma dúvida, não sei por quê. Para nós, militares, é muito claro isso - diz Gamboa. - O técnico em Educação Física pratica esporte. Isso não o impede de dar serviço, de arrumar o alojamento, de dar instrução, passar o conhecimento dele para outros.
Entre os atletas de alto rendimento que se tornaram militares, estão os marinheiros Diogo Silva, campeão pan-americano de tae-kwon-do; Tânia Maranhão e Maycon, medalhistas de prata olímpica com o futebol feminino; Ketleyn Quadros, dona de bronze olímpico no judô; Edinanci Silva, medalhista de bronze pan-americano no judô; Mayra Aguiar, vice-campeã mundial de judô; e Jadel Gregório, que conquistou o ouro pan-americano no salto triplo. Júlio Almeida, medalhista de prata pan-americana no tiro esportivo, é tenente coronel aviador.
São terceiros sargentos Natália Falavigna, campeã mundial de tae-kwon-do e medalhista de bronze olímpico; Leandro Guilheiro e Flávio Canto, donos de bronze olímpico no judô; Luciano Corrêa, medalhista de bronze pan-americano no judô; Poliana Okimoto, vice-campeã pan-americana de maratona aquática; Joanna Maranhão, medalhista de bronze pan-americano na natação; Yane Marques e Larissa Lellys, medalhistas de ouro e prata pan-americana no pentatlo moderno, respectivamente; Isabel Swan, que obteve o bronze olímpico na vela; Renzo Agresta, medalhista de bronze pan-americano na esgrima; Carla Moreno, dona de prata pan-americana no triatlo; Vicente Lenilson, velocista medalhista olímpico; e atletas com passagem pelas seleções brasileiras feminina e masculina de vôlei, incluindo o campeão olímpico Anderson.
Com o argumento de que se trata de mais uma preparação para a Olimpíada de 2016, a organização dos Jogos Militares possui orçamento de R$ 1,463 bilhão, pelos cálculos da assessoria de Comunicação Social do Ministério da Defesa. Quase 6 mil atletas competirão. A delegação nacional contará com 277 homens e mulheres.
Fonte: PORTAL TERRA / NOTIMP
